Rezar pelo Brasil, vale?
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- Segunda, 20 Agosto 2018 11:57
Não subestimemos a fé. Ela tem força. Diante de um Brasil com sua história de problemas, mas também de superações, cremos no poder da oração, na graça divina que vem em auxílio daquele que crê.
Ao se aproximarem as eleições, celebrando a Semana da Pátria, a Igreja Católica em Juiz de Fora, através de sua Pastoral de Fé e Política, promove Grande Vigília de Oração na Catedral, a ser celebrada dia 5 de setembro, de 19h às 21h30, iniciando com a Celebração Eucarística.
Será um momento de súplica fervorosa a Deus em favor da vida ameaçada pela cultura da morte, e para que o Espírito Santo ilumine os eleitores, na hora de votar, a fim de que as paixões políticas ou os fanatismos partidários não perturbem as consciências na busca do bem comum. Não haverá espaço para propagandas políticas, nem para citação de nomes de candidatos, nem de referências a partidos. Será momento de estar respeitosamente diante de Deus, com confiança e com gratidão, pois Deus não falha quando o procuramos com fé.
A Bíblia, seja no Antigo Testamento seja no Novo, está cheia de referências ao poder da oração. As palavras de Cristo, registradas pelos evangelistas, bastam para uma consistente confiança no diálogo com Deus. No Evangelho de João, Jesus afirma: “Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vos será concedido” (Jo 16, 23). Em Mateus, assegura: “Pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e a porta vos será aberta” (Mt 7, 7). Jesus tem tanta confiança na oração que, após amaldiçoar uma figueira inútil, chegou a proclamar: “Se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que fiz com a figueira, mas também se disserdes a uma montanha: ‘arranca-te e joga-te no mar, acontecerá’. Tudo o que, na oração, pedirdes com fé, vós o recebereis” (Mt 21, 21-22). Em Marcos, ele afirma: “Tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebestes e vos será concedido” (Mc 11, 24). Para ensinar a perseverança na oração, em Lucas, Jesus, comparando ao pedido insistente de um amigo que vai, fora de hora, pedir pão, diz: “Se não se levantar por ser seu amigo, ao menos vai levantar-se por causa da insistência do pedido e lhe dará o que for necessário” (Lc 11, 8).
No correr da história da Igreja, encontramos abundantes ensinamentos, páginas belas e testemunhos eloquentes de oração. Na Patrística, na Teologia, na Tradição e no Magistério da Igreja há milhares de referências ao ato de rezar em suas diversas formas. Para resumi-las em um só exemplo, recordemos o que diz o Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Gaudete et Exultate (19.03.2018): “A súplica é expressão do coração que confia em Deus, pois sabe que sozinho não consegue. Na vida do povo fiel de Deus, encontramos muitas súplicas cheias de ternura crente e de profunda confiança. Não desvalorizemos a oração de petição que tantas vezes nos tranquiliza o coração e ajuda a continuar a lutar com esperança” (GE 154).
É a esperança que nos move a nos unirmos nesta hora desafiadora de nosso país, para estar livremente diante de Deus e pedir proteção à vida, pois é sagrada, e não haja leis abortistas a macular nossa Constituição, mas que os seres humanos que ainda se encontram no ventre das mães sejam respeitados integralmente. A ninguém cabe o direito de tirar a vida do outro, como ensinou o Papa Francisco há poucos dias, eliminando do Catecismo da Igreja Católica toda e qualquer concessão à pena de morte.
Rezaremos pelo Brasil para que, no próximo pleito, sejam eleitos os melhores para conduzir nosso País, a fim de que as questões mais sérias sejam resolvidas em favor do Povo Brasileiro, sobretudo dos mais sofridos ou mais humilhados.
Rezaremos para que prevaleçam a paz, a concórdia, a honestidade, a digna moralidade nas famílias, nas escolas e na sociedade, tudo colocando sob o olhar maternal de Nossa Senhora Aparecida, a quem o Brasil venera como sua Rainha e Padroeira, a Mãe de Jesus que, nas Bodas de Caná, fez súplica em favor de uma família em apuros e foi imediatamente atendida.
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora