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Natal, Festa da Ternura

FamiliaEstamos vivendo o último mês do ano e nele celebramos muitos momentos marcantes na nossa vida eclesial. Começamos um novo Ano Litúrgico com o Tempo do Advento, que nos prepara para a Celebração do Natal e também para a volta de Jesus Cristo, visivelmente, no final dos tempos.

O mês de dezembro nos coloca diante da importância da avaliação da nossa caminhada anual, momento em que percebemos nossas conquistas e falhas e nos projetamos para o ano novo que se aproxima; isto deve acontecer em nível pessoal, familiar, eclesial e social.

É Natal. Nós só entendemos, de verdade, o que é o natal se o contemplarmos olhando o Deus-criança. Então, entendemos a grandeza desta festa, pois percebemos a humildade de Deus, que quer ser um de nós, fazendo parte de nossa história, assumindo as nossas condições humanas, para que, assim, possamos sentir o Deus que se interessa pela nossa vida concreta porque partilha da nossa história.

O espírito de Natal deve ser o grande inspirador de todos os nossos projetos. O nascimento de Jesus é o grande projeto amoroso de Deus para levar toda a humanidade à salvação plena, à fraternidade, a condições dignas. Deus entra na história para fazê-la história de grandeza espiritual e ética, transformando todas as realidades. O Evangelho proposto por Cristo é o grande projeto de valores éticos e humanos capazes de dar rumos mais felizes à história das pessoas e dos povos.

Natal é a presença de Deus em forma de criança! Um Deus que chega peregrino, sem casa e sem berço, mas acalentado pelo carinho de Maria e de José. Ele quis ter uma família. Cristo é a presença visível de Deus na nossa história, é uma presença que não mais acaba. É fraterna, perene e transformadora.

“Nasceu para nós o Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11). Na união com Ele, no compromisso com o seu Evangelho, o mundo caminhará para a reconciliação e a paz, eliminando o mal e construindo o Reino do amor. É necessário que busquemos a paz onde ela se deixa encontrar: na gruta de Belém, pois, mesmo muitas vezes inconsciente, o mundo deseja ver Jesus, pois só Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.

                                                    Mons. Luiz Carlos de Paula
                                                          Pároco da Catedral



Nós Cremos na Vida Eterna

nuvemA verdade central do cristianismo é a ressurreição de Cristo, base de todas as outras afirmações da fé cristã. Aceitar a ressurreição de Cristo é aceitar sua pessoa, sua obra, sua missão e sua glorificação.

Cremos firmemente que da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos e vive para sempre, assim também, depois da morte, viveremos para sempre com o Senhor ressuscitado. O próprio Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11, 25). 

Ao celebrarmos o dia de Finados, lembramos nossos irmãos e irmãs que partiram desta vida. Eles continuam vivendo, pois, para nós que cremos “a vida não é tirada, mas transformada. E desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível.” 

São Paulo nos diz: “Sabemos, com efeito, que, quando a nossa morada terrestre, a nossa tenda, for destruída, temos uma habitação no Céu, obra de Deus, uma casa eterna, não construída por mãos humanas” (2Cor 5, 1-10).

Nesta data, devemos celebrar a vida: vida plena vida completa, vida que começa aqui e desabrocha na eternidade. Finados é fim de uma história temporal e começo de uma história plena, junto de um Deus -Homem ressuscitado, Cristo Jesus.

O dia de Finados nos coloca diante da realidade da morte, esta não é o fim, mas a passagem para o definitivo. Nossa vida não termina na morte. O texto da Carta aos Hebreus nos esclarece: “Está determinado que os homens morram uma só vez e depois disso vem o julgamento” (Hb 9, 27).

O Catecismo da Igreja Católica assim se expressa: “A morte é o fim da peregrinação terrestre que Deus oferece para realizar a sua vida segundo o projeto divino e para decidir o seu destino último. Quando tiver terminado o único curso da nossa vida terrestre, não voltaremos mais a outras vidas terrestres, pois os homens devem morrer uma só vez.” 

A visita ao cemitério, as flores, as velas, as orações são manifestações de fé, demonstram que cremos que a vida continua. As flores simbolizam nosso desejo de que as pessoas que partiram alcancem a felicidade eterna; as velas, que estejam na luz que não se apaga e as orações, nossa intercessão e comunhão, pois todos nós somos filhos e filhas de Deus.

