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Rumo ao Centenário Diocesano

vitral sto antonioIniciamos, no último dia 1º de fevereiro, durante Santa Missa na Catedral Metropolitana, o segundo ano preparatório para a celebração dos cem anos da nossa Diocese. Se Deus quiser, no dia 1º de fevereiro de 2024, nós estaremos celebrando esta grande festa de ação de graças.

No ano passado nós fomos guiados e inspirados pela figura de São José, porque era Ano Josefino instituído pelo Papa Francisco, e nós tivemos oportunidades de fazer muitas lives, encontros, reflexões, celebrações, sempre olhando a figura do pai legal de Jesus como um mediador, como um símbolo do amor de Deus para conosco, para com a humanidade. Nós descobrimos em São José uma fé extraordinária. Nós não temos nenhuma palavra dele na Bíblia, mas a sua pessoa e tudo aquilo que a Bíblia diz a seu respeito são uma pregação eloquente.

No momento em que iniciamos o segundo ano do triênio, invocamos Santo Antônio de Pádua, o nosso querido padroeiro, padroeiro da cidade de Juiz de Fora, do nosso Seminário, da Catedral, da nossa Arquidiocese. Ele vai nos guiar pelo seu exemplo, pela sua pregação; ele, que é chamado de Doutor do Evangelho e foi o primeiro teólogo da ordem dos franciscanos, vai nos guiar. Nós queremos ter os olhos voltados, este ano, para a sua figura, para que ele possa despertar em nosso coração sempre uma fé mais profunda, um amor mais intenso, uma consciência de Igreja mais viva em cada mente, em cada comunidade, em toda a nossa Igreja Particular.

Convoquei os padres e diáconos para que durante todo este ano tivessem o cuidado de se referirem a Santo Antônio nas pregações, nas homilias, nas reuniões, e que cada igreja tivesse uma imagem ou um pequeno altar para o santo, com a frase “Santo Antônio, sede nosso guia sinodal rumo à celebração dos cem anos da nossa Igreja diocesana”. Nós estamos na caminhada sinodal, nosso sínodo segue vivamente com o lema ‘Proclamai o evangelho pelas ruas e sobre os telhados’. Santo Antônio é, para nós, um modelo de missionário, que ajuda a nossa Arquidiocese a desempenhar a missão de ser aquela que leva Jesus para todos e traz todos para Jesus.

Neste momento arquidiocesano de caminhada para a celebração dos cem anos, peçamos a Nosso Senhor que aumente em nosso coração o dom da fé. Peçamos também a misericórdia, a bondade; a bondade que Deus tem para conosco tenhamos também para com todos. Formamos na Arquidiocese uma grande família e assim queremos caminhar rumo à festa que estamos preparando.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

Sacramentinos entre nós

sacramentinosA Arquidiocese de Juiz de Fora se alegra ao receber a Congregação dos Padres Sacramentinos em seu recinto. Depois dos trâmites canônicos, com o pedido formal e os compromissos pastorais na Igreja local, sua acolhida e instalação se deu no dia 22 de janeiro do corrente ano de 2022, com solene Missa no Cenáculo São João Evangelista, no centro da cidade. Ficamos agradecidos à Província Nostra Domina Guadalupensis (Brasil-Argentina-Chile) por ter escolhido nossa Igreja juiz-forana para a fundação dessa nova casa religiosa e selecionado o nosso Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (SASA), conveniado com a UniAcademia, para a formação filosófica de seus noviços.

Após mais de 70 anos da feliz presença das Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento no referido Cenáculo, promovendo a Adoração Perpétua, divulgando o amor à Eucaristia em nossa cidade e em toda a redondeza, a vinda do ramo masculino dos filhos de São Pedro Julião Eymard constitui um enriquecimento na obra evangelizadora e santificadora dessa Igreja Particular. Nós os acolhemos em nossa caminhada Sinodal, uma vez que estamos em pleno e vivo andamento do nosso II Sínodo Arquidiocesano, iniciado em 2019, cujo lema é: “Proclamai o Evangelho pelas Ruas e sobre os Telhados”.

Nós os recebemos, com satisfação, em nossos ideais de ser uma Igreja cada vez mais missionária, uma Igreja em Saída, na expressão de nosso amado Papa Francisco, tendo escolhido para nosso lema geral “Arquidiocese de Juiz de Fora, uma Igreja sempre em Missão”. Nós os acolhemos também em nosso tríduo anual preparatório para a celebração dos cem anos da criação dessa Diocese, que pretendemos comemorar no dia 1º de fevereiro de 2024. Tendo já percorrido o primeiro ano dedicado a São José, estamos para iniciar, no dia 1º de fevereiro próximo, o segundo ano preparatório, desta vez dedicado ao nosso glorioso Padroeiro, Santo Antônio. O ano que vem será dedicado à Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, a quem queremos consagrar solenemente a nossa Arquidiocese, escolhendo, inclusive, uma de suas invocações como Padroeira Arquidiocesana.

