O Natal nos ensina a viver
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- Quinta, 29 Dezembro 2022 11:59
O Natal é a festa da união do Céu com a Terra. É a festa do olhar de Deus para a humanidade. Além disso, cabe-nos dizer que o Natal tem origem na Santíssima Trindade. Afinal, dela vem o Espírito Santo para fecundar o seio de Maria; dela é que nasce Jesus em Belém, Verbo que se fez carne, para ser o nosso Salvador.
Observemos ainda que, na festa do Natal, o número três sempre está evidente. Olhemos para o presépio: ali, nós encontramos três elementos, alguns bíblicos e outros acrescentados pela fé e piedade do povo. Esses acréscimos, contudo, não contradizem o enunciado bíblico.
Primeiramente, encontramos, na gruta de Belém, José, Maria e o Menino: os três personagens principais da história da Salvação, sendo o Menino o centro de tudo. Ele é a luz que veio brilhar nas trevas, como afirma São João no começo do seu evangelho. “A luz brilhou nas trevas e as trevas não conseguiram dominá-la” (cf. Jo 1,5). A gruta certamente estava na escuridão quando José e Maria chegaram para que ela pudesse dar à luz. Certamente houve o acendimento de alguma chama, alguma candeia que teria sido preparada para o momento. A luz brilhou nas trevas, mas a luz verdadeira era aquela que vinha do céu: o Filho de Deus feito homem.
A piedade popular diz que eram três os pastores, como, geralmente, encontramos no presépio, um com a flauta, outro com as frutas e outro com o cordeiro, que vão oferecer ao Menino Jesus. Também quando contemplamos os magos, a Sagrada Escritura não diz o número deles, mas aos poucos o povo vai venerando-os como três pessoas, por causa dos três presentes – ouro, incenso e mirra. Ademais, três são os elementos presentes naquela noite na gruta de Belém: os anjos, as pessoas humanas e os animais, sobretudo o rebanho, que depois vai servir de comparação para Jesus dizer “Eu sou o pastor do rebanho, as minhas ovelhas conhecem a minha voz” (cf. Jo 10,27).
Nós encontramos, ainda, três outros elementos importantes no presépio: a luz anunciada por João, a Palavra anunciada pelos anjos e a divulgação dos fatos feita pelos pastores. Esses elementos nos conduzem a pensar o que deve significar o Natal para cada um de nós.
Em primeiro lugar, o Natal nos ilumina. Sua luminosidade nos invade. É uma festa de luz, por isso se multiplicam as luzes dos enfeites, das igrejas, casas, cidades e das árvores de Natal. São imagens que recordam que a verdadeira luz é Jesus. Portanto, a primeira atitude do cristão no Natal é deixar-se envolver pela luz que é Jesus. A luz do seu olhar, a luz do seu rosto, a luz das suas palavras, a luz da sua vida, as luzes das suas ações miraculosas devem nos envolver.
Em segundo lugar, nós devemos imitar os pastores e os magos e ir ao encontro do Menino Deus. É uma atitude que deve acontecer sempre, todos os dias. Nos momentos difíceis da nossa vida, Ele é Aquele que veio para nos salvar e também para nos aliviar. Está escrito no evangelho de Mateus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (cf. Mt 11,28-29). Mas não devemos procurá-Lo somente nos momentos difíceis, pois seria uma ingratidão irmos a Ele nestas horas e depois nos esquecermos de sua existência.
Em terceiro lugar, fazer aquilo que os pastores fizeram: anunciar Jesus aos demais. O Papa Francisco tem nos lembrado que a Igreja tem a missão de sair, de ser sempre missionária. É preciso anunciar Jesus neste mundo que muitas vezes quer combatê-Lo. Ele é o centro da festa do Natal. Dá-se muitos presentes, mas se esquece do principal presente que veio do céu, que é Cristo. Preocupa-se com ceias, mas se esquece que o nosso alimento é Jesus. Ele nos alimenta pela Palavra, pela Eucaristia, pela caridade que praticamos, pela paz que semeamos.
Por fim, com o Natal aprendemos que há coisas que são sagradas: que há um homem que é diferente de todos, que é Jesus; que Maria é diferente das mulheres, que embora seja igual no seu corpo e na sua psique, é diferente porque Deus a escolheu para ser a mãe do Salvador e não teve pecado. O Natal nos ensina o respeito do amor pelas coisas de Deus e nos impulsiona a anunciar como os pastores anunciaram, como os reis anunciaram e como os discípulos futuramente irão anunciar, que Jesus nasceu em Belém, nos ensinou o caminho do céu, deu a sua vida por nós e nos ensina a viver.
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora
Em mensagem de Natal, presidente da CNBB motiva trilhar o caminho da reconciliação
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- Sexta, 23 Dezembro 2022 11:51
“Todos busquem trilhar o caminho da reconciliação considerando os ressentimentos que ficaram em razão, principalmente, de divergências políticas”. Essa é a proposta de exercício espiritual para o Natal deste ano feita pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, em mensagem divulgada na última quarta-feira, 21 de dezembro.
