Ensina com amor
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- Quarta, 16 Março 2022 10:20
Na quaresma, a Igreja católica promove a Campanha da Fraternidade propondo a conversão pessoal e social de uma realidade marcada pelo pecado, nas suas expressões de injustiças, omissões e opressões, para uma sociedade fraterna. Em 2022 reflete-se sobre a educação, na certeza de que ela é indispensável para a construção de um mundo mais justo e fraterno. A realidade da educação no Brasil, especialmente marcada pelo flagelo da pandemia da COVID-19, exige uma mudança de mentalidade, reorientação da vida, revisão das atitudes e busca de um caminho que promova o desenvolvimento pessoal integral, a formação para a vida fraterna e para a cidadania.
Esta é a terceira vez que a CNBB aborda essa temática na Campanha da Fraternidade, agora, incentivada pelo Pacto Educativo Global proposto pelo Papa Francisco. Este, visa uma educação humanizada que contribua na formação de pessoas abertas, integradas e interligadas, que sejam capazes de se preocupar, também, por difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza. Urge reaprender a amar, a perdoar, a cuidar, a curar, a dialogar e a servir a todos. Essa conversão para a fraternidade somente será possível à medida em que Cristo, que nos liberta do egoísmo, for tudo em todos (1Cor 15,22).
O número 22 do texto-base da Campanha da Fraternidade expressa essa relação entre Cristo e a educação que se propõe neste momento de crise: “Educação não é condicionamento ou adestramento. É conduzir e acompanhar a pessoa para sair do não saber, rumo à consciência de si mesma e do mundo em que vive. É tornar a pessoa consciente, para que se torne sempre mais sujeito de seus sentimentos, pensamentos e ações. Isso vale tanto para crianças como para adultos, uma vez que a própria vida se encarrega de nos trazer oportunidades de aprendizagem em qualquer etapa. Uma pessoa se torna sujeito na medida em que pode dialogar com outras, percebendo que é levada a sério, que é escutada e amada”.
Enfim, a Campanha da Fraternidade destaca dois aspectos fundamentais: o valor da pessoa como princípio da educação e o sentido do ato de correção, que é conduzir ao caminho reto. Não é repressão, mas é orientar a pessoa no caminho de uma vida transformada, verdadeiramente convertida à luz da verdade. Essa consciência de que há uma emergência educativa em nosso mundo, e especialmente no Brasil, reflete bem o que escreveu o Papa Francisco na Laudato Sí, apelando para uma conversão de vida: “a educação será ineficaz e os seus esforços estéreis, se não se preocupar também por difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza» (n. 215).
A Campanha da Fraternidade 2022 expressa o empenho por uma educação humanizadora capaz de ensinar com amor, como preconizou Hannah Arendt: “a educação é o momento que decide se nós amamos suficientemente o mundo para assumir a responsabilidade e assim salvá-lo da ruína, que é inevitável sem a renovação, sem a chegada de novos seres, de jovens”.
Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)
Rumo ao Centenário Diocesano
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- Quinta, 03 Março 2022 12:00
Iniciamos, no último dia 1º de fevereiro, durante Santa Missa na Catedral Metropolitana, o segundo ano preparatório para a celebração dos cem anos da nossa Diocese. Se Deus quiser, no dia 1º de fevereiro de 2024, nós estaremos celebrando esta grande festa de ação de graças.
No ano passado nós fomos guiados e inspirados pela figura de São José, porque era Ano Josefino instituído pelo Papa Francisco, e nós tivemos oportunidades de fazer muitas lives, encontros, reflexões, celebrações, sempre olhando a figura do pai legal de Jesus como um mediador, como um símbolo do amor de Deus para conosco, para com a humanidade. Nós descobrimos em São José uma fé extraordinária. Nós não temos nenhuma palavra dele na Bíblia, mas a sua pessoa e tudo aquilo que a Bíblia diz a seu respeito são uma pregação eloquente.
No momento em que iniciamos o segundo ano do triênio, invocamos Santo Antônio de Pádua, o nosso querido padroeiro, padroeiro da cidade de Juiz de Fora, do nosso Seminário, da Catedral, da nossa Arquidiocese. Ele vai nos guiar pelo seu exemplo, pela sua pregação; ele, que é chamado de Doutor do Evangelho e foi o primeiro teólogo da ordem dos franciscanos, vai nos guiar. Nós queremos ter os olhos voltados, este ano, para a sua figura, para que ele possa despertar em nosso coração sempre uma fé mais profunda, um amor mais intenso, uma consciência de Igreja mais viva em cada mente, em cada comunidade, em toda a nossa Igreja Particular.
