As obras de misericórdia são um ótimo remédio, lembra Papa em Audiência
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- Quinta, 10 Novembro 2016 08:34
Ontem, 09 de novembro, o Papa Francisco concedeu a tradicional Audiência Geral das quartas-feiras, na Praça São Pedro.
Cerca de 20 mil pessoas presenciaram o Pontífice dar continuidade a suas reflexões sobre as obras de misericórdia. Ele tratou de duas obras de misericórdia: visitar enfermos e encarcerados.
Francisco disse que os doentes e detentos vivem uma condição que limita a sua liberdade e recordou que é quando a perdemos que percebemos a sua preciosidade:
"Jesus nos doou a possibilidade de ser livres apesar dos limites da doença e das restrições. Ele nos oferece a liberdade que provém do encontro com Ele e do novo sentido que este encontro traz à nossa condição humana".
Hospitais: Catedrais da Dor
Durante uma doença, o enfermo, em muitas ocasiões, passa por grandes solidões. Nessas ocasiões, uma visita pode vir a ser até mais que um remédio.
Gestos simples como um sorriso, uma carícia, um aperto de mão, tornam-se muito importantes para quem se sente abandonado:
"Não deixemos sozinhas as pessoas doentes", exortou Papa.
Para o Santo Padre, os hospitais são hoje verdadeiras "catedrais da dor", mas eles são também o local onde a força e eficácia da caridade tornam-se evidentes aos olhos de todos.
As visitas a estas ‘catedrais da dor', são obras de misericórdia, prosseguiu o Papa, são atos pertencentes à virtude da caridade que o Senhor nos convida a realizar.
Visitar os encarcerados
Visitar os encarcerados também é realizar uma obra de misericórdia. É um ato de caridade que deve ser demonstrada também para com os detentos.
Sendo parte das obras de misericórdia, a visita às prisões são um convite feito para que recordemos que, qualquer que tenha sido o crime cometido pelo prisioneiro, ele é filho de Deus, foi redimido pelo sangue de Cristo, continua sendo amado por Deus e o Pai espera a volta do filho.
Diante da privação da liberdade e da humanidade pelas condições degradantes em que vivem os encarcerados em muitas ocasiões, o cristão é chamado a fazer de tudo para restituir ao preso a dignidade perdida, a procurar tirá-lo da degradação em que caiu.
"Ninguém aponte o dedo contra alguém", advertiu Francisco que ainda acrescentou:
"Quantas lágrimas vi correr pelas faces de pessoas presas que talvez nunca tinham chorado na sua vida, e isto só porque se sentiram acolhidas e amadas".
Conselho final
Francisco recordou que Jesus e os apóstolos também viveram a prisão, e, portanto, conhecemos o sofrimento que viveram.
"Como se vê, finalizou Francisco, essas obras de misericórdia são antigas e, mesmo assim, sempre atuais. Jesus deixou o que estava fazendo para visitar a sogra de Pedro e fez uma caridade. Não caiamos na indiferença, mas nos tornemos instrumentos da misericórdia de Deus para restituir alegria e dignidade a quem a perdeu". (JSG)
*Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/83420#ixzz4PbIbo9jS
Como alcançar indulgências plenárias no Ano da Misericórdia
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- Quarta, 09 Novembro 2016 12:01
Conforme o ensinamento da Igreja Católica, “indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos” (Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, 1967, Papa Paulo VI, Sobre a doutrina das indulgências, n.1).
Embora, no Sacramento da Penitência, a culpa do pecado seja perdoada, tirada e com ele o castigo eterno por motivo dos pecados mortais, ainda permanece a pena temporal exigida pela Justiça Divina, e essa exigência deve ser cumprida na vida presente ou depois da morte, isto é, no Purgatório. Uma indulgência oferece ao pecador penitente meios para cumprir essa dívida durante sua vida na terra ou oferecer pelas almas do Purgatório. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados” (CIC, 1498).
A misericórdia é mais forte que os pecados
“No sacramento da reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela se torna indulgência do Pai que, por meio da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e o liberta de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado” (Misericordiae Vultus, Papa Francisco).
