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Segundo Turno

segundo-turno-band-tvDentro do legítimo processo democrático, o Brasil convoca os cidadãos para mais um exercício e prática de sua cidadania. Assim aconteceu no Primeiro Turno das Eleições, dia 2 de outubro, elegendo os Senadores, Deputados, Governadores, levando para o Segundo Turno, Bolsonaro e Lula. Em 30 de outubro, pelo voto, que deve ser livre e responsável, será eleito o próximo Presidente da República.

Com essas Eleições de Segundo Turno encerramos um período de profundas polarizações, uma verdadeira testagem de força entre o candidato e seus aliados de um lado e de outro. As Eleições do Primeiro Turno transcorreram de forma tranquila, todos indo às urnas, sempre prevendo qual seria o resultado final. Foi confirmação da maturidade cidadã e compromisso com um país melhor.

Agora torcemos pela mesma serenidade do Segundo Turno. Essa serenidade precisa acontecer também no reconhecimento da identidade de quem for eleito. É fundamental saber perder e saber ganhar, sempre com a mente votada para a prosperidade social e econômica da Nação. O bom cidadão é quem soma forças, mesmo perdendo nas urnas. O país é maior do que os interesses pessoais.

Mesmo com atitudes extremistas, notícias falsas, agressões, “inimizades” políticas, podemos dizer que os momentos eleitorais são excelentes espaços de democracia. Cada cidadão tem liberdade para realizar suas manifestações e sentimentos partidários e torcer pelos seus candidatos. Sinto que as pessoas se deixam levar por força das ideologias, de interesses que estão acima do próprio candidato.

Hoje se fala em direita e esquerda. Essas palavras passaram a ser o que define a ideologia de muitos cidadãos, passando inclusive acima da identidade e do perfil de honestidade de um candidato. Não importa se é bom ou ruim candidato. Importa que ele seja do meu lado, de direita ou de esquerda. É uma realidade que pode ajudar, mas pode também prejudicar uma melhor viabilidade do país.

Enfim, a história do Brasil vai prosseguindo nos rumos que são tomados. Um ditado popular diz que “o povo tem o governo que merece”. Se é fruto do sufrágio popular, certamente o ditado tem um sentido correto, mas é importante cada cidadão agir e votar com total responsabilidade, sabendo que seu voto implica consequências para um país melhor ou não. Que Deus abençoe estas Eleições!


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

Mês da Bíblia

mes biblia site“O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (Js 1,9).


Em setembro, a Igreja no Brasil celebra o Mês da Bíblia, com o objetivo de imergir na Palavra de Deus através da leitura meditada e orante, como consequência tornar-se cada vez mais enraizado e edificado no testemunho fiel em Cristo, afinal conhecer as Escrituras é reconhecer o próprio Jesus Cristo e vivenciar o discipulado.

Neste ano, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética propõe a leitura orante do Livro de Josué, em que o lema bíblico escolhido é: “O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (Js 1,9). Aprofundar-se nesse livro é perceber a presença de Deus, em que Ele nunca deixa desamparado e sem respostas ao povo que a n’Ele confiam. “Não temos dúvida que esse livro soa como uma catequese para impulsionar o povo na conquista da terra. O Livro de Josué é um autêntico testemunho de que Deus realiza a promessa feita ao seu povo Israel. Da escravidão para a posse da Terra Prometida” (cf. Texto-base – Mês da Bíblia 2022).

Além disto, o mês de setembro foi escolhido para a dedicação a Bíblia em razão da festa de São Jerônimo (340-420), a qual este santo doutor da Igreja teve um papel fundamental para a tradução precisa da Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja à época) a pedido do Papa Dâmaso. Uma das frases célebres de São Jerônimo é: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.

Portanto, que ao iniciarmos este Mês da Bíblia, que possamos participar ativamente na leitura orante da Bíblia, compreendendo os desígnios de Deus que favoreceram Josué e o povo liderado por ele através da posse da terra condicionada a eles, pois quem confia na Palavra de Deus, sai “da escravidão para a posse da Terra Prometida” (cf. Texto-base – Mês da Bíblia 2022).

São Jerônimo, rogai por nós!

Saudações em Cristo!

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

Campanha Eleitoral 2022

bc6f8adf-65a5-47ae-941c-87f8d2a761c1Começo citando uma frase bíblica: “Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (Lc 14,11). Novamente estão aí os candidatos na corrida para a conquista de votos, mas qual a verdadeira intenção de fundo, a humildade no serviço ao povo, principalmente aos mais desfavorecidos e ao bem comum ou a exaltação pessoal com interesses egoístas e sem compromisso social?

No mês de outubro vamos eleger Presidente, Governadores, Senadores, Deputados Federais, Estaduais e Distritais. É uma tarefa muito difícil, porque ninguém tem estrela na testa. Todos têm, sim, uma história de vida, que precisa ser checada. O eleitor precisa estar de antena ligada para não ser conivente com uma má administração, dando um voto sem responsabilidade em candidato desqualificado.

Três virtudes podem perfeitamente identificar o perfil de um bom candidato, uma delas citada acima, a humildade, mas também a gratuidade e a caridade. Quem tem estas qualidades, investe no que assumiu como proposta no tempo da campanha, deixa de lado o comodismo, a zona egoísta de conforto e age de forma honesta e transparente para trabalhar seriamente em benefício do povo.

Estamos numa cultura política viciada de muitas falcatruas, de arrogâncias, carreirismos e explorações egoístas, que emperra a viabilidade de uma nação comprometida e de destaque no cenário mundial. O peso de tudo isto recai sobre os eleitores neste momento, porque o voto livre e sagrado é emitido por todos os cidadãos, dando aos candidatos plenos poderes para administrar.

É fundamental na política cultivar a virtude da humanidade, de forma que o candidato possa ocupar, com simplicidade, o posto para o qual foi eleito. Agindo desta forma, evita se sentir superior aos outros, mas alguém que coloca seus próprios talentos para ajudar no desenvolvimento do país. Infelizmente não é o que vemos no cenário político brasileiro, porque se tornou cabide de emprego fácil.

Existe um abismo entre o povo e a classe política com seus privilégios. Acontece que o político sai do meio do povo e se distancia dele na hora de administrar o bem público, principalmente aquilo que beneficia a maioria. Na lógica cristã, o valor da pessoa não depende do cargo que ocupa, mas a capacidade relacional de humildade, ser simples e dedicado com honestidade na missão assumida.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

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