A Semana Santa
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- Quarta, 01 Abril 2015 12:04
A cada ano celebramos uma semana diferente; é a chamada Semana Santa. Nesta Semana devemos rezar, refletir, fazer silêncio, adorar e também contemplar uma história única. Esta Semana coloca diante de nossos olhos, sobretudo do nosso coração, os acontecimentos centrais da história da salvação, cujo personagem principal é o Homem-Deus, O Cristo Jesus, Salvador da humanidade.
Celebrar a Semana Santa é trazer ao mundo de hoje o drama divino-humano da salvação da humanidade, a qual dá nova orientação à história. Os fatos acontecidos no Monte Calvário querem gerar vida nova para que cessem os mecanismos de violência e de morte e se prolongue o nascimento de vida, de amor e de paz.
Jesus Cristo morre para que todos tenham vida e vida em abundância. Ele morre para que a salvação possa alcançar a história de toda a humanidade. Morre para destruir o pecado. Morre porque ama. Morre para que da escuridão da sepultura possa surgir o mundo da Ressurreição, da luz, da alegria e da vitória. Morte que dá uma vida que jamais acabará.
A Semana Santa é o momento mais forte de todo o Ano Litúrgico, pois nela celebramos a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, ou seja, a Páscoa. Na páscoa de Jesus está a páscoa da Igreja e a páscoa de todo cristão. A Semana termina com a vitória da Vida, ou seja, com a Ressurreição de Cristo.
Jesus veio, evangelizou, assumiu a cruz, morreu e foi sepultado, mas não ficou no domínio da morte, Ele ressuscitou glorioso. Cristo é o Eterno Vitorioso; superou todos os obstáculos do mal e realizou a integral libertação. A Ressurreição de Cristo tem um caráter solidário. Ele ressuscitou para que outros pudessem também ressuscitar. A Ressurreição de Cristo faz descortinar um novo estado de coisas, uma nova realidade, sua glorificação tem um alcance cósmico. É o triunfo de toda a criação, porque no corpo de Cristo glorificado se encontra a elevação de toda a criatura. Tudo participa da glorificação do Homem-Deus.
Celebrar a Ressurreição é vislumbrar um mundo novo: o mundo onde reina a vida, a paz, o amor, a justiça e a verdade.
Mons. Luiz Carlos de Paula
Pároco da Catedral
Vigário-geral da Arquidiocese de Juiz de Fora
Quaresma: Tempo de Conversão
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- Quinta, 19 Fevereiro 2015 12:32
Na quarta-feira de cinzas, a Igreja abre o tempo especial chamado Quaresma. São quarenta dias de reflexão, interiorização e conversão para tornar mais profunda a consciência do que é ser cristão. Quaresma não é tempo de tristeza ou solidão, mas sim de amadurecimento espiritual. O ser humano precisa de momentos fortes para aprofundar suas opções de vida, necessita avaliar a sua caminhada à luz da Palavra de Deus e da oração.
Os quarenta dias evocam momentos importantes da história do povo de Deus: o dilúvio, que durou 40 dias e 40 noites; Moisés, que durante 40 anos ficou no deserto com o povo a caminho da Terra Prometida; o profeta Elias, que caminhou 40 dias até o Monte Horeb em direção ao Senhor, e Jesus, que jejuou 40 dias no deserto.
A Quaresma é o período em que a Igreja prepara-se para a Páscoa, através da oração mais intensa, do jejum e da vivência profunda da caridade, buscando, assim, uma conversão sincera.
A oração ajuda a comunidade e cada batizado em particular, no discernimento do projeto de Deus. A oração desperta e aviva a consciência de que todos somos irmãos, chamados a ter a vida plena.
O jejum é expressão de desprendimento e de liberdade face aos bens terrenos que dispõe a pessoa para a vivência da fraternidade e da solidariedade.
A esmola coloca a comunidade e cada pessoa em sintonia com os mais necessitados e excluídos. Nesse confronto somos chamados à partilha, motivados pela fé e pelo amor aos irmãos e irmãs.
