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Nós Cremos na Vida Eterna

nuvemA verdade central do cristianismo é a ressurreição de Cristo, base de todas as outras afirmações da fé cristã. Aceitar a ressurreição de Cristo é aceitar sua pessoa, sua obra, sua missão e sua glorificação.

Cremos firmemente que da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos e vive para sempre, assim também, depois da morte, viveremos para sempre com o Senhor ressuscitado. O próprio Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11, 25). 

Ao celebrarmos o dia de Finados, lembramos nossos irmãos e irmãs que partiram desta vida. Eles continuam vivendo, pois, para nós que cremos “a vida não é tirada, mas transformada. E desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível.” 

São Paulo nos diz: “Sabemos, com efeito, que, quando a nossa morada terrestre, a nossa tenda, for destruída, temos uma habitação no Céu, obra de Deus, uma casa eterna, não construída por mãos humanas” (2Cor 5, 1-10).

Nesta data, devemos celebrar a vida: vida plena vida completa, vida que começa aqui e desabrocha na eternidade. Finados é fim de uma história temporal e começo de uma história plena, junto de um Deus -Homem ressuscitado, Cristo Jesus.

O dia de Finados nos coloca diante da realidade da morte, esta não é o fim, mas a passagem para o definitivo. Nossa vida não termina na morte. O texto da Carta aos Hebreus nos esclarece: “Está determinado que os homens morram uma só vez e depois disso vem o julgamento” (Hb 9, 27).

O Catecismo da Igreja Católica assim se expressa: “A morte é o fim da peregrinação terrestre que Deus oferece para realizar a sua vida segundo o projeto divino e para decidir o seu destino último. Quando tiver terminado o único curso da nossa vida terrestre, não voltaremos mais a outras vidas terrestres, pois os homens devem morrer uma só vez.” 

A visita ao cemitério, as flores, as velas, as orações são manifestações de fé, demonstram que cremos que a vida continua. As flores simbolizam nosso desejo de que as pessoas que partiram alcancem a felicidade eterna; as velas, que estejam na luz que não se apaga e as orações, nossa intercessão e comunhão, pois todos nós somos filhos e filhas de Deus.

A celebração de Finados, portanto, não termina num túmulo, num cemitério, pois para o cristão, a ressurreição é a plenitude da própria vida, uma vida que não termina, mas apenas se desloca para um posicionamento muito melhor: sai do tempo e entra na eternidade.

A Igreja Católica, em sua tradição, com base na Sagrada Escritura, sempre valorizou o respeito ao cemitério, o sepultamento respeitoso, mas com dignidade, as manifestações junto aos túmulos como flores, velas acesas, cruz, e sobretudo a oração em favor dos que
partiram. Cremos que há uma unidade entre a nossa vida e a vida dos que morreram, cremos na comunhão entre todos os membros do Corpo de Cristo. (CIC 962).

                                                             Mons. Luiz Carlos de Paula
                                                          Pároco da Catedral Metropolitana


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