O Papa Paulo VI, na Constituição Apostólica Doutrina das Indulgências (DI), ensina toda a verdade sobre essa matéria. Começa dizendo: “A doutrina e o uso das indulgências vigentes na Igreja Católica, há vários séculos, encontram sólido apoio na Revelação divina, a qual, vindo dos apóstolos ‘se desenvolve na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”, enquanto “a Igreja no decorrer dos séculos, tende para a plenitude da verdade divina, até que se cumpram nela as palavras de Deus (Dei Verbum, 8)’” (DI, 1). Assim, fica claro que as indulgências têm base sólida na Doutrina Católica (Revelação e Tradição) e, como disse Paulo VI, “desenvolve-se na Igreja sob a inspiração do Espírito Santo”.
Como obter indulgências plenárias no Jubileu da Misericórdia?
“Para lucrar a indulgência plenária, além da repulsa de todo afeto a qualquer pecado, até venial, requerem-se a execução da obra enriquecida da indulgência e o cumprimento das três condições seguintes: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice” (Normas,7-10).
Sendo o Ano Santo um período em que se enfatiza o perdão, a libertação e a misericórdia, a Igreja propõe, de modo especial, nessas ocasiões, as indulgências.
O Papa Francisco anunciou o Jubileu da Misericórdia, um Ano Santo Extraordinário, instituído por ele e que terá como centro a misericórdia de Deus. O Jubileu da Misericórdia é extraordinário, e seu início foi no dia oito de dezembro, dia da Imaculada Conceição. O encerramento do Ano Santo será no dia 20 de novembro de 2016: “Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da misericórdia”.
O que significa viver a indulgência no Ano Santo
“Viver a indulgência no Ano Santo significa aproximar-se da misericórdia do Pai, com a certeza de que o seu perdão cobre toda a vida do crente. A indulgência é experimentar a santidade da Igreja, que participa em todos os benefícios da redenção de Cristo, para que o perdão se estenda até às últimas consequências aonde chega o amor de Deus. Vivamos intensamente o Jubileu, pedindo ao Pai o perdão dos pecados e a indulgência misericordiosa em toda a sua extensão”.
Será, portanto, um Ano Santo extraordinário para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai, desde sempre, estende sobre nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca se cansa de escancarar a porta do Seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar conosco a Sua vida. A Igreja sente, fortemente, a urgência de anunciar a misericórdia de Deus. A sua vida é autêntica e credível, quando faz da misericórdia seu convicto anúncio.
O que um católico deve fazer para receber indulgências?
Segue o que o Papa Francisco diz:
“Para viver e obter a indulgência, os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta da Santa, aberta em cada catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais, em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. Estabeleço igualmente que se possa obter a indulgência nos santuários onde se abre a Porta da Misericórdia e nas igrejas que, tradicionalmente, são identificadas como jubilares. É importante que esse momento esteja unido, em primeiro lugar, ao sacramento da reconciliação e à celebração da Santa Eucaristia, com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar essas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro”.
E as pessoas enfermas?
“Penso também em quantos, por diversos motivos, estão impossibilitados de ir até a Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, as quais, muitas vezes, se encontram em condições de não poder sair de casa. Para eles, será de grande ajuda viver a enfermidade e o sofrimento como experiência de proximidade ao Senhor, que, no mistério da Sua Paixão, Morte e Ressurreição, indica a via mestra para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança jubilosa esse momento de provação, recebendo a comunhão ou participando da Santa Missa e da oração comunitária, inclusive nos vários meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência jubilar”.
E os encarcerados?
“O meu pensamento se dirige também aos encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade. O jubileu constituiu sempre a oportunidade de uma grande anistia, destinada a envolver muitas pessoas que, mesmo merecedoras de punição, todavia tomaram consciência da injustiça perpetrada e desejam sinceramente inserir-se de novo na sociedade, oferecendo o seu contributo honesto. A todos eles chegue concretamente a misericórdia do Pai que quer estar próximo de quem mais necessita do seu perdão. Nas capelas dos cárceres, poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que esse gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.