Os ideais de São Pedro Julião Eymard, o Apóstolo da Eucaristia, estão bem consonantes com nossos propósitos pastorais, uma vez que as duas congregações que fundou na França – a saber, a Congregação dos Padres Sacramentinos, em 1856, e das Irmãs Servas dos Santíssimo Sacramento, em 1859 – estão hoje espalhadas pelo mundo inteiro numa grande ação missionária de levar Cristo às pessoas e as pessoas a Cristo. São muito atuais as palavras de São Pedro Julião Eymard quando disse: “Refleti muito sobre os remédios para vencer a indiferença universal que se apodera de tantos homens, e encontrei somente um: a Eucaristia, amor a Jesus eucarístico. A perda da fé provém da perda do amor”. Se estas palavras eram importantes no século XIX, continuam atualíssimas, pois vemos o indiferentismo religioso e o desamor crescendo, em detrimento da pessoa humana, num movimento enganoso de tentar eliminar Deus da vida dos seres humanos, através de uma antropologia puramente imanente, materialista, com desprezo total dos valores transcendentais.

Queremos acolher com grande satisfação os Padres Elissandro Santos de Santana e o Padre Jésus Mateus de Oliveira, que são os primeiros que aqui desempenharão sua missão Sacramentina, seja nas funções internas da Comunidade Religiosa, sendo Padre Jésus Mateus como Superior da Casa e Padre Elissandro como formador, seja nas funções pastorais para as quais hoje os designamos. Por indicação do Superior Provincial, Padre Marcelo Carlos da Silva, nomeamos Padre Elissandro como Capelão desse Cenáculo e Padre Jesus Mateus como seu auxiliar.

Em nome de toda a nossa Arquidiocese, em nome de nosso Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, os declaramos instalados e integrados à vida e à missão pastoral de nossa Igreja Particular Arquidiocesana. Sejam bem-vindos, irmãos, para essa missão eucarística entre nós e conosco.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

As águas das chuvas…

reaproveitamento-da-agua-da-chuvaEntre os fenômenos da natureza, a chuva é um dos mais belos e dos mais fortes. A água, ao cair dos céus, desperta a vida e logo pede passagem. Onde há terra ela penetra para fecundar as sementes e deixar verde a vegetação. Alimenta as nascentes em que os sedentos acorrem para beber da água cristalina. Se o solo está impermeabilizado pelo cimento ou asfalto, ou ocupado com construções, quanto mais intensas e duradouras as chuvas, mais força as águas pluviais ganham e podem se tornar destruidoras. Se há alguma fresta, ela entra gota a gota para fazer goteira nos telhados e nas lajes. Desmorona barrancos, abre crateras, esculpe as pedras. Quase vaidosa, ela desfruta de uma persistência evocada no adágio: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Ela está sempre presente, com grande riqueza de significados, em passagens bíblicas. Exemplo é a evocação da imagem bíblica do dilúvio, para lembrar que as águas podem submergir muitos espaços e pode trazer consigo a morte.

O ser humano dela depende para viver. Os médicos aconselham beber ao menos três litros de água por dia, o que para muitos é um sacrifício. Numa casa ela é moradora de destaque em diversos espaços, especialmente nos lavabos, cozinhas, banheiros e jardins. E quando não se faz presente, quanta reclamação de quem depende dela para banhar-se, alimentar-se e limpar os ambientes. Ela é, indubitavelmente, um produto de primeira necessidade. Pode ser chamada de ouro, pois em muitos lugares é disputada e, pelo que se anuncia, será cada vez mais valiosa. Engarrafada, em vidro ou em pet, quantos na atualidade não adquirem a água para servir à mesa e beber, ou mesmo cozinhar?

Inteligentemente, o ser humano descobriu que as águas podem ser represadas e sua força transformada em energia mecânica. Depois descobriu que daí poderia ter energia elétrica. Para isso é capaz de mudar o curso dos rios e de construir imensas hidrelétricas, que trazem inúmeros benefícios e inúmeros desequilíbrios ambientais e sociais.

As chuvas que neste verão de 2022 castigam algumas regiões do Sudeste e, também, do Norte do país oportunizam, mais uma vez, muitas reflexões. Quero contribuir com duas ponderações que me parecem necessárias e úteis. Ambas partem da pergunta: em relação à água, qual minha posição pessoal e política? Sei que sobre toda ação pessoal há uma espécie de hipoteca social. Boa parte das ações pessoais tem consequências sociais. Daí brota a natureza política das pequenas ações do cotidiano. Então, a primeira ponderação é sobre o modo como pessoalmente lidamos com a água. Reflita: como a utilizo? Há desperdícios? Que interferências minhas colaboram para resultar em desastres maiores? Preservo as árvores? Deixo espaços de solo livres para a água penetrar na terra? Evito deixar lixo no caminho das águas pluviais? Esses pequenos gestos podem parecer inúteis para você. Mas para a Terra que abriga bilhões de habitantes, cada gesto desses tem um impacto impressionante.

A outra ponderação é de ordem política. Lembre-se de que as grandes decisões administrativas confiadas aos governos precisam ser terminantemente acompanhadas e criticadas pelos cidadãos eleitores. Há decisões governamentais que são avassaladoras para o futuro do planeta. Entre elas estão as relacionadas às águas e, consequentemente, à questão energética e à mineração. O cidadão comum, de modo geral, tem pouco interesse nesses debates. Nossa omissão diante dessas decisões tem alto custo, levando ao perecimento de bens e ceifando vidas, sobretudo dos mais pobres.


Dom João Justino de Medeiros Silva
Administrador Apostólico de Montes Claros (MG)

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