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AVÓS: PAIS E MÃES QUE ALCANÇARAM A MATURIDADE DO AMOR!

1658399742.7439“Os filhos dos filhos são uma coroa para os idosos, e os pais são o orgulho de seus filhos.” (Prov 17, 6)

Há em cada avô e avó um legado a ser transmitido, uma história de vida onde as lutas para alcançar a vitória foram árduas e sofridas, mas que contêm ricos ensinamentos a serem transmitidos às futuras gerações. A convivência entre avós e netos colabora de forma salutar com o desenvolvimento intelectual e social das crianças assim como dá oportunidade aos avós de perceberem que são úteis e importantes na transmissão da história familiar aos seus descendentes. Mudou-se muito a visão da sociedade em relação aos idosos. Cada vez mais ativos, interagem de forma espetacular com a moderna tecnologia, acompanham o desenvolvimento da história e auxiliam de forma ímpar os filhos nos cuidados com os netos.

Quantos são os avós que se desdobram, com carinho e boa vontade, fazendo todo o trajeto escola, casa, aulas diversas, atividades extracurriculares, levando os netos aos compromissos onde os pais não conseguem, pois estão no trabalho diário para prover o sustento da casa! Inúmeros são os que assumem totalmente o cuidado das crianças quando os pais, por motivos variados, não conseguem fazê-lo. Avós e avôs que continuam trabalhando para ajudar no provento da casa dos filhos, e o fazem cheios de alegria por serem úteis e poderem realizar essa tarefa.

Os vovôs e vovós são pais e mães que alcançaram a maturidade do amor e amam sem medida, sem fazer esforço e com uma alegria contagiante, como se os seus netos fossem sempre os mais bonitos, cheirosos e amados do mundo todo (e são mesmo!). É na casa dos vovôs que as crianças descobrem o que os pais fizeram de ‘arte’, ouvem as histórias da infância deles e outras histórias tantas que só os avôs e avós têm paciência e tempo para contar. E, normalmente, é com os avós que as crianças recebem o legado espiritual da fé!

No terço que a vovó e o vovô rezam juntos, nas orações antes das refeições e antes de dormir, nas imagens de Santos e Santas que eles têm em casa e que despertam a curiosidade dos pequenos; nesses detalhes bem visíveis a criança desperta para a fé e, esperta, começa a questionar e, assim, vai crescendo também na vida espiritual. Ao comemorarmos Santa Ana e São Joaquim, pais da Virgem Maria e avós de Jesus, lembremos de todos os vovôs e vovós, bem como de todos os idosos que, antes de nós, se dedicaram no cuidado da família, para que hoje pudéssemos nos dedicar à nossa.

A transmissão da fé se dá de geração em geração e é uma herança divina que os avós recebem, portanto, filhos e filhas, não permitam que a modernidade da sua vida impeça seus pais de dar frutos para Deus, de contarem sobre a vida de seus antepassados aos seus filhos: isso é um tesouro de valor inestimável, a transmissão do conhecimento da história daqueles que vieram muito antes de nós. Pelo poder do Espírito Santo que habita em seus corações, vovôs, vovós, filhos e filhas, estejam sempre abertos às obras poderosas do Senhor! Seus descendentes necessitam do que vocês têm a oferecer; quem transmite conhecimento, doa-se; quem os recebe, preenche as lacunas de sua própria história. Os avós criam memórias que o coração guarda para sempre!

Dom Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)

Testemunhos autênticos

pedroepauloOs apóstolos, Pedro e Paulo, constituem personalidades históricas e bíblicas, pilares da Igreja, interpretados verdadeiros sustentáculos do cristianismo nascente até hoje. Eles tiveram como marca indelével um autêntico e profundo testemunho de vida cristã e missionária. Cada um deles teve específica missão. Pedro, mais ligado à instituição Igreja; Paulo, no aspecto mais missionário.

Os dois apóstolos enfrentaram período de forte perseguição à Igreja nascente. A fé cristã era objeto de conflito, provocado pelos Imperadores romanos, porque eles se consideravam os detentores do poder, humano e divino. O cristianismo provocava desconforto para o poder do tempo. Não só Pedro foi crucificado e Paulo degolado, mas muitos outros cristãos também foram martirizados.

Olhando para aquele período da história do cristianismo, o testemunho de autenticidade dos cristãos e da fé em Deus, era uma realidade evidente. Não tinham medo de anunciar Jesus Cristo como único Deus e como autêntica autoridade, acima do poder do Rei ou do Imperador. Pela solidez da fé dos cristãos, o confronto era radical, com consequências imprevisíveis e a morte, impiedosamente.

