Mês da Bíblia
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- Segunda, 12 Setembro 2022 13:11
“O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (Js 1,9).
Em setembro, a Igreja no Brasil celebra o Mês da Bíblia, com o objetivo de imergir na Palavra de Deus através da leitura meditada e orante, como consequência tornar-se cada vez mais enraizado e edificado no testemunho fiel em Cristo, afinal conhecer as Escrituras é reconhecer o próprio Jesus Cristo e vivenciar o discipulado.
Neste ano, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética propõe a leitura orante do Livro de Josué, em que o lema bíblico escolhido é: “O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (Js 1,9). Aprofundar-se nesse livro é perceber a presença de Deus, em que Ele nunca deixa desamparado e sem respostas ao povo que a n’Ele confiam. “Não temos dúvida que esse livro soa como uma catequese para impulsionar o povo na conquista da terra. O Livro de Josué é um autêntico testemunho de que Deus realiza a promessa feita ao seu povo Israel. Da escravidão para a posse da Terra Prometida” (cf. Texto-base – Mês da Bíblia 2022).
Além disto, o mês de setembro foi escolhido para a dedicação a Bíblia em razão da festa de São Jerônimo (340-420), a qual este santo doutor da Igreja teve um papel fundamental para a tradução precisa da Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja à época) a pedido do Papa Dâmaso. Uma das frases célebres de São Jerônimo é: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.
Portanto, que ao iniciarmos este Mês da Bíblia, que possamos participar ativamente na leitura orante da Bíblia, compreendendo os desígnios de Deus que favoreceram Josué e o povo liderado por ele através da posse da terra condicionada a eles, pois quem confia na Palavra de Deus, sai “da escravidão para a posse da Terra Prometida” (cf. Texto-base – Mês da Bíblia 2022).
São Jerônimo, rogai por nós!
Saudações em Cristo!
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
Campanha Eleitoral 2022
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- Quinta, 25 Agosto 2022 11:45
Começo citando uma frase bíblica: “Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (Lc 14,11). Novamente estão aí os candidatos na corrida para a conquista de votos, mas qual a verdadeira intenção de fundo, a humildade no serviço ao povo, principalmente aos mais desfavorecidos e ao bem comum ou a exaltação pessoal com interesses egoístas e sem compromisso social?
No mês de outubro vamos eleger Presidente, Governadores, Senadores, Deputados Federais, Estaduais e Distritais. É uma tarefa muito difícil, porque ninguém tem estrela na testa. Todos têm, sim, uma história de vida, que precisa ser checada. O eleitor precisa estar de antena ligada para não ser conivente com uma má administração, dando um voto sem responsabilidade em candidato desqualificado.
Três virtudes podem perfeitamente identificar o perfil de um bom candidato, uma delas citada acima, a humildade, mas também a gratuidade e a caridade. Quem tem estas qualidades, investe no que assumiu como proposta no tempo da campanha, deixa de lado o comodismo, a zona egoísta de conforto e age de forma honesta e transparente para trabalhar seriamente em benefício do povo.
Estamos numa cultura política viciada de muitas falcatruas, de arrogâncias, carreirismos e explorações egoístas, que emperra a viabilidade de uma nação comprometida e de destaque no cenário mundial. O peso de tudo isto recai sobre os eleitores neste momento, porque o voto livre e sagrado é emitido por todos os cidadãos, dando aos candidatos plenos poderes para administrar.
É fundamental na política cultivar a virtude da humanidade, de forma que o candidato possa ocupar, com simplicidade, o posto para o qual foi eleito. Agindo desta forma, evita se sentir superior aos outros, mas alguém que coloca seus próprios talentos para ajudar no desenvolvimento do país. Infelizmente não é o que vemos no cenário político brasileiro, porque se tornou cabide de emprego fácil.