Convoquei os padres e diáconos para que durante todo este ano tivessem o cuidado de se referirem a Santo Antônio nas pregações, nas homilias, nas reuniões, e que cada igreja tivesse uma imagem ou um pequeno altar para o santo, com a frase “Santo Antônio, sede nosso guia sinodal rumo à celebração dos cem anos da nossa Igreja diocesana”. Nós estamos na caminhada sinodal, nosso sínodo segue vivamente com o lema ‘Proclamai o evangelho pelas ruas e sobre os telhados’. Santo Antônio é, para nós, um modelo de missionário, que ajuda a nossa Arquidiocese a desempenhar a missão de ser aquela que leva Jesus para todos e traz todos para Jesus.
Neste momento arquidiocesano de caminhada para a celebração dos cem anos, peçamos a Nosso Senhor que aumente em nosso coração o dom da fé. Peçamos também a misericórdia, a bondade; a bondade que Deus tem para conosco tenhamos também para com todos. Formamos na Arquidiocese uma grande família e assim queremos caminhar rumo à festa que estamos preparando.
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora
Sacramentinos entre nós
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- Terça, 25 Janeiro 2022 11:08
A Arquidiocese de Juiz de Fora se alegra ao receber a Congregação dos Padres Sacramentinos em seu recinto. Depois dos trâmites canônicos, com o pedido formal e os compromissos pastorais na Igreja local, sua acolhida e instalação se deu no dia 22 de janeiro do corrente ano de 2022, com solene Missa no Cenáculo São João Evangelista, no centro da cidade. Ficamos agradecidos à Província Nostra Domina Guadalupensis (Brasil-Argentina-Chile) por ter escolhido nossa Igreja juiz-forana para a fundação dessa nova casa religiosa e selecionado o nosso Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (SASA), conveniado com a UniAcademia, para a formação filosófica de seus noviços.
Após mais de 70 anos da feliz presença das Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento no referido Cenáculo, promovendo a Adoração Perpétua, divulgando o amor à Eucaristia em nossa cidade e em toda a redondeza, a vinda do ramo masculino dos filhos de São Pedro Julião Eymard constitui um enriquecimento na obra evangelizadora e santificadora dessa Igreja Particular. Nós os acolhemos em nossa caminhada Sinodal, uma vez que estamos em pleno e vivo andamento do nosso II Sínodo Arquidiocesano, iniciado em 2019, cujo lema é: “Proclamai o Evangelho pelas Ruas e sobre os Telhados”.
Nós os recebemos, com satisfação, em nossos ideais de ser uma Igreja cada vez mais missionária, uma Igreja em Saída, na expressão de nosso amado Papa Francisco, tendo escolhido para nosso lema geral “Arquidiocese de Juiz de Fora, uma Igreja sempre em Missão”. Nós os acolhemos também em nosso tríduo anual preparatório para a celebração dos cem anos da criação dessa Diocese, que pretendemos comemorar no dia 1º de fevereiro de 2024. Tendo já percorrido o primeiro ano dedicado a São José, estamos para iniciar, no dia 1º de fevereiro próximo, o segundo ano preparatório, desta vez dedicado ao nosso glorioso Padroeiro, Santo Antônio. O ano que vem será dedicado à Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, a quem queremos consagrar solenemente a nossa Arquidiocese, escolhendo, inclusive, uma de suas invocações como Padroeira Arquidiocesana.
Os ideais de São Pedro Julião Eymard, o Apóstolo da Eucaristia, estão bem consonantes com nossos propósitos pastorais, uma vez que as duas congregações que fundou na França – a saber, a Congregação dos Padres Sacramentinos, em 1856, e das Irmãs Servas dos Santíssimo Sacramento, em 1859 – estão hoje espalhadas pelo mundo inteiro numa grande ação missionária de levar Cristo às pessoas e as pessoas a Cristo. São muito atuais as palavras de São Pedro Julião Eymard quando disse: “Refleti muito sobre os remédios para vencer a indiferença universal que se apodera de tantos homens, e encontrei somente um: a Eucaristia, amor a Jesus eucarístico. A perda da fé provém da perda do amor”. Se estas palavras eram importantes no século XIX, continuam atualíssimas, pois vemos o indiferentismo religioso e o desamor crescendo, em detrimento da pessoa humana, num movimento enganoso de tentar eliminar Deus da vida dos seres humanos, através de uma antropologia puramente imanente, materialista, com desprezo total dos valores transcendentais.
Queremos acolher com grande satisfação os Padres Elissandro Santos de Santana e o Padre Jésus Mateus de Oliveira, que são os primeiros que aqui desempenharão sua missão Sacramentina, seja nas funções internas da Comunidade Religiosa, sendo Padre Jésus Mateus como Superior da Casa e Padre Elissandro como formador, seja nas funções pastorais para as quais hoje os designamos. Por indicação do Superior Provincial, Padre Marcelo Carlos da Silva, nomeamos Padre Elissandro como Capelão desse Cenáculo e Padre Jesus Mateus como seu auxiliar.
Em nome de toda a nossa Arquidiocese, em nome de nosso Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, os declaramos instalados e integrados à vida e à missão pastoral de nossa Igreja Particular Arquidiocesana. Sejam bem-vindos, irmãos, para essa missão eucarística entre nós e conosco.
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora
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