O interessante é que a perseguição e ameaças políticas, não impediram o anúncio da Palavra e nem a expansão da Igreja, que ia se fortalecendo cada vez mais, porque Deus estava com ela. O tempo foi de muito sofrimento, mas também não deixou de ser momento de coesão e fortaleza dos agentes da fé cristã de então. Hoje a Igreja necessita de testemunhos autênticos e de modelos de santidade.

A atual cultura não é muito diferente daquela dos inícios da Igreja. Parece faltar uma convicção mais profunda sobre a identidade de Jesus e de sua Igreja. Podemos até dizer que a perseguição atual não vem só de fora, mas dentro dela mesma, talvez por falta de um real sentido de pertença. É como estar na Igreja, mas a Igreja não está dentro da pessoa e se julga no direito patente da verdade.

Jesus deposita confiança em Pedro e em Paulo. Parece faltar essa mesma confiança hoje. Até dizemos: “Em quem confiar!”. Com isto fica muito fragilizado o testemunho dos cristãos para uma cultura secularizada e sem autêntico compromisso com Deus. Necessita-se de estabilidade institucional como em Pedro e mobilidade missionária como em Paulo. Há necessidade de autênticos cristãos para hoje.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba

A FORÇA DA FÉ NA VIDA DA COMUNIDADE CRISTÃ!

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Diante dos acontecimentos climáticos extraordinários que atingiram o nosso Estado do Rio Grande do Sul, podemos estar chocados com o impacto dos danos, em muitas localidades e cidades, deixando um rastro de destruição que atingiu a natureza, ceifou vidas, destruiu casas, empresas e também parte da infraestrutura rodoviária e ferroviária, que são de importância fundamental para a assistência aos desalojados, para a reconstrução das instituições que serviam às comunidades, e a retomada das atividades econômicas.

Através de um esforço conjunto entre os governos, as empresas, as instituições e a corresponsabilidade coletiva, poderemos abreviar o tempo da angústia, do medo, da dor e da incerteza, que hoje aflige milhares de pessoas vitimadas por essa tragédia, e gostariam de refazer a vida ou retomar o cotidiano da vida, onde for possível. Toda esta realidade que nos feriu de forma coletiva está sendo amenizada, na questão humanitária, pela resposta solidária que envolveu instituições civis e religiosas, empresas e poder público. Uma ação solidária que ultrapassou as fronteiras do Brasil, porque a tragédia chamou a atenção também da mídia internacional pela sua magnitude.

Por isso, se faz necessário mantermos aberta a porta do coração para a ação solidária, tendo presente que na medida em que as águas dos rios retornam ao seu leito, nos deparamos com a lama e a destruição das casas e de toda uma realidade que fazia parte da vida das pessoas nas suas comunidades. O sentido de pertença a uma comunidade tem um significado importante para as pessoas, porque é na família e na comunidade, “família alargada”, que vivemos as alegrias, as dores, as desilusões, as provações e celebramos a nossa caminhada de fé, que alimenta a esperança e dá um novo significado à vida, dom de Deus, mesmo quando ela está ferida. A luz do Ressuscitado abre aos homens e mulheres de fé novos horizontes, que lhes oferece a possibilidade de encontrar um novo sentido em tudo aquilo que acontece ao longo da vida.

A Igreja, comunidade de fé, tem como missão anunciar o Reino de Deus ao mundo. Podemos dizer que é uma missão sublime, mas, ao mesmo tempo, árdua; na qual os discípulos devem empenhar as próprias forças, sem desprezar a graça de Deus: “Não tenhais medo, porque eu estarei contigo e ninguém procurará fazer-te mal” (At 18,9-10). A promessa de Jesus Ressuscitado, feita aos discípulos que iniciam o anúncio e a missão junto às primeiras comunidades, não pode ser esquecida pela comunidade cristã: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 1,22,23). É com essa confiança, de que o Senhor caminha conosco, que iremos ajudar as pessoas a reconstruírem suas vidas, também no sentido de comunidade de fé, tendo presente que a Igreja, mesmo sendo uma comunidade ferida e frágil, é, ao mesmo tempo, portadora de uma mensagem de esperança para todos os seus filhos. Todos os fiéis podem encontrar na Igreja um espaço de crescimento espiritual, porque esta não é constituída por uma elite de puros, mas é uma comunidade de “feridos”, que acolhem e caminham para a santidade na casa do Pai.


Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

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