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O Semeador

Parábola-do-Semeador

Começamos, no 15º Domingo Comum, do ano A, a ler uma série de parábolas de Jesus, anunciadas por São Mateus. Parábola é um jeito de Jesus pregar as verdades, anunciar o Reino de Deus. São comparações, pequenas histórias para o povo entender facilmente Sua Palavra.

São Mateus selecionou sete parábolas de Jesus para pregar para sua comunidade. Sete é um número muito importante para os judeus. Significa conta exata, o número da perfeição. Tudo o que Deus faz é perfeito, por isso fez o mundo em sete dias. São Mateus é judeu de nascimento, e sua comunidade é constituída de judeus convertidos à fé cristã. Mas ele fala também aos que ainda não haviam compreendido que Jesus era o Messias esperado. Ele propõe estas parábolas para mostrar a eles e a todos que o Reino de Deus já havia chegado, mas que era preciso acolhê-lo.

Voltemo-nos à primeira delas: o Semeador saiu a semear sua semente. Jesus, ao contar esta parábola, seleciona quatro tipos de terrenos onde cai a semente do semeador, ou seja, quatro tipos de reações diante de Sua Palavra.

1) À beira da estrada, onde a palavra não tem nenhum futuro. É o indiferentismo que hoje está presente em muita gente. Falar de Cristo, de Deus, das verdades eternas não tem nenhuma importância para uma classe de pessoas na sociedade secularizada em que vivemos.

2) Os terrenos pedregosos: a classe de pessoas que admiram, aplaudem, elogiam, mas sem nenhuma profundidade, sem nenhum compromisso. São pessoas superficiais, egoístas, orgulhosas que querem um “jesusinho” só para seu consumo. Chegam a ler os evangelhos, mas o adaptam para o seu comodismo. A superficialidade ou o egoísmo, o egocentrismo, não lhes permitem um compromisso com a fé.

3) O terreno de espinhos é a realidade de muitos que abraçam a fé, mas não resistem às tentações do século. Querem compor sua vida a seu modo, ora com Deus, ora com as propostas do mundo, com ideologias não-cristãs, com correntes morais ou imorais, éticas ou antiéticas, como se tudo fosse normal. Também são aqueles que, quando aparecem os problemas, abandonam a fé e vão procurar explicações não-cristãs ou cultos pagãos. Estes nunca serão capazes de ‘tomar a sua cruz e seguir a Cristo’.

4) A Terra boa são aqueles que acolhem a Palavra por inteiro, a exemplo dos santos que nos precederam na história. A Igreja apresenta seus santos como terrenos bons onde a semente caiu e produziu frutos.

A Palavra de Deus, semente boa que quer cair em terra boa, para que reine o Senhor, não se limita apenas às letras registradas nas Sagradas Escrituras, mas é a própria pessoa de Jesus. Nossa fé não pode ser apenas uma religião do livro. Cristo é o semeador, mas é também a Palavra, o Verbo eterno que se fez carne e habitou entre nós. Acolher a semente, a Palavra, é, enfim, acolher o próprio Cristo em nosso coração. Quem O tem no coração já está no Reino de Deus. Nele a semente brotará, se tornará planta e gerará frutos para esta vida e para a eternidade. Amém.

 

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