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Marcas do Papa Bento XVI em nossa história

Dom-Gil-e-Bento-XVI-siteCondoídos pelo passamento do nosso Papa Bento XVI, ao mesmo tempo, muito gratos a Deus pelo riquíssimo legado que ele deixa para os cristãos e para toda a humanidade, estamos todos muito unidos ao coração do amado Papa Francisco e de toda a Igreja, nesta hora significativa da história.

De forma sucinta e breve, podemos contemplar sua vida em três momentos, observando em cada um deles as bênçãos que Deus nos proporciona.

1º) O Teólogo;

2º) O Colaborador da Verdade como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé;

3º) O papado.

Durante 25 anos, antes de ser eleito bispo, Ratzinger foi eminente professor de Teologia em sua Alemanha. Estudioso profundo da fé, iniciou suas publicações que hoje correspondem a uma grande coleção de livros e artigos teológicos que podem ser classificados como as edições acadêmicas mais sólidas dos últimos tempos.

Dotado de uma inteligência privilegiada, e sobretudo de uma fé inabalável, vigorosa e exemplar, seus escritos acadêmicos, somados aos textos do seu Magistério Papal, correspondem alicerce para os ensinamentos da Igreja nos tempos atuais e futuros. Sua atuação como perito no Concílio Ecumênico Vaticano II foi básica para as renovações e atualizações da Igreja na época moderna.

Com sua competência, e ao mesmo tempo com sua humildade, serviu à Igreja de forma segura e serena como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé por 23 anos, durante o pontificado de São João Paulo II. Nesta ocasião, pôde auxiliar teólogos e reorientar aqueles que corriam perigo de equívocos ou excessos. Se alguma vez teve que aplicar penas medicinais previstas no Direito Canônico, o fez com suavidade, sendo motivo de críticas daqueles que o achavam brando demais. Seguro na doutrina, fidelíssimo na fé, deixa para a Igreja um enorme serviço neste importante ambiente.

Como Papa, foi Pastor admirável e missionário incansável. Falava, ao mesmo tempo, com profundidade teológica e simplicidade paterna. Enfrentou problemas difíceis e desafiadores do mundo moderno, sejam no âmbito da moral, sejam no campo teológico, mas nunca deixou de tomar medidas exatas para as soluções necessárias, sem se preocupar com sua própria imagem, mas apenas com a santidade eclesial. Sua única vontade era, de fato, ser fiel a Deus e aos ensinamentos da Igreja.

Seu gesto de humildade e coragem de renunciar no oitavo ano do pontificado fica na história como exemplo de quem entende a autoridade como um serviço que deve ser prestado até o momento exato de seus limites pessoais. Sua emeritude papal, longe de ser inerte, se tornou uma eloquente pregação pela mística de uma vida orante, na qual são evidentes o extraordinário amor eucarístico e a filial devoção a Maria, Mãe do Senhor e Mãe da Igreja.

Ficam também como exemplo modelar seu relacionamento fraterno e imensamente respeitoso com seu sucessor, o Papa Francisco, com quem mantinha autêntica amizade. Muitos outros aspectos poderiam ser lembrados. Outros o farão.

Quanto aos aspectos pessoais, tive a imerecida graça de ter sido nomeado arcebispo por ele e de ter recebido o palio de suas próprias mãos, na Basílica de São Pedro, em Roma. Pude estar pessoalmente com ele algumas vezes, destacando a audiência pessoal na Visita ad Limina de 2010 e os encontros informais ou litúrgicos na sua visita ao Brasil no ano de 2007, quando aqui esteve para a Conferência de Aparecida. Algumas vezes estive com ele nas audiências públicas em Roma, ocasiões privilegiadas para colóquios oportunos, ainda que rápidos.

Na Arquidiocese de Juiz de Fora, no tempo de seu pontificado, prestamo-lhe, ao menos, duas homenagens públicas, que foram a criação do Seminário Menor Bento XVI e a fundação do Coral Benedictus, cujo nome, em latim, foi dado por causa do Papa Emérito, também pianista.

Diante de sua vida rica de serviços à Igreja e à humanidade, diante de sua morte serena e santa, me curvo para agradecer por esse dom que nos ofereceu como base sólida para a fé e a prática do amor de Cristo.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

 

* Foto: registro da entrega do Pálio pelo então Papa Bento XVI a Dom Gil Antônio Moreira, em 29 de junho de 2009

 

O Natal nos ensina a viver

1O Natal é a festa da união do Céu com a Terra. É a festa do olhar de Deus para a humanidade. Além disso, cabe-nos dizer que o Natal tem origem na Santíssima Trindade. Afinal, dela vem o Espírito Santo para fecundar o seio de Maria; dela é que nasce Jesus em Belém, Verbo que se fez carne, para ser o nosso Salvador.

Observemos ainda que, na festa do Natal, o número três sempre está evidente. Olhemos para o presépio: ali, nós encontramos três elementos, alguns bíblicos e outros acrescentados pela fé e piedade do povo. Esses acréscimos, contudo, não contradizem o enunciado bíblico.