Existe um abismo entre o povo e a classe política com seus privilégios. Acontece que o político sai do meio do povo e se distancia dele na hora de administrar o bem público, principalmente aquilo que beneficia a maioria. Na lógica cristã, o valor da pessoa não depende do cargo que ocupa, mas a capacidade relacional de humildade, ser simples e dedicado com honestidade na missão assumida.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Mês Vocacional: Testemunhas da Vida em Cristo
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- Quinta, 04 Agosto 2022 10:47
Com o tema: “Cristo Vive! Somos suas testemunhas” e no lema: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20,18), a Igreja no Brasil vive o mês de agosto como Mês Vocacional. Todas as vocações serão lembradas, rezadas e celebradas neste mês de agosto: a vocação presbiteral, no primeiro domingo, com o “Dia do Padre”, a vocação ao matrimônio, no segundo domingo, com o “Dia dos Pais”, a vocação à vida religiosa, no terceiro domingo, dia dos religiosos e religiosas, e a vocação dos leigos e leigas, com o dia do catequista, no quarto domingo.
A vocação é o resultado da vontade de Deus de “sair” de si para dar-se a outro ser. Nisto consiste a relação: Deus quer unir-se a outro ser que não Ele mesmo. Isso é universal Nós participamos dessa ação universal e unitária do projeto de Deus: Deus cria para unir-se ao criado. Cria por amor. E isso, com todas as consequências: de fato, se por um lado não aceitamos o “Pan-teísmo”, isto é, não consideramos que tudo é Deus, por outro lado, proclamamos um “Pan-en-teísmo”, isto é, Deus em todas as coisas, justamente por Ele ser o criador, manifestando com isso que Ele cria para estar unido ao criado. A vocação é um caminho a percorrer, da provisoriedade do efêmero à completude do definitivo. No efêmero já somos envolvidos pelo Mistério amoroso e misericordioso do nosso Deus. Vocação é vivência na fé, na esperança e na caridade, especialmente a caridade, por aquilo que já nos exortou o Apóstolo (cf. 1Cor 13,13). Somos chamados a fazer experiência desse Mistério, cuja manifestação se deu em Jesus Cristo, Filho de Deus que se fez carne, assumiu nossa condição, experimentou nossa dor, sofreu a morte, mas ressuscitou. A vocação, portanto, nos coloca numa relação com o Vivente, com seu Espírito, Senhor que dá a vida. Quando respondemos sim ao chamado nos tornamos suas testemunhas. E esse chamado é para todos os batizados e batizadas.
Trata-se de uma vivência de amor. Ele nos chama para dar-nos o seu amor. O amor de Deus, que é Deus mesmo, estabelece uma união, misteriosa sim, mas real. Claro, é uma união diferente da “união hipostática”, o que acontece na Encarnação do Verbo, mas uma união com a mesma vida de Deus. Deus e nós, uma comunidade de amor, reflexo daquela que é a melhor comunidade, a Santíssima Trindade. Portanto, vocação, chamado dirigido a todos, é a experiência da intimidade divina, da santidade de Deus em nossa vida, da espiritualidade que não significa cuidado com a alma e desprezo pelo corpo, mas cuidado com a pessoa inteira, na unidade de corpo e alma, espírito e matéria. Deus nos chama a fazer parte de sua vida, a entrar na sua relação de Pai e Filho e Espírito Santo.
Deixemos que a oração do mês vocacional fale aos nossos corações. Com ela quero expressar meu desejo de que neste mês de agosto todos se sintam chamados a ser testemunhas do amor e se proclamem esse amor a todos: “Ó Deus de infinita bondade, que sempre nos acompanhais em nossa caminhada sinodal, sede força e proteção para aqueles que realizam seu itinerário de discernimento vocacional. Inspirados no projeto de vida de tantos santos e santas, possamos dar testemunho de fé, afirmando: “Eu vi o Senhor!” Configurai nossos corações a Cristo Bom Pastor, a fim de que nossos propósitos e ações possam sempre indicar que: “Cristo Vive! Somos suas testemunhas.” Que o Espírito Santo nos ilumine e que, em nossa missão evangelizadora, saibamos transbordar de afeto, ternura e compaixão. Olhai e acompanhai vossos filhos e filhas, para que, a exemplo de nossa querida Mãe Maria, tenhamos a sensibilidade de nos colocar à disposição da promoção de uma cultura vocacional na Igreja e na sociedade. Isto vos suplicamos, ó Pai, por intermédio de vosso Filho Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. AMÉM”.
Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal (RN)