Dom Walmor afirma que o tempo do Natal “oferece-nos neste ano um especial convite que é verdadeiro exercício espiritual”, nessa perspectiva da reconciliação.
"Cada um possa reconhecer neste tempo do Natal que Jesus nasce para todos, independentemente, das convicções políticas, pois cada pessoa é filho e filha de Deus. Somos, pois, igualmente irmãos e irmãs um dos outros, devemos ser corresponsáveis pela vida de cada um e de cada uma”, afirmou.
Por esse motivo, dom Walmor indica que cada um evite investir energia em pontos de divisão: “ao contrário, exercite o amor ao próximo, procure aqueles que com os quais rompeu laços fraternos e juntos façam a caridade dedicando gestos solidários aos que sofrem mais. Não ofenda, não revide, não instigue brigas, viva cada dia como oportunidade para o exercício da fraternidade”.
Confira o vídeo na íntegra:
Fonte: site da CNBB
Novena de Natal
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- Terça, 13 Dezembro 2022 12:00
“Deus nos chama e envia em missão”
É muito importante durante o período do Advento que nos preparemos bem para celebrarmos o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma das maneiras de nos prepararmos bem para acolher Nosso Senhor que chegará no Natal é realizando a novena de Natal.
A novena de Natal pode ser realizada em família, em comunidade ou entre vizinhos e amigos. Pode ser rezada nove dias antes do Natal, de 15 a 23 de dezembro, ou ao longo do período do Advento, de acordo com a necessidade do grupo. A novena de Natal nos introduz no mistério da história da salvação e como Deus se fez um de nós para nos salvar. Jesus Cristo é o verbo encarnado, ou seja, a Palavra que se fez carne.
A partir da opração da novena de Natal, somos convidados a ser como João Batista, ou seja, anunciar aos outros que o Reino de Deus está próximo de nós e temos que estar preparados para acolher esse reino. Ser como Maria que, após o anúncio do Anjo, foi correndo ao encontro de sua prima Isabel para socorrê-la. Temos que levar aos outros a alegria de ter Jesus Cristo conosco.
Participemos com fé e entusiasmo da novena de Natal, na esperança do Senhor que vem. A novena de Natal pode ser um momento para a família se reunir, conversar um pouco e rezar junto. Devido à correria do dia, com trabalho, estudo e outros afazeres, nem sempre a família consegue se reunir para conversar, e a novena de Natal é uma oportunidade para a família se reunir e rezar. É uma oportunidade de aproximar mais as famílias e celebrarem com mais alegria o Natal.
Para rezar a novena de Natal pode preparar uma mesa com uma toalha, acender uma vela ou a coroa do advento, se tiver em casa. À medida que vão passando os encontros, nos aproximamos do mistério do Natal. Contemplamos os últimos dias da gravidez de Nossa Senhora e observamos a fé de São José. Somos convidados a nos espelhar na Sagrada Família de Nazaré e que o nosso lar esteja preparado para o encontro do Senhor que virá.
Em alguns lugares o último encontro da Novena de Natal é realizado na paróquia, ou mesmo que já tenha realizado em casa, é o momento propício para participar do encerramento da novena na paróquia. O encerramento sempre acontece uns dias antes da véspera de Natal e é um momento de oração e confraternização entre a comunidade.
Durante a reza da novena de Natal, priorize as crianças para que elas participem dos encontros, fazendo alguma leitura, acendendo as velas, ou só mesmo participando. Seria interessante uma criança da família colocar o menino Jesus no presépio na noite de Natal, pois a pureza das crianças nos aproxima de Jesus.
Adquira o livro da novena de Natal na secretaria de sua paróquia e reúna a sua família ou um grupo de amigos e inicie a reza da novena, ou inicie até ao dia 15, indo direto até o dia 24/12.
Somos chamados e enviados por Deus a anunciar Jesus Cristo para as pessoas, do mesmo modo que João Batista fez no deserto. Durante o tempo do Advento, celebramos duas realidades: o Senhor que veio uma vez através de seu nascimento no Natal e aguardamos o Senhor que virá uma segunda vez, que não sabemos quando será. Todos os batizados são testemunhas de Jesus Cristo e chamados a preparar o coração das pessoas para acolher o Senhor que vem.
Nesse período da novena de Natal, intensifiquemos as nossas orações e rezemos não só por nossas famílias, mas pelas famílias do mundo inteiro. Precisamos de muita paz, vivemos tempos difíceis e muitas famílias não poderão celebrar o Natal alegremente. Rezemos para que o nascimento de Jesus traga alegria e paz para todos e que através do nascimento de Jesus todos os povos se unam e construam “pontes” de amor e de paz, e não “muros” de guerras e inimizades.
Ao rezar a novena de Natal, não rezemos somente por nós e por nossas famílias, mas pelo mundo inteiro. Dessa forma, seremos missionários e construtores da paz. Celebremos mais um Natal e aguardemos o Senhor que já veio, e que virá, sempre em constante oração e vigilância. Vem, Senhor Jesus.
Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)