Primeiramente, encontramos, na gruta de Belém, José, Maria e o Menino: os três personagens principais da história da Salvação, sendo o Menino o centro de tudo. Ele é a luz que veio brilhar nas trevas, como afirma São João no começo do seu evangelho. “A luz brilhou nas trevas e as trevas não conseguiram dominá-la” (cf. Jo 1,5). A gruta certamente estava na escuridão quando José e Maria chegaram para que ela pudesse dar à luz. Certamente houve o acendimento de alguma chama, alguma candeia que teria sido preparada para o momento. A luz brilhou nas trevas, mas a luz verdadeira era aquela que vinha do céu: o Filho de Deus feito homem.

A piedade popular diz que eram três os pastores, como, geralmente, encontramos no presépio, um com a flauta, outro com as frutas e outro com o cordeiro, que vão oferecer ao Menino Jesus. Também quando contemplamos os magos, a Sagrada Escritura não diz o número deles, mas aos poucos o povo vai venerando-os como três pessoas, por causa dos três presentes – ouro, incenso e mirra. Ademais, três são os elementos presentes naquela noite na gruta de Belém: os anjos, as pessoas humanas e os animais, sobretudo o rebanho, que depois vai servir de comparação para Jesus dizer “Eu sou o pastor do rebanho, as minhas ovelhas conhecem a minha voz” (cf. Jo 10,27).

Nós encontramos, ainda, três outros elementos importantes no presépio: a luz anunciada por João, a Palavra anunciada pelos anjos e a divulgação dos fatos feita pelos pastores. Esses elementos nos conduzem a pensar o que deve significar o Natal para cada um de nós.

Em primeiro lugar, o Natal nos ilumina. Sua luminosidade nos invade. É uma festa de luz, por isso se multiplicam as luzes dos enfeites, das igrejas, casas, cidades e das árvores de Natal. São imagens que recordam que a verdadeira luz é Jesus. Portanto, a primeira atitude do cristão no Natal é deixar-se envolver pela luz que é Jesus. A luz do seu olhar, a luz do seu rosto, a luz das suas palavras, a luz da sua vida, as luzes das suas ações miraculosas devem nos envolver.

Em segundo lugar, nós devemos imitar os pastores e os magos e ir ao encontro do Menino Deus. É uma atitude que deve acontecer sempre, todos os dias. Nos momentos difíceis da nossa vida, Ele é Aquele que veio para nos salvar e também para nos aliviar. Está escrito no evangelho de Mateus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (cf. Mt 11,28-29). Mas não devemos procurá-Lo somente nos momentos difíceis, pois seria uma ingratidão irmos a Ele nestas horas e depois nos esquecermos de sua existência.

Em terceiro lugar, fazer aquilo que os pastores fizeram: anunciar Jesus aos demais. O Papa Francisco tem nos lembrado que a Igreja tem a missão de sair, de ser sempre missionária. É preciso anunciar Jesus neste mundo que muitas vezes quer combatê-Lo. Ele é o centro da festa do Natal. Dá-se muitos presentes, mas se esquece do principal presente que veio do céu, que é Cristo. Preocupa-se com ceias, mas se esquece que o nosso alimento é Jesus. Ele nos alimenta pela Palavra, pela Eucaristia, pela caridade que praticamos, pela paz que semeamos.

Por fim, com o Natal aprendemos que há coisas que são sagradas: que há um homem que é diferente de todos, que é Jesus; que Maria é diferente das mulheres, que embora seja igual no seu corpo e na sua psique, é diferente porque Deus a escolheu para ser a mãe do Salvador e não teve pecado. O Natal nos ensina o respeito do amor pelas coisas de Deus e nos impulsiona a anunciar como os pastores anunciaram, como os reis anunciaram e como os discípulos futuramente irão anunciar, que Jesus nasceu em Belém, nos ensinou o caminho do céu, deu a sua vida por nós e nos ensina a viver.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

Em mensagem de Natal, presidente da CNBB motiva trilhar o caminho da reconciliação

Prancheta-4-8“Todos busquem trilhar o caminho da reconciliação considerando os ressentimentos que ficaram em razão, principalmente, de divergências políticas”. Essa é a proposta de exercício espiritual para o Natal deste ano feita pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, em mensagem divulgada na última quarta-feira, 21 de dezembro.

Dom Walmor afirma que o tempo do Natal “oferece-nos neste ano um especial convite que é verdadeiro exercício espiritual”, nessa perspectiva da reconciliação.

"Cada um possa reconhecer neste tempo do Natal que Jesus nasce para todos, independentemente, das convicções políticas, pois cada pessoa é filho e filha de Deus. Somos, pois, igualmente irmãos e irmãs um dos outros, devemos ser corresponsáveis pela vida de cada um e de cada uma”, afirmou.

Por esse motivo, dom Walmor indica que cada um evite investir energia em pontos de divisão: “ao contrário, exercite o amor ao próximo, procure aqueles que com os quais rompeu laços fraternos e juntos façam a caridade dedicando gestos solidários aos que sofrem mais. Não ofenda, não revide, não instigue brigas, viva cada dia como oportunidade para o exercício da fraternidade”.

Confira o vídeo na íntegra:



Fonte: site da CNBB

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