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A Caminhada Sinodal

O Documento Sinodal, acolhendo as indicações que surgiram nas Paróquias, Foranias, pastorais, movimentos, associações e grupos de serviço da nossa Arquidiocese, apontou quatro grandes horizontes missionários da ação evangelizadora: Família e Vida, Paróquias, Caridade e Educação da Fé. Isto significa que toda ação eclesial que realizarmos deverá estar iluminada por esses quatro horizontes.

painelO primeiro horizonte, Família e Vida nos coloca diante da grande responsabilidade que temos de amar, acolher e defender a Família e a Vida, pois são dons de Deus para todos nós.

O Sínodo chama a nossa atenção para a importância da família, célula mãe de nossa sociedade e, por isso, ela deve estar centrada no amor verdadeiro. Busquemos inspiração na Sagrada Família: Jesus, Maria e José.

O segundo horizonte é a Paróquia com suas comunidades e seus grupos, lugar privilegiado no qual a maioria dos fiéis tem uma experiência concreta de Cristo e a da comunhão eclesial. Ela é chamada a ser casa e escola de comunhão. Devemos nos empenhar para que nossas Paróquias sejam ambientes onde se vive a comunhão, a participação e a missão. 

O terceiro horizonte considera o serviço eclesial da Caridade, a atenção e o cuidado com os mais pobres, a fim de plantar em seus corações a verdade de Jesus.

A caridade é o distintivo dos cristãos, conforme quis o próprio Jesus: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,34-35). A evangelização alcança frutos maduros quando leva os cristãos à prática da caridade, como forma de vida dos discípulos de Jesus. Para tanto, ela precisa ser constantemente retomada e aprofundada.

O quarto horizonte indica o caminho da Educação da Fé. Para que sejamos discípulos missionários do Senhor, precisamos de formação continuada. O Documento nos pede atuação firme na formação inicial, na formação permanente e também naquela formação que vai além dos muros das igrejas, através dos meios modernos de comunicação. 

O Documento Sinodal aponta os aspectos fundamentais da formação do discípulo missionário segundo o Documento de Aparecida. Seguir Jesus, somente é possível para quem O encontrou e foi de tal modo tocado por sua pessoa e mensagem, mudando a direção de sua vida, convertendo-se. Uma vez convertida, a pessoa necessita amadurecer no conhecimento e no amor, para seguir Jesus, percorrendo o caminho do discipulado. Neste caminho a pessoa descobre que não há vida cristã fora da comunidade, pois o ensinamento de Jesus aponta para a vida de comunhão que se transborda em missão, para gerar novos discípulos.

Agora estamos preparando mais uma avaliação da caminhada sinodal para percebemos o que foi realizado, o que estamos realizando e o que precisamos realizar para que a Arquidiocese de Juiz de Fora seja uma Igreja sempre em missão, assumindo o mandato de Jesus “Fazei discípulos meus” ( Mt 28,19). A avaliação acontecerá em todas as comunidades, paróquias e foranias nos meses de outubro e novembro.

 

Mons. Luiz Carlos de Paula
Pároco da Catedral

Ajuda humanitária todos podem oferecer

Diante do estado de carências de nossos irmãos que vivem na extrema pobreza no Haiti e em necessidades de várias naturezas no Norte do Brasil, propomos incrementar interajudas entre a Arquidiocese de Juiz de Fora e os referidos locais, dentro do projeto missionário que tem caracterizado nossa ação pastoral e evangelizadora.

Quanto a Óbidos, já temos excelente experiência de cerca de vinte anos, inclusa no Projeto “Igrejas–Irmãs”, à qual temos procurado ampliar e otimizar, desde 2009, quando aqui chegamos com a missão de pastorear esta igreja.

Na ocasião, a ação missionária se reduzia à presença de um sacerdote de Juiz de Fora em Óbidos, mas com excelentes trabalhos e louvável dedicação. Era Pe. José Anchieta Moura Lima, que continua atuando neste campo e em outras áreas sóciocaritativas, na sede da Arquidiocese, sendo hoje Vigário Episcopal para o Mundo da Caridade, função para a qual o nomeamos em 2011. Antes dele, o Pe. Carlos César dos Santos havia ido a Óbidos, para auxiliar na organização de ações pastorais daquela então Prelazia.

No mês de julho do corrente ano de 2017, motivados pelas catástrofes acontecidas nos últimos anos no Haiti, o país mais pobre e sofredor das três Américas, resolvemos visitá-lo com o propósito de verificar em que mais poderíamos ajudar. Seguiram comigo um casal e mais três jovens do grupo Jovens Missionários Continentais, que fundamos logo após a Jornada Mundial da Juventude de 2013, presidida pelo Papa Francisco.

Numa análise mais ampla, três razões nos levaram ao Haiti. Primeiro, porque, em 2009/2011, realizamos o Sínodo Arquidiocesano e, juntos com todos os participantes e o Clero, escolhemos para nossa Igreja local, o tema: “Arquidiocese de Juiz de Fora, uma Igreja Sempre em Missão”, e um lema: “Fazei discípulos meus!” (Mt 28, 20).

Segundo, porque queremos ouvir atentamente a Palavra do Sucessor de Pedro, o Papa Francisco, que tem incentivado, com muita determinação, a vocação missionária da comunidade eclesial, como “Igreja em saída”, com os olhos voltados, sobretudo, para as periferias.

