“Deus não desiste de nós”: Dom Gil reforça a mensagem da Páscoa sobre amor e fé
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- Sábado, 15 Abril 2023 12:50
“A nossa Páscoa é Jesus Cristo”. Com esta afirmação, o Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, iniciou a homilia da principal festa da liturgia católica, o Domingo de Páscoa.
Ao longo da explanação, o Arcebispo destacou que os apóstolos não compreenderam imediatamente o pleno significado da ressurreição. No entanto, ao entenderem, se tornaram porta-vozes da Boa Nova – e este testemunho é a base da fé católica.
Dom Gil também destacou a importância do relato das mulheres, as primeiras a descobrirem que Cristo estava vivo. E comentou a principal mensagem da Páscoa: o amor de Deus pela humanidade é grande e Ele não desiste de nós.
Jesus é a Páscoa
Durante a celebração na Catedral Metropolitana, Dom Gil explicou que Jesus deu sentido à Páscoa, porque era o verdadeiro Cordeiro que tira os pecados do mundo, ao ser sacrificado. “A nossa Páscoa é Jesus Cristo. A Páscoa que os judeus celebravam era uma prefiguração da realidade. A realidade é Cristo eles matavam o cordeiro, como símbolo de Cristo que havia de morrer na cruz, mas não sabiam disso. Ficaram sabendo depois que veio Jesus, portanto, o verdadeiro cordeiro que é capaz de tirar os pecados do mundo é Cristo.”
O Pastor Arquidiocesano ainda esclareceu que não há ressurreição da alma, mas apenas do corpo, porque a alma é imortal. Assim sendo, podemos perceber que a ressurreição é um mistério que transcende as coisas naturais. “Nós não acreditamos somente em coisas naturais, nós acreditamos em coisas sobrenaturais. Por isso São Paulo escrevendo aos Colossenses diz isso: Se ressuscitastes com Cristo pensais nas coisas do alto. Pensais nas coisas do alto, nas coisas sobrenaturais, não somos criados para matéria somente, mas a matéria criada pode ser transformada. Ele fez homem e mulher para serem transformados”.
Deus espera por nós
O Arcebispo Metropolitano encerrou a homilia apontando o significado de celebrar verdadeiramente a Páscoa: Deus não desiste de nós. “ ‘A ressureição do Senhor é nossa esperança’, diz santo Agostinho. Celebrar a Páscoa, celebrar a ressureição, é justamente reconhecer que Deus não desiste de nós, mas espera-nos na casa eterna onde viveremos para sempre.”
"Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos"
Destaca o Pároco da Catedral, Padre João Paulo Teixeira Dias, em entrevista. "Que alegria celebrarmos a Páscoa do Senhor, em especial, na casa mãe da Arquidiocese, a Catedral Metropolitana. Realizamos ontem a Vigília Pascal, momento tão bonito de cantarmos a vitória de Cristo sobre a morte e sobre o pecado. A culpa de Adão foi vencida pela obediência e pelo amor de Cristo, que derramou o seu sangue na cruz pela nossa Salvação. Hoje com muita alegria nos encontramos novamente para celebrar o Domingo, dia do Senhor, celebrando a continuidade deste tempo tão bonito que vamos viver ao longo de 50 dias em preparação para a festa de Pentecostes. Quero dizer a você, anime o seu coração e fortaleça a sua fé neste Cristo que venceu o pecado, a morte e ressuscitou para nos salvar. Que esta alegria possa preencher e estar sempre presente no seu coração e no seu gesto de fé e de amor ao próximo propagando em todos os lugares a Ressurreição do Senhor. Feliz Páscoa e que a alegria do Ressuscitado seja sempre para nós esse grande incentivo para continuarmos o nosso caminho de amor e de fé”, completou com entusiasmo.
* Com informações do site da Rádio Catedral de JF
Círio Pascal é aceso durante Vigília, na noite de sábado (8)
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- Sábado, 15 Abril 2023 12:31
Após o silêncio que caracterizou a Sexta-feira da Paixão (7) e o dia seguinte, os sinos das igrejas voltaram a tocar e o Glória voltou a ser entoado durante a Vigília Pascal, na noite do Sábado Santo (8). Na Catedral de Juiz de Fora, esta que é considerada a “mãe de todas as vigílias” foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira.
