Jesus sempre nos dá a vida nova!
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- Quinta, 24 Junho 2021 09:29
Deus ama a vida! Ele quer apenas a vida! “Deus criou o homem para ser incorruptível” (primeira leitura – Sb 1,13-15;2,23-24). Pelo seu Filho, salva-nos da morte: eis porque Lhe damos graças em cada Eucaristia. Na sua vida terrena, Jesus sempre defendeu a vida. Deus não tem prazer em destruir a vida, mas é sempre favorável a ela; a causa dos males é o diabo. Deus criou a pessoa para a imortalidade. A justiça é imortal, diz o autor, e ela torna o ser humano imortal. Deus não é indiferente ao sofrimento, pois quer ver o ser humano feliz e deseja tê-lo em sua eternidade. O nosso Deus é o Deus da vida. O Livro da Sabedoria professa essa verdade com palavras maravilhosas. Fomos criados para o amor e nele devemos permanecer, porque isso gera a vida ao nosso redor. Nós, que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, carregamos em nós o dom da vida para que seja levada a todos os que caminham na escuridão.
O Evangelho deste 13º. Domingo do Tempo Comum(Mc 5,21-43) relata-nos dois episódios que assinalam a defesa da vida: Ele cura, Ele levanta. Ele torna livres todas as pessoas, dá-lhes toda a dignidade e capacidade para viver plenamente. Sabemos dizer-Lhe que Ele é a nossa alegria de viver? Estamos em tempo de festas juninas, tempo de início de férias escolares… É uma ocasião propícia para celebrar a festa da vida! O 13º domingo celebra a vida mais forte que a morte, celebra Deus apaixonado pela vida. Convém, pois, que na celebração deste dia a vida exploda em todas as suas formas: na beleza das flores, nos gestos e atitudes, na proclamação da Palavra, nos cânticos e aclamações, na luz. No cântico do salmo e na profissão de fé, será bom recordar que é o Deus da vida que nós confessamos, as suas maravilhas que nós proclamamos. Durante toda a missa, rezando, mantenhamos a convicção expressa pelo Livro da Sabedoria: “Deus não Se alegra com a perdição dos vivos”. O Evangelho apresenta um relato com duplo milagre: duas mulheres necessitadas recebem a cura do Mestre de Nazaré. As personagens são movidas por grande fé: Jairo acredita que a imposição das mãos de Jesus curará sua filha; a mulher com hemorragia acredita que basta tocar na roupa do Mestre para ficar curada. A bondade do Pai revelada no Filho liberta do sofrimento e da morte.
Essas duas curaras maravilhosas do Evangelho: uma no caminho e outra em casa; uma mulher que sofre há doze anos e uma menina que morre na idade de doze anos. No lugar em que Jesus está, é a vida que floresce e a morte não pode dominar as pessoas. No lugar em que Jesus passa, floresce a vida, tal qual primavera eterna que enche os corações de esperança e de alegria. A mulher toca as vestes de Jesus e Ele toma a mão da menina. Em suas palavras, a vida; em seu toque, o calor da Ressurreição.
São Paulo (2Cor 8,7.9.13-15) faz um apelo à comunidade de Corinto para que seja generosa com os pobres da comunidade de Jerusalém. Para o autor, a comunidade deve ter a consciência de que constitui um “corpo único” com as outras comunidades e, portanto, a solidariedade entre eles é fundamental.
Jesus sempre vence a morte! Jesus é aquele que restitui a vida em plenitude. Ele é o homem das periferias geográficas e existenciais que se compadece da humanidade ferida. Por isso se move sempre de uma margem a outra, para atender a todos os que o buscam. Embora caminhe cercada por uma multidão, ele se interessa pelas pessoas em suas particularidades. Nestes tempos difíceis da pandemia da COVID-19 imitemos os gestos de Jesus e sejamos transmissores de vida e vida plena que só Cristo pode nos dar!
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)