A celebração de Finados, portanto, não termina num túmulo, num cemitério, pois para o cristão, a ressurreição é a plenitude da própria vida, uma vida que não termina, mas apenas se desloca para um posicionamento muito melhor: sai do tempo e entra na eternidade.

A Igreja Católica, em sua tradição, com base na Sagrada Escritura, sempre valorizou o respeito ao cemitério, o sepultamento respeitoso, mas com dignidade, as manifestações junto aos túmulos como flores, velas acesas, cruz, e sobretudo a oração em favor dos que
partiram. Cremos que há uma unidade entre a nossa vida e a vida dos que morreram, cremos na comunhão entre todos os membros do Corpo de Cristo. (CIC 962).

                                                             Mons. Luiz Carlos de Paula
                                                          Pároco da Catedral Metropolitana


É Tempo de Missão

missoesCelebramos cada ano o mês das missões. É um tempo para rezar e refletir sobre a necessidade de que as boas notícias de Deus possam chegar a todos os recantos e a todas as pessoas. O mundo precisa ser evangelizado, precisa ouvir falar de Deus. A esse mundo tão marcado por notícias ruins, dilacerado por discórdias e maldades, precisamos lançar as s ementes do evangelho para que tenhamos frutos de amor, de justiça e de paz. 

O batismo de Jesus marca uma passagem da vida oculta em Nazaré para a sua atividade missionária. Nele, Jesus, conduzido pelo Espírito Santo, inicia a sua ação missionária. (Mt 3, 13-17) Depois, numa sinagoga em Nazaré, Ele apresenta o seu programa missionário, citando o profeta Isaías (Is 40) “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a liberdade aos cativos e aos cegos a recuperação da vista...” (Lc 4, 18-20) Na sua Missão, Jesus revela um Deus cheio de compaixão e misericórdia, que ama e cuida, cura, restabelece a vida com ternura. 

A maior notícia da história é esta: Deus se fez homem e veio habitar entre nós. Jesus, após a sua ressurreição, antes de voltar ao Pai, reuniu seus discípulos e deu-lhes as últimas orientações: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias até o fim do mundo.” (Mt 28,19-20) Ser missionário não é privilégio, é um dever. Ser missionário não é atividade de alguns, é obrigação de todos os cristãos. A missão de evangelizar é própria de todas as pessoas batizadas, na riqueza da diversidade de carismas e ministérios, que o Espírito do Senhor Ressuscitado suscita no Povo de Deus.

“A Igreja peregrina é missionária por natureza, porque tem sua origem na missão do Filho e do Espírito Santo, segundo o desígnio do Pai, por isso, o impulso missionário é fruto necessário à vida que a Trindade comunica aos discípulos.” (DAp 347)

Nestes últimos anos, estamos redescobrindo a dimensão missionária da Igreja, que vem desde a fundação das primeiras comunidades. Além dos padres e freiras, também os leigos e leigas descobrem sua vocação missionária. Com alegria encontramos em tantos lugares e também aqui em nossa Arquidiocese, um grande empenho em viver a dimensão missionária, ou seja, colocar ardor missionário em toda ação pastoral.

É impressionante a vida nova, cheia de luta, de esperança, de comunhão, que os discípulos missionários estão injetando nas paróquias e na sociedade. A ação missionária tem criado uma maior consciência da pertença à Igreja entre os agentes de pastoral, os que assiduamente frequentam nossas celebrações, chegando também àqueles que se encontravam afastados do convívio eclesial.

Evangelizar é comunicar com palavras e, principalmente, com o testemunho de vida que vale a pena seguir Jesus Cristo, porque só Ele é o caminho, a verdade e a vida e só Ele é capaz de nos dar a verdadeira felicidade.

Que Deus nos abençoe e nos faça verdadeiros discípulos missionários a serviço do Reino, anunciado por Jesus Cristo, que veio para que todos tenham vida e “para que a tenham em plenitude” (Jo 10,10).

                                                         Mons. Luiz Carlos de Paula
                                                     Pároco da Catedral Metropolitana 


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