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A Ressurreição do Senhor

cristo ressuscitadoA nossa fé cristã tem sua base na ressurreição que Jesus havia anunciado e que os Apóstolos verificaram. A Palavra de Deus fundamenta nossa fé. O testemunho dos Apóstolos justifica nossa adesão.

Não basta, porém, dizer creio, é preciso ver na ressurreição o início de uma nova criação. Isto requer uma luta contínua para fazer morrer em nós tudo aquilo que é fruto e consequência do “homem velho”. Significa, ao mesmo tempo, esforço para viver segundo o Espírito, dom de Cristo Pascal.

O sepulcro vazio não é apenas uma recordação saudosa. É o ponto de partida de uma nova caminhada pelas estradas da vida, para levar aos vacilantes a certeza de que Cristo venceu e, Nele e por Ele, tudo se renova.

Celebrar a Páscoa é fazer morrer em nós o pecado e abrir para a vida nova que o Cristo Ressuscitado, o Eterno vencedor nos oferece. É dessa atitude que nasce o cristão autêntico voltado para Deus e para os irmãos e irmãs, comprometido em defender a vida, dom de Deus para todos nós.


Mons. Luiz Carlos de Paula
Pároco da Catedral

Semana Santa ainda serve para o Século XXI?

semana-santa-cleofasA Semana Santa é a semana mais importante para o mundo cristão. É quando celebramos a Páscoa da Ressurreição e, para isso, meditamos sobre a forma com que isto aconteceu na vida de Jesus Cristo. Ele é o Filho de Deus. Não é somente um homem, não é apenas um mestre, mas é homem e Deus verdadeiros. Como homem, assumiu todas as dores e sofrimentos da humanidade. Como Deus, foi capaz de vencer a morte e ressuscitar. E esta grande graça é transmitida a todos nós, todos aqueles que n’Ele acreditam. Nós também vamos morrer, mas vamos ressuscitar com Ele, pela força d’Ele.

A Semana Santa celebra esses mistérios e, por isso, passa pela reflexão da dor, dos sofrimentos, das injustiças. Cristo sofreu em três aspectos. O aspecto físico – torturas, crucifixão e morte; o aspecto moral – humilhação e desprezo; e o aspecto espiritual – mesmo na cruz sentiu o abandono espiritual. ‘Meu Pai, meu Pai, por que me abandonaste?’ (cf. Mc 15,34). Mas, na verdade, não era o abandono do Pai, era assumir, em sua vida, aquilo que pode acontecer com muitas pessoas, o estado de abandono.

O homem atual precisa olhar para Cristo, cuja mensagem principal é o amor. ‘Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelo seu irmão’ (cf. Jo 15,13). Muitas vezes vivemos uma cultura de ódio, de vingança, de disputa. A cultura de Cristo é a cultura do amor. Por isso, saber sofrer, morrer e viver com amor é uma das mensagens mais importantes que o homem do século XXI deve aprender. A dor e o sofrimento são realidades da vida, ninguém pode delas escapar. E, por isso, quando nós vemos Cristo sofrer da forma que sofreu, e da maneira com que assumiu o sofrimento e a morte, nós aprendemos com Ele a lição mais importante para a vida.

Celebrar a Semana Santa tem um grande significado para a humanidade no século XXI ou em qualquer outro tempo em que possamos viver: a humanidade tem fases, e em todas essas fases históricas a mensagem de Cristo tem um sentido não só importante, mas indispensável. Se o homem não aprender a lição de Cristo, nunca será homem verdadeiro. O homem que exclui a Deus não é homem inteiro. Por isso, celebrar esses mistérios, os mais importantes da nossa fé, tem uma grande importância, de fato, para todos nós que vivemos nessa época de progressos tão significativos e às vezes de lacunas tão dolorosas na nossa vida humana, na nossa relação com o próximo e com Deus.

A Páscoa é a passagem. Passagem da morte para a vida, passagem de uma situação negativa para uma situação positiva, passagem de uma vida de pecado para uma vida na graça de Deus.

Celebrar os mistérios da Semana Santa, da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, significa apresentar Jesus como Deus que continua nos salvando. O ato salvador de Cristo não está preso a um determinado momento da história. Ele é perpétuo, por isso ele vai tendo efeitos nos vários momentos históricos da vida da humanidade.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

 

*Imagem: Cleófas

ACORDE - Escola de Música Arquidiocesana

DSC 0103Era um sonho nosso. As crianças do Instituto Padre João Emilio não poderiam ficar desamparadas em sua adolescência. Terminando sua participação no projeto de reforço escolar, turno e contraturno, aos onze anos, deveriam se desligar da casa que as acolhe com carinho. Idealizamos, então, a Escola Arquidiocesana de Música, como ação social com o nome de “Projeto Acorde”, cuja inauguração se deu na última quinta-feira, dia 28 de março de 2019.

O primeiro objetivo é oferecer, sobretudo a tais jovens, em situação de vulnerabilidade social, uma oportunidade de fazer um caminho formativo que poderá ajudá-los a cultivar valores humanos e abrir possibilidades profissionais para o futuro. Oferecer-lhes experiências que os edifique pela força harmonizadora da música é crer que os elementos desta arte têm muito o que ensinar para a vida. Ela tem o condão de encantar, de empolgar, além de ocupar o tempo com suas naturais exigências, ajudando os que a escolhem a estar em lugar seguro, sem os perigos da violência, da degeneração moral, e de outros problemas próprios da ociosidade ou das organizações criminosas hoje existentes. A volta das crianças para um meio tão vulnerável poderia representar um risco para o trabalho realizado.

“Acorde” é um nome sugestivo de muitos significados. É, inicialmente, um conjunto de notas musicais que unidas resultam numa beleza que individualmente nem de longe alcançariam. Cada umas das notas sede seu pequeno som à outra como que se escondendo para que, unidas, alcancem algo infinitamente melhor. O acorde perfeito maior, Dó, Mi, Sol, Dó funciona como lição de vida para quem participa de projeto como este. “Acorde” é também um tempo verbal. Quer despertar para um problema grave à sociedade que é a marginalidade, a pobreza, a carência que, às vezes, leva à delinquência. “Acorde”, em latim, sugere “ao coração”, lugar principal da obra de nosso Instituto e de nossa Arquidiocese.

O projeto vem também como ação litúrgica, onde se dá a Deus o culto mais elevado do coração humano. Já havíamos fundado o Coral Benedictus em 2011 e este está em pleno sucesso. Com o atual projeto, esperamos oferecer à Igreja da Região a formação de uma boa orquestra que cultive a arte que enleva e tem o poder de criar a paz.


Dom Gil Antônio Moreira

Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

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