O pão de Santo Antônio
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- Sexta, 17 Junho 2016 11:33
Entre as imagens de Santo Antônio, a que mais me agrada é aquela que o representa oferecendo o pão. Ele traz num dos braços o Menino Jesus que segura uma cesta de pães e que os vai entregando ao santo para que os distribua. À entrada do Seminário Maior da Arquidiocese de Juiz de Fora há uma imagem destas. Muitas vezes, fico admirando-a quando entro por aquela porta. É carregada de ternura e de ensinamentos.
Quando celebramos a festa de Santo Antônio, em muitos lugares, como em nossa Catedral, temos o costume de abençoar os pães e distribuí-los gratuitamente a quem quiser e tiver fé. Muitas padarias oferecem de graça centenas de pães às igrejas para este belo costume. Os fiéis às vezes pegam dois: um para comerem respeitosamente, pedindo as bênçãos de Deus; o outro, põem na vasilha de farinha ou outro mantimento para que Deus nunca deixe faltar o necessário para viver. Este gesto é uma verdadeira oração feita não tanto com palavras, mas com a força do elemento simbólico.
O costume se baseia num fato da vida de Santo Antônio. Conta-se que ele era tão caridoso para com os sofredores, que lhe doía muito no coração ver alguém passando necessidade. Certo dia distribuiu todos os pães da despensa de seu convento para os pobres. Quando o irmão cozinheiro foi preparar a refeição para os frades, deparou-se com os grandes cestos todos vazios na despensa. Olhou, voltou a olhar e constatou o fato sem saber o que fazer. Ficou apavorado. Indo falar com o então Frei Antônio, este lhe disse: volte à despensa, confie em Deus. Ao voltar, encontrou os cestos repletos de tantos pães que pôde servir, com fartura, aos frades e aos pobres.
Este fato é recordado até hoje com muita admiração pelo povo, com os costumes acima descritos e ainda por associações de caridade com o título de “Pão de Santo Antônio”.
De fato, Santo Antônio desejoso de imitar em tudo a bondade de Jesus, não se esquecera nunca das palavras registradas no evangelho de São Mateus: “Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era forasteiro e me acolhestes, estava nu e me vestistes, doente e cuidastes de mim, na prisão e fostes me visitar” (Mt 25,35 - 36).
Lembremo-nos que Jesus também matou a fome de muita gente, como nas multiplicações de pães e dos peixes, como relatado pelos quatro evangelistas (cf Mt 14, 13 -21; Mc 6, 35- 44; Lc 9, 10 - 17 e Jo 6,5 - 15). Em todos estes trechos, Jesus se serve de outras pessoas, no caso os Apóstolos, para distribuir os pães aos famintos.
Jesus, porém, não fez o bem apenas às pessoas de sua época, mas continua com a mesma atitude de bondade através da história, servindo-se dos seus discípulos de todas as épocas para praticar e para ensinar a lição do amor ao próximo.
O exemplo de Santo Antônio continua vivo animando os homens e mulheres do nosso tempo, às vezes tão marcados pelo egoísmo, a abrir mão de parte do que cada um tem, em benefício daqueles que nada têm ou não têm o suficiente para viver; e ainda a lutar para a transformação desta sociedade em mais justa, fraterna e solidária.
Neste Ano Santo Extraordinário, a vida de nosso Padroeiro se traduz em força para a vivência das Obras de Misericórdia espirituais e temporais em nosso caminhar rumo ao céu.
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora
Eucaristia: Alimento de uma Igreja sempre em missão
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- Quarta, 25 Maio 2016 13:58
A expressão Corpus Christi, que vem do latim e significa “Corpo de Cristo”.
A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia, o Sacramento do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Acontece sempre em uma quinta-feira, lembrando a Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento.
Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele tomou o pão e disse: “tomai todos e comei, isto é o meu corpo que será entregue por vós.” Do mesmo modo, ao fim da ceia, tomou o cálice com vinho e disse: “tomai todos e bebei, este é o cálice do meu sangue que será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados.” Em seguida disse ainda: “fazei isto em memória de mim.”“ O que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia, porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente” (Jo 6, 55-59).
Através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para a caminhada. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós.
A celebração de Corpus Christi consta de uma Missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.
A procissão lembra a caminhada do povo de Deus peregrino em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto.
A festa de Corpus Christi amplia para a cidade a intimidade da mesa eucarística que congrega os amigos de Cristo. Por um dia se realiza, simbolicamente, o sonho de fraternidade que o Evangelho continua a propor como a vocação que deve inspirar todo projeto da sociedade.
Como Evangelho, a Eucaristia é semente que pede para nascer e desabrochar em frutos. Tem a força de provocar consequências, que estão além das causas humanas envolvidas em sua confecção. A Eucaristia é pão e vinho, mas com um fermento diferente. A tradição até coloca que deveria ser pão sem o costumeiro fermento, porque o dela é a força de Deus.
A celebração de Corpus Christi quer nos levar ao compromisso com a festa da partilha, para que o alimento que existe no mundo chegue à mesa de todos, para que a vida aconteça. Isto se dá quando acontece a partilha e não a acumulação: “Todos comeram e ficaram saciados.”
Mons. Luiz Carlos de Paula
Pároco da Catedral Metropolitana
Maio, mês de Maria
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- Terça, 17 Maio 2016 12:19
Na luz do Cristo Ressuscitado, o eterno vencedor, caminhamos no mês de maio com Maria, Mãe de Deus e nossa, preparando-nos para a grande celebração de Pentecostes, festa do Espírito Santo. Começamos o mês celebrando o Dia do Trabalhador, agradecendo a Deus o dom do trabalho e suplicando a Ele, por intercessão de São José, o operário de Nazaré, que em nossa sociedade todos possam ter trabalho e salário dignos.
Celebrando o mês de Maria, mãe de todas as mães, vivemos momentos fortes da devoção mariana: Festa de Nossa Senhora de Fátima, de Nossa Senhora Auxiliadora e Nossa Senhora da Visitação.
Num gesto de gratidão e ternura, lembramo-nos de todas as mães, trazendo em sorrisos e palavras o sentimento dessas mulheres tão especiais.
No mês de maio, a devoção mariana aflora de forma mais intensa no coração do nosso povo católico: cânticos, ladainhas, coroações, procissões, terços e outras manifestações carinhosas dos filhos para com a nossa Mãe do céu.
O verdadeiro devoto de Maria reconhece o seu amor manifestado na sua intercessão contínua junto a seu Filho Jesus em nosso favor e no esforço que devemos ter em imitar as suas virtudes.
Mons. Luiz Carlos de Paula
Pároco da Catedral Metropolitana