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Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Nossa-Senhora-Aparecida“Com Maria, somos povo de Deus unido pela aliança”.

Celebraremos, no próximo dia 12 de outubro, a Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. Mais uma vez o povo brasileiro é convidado a voltar-se para a imagem da padroeira do Brasil pedindo sua intercessão por toda a nação.

Peçamos uma vez mais a proteção da Mãe Aparecida para que nos livre da pandemia da Covid-19 e que possamos voltar a nossa vida normal. Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida reconforte todas as famílias que perderam seus entes queridos durante essa pandemia e reanime através da fé tantas pessoas que estão desanimadas e sem ânimo devido à pandemia.

Dia 12 de outubro é feriado nacional, pois é o dia da Padroeira do Brasil, em que somos convidados a participar da Missa, pedindo a proteção da Mãe Aparecida. Nesse dia de Nossa Senhora Aparecida é, também, Dia das Crianças. Peçamos à Mãe Aparecida que abençoe e proteja todas as crianças.

Nossa Senhora Aparecida é mais um título dos inúmeros que damos a mãe de Jesus. Onde ela aparece, ela recebe um título. Assim como temos a Nossa Senhora de Lourdes, que apareceu em Lourdes, na França, Nossa Senhora de Fátima, que apareceu em Fátima, em Portugal. Nossa Senhora Aparecida é uma imagem de Nossa Senhora da Conceição que “apareceu” do fundo do Rio Paraíba, em Guaratinguetá, em 1717.

Sempre quando Nossa Senhora aparece é no intuito de revelar algo às pessoas ou para ajudar alguém que se encontra num momento de dificuldade. Nossa Senhora da Conceição Aparecida aparece no Rio Paraíba do Sul para ajudar três pescadores que tinham que pescar peixes para o patrão que iria preparar um grande jantar a noite para o Conde de Assumar, Pedro de Almeida e Portugal, governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro; e não estavam encontrando peixes e, após acharem a imagem no rio, realizam uma pesca milagrosa. Primeiro acham o corpo e depois a cabeça. Era a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que depois foi dado o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Nossa Senhora da Conceição Aparecida representava a cor do povo brasileiro sofrido da época e veio em socorro, sobretudo, dos escravos, que sofriam muito nas mãos de seus senhores na época. A imagem era escura por ter ficado um certo tempo no fundo do Rio Paraíba do Sul e de um rio que estava sem peixes. Esse rio se torna vivo, cheio de peixes, após a aparição da imagem milagrosa.

Onde apareceu a imagem, que era o município de Guaratinguetá, tempo depois se torna o município de Aparecida, capital católica da fé, dividindo assim os municípios. A cidade leva o nome de onde apareceu a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Após aparecer a imagem e a Igreja aprovar a devoção à mãe de Jesus, foi constituída uma capela para que os devotos pudessem orar à mãe de Jesus. Conforme a devoção foi crescendo, foi construída a Basílica Velha e, tempos depois, foi edificado o maior Santuário mariano da América Latina, que é a Basílica Nova.

Nos dias atuais, o Santuário Nacional recebe milhares de fiéis e romeiros durante todo o ano e, sobretudo, nos dias de festa da Padroeira do Brasil. O povo brasileiro recorre à Mãe Aparecida pedindo proteção para as suas vidas e pela vida de seus familiares. Façamos esse pedido à Mãe Aparecida, para que ela interceda por todos nós.

A partir do dia 3 de outubro, até ao dia 11, fomos convidados a rezar a Novena à Nossa Senhora Aparecida e, no dia 12, a grande festa em honra à Padroeira do Brasil. O tema da festa desse ano é: “Com Maria, somos povo de Deus unido pela aliança”. O tema é bem propício, pois junto com Maria fazemos parte do povo de Deus e somos unidos pela aliança de amor que Ele fez com a humanidade. Essa aliança que Deus fez com o povo de Deus no Antigo Testamento culminou com a aliança eterna a partir da ressurreição de Jesus. Nós fazemos parte desse povo de Deus, escolhido por Ele.

Ainda de acordo com o Reitor do Santuário Nacional, Pe. Eduardo Catalfo, CSsR, os temas da novena desse ano fazem alusão a São José, de acordo com o ano de São José, instituído pelo Papa Francisco. Outro tema tratado é a defesa da vida em todos os sentidos, desde a concepção até a velhice. E por fim, temas como a ecologia, a Eucaristia e a ideia de ser povo de Deus e ser Igreja doméstica estão contidos na novena.

Todos são convidados a acompanhar a novena e festa de Nossa Senhora Aparecida, por meio da internet, TV e rádio. Além de poder fazer em suas casas, em família, adquirindo o livrinho da novena, seja pela internet ou em sua paróquia. E no dia 12, somos convocados a participar da celebração Eucarística em nossas paróquias e comunidades e se não for possível ir à Igreja fisicamente, acompanhar por meio da internet e TV.

Participemos da novena e festa de Nossa Senhora Aparecida 2021, “Com Maria, somos povo de Deus unido pela aliança”. Façamos parte do povo de Deus, unidos pela aliança de amor e com Maria peçamos proteção para a nossa vida e a vida de nossas famílias.


Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Dia universal das espécies animais

2074374181 9e04a6928bJunto à memória festiva de São Francisco celebramos, com gratidão, a data de nossos amigos, aliados e mestres na nossa peregrinação terrestre: os animais. Atribui-se a Diógenes Laércio, o fundador da filosofia cínica (de cinos, cachorro) a frase: “mais conheço as pessoas mais amo os meus cachorros”. Na verdade, considero mais justa a opinião de Abrahão Lincoln que afirmava que “o amor e cuidado dos animais mostrava o grau de civilização e o termômetro das virtudes de um determinado país”.

Por certo que quem ama e cuida de animais está bem mais perto de ser uma pessoa compassiva, fraterna e pacífica em relação aos seus parceiros humanos. Também, é importante dizer que o cuidado e aprendizado é mútuo e diferenciado. Cada vez está mais reconhecida pela etologia que os animais nos curam, nos protegem e nos tornam pessoas mais presentes e sensíveis.

Neste tempo de pandemia, observamos o quanto ajudaram às pessoas idosas, solitárias e até depressivas, a saírem de seu fechamento e tristeza superando quadros de angústia e perda do sentido da vida. Com eles aprendemos a gratuidade e a dádiva nos relacionamentos, que o estar disponível é mais importante que o fazer afobado, que brincar com humor nos torna mais leves e felizes.

Para muitos que estão em situação de rua, o animal é mostra de fidelidade ímpar que não duvida um instante sequer por dar a vida pelo seu dono, ou melhor, seu líder humano. Um quadro em óleo, do renomado pintor uruguaio Blanes, apresenta uma cena marcante sobre até onde chega a entrega dos animais.

Vê-se o herói Artigas, no que era o seu lugar de comando, empurrando e gritando com dois oficiais que tinham sido enviados pelo General Lecor, comandante das forças portuguesas, propondo sua rendição e oferecendo privilégios e vantagens, já que era inútil sua luta por falta de soldados.

Ele, determinado, retrucou: “digam a seu patrão que, quando me faltem homens, continuarei a lutar com cachorros cimarrões (não domesticados), e, à essa voz, uma matilha de cachorros apresentou-se mostrando os dentes dispostos a atacar os oficiais. Artigas nunca se rendeu, e foi exilado no Paraguay com seu resto de gaúchos, indígenas tapes, negros e cachorros. Agradecemos ao Pai das misericórdias por estes amigos, aliados e companheiros que nunca desistem de nós. Deus seja louvado!


Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

A caridade em primeiro lugar

caridade-de-sao-vicente-de-pauloHouve em Paris um Padre que se tornou o símbolo da caridade para o mundo. Sua existência foi totalmente dedicada a socorrer os pobres e sofredores. Nasceu em Pouy, nos arredores da capital francesa, a 23 de abril de 1581, e recebeu na Pia Batismal o nome de Vicente de Paulo. Tendo sido menino pobre, na infância teve a incumbência de cuidar de porcos. Desde cedo, sentindo um grande amor a Cristo e singular sensibilidade pelo próximo, fez seus estudos preparatórios e foi ordenado padre a 23 de setembro de 1600.

Observada sua grande caridade para com os empobrecidos, uma senhora viúva ofertou-lhe sua herança e um boa soma de dinheiro que estava em poder de uma pessoa na cidade de Marselha. Indo buscar o valor para acudir às suas obras de misericórdia, na viagem de volta o navio em que estava foi sequestrado por piratas anticristãos. O jovem Padre Vicente de Paulo foi vendido como escravo a fim de servir a infiéis e passou por sofrimentos e humilhações. Sendo vendido outra vez para um fazendeiro que havia traído a fé cristã e aderido a uma seita islâmica, Vicente foi agraciado por Deus, pois uma das três mulheres do fazendeiro, embora não fosse cristã, se encantava com os cânticos católicos que seu escravo cantava e acabou facilitando sua libertação, causando ainda a conversão de seu marido, que retornou à fé católica e entrou para um mosteiro, vivendo piedosamente até o fim de sua vida.

O Padre Vicente, voltando a Paris, pôde exercer livremente seu sacerdócio e praticar heroicamente sua caridade em favor dos pobres daquela cidade e região. Seu exemplo de amor a Deus e aos pequeninos despertou a admiração das autoridades monárquicas e ele foi nomeado Capelão da Rainha Margarida de Valois, que o encarregava de distribuir esmolas aos pobres. O Rei Henrique IV da França, gravemente doente, pediu a presença do Padre Vicente de Paulo para dar-lhe os últimos sacramentos e morreu em seus santos braços. Para atender aos pobres, Padre Vicente organizou muitas obras, entre elas a Confraria das Damas da Caridade, ajudado por Santa Luísa de Marilac, a Congregação da Missão para servir aos pobres e cuidar da formação dos futuros padres, e o Instituto das Filhas da Caridade. São Vicente de Paulo faleceu dia 27 de setembro de 1660. Foi canonizado pelo Papa Clemente XII a 16 de junho de 1737.

A figura emblemática de São Vicente de Paulo marcou a história da humanidade no século XVII e prossegue com seus reflexos nos tempos posteriores. No ano de 1833, Antônio Frederico Ozanam, eminente professor universitário em Paris, funda as Conferências Vicentinas que darão início à Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), hoje presente em todo o mundo, levando a caridade de São Vicente e o exemplar amor de Cristo aos mais necessitados. Sua forma de agir é genuinamente cristã, por quanto os vicentinos nada fazem para serem vistos ou louvados, mas têm como regra a máxima de Jesus: “Que a tua mão esquerda não saiba o que faz a direita” (cf. Mt 6, 3).

A SSVP está presente em Juiz de Fora há mais de cem anos com inúmeras conferências. A primeira delas foi a Conferência Santo Antônio, fundada em 1894. Com o crescimento do número de vicentinos, em 1964, foi organizado o Conselho Metropolitano, que hoje conta com nove Conselhos Centrais, 76 Conselhos Particulares, 485 conferências e cerca de 4.300 vicentinos na região.

É justo dizer que na Zona da Mata nenhum grupo humano tem servido tanto aos pobres quanto a SSVP.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

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