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Campanha Eleitoral

BANNER ELEIÇÕES 2024 AZULNão podemos esperdiçar os espaços onde é possível formar a consciência cívica, social e religiosa das pessoas, nos diversos aspectos da vida humana. O voto é um dos atos sagrados na vida dos cidadãos, porque expressa atitude de liberdade e de responsabilidade para com a sociedade. É questão de compromisso com o verdadeiro sentido e a qualidade de vida de todos, no espaço de convivência.

Dizemos que é o Senhor quem sustenta a vida humana. Mas Deus espera das pessoas atitudes que geram harmonia social e vida digna, que só acontecem quando todos assumem juntos o que é necessário para essa realidade. Significa deixar de lado as paixões vazias, causadoras de votos interesseiros, para viver o amor e a fraternidade, contribuindo com o bem de todos.

Votar no “meu” candidato pode não ser a melhor opção no momento, aquela que deveria beneficiar a todos. O voto deve estar acima de qualquer interesse particular porque, na visão bíblica, “o primeiro na comunidade deve ser o servo de todos” (cf Mc 9,35). Não servo de um interesse excludente, que não beneficia a maioria. O poder político não pode ser campo de vaidade, mas de serviço.

No campo político podemos identificar duas formas de agir: ou prática de justiça, de forma sábia, ou de injustiça, dolosa. Tudo aqui depende da identidade pessoal, tanto do candidato a ser eleito, como daquele que vota, poque exige de ambos, responsabilidade. A hora é de colocar em prática a sabedoria divina, que é “pura, pacífica, modesta, conciliadora, misericordiosa e gera bons frutos” (Tg 3,17).

Os comícios e contatos corpo a corpo marcam a Campanha Eleitoral, mas não basta para conhecer bem o perfil do candidato, principalmente daquele que aparece apenas nesses momentos. Olhar também a história de sua vida pregressa, como age na comunidade, na família, nos negócios etc. Há um ditado popular que diz assim: “Quem é falso no pouco, será também no muito”.

Jesus é exemplo de um bom candidato, porque doa sua vida até a cruz. Ele não tinha pretensões ambiciosas e nem interesse por vultosos salários. Alguns dos discípulos não entenderam a política de Jesus e discutiam para saber quem seria o maior entre eles. Isto é o perigo do mal político, porque olha para si e não para as necessidades da comunidade, e será um prejuízo para todos.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba

Esperança na Palavra

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Setembro, Mês da Palavra, da Bíblia, onde é possível encontrar uma fonte genuína para a vida cristã, que faz reflorescer a esperança, fundamentada na fidelidade aos critérios de autenticidade no cumprimento dos mandamentos do Senhor. A Palavra de Deus ajuda a pessoa fazer seu discernimento diante das propostas atuais da sociedade, num confronto entre leis do mundo e Lei de Deus.

Por indicação do Papa Francisco, em 2025 teremos o Jubileu do Ano Santo, com tema sobre a esperança, aquela que nunca decepciona. Ela está fundamentada na veracidade da Palavra da bíblia, num caminho direcionado para a terra da promessa, que não deixa de ser, a eternidade em Deus. Mas para isto é necessário colocar em prática a Lei divina, contida nos mandamentos do Senhor.

A prática concreta da esperança é como um verdadeiro dom, vindo do céu, porque ela expressa bem o querer generoso de Deus para com a pessoa que a busca no fundo de seu coração. O fundamento da esperança está contido na força viva da Palavra de Deus, no encontro com a Pessoa de Jesus Cristo e na sensibilidade para com as realidades inerentes próprias do Reino de Deus.

A palavra de esperança é a Palavra de Deus, inspirada do alto, por força do Espírito do Senhor e praticada pelos que a seguem na ação do cotidiano. Um conteúdo que seja frequentemente lido, escutado, refletido e vivenciado como segurança no caminho de encontro com Deus. O fundamental é deixar-se influenciar por ele e, nas suas motivações para uma vida de fraternidade e amor ao irmão.

As grandes controversas da vida não podem levar as pessoas a cair no desespero, na perda de esperança e desconfiança em relação à Palavra de Deus. E também, não é saudável a atitude de rigorismo na interpretação da Palavra, numa leitura ao “pé da letra”, com frases fora do contexto. Usando as palavras do apóstolo Paulo, dizemos: “A letra mata, o Espírito é que dá vida” (II Cor 3,6).

O valor da Palavra, que produz esperança, é criticado pelo profeta Isaías e citado no Evangelho de Marcos: “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Mc 7,6). É o perigo de uma religião apenas de aparência e sem base sólida capaz de assegurar a verdadeira esperança. O bem e o mal veem do coração da pessoa. Tudo depende de discernimento.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba

Vocação como Dom e Serviço

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O mês de agosto é Mês Vocacional. E somos convidados a rezar por todas as vocações eclesiais: a ministerial, a matrimonial, a religiosa e a laical.

O primeiro domingo é dedicado à Vocação ao Ministério Ordenado e suplicamos ao Supremo Pastor que conceda aos sacerdotes e diáconos fidelidade e perseverança no ministério.

O segundo domingo é dedicado à Vocação Matrimonial e rezamos para que os casais perseverem unidos no amor mútuo, junto dos filhos.

No terceiro domingo comemoramos a Vocação Religiosa e pedimos copiosas bênçãos de Deus para as pessoas que assumiram a missão de evangelizar através da vivência pessoal e comunitária dos votos evangélicos de pobreza, obediência e castidade.

No quarto domingo comemoramos a Vocação Laical e somos convidados a reconhecer com gratidão a importância da missão do cristão leigo e leiga na Igreja, sobretudo como catequista.

Vocação é Dom e Serviço. E Jesus é o modelo de toda vocação.

Vocação é Dom porque sua origem está em Deus, e não no homem; e Deus chama não por merecimento do homem, mas por pura bondade d’Ele. Deus nos ama e, porque nos ama, nos chama para cooperar com Ele na Obra da Criação e da Salvação.

Vocação é Serviço porque não visa status, promoção, fama, poder, riqueza, prazer, vantagens humanas. Deus nos chama para servir: servir a Ele na pessoa do próximo, fazendo-se próximo de todos, especialmente dos pobres e pecadores, dos que vivem nas periferias geográficas e existenciais.

Jesus é Modelo de Vocação como Dom e Serviço. Ele passou a vida fazendo o bem a todos, sobretudo às pessoas mais necessitadas de sua ajuda material e espiritual. Sendo Senhor e Mestre, na última Ceia, Jesus lavou os pés dos discípulos para ensinar que Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar Sua vida em resgate de muitos.

A Igreja continua a missão de Jesus, mas é discípula e servidora.

O cristão é discípulo missionário de Cristo, como a Igreja e enquanto Igreja.

Portanto, quatro são os pilares da missão do cristão, enquanto dom e serviço:

– Servir ao Senhor com alegria (Sl 99,2), na alegria do Evangelho;

– Servir uns aos outros no amor (Gl 5,13): amor afetivo e efetivo;

– Servir sem temor todos os dias da vida até a morte (Lc 1,75);

– Servir ao Senhor na provação (Eclo 2,1): dos ídolos e idólatras.


Dom Antônio Carlos Félix
Diocese de Governador Valadares

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