Fonte: Canção Nova
Milhares de detentos estarão com o Papa no Jubileu dos Presos
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- Sexta, 04 Novembro 2016 09:05
“Estamos na reta final e temos agora dois encontros importantes”, declarou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, ao introduzir na manhã desta quinta-feira, 3, a apresentação do Jubileu dos Encarcerados e das pessoas socialmente excluídas, que será realizado no Vaticano nos dias 5 e 6, e de 11 a 13 de novembro.
O Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, ilustrou os dois encontros, que no Jubileu dão um forte sentido de preocupação pelos pobres, marginalizados e excluídos. O arcebispo revelou ainda que o vivo interesse do Papa pelos condenados ultrapassa o período jubilar. Francisco – disse ele – esteve em contato telefônico com detentos nos últimos meses, tendo realizado contatos também com condenados à morte, “não podendo, infelizmente, salvar da morte um deles”.
Detentos de diversos países
Para o Jubileu dos Encarcerados que será no dia 6, foram convidados os detentos com os seus familiares, agentes da Polícia Penitenciária, os Capelães das prisões e as Associações que oferecem assistência dentro e fora dos cárceres.
“Até o momento, inscreveram-se mais de 4 mil pessoas, das quais mais de mil serão detentos provenientes de 12 países do mundo: Inglaterra, Itália, Letônia, Madagascar, Malásia, México, Holanda, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Suécia e Portugal”, antecipou Dom Fisichella
O serviço litúrgico, disse ainda o bispo, será feito pelos prisioneiros. As hóstias que serão utilizadas na Santa Missa foram produzidas por alguns detentos do Cárcere da ‘Opera’, de Milão, no âmbito do projeto “O Sentido do Pão”, idealizado e organizado por ocasião do Jubileu e implementado em colaboração com a ONG Fundação Casa do Espírito e das Artes.
Ao lado do crucifixo em madeira do século XIV, restaurado recentemente, será exposta uma imagem de Nossa Senhora das Mercês, Protetora dos prisioneiros; o Menino Jesus tem em suas mãos correntes abertas em sinal de libertação e de confiança. Antes da Missa, o Papa saudará alguns encarcerados e personalidades presentes na celebração.
O Programa
“O programa do Jubileu dos Encarcerados é muito simples e não se afasta do espírito com que se quis viver o Jubileu. No dia de sábado, os participantes terão a possibilidade, nas Igrejas jubilares, de confessarem-se e de atravessar a Porta Santa, realizando o percurso prévio, instalado na Via da Conciliação, em preparação à celebração do dia sucessivo. A partir das 7h30min será possível entrar na Basílica, em espera à celebração da Santa Eucaristia presidida pelo Santo Padre às 10 horas”, informou Dom Fisichella.
Testemunhos
Também está previsto no Jubileu dos Presos um momento de testemunhos que englobam o mundo dos cárceres. Um detento que no mundo da prisão teve a experiência da conversão falará junto à vítima com a qual se reconciliou. Outro testemunho será o do irmão de uma pessoa assassinada que tornou-se um instrumento de misericórdia, portanto, de perdão. Um menor de idade que está cumprindo pena e, por fim, um agente da Polícia Penitenciária, que diariamente está em contato com os detentos.
Participantes
O grupo mais numeroso de prisioneiros é da Itália. Estarão presentes menores, pessoas que cumprem pena alternativa, pessoas com prisão domiciliar e detentos permanentes com condenações diversas.
Digno de recordação – ressalta o Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização – que a colaboração com o Ministério da Justiça nestes meses, permitiu que seis detentos desenvolvessem o serviço como voluntários do Jubileu. “Uma experiência intensa vivida por todos com espírito de genuíno empenho e responsabilidade”.
Interesse do Papa pelos encarcerados
O Papa – recordou por fim Dom Fisichella – sempre dedicou grande atenção aos encarcerados. Como exempli, ele lembrou a primeira celebração de Francisco na Quinta-Feira Santa, no Cárcere para menores de Casal del Marmo, e suas numerosas visitas nas prisões de muitos países: em Poggioreale (Nápoles) em março de 2015, onde almoçou com os detentos; em Filadélfia em setembro de 2015; em Palmasole, Bolívia, em julho de 2015 e em Ciudad Juárez, no México, em fevereiro de 2016.
Da Redação, com Rádio Vaticano
Fonte: Canção Nova
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