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O papa Francisco

papa franciscoAinda vibram em nosso peito as alegrias provindas do Conclave tão esperado. À tarde daquela quarta feira, 13 de março, da quarta semana da Quaresma, chamada Semana Laetare (Semana da Alegria, por já vislumbrarmos a Páscoa), de forma inesperada, foi eleito o 266º Sucessor de Pedro na sede romana. A escolha de Deus, pela mediação humana dos cardeais, recaiu sobre o nome de dom Jorge Mário Bergoglio, arcebispo metropolitano de Buenos Aires, sem nenhuma previsão da mídia. Ele, surpreendentemente, escolheu o nome de Francisco, o primeiro da história de 2000 anos da Igreja.

 

Sobre Juiz de Fora, minutos após sua bênção Urbi et Orbe (para a cidade e para o mundo), depois de uma forte chuva, veio uma tarde maravilhosa de luz dourada, jamais vista, que a tudo iluminava quase misteriosamente. Parecia que Deus havia coberto toda a abóboda celeste de ouro brilhante. Não tive como não receber isto em meu coração como um particular presente de Deus para nossa cidade celebrar este momento santo e promissor da história da humanidade.

 

As surpresas de Deus banharam a Igreja de emoção, confiança, esperança e místico entusiasmo. Vistos pelo prisma da fé, que é diferente dos critérios humanos, e dificilmente compreendido por quem está fora dos limites da comunidade que crê, os fatos acontecidos desde o dia 11 de fevereiro, com a renúncia do inesquecível Bento XVI, até hoje, têm características evidentes da presença e da ação direta de Deus. Até mesmo as cruzes dolorosas de ataques à fé católica, por causa de erros cometidos por eclesiásticos, ou por preconceitos anti-católicos, ou simplesmente por ódio à religião, ou ainda por pessoas do nosso time que, em vez de jogar a nosso favor, fazem gol contra sua esquadra, têm algum valor positivo, pois quem é maduro na fé está apto para acolher o mistério do calvário e a escutar outra vez, a cada dia, a palavra de Cristo: Quem quiser ser meu discípulo tome a sua cruz a cada dia e me siga (Mc 8,34). Navegando nas expectativas do secretíssimo e santo conclave, até culminar na eleição do papa Francisco, tudo foi se revelando como manifestação do Espírito Santo que nos conduz por veredas seguras, nos garantindo um tempo novo de bênçãos.

 

Não duvido em afirmar que Deus preparou esta surpresa, apresentando-nos tudo de forma muito nova. O papa eleito se revelou como algo novo, muito diferente das previsões e até dos anseios. É o primeiro papa latino-americano, primeiro papa jesuíta, primeiro a escolher o nome de Francisco, primeiro a voltar para a hospedagem em ônibus junto com os cardeais, dispensando o carro oficial, primeiro a pedir a bênção ao povo antes de oferecer a sua e outras iniciativas inéditas.

 

As tentativas de certos setores da imprensa internacional de influenciar nas decisões do conclave ficaram todas frustradas. Pergunta-se: se a imprensa errou tanto em seus prognósticos sobre os nomes dos cardeais papáveis, não nos deixa, a nós leitores, telespectadores e internautas, muito inseguros e intranqüilos sobre tudo o que ela afirma?

 

A simplicidade santa, o jeito humano, a sabedoria, a ciência, a alma orante e fiel do papa Francisco, como dos demais Franciscos da história da Igreja, são dádivas da misericórdia de Deus para o mundo presente tão necessitados de valores eternos.

 

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano

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