A Quaresma vivida num processo de conversão contínua nos levará à celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, possibilitando-nos a experiência profunda de inserção no Mistério Pascal de Cristo; Mistério que atua no presente da vida humana até completar-se na eternidade.
Mons. Luiz Carlos de Paula
Pároco da Catedral Metropolitana
Vigário-geral da Arquidiocese de Juiz de Fora
Artes na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora
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- Quarta, 21 Janeiro 2015 12:21
A Sagrada Escritura nos revela que desde os tempos do Antigo Testamento, o Povo de Deus sempre teve um cuidado muito grande para com o Templo de Deus, a Morada do Altíssimo: “O zelo pela tua casa me consome” (Sl 69,10). Assim sendo, também os juiz-foranos com seus líderes católicos cuidaram e cuidam muito bem da Catedral e das demais igrejas.
A nossa Catedral Metropolitana foi construída em estilo romano. Ela possui seis altares laterais (Nossa Senhora de Fátima, São Francisco, Santa Mônica, Sagrado Coração de Jesus, Sagrado Coração de Maria, Nossa Senhora do Carmo), além do altar-mor. Diversos vitrais enfeitam a Igreja. No altar-mor, há três imagens: a do padroeiro, Santo Antônio, Nossa Senhora e São José. Um painel de mármore que retrata a morte de Santo Antônio enfeita o local, junto com desenhos de trigo e uva. A Igreja possui uma belíssima imagem de “Santo Antônio” que, recentemente, foi restaurada.
Outro destaque da Catedral são as pinturas. No altar principal, a Santíssima Trindade e Jesus pregando para os doutores da lei e para as multidões que o seguiam. Há, debaixo da abóboda, pinturas dos quatro evangelistas. No corredor, estão: Cordeiro de Deus, São Pedro e São Paulo, Anjos e Santa Cecília. Cada altar lateral também possui sua respectiva pintura e na entrada, perto da porta principal, São Pio X. Os quadros da Via-Sacra são feitos de gesso, coloridos e em alto relevo. Na área externa, próximo ao portão de entrada da praça temos uma estátua em tamanho natural de Dom Justino José de Sant’ana, primeiro Bispo de Juiz de Fora.
“A arte sacra é verdadeira e bela quando corresponde, por sua forma, a sua vocação própria: evocar e glorificar, na fé e na adoração, o Mistério transcendente de Deus, beleza excelsa invisível de verdade e amor, revelada em Cristo, ‘resplendor de sua glória, expressão de seu Ser’ (Hb 1,3), em quem ‘habita corporalmente toda a plenitude da divindade’ (Cl 2,9), beleza espiritual refletida na Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, nos anjos santos. A arte sacra verdadeira leva o homem à adoração, à oração e ao amor de Deus Criador e Salvador, Santo e Santificador’. (Catecismo da Igreja Católica §2502)
Nos últimos anos, a Catedral vem sendo reformada com grande cuidado para que seja respeitada a sua história. A pintura da cúpula, que está em fase de conclusão, retrata a Assunção de Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa e Santo Antônio, em três momentos de sua vida: na pregação aos peixes, na passagem em que a mula se curva diante do Santíssimo Sacramento e na sua ida para o céu, sendo acolhido por Jesus. Em breve começaremos a fase de restauração e pintura interna recuperando as pinturas antigas.
Como afirmou o Papa Francisco: “Em todas as épocas, a Igreja apelou às artes para dar expressão à beleza de sua fé e proclamar a mensagem evangélica da magnificência da criação de Deus, da dignidade do homem, criado à sua imagem e semelhança, e do poder da morte e ressurreição de Cristo levar redenção e renascimento a um mundo marcado pela tragédia do pecado e da morte”.
A Arte Sacra evangeliza, abre o coração do ser humano para que ele possa acolher Deus e a sua Palavra e assim, viver em comunhão com Aquele que é digno de toda honra e toda glória.
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora
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