Terceiro, porque, em 2016, iniciamos um fraterno diálogo com os Franciscanos da Providência de Deus, presentes no Haiti, aos quais enviamos algumas toneladas de alimentos e água, em novembro daquele ano, depois do furacão que causou um grande desastre naquele País, no dia 4 de outubro precedente.

Mediante as condições de carência social e, em certo sentido, religiosa e pastoral, pela falta de maior número de ministros ordenados, julgamos ser lá a periferia mais indicada para estabelecer nova base missionária “ad gentes”.

Nossa experiência no Haiti não poderia ter sido mais motivadora. Foram dias que nos deram a certeza de que ali devemos estar presentes, pois ninguém que tenha fé em Deus, siga a Cristo e ame o próximo pode ficar inerte diante de tanta pobreza e sofrimento.

Nosso grupo voltou com vontade de, se fosse possível, lá permanecer, a fim de continuar a conviver como irmãos e a servir aquela gente boa, simples e tão necessitada de tudo.

Voltando do Haiti e muito dispostos a dar continuidade aos trabalhos em Óbidos, já tão presentes em nosso coração e na vida de nossa Igreja local, após reunião de avaliação, nos propomos, com o apoio dos irmãos, a formar o Projeto “Profissionais Missionários Continentais”. Trata-se de organizar grupos de voluntários de diversas profissões que queiram, por motivo de fé ou por puro espírito humanitário, auxiliar, de alguma forma, as pessoas humanas que vivem em situação pior que a nossa.

Duas coisas nos chocaram, de forma especial, no Haiti: verificar que lá há pessoas que precisam se alimentar de terra, biscoitos de argila, para sobreviver e a extrema falta de saneamento básico, chegando a capital Porto Príncipe ter grande parte de sua população sem água encanada e sem esgoto em suas casas.

Em breve, desejamos divulgar endereços e meios para as pessoas que desejarem ajudar, poderem se inscrever, pois ajuda humanitária todos podem oferecer, uma vez que não há pessoa tão pobre que não tenha com que compartilhar e não há pessoa tão rica que não tenha o que receber.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano da Juiz de Fora

 

Ser religiosa (o)

vida consagrada

 

O terceiro domingo do mês vocacional, celebrado na Igreja Católica, propõe a vocação à vida consagrada. As mulheres e homens chamados para esta opção de vida são conhecidos como irmã, irmão, freira, frei, religioso, religiosa, frade. Estão agregados em várias Ordens, Congregações, Sociedades, Institutos. Residem em conventos, mosteiros, casas religiosas, casas paroquiais. Alguns, vivem uma vida contemplativa em mosteiros, a maioria não. Cada família religiosa tem o seu carisma, o seu dom que indica o rumo dos trabalhos evangelizadores: educação, saúde, migrantes, apostolado, caridade, etc. Uma análise da história universal, mesmo que superficial, não pode ser estudada e compreendida sem a presença e a atuação dos religiosos.

A vida religiosa é uma vida consagrada. A referência sempre é Cristo: o consagrado, o enviado ao mundo por Deus Pai. A consagração evidencia a doação integral de si a Deus, de serviço total a Ele e às pessoas. O sinal visível da consagração na vida religiosa é a profissão dos chamados conselhos evangélicos ou votos: pobreza, obediência e castidade.

O seguimento de Cristo é condição para cada cristão viver o batismo. A vida consagrada requer um seguimento mais radical, uma disponibilidade maior para viver o discipulado. A acolhida e a opção em viver os conselhos evangélicos orienta o seguimento. Escolher livremente o celibato por causa do Reino de Deus; a pobreza em ter os bens em comum e usá-los sobriamente e a obediência à vontade de Deus e aos projetos da família religiosa.

A vida religiosa é uma vida de comunhão. Em primeiro lugar a comunhão com Deus, fonte e origem de tudo e de todos. É a busca de Deus, é a busca do seu reino e da sua justiça, é vida de oração e contemplação, é intimidade. É comunhão com a Igreja enriquecendo-a com o carisma, participando da missão evangelizadora. A terceira forma de comunhão, é a vida fraterna entre os membros da comunidade. É unidade no mesmo espírito, o beber e o alimentar-se na mesma fonte, ter em comum a mesma inspiração da fundação. Também, requer-se uma estrutura adequada para propiciar a comunhão de vida.

A vida religiosa tem uma importância fundamental para Igreja e para a sociedade. Começando pela valorização da pessoa humana. Ajuda a recuperar a dimensão do sagrado que é indispensável para a Igreja e para sociedade. A oração de Jesus é clara: “Eu não rogo que os tires do mundo… eles não são do mundo…Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei ao mundo” (João 17, 15-18).

A vida religiosa no mundo é um testemunho de Cristo, de Igreja e de vida fraterna. É um sinal profético num mundo fascinado pelo ter e fazer; vida consagrada valoriza o ser como dom gratuito. O modo comunitário de viver relativiza o possuir, o enriquecer, o individualismo. São um sinal profético na área ecológica. Viver com menos e com sobriedade, partilhando os bens e tê-los em comum.

A vida religiosa aponta para os valores escatológicos, aponta para aquilo que há de vir. O carisma da vida consagrada é contribuição para esta construção e caminho de prefiguração e de alcance pleno das realidades últimas e supremas: os valores da eternidade.

É necessário recordar a presença e a importância dos religiosos e religiosas no desenvolvimento religioso, cultural e econômico de nossas cidades.

 

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo

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