Ainda com o templo no breu, o Pastor Arquidiocesano abençoou o Fogo Novo e acendeu o Círio Pascal, símbolo da Ressurreição de Cristo. A partir dele, as velas de todos os presentes foram acesas e começaram a iluminar pouco a pouco a igreja. Após a introdução solene do Círio na Catedral, deu-se início à Liturgia da Palavra, durante a qual foram lidos sete textos do Antigo Testamento e um do Novo Testamento, todos acompanhados de um salmo.
Após a proclamação do Evangelho sobre a Ressurreição de Jesus e a homilia, Dom Gil abençoou a água da fonte batismal e os fiéis presentes renovaram as promessas do Batismo. Seguiu-se a aspersão de toda a assembleia com a água benta e a Liturgia Eucarística.
“Nessa vigília nós recordamos tudo o que veio antes de Jesus: a criação, a passagem do Mar Vermelho, a libertação da escravidão do Egito e tantas outras coisas, depois recordamos o nosso batismo. Por fim, nós cantamos ‘aleluias’, voltando à toda a alegria de sermos cristãos e à alegria de sermos salvos por Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou por nós”, explicou Dom Gil.
Após a comunhão, houve uma procissão com o Santíssimo Sacramento pelo adro da Catedral. A chuva fraca não impediu que os presentes acompanhassem Jesus Eucarístico e, em seguida, recebessem a bênção solene, já no interior da igreja.
A Santa Missa foi concelebrada pelo Pároco da Catedral, Padre João Paulo Teixeira Dias, e pelo Vigário Paroquial, Padre Danilo Celso de Castro. Os diáconos Antônio Valentino e Waldeci Rodrigues serviram ao Altar.
Na escuridão, as luzes voltaram a brilhar
Durante a homilia do Arcebispo Metropolitano, um apagão que atingiu toda a região central de Juiz de Fora fez com que as luzes da Catedral se apagassem completamente. Também sem o som dos microfones, Dom Gil se deslocou ao centro do altar e pediu que todos os presentes acendessem as lanternas de seus smartphones e celulares.
Segundo o Pastor Arquidiocesano, o apagão acabou sendo providencial. “Novamente nós pudemos refletir sobre a escuridão do túmulo onde Jesus estava. Eu pedi para todo mundo acender as lanternas dos celulares, e essas luzes foram o símbolo que nós encontramos Jesus, que não nos deixa na escuridão. Nós podemos enfrentar problemas, trevas na vida, mas temos certeza de que temos a luz em nossa mão, em nosso coração, que é Jesus Cristo. Então, foi providencial esse ‘apagãozinho’ durante a liturgia, que veio nos recordar todo o sentido dessa noite santa da Vigília Pascal.”
Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora
Fiéis celebram morte e sepultamento de Cristo na Sexta-feira da Paixão
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- Sexta, 14 Abril 2023 15:28
A Sexta-feira Santa (7), também chamada de Sexta-feira da Paixão, é o único dia do ano em que não são celebradas missas. Neste dia, os cristãos recordam a Paixão e Morte de Jesus, crucificado por nossos pecados, durante a Ação Litúrgica, às 15h, horário em que o Senhor foi ao encontro do Pai. Na parte da manhã, na Catedral, os fiéis puderam participar da Via-Sacra pelas ruas do centro e também houve grande movimento no último dia de confissões durante a Semana Santa.
A Ação Litúrgica, na Catedral, foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira. Também estiveram presentes o Pároco, Padre João Paulo Teixeira Dias, e os diáconos Antonio Valentino e Waldeci Rodrigues. A Ação Litúrgica começou com uma silenciosa procissão de entrada. Aos chegarem ao altar, desnudado na noite anterior, os celebrantes prostraram-se no chão, seguidos pelos fiéis presentes, que se ajoelharam.
Após este momento, fez-se as leituras do dia, incluindo o Evangelho da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. A celebração seguiu com a Oração Universal, durante a qual foram lembradas dez intenções especiais em prol da Igreja, fiéis e sociedade de uma forma geral. Em seguida, aconteceu o momento de adoração à Santa Cruz, com a reverência e o beijo dos celebrantes no símbolo da vitória de Cristo sobre a morte. Depois da oração do Pai Nosso, houve o momento da Comunhão.
Em entrevista, o Arcebispo de Juiz de Fora afirmou que a Sexta-feira da Paixão é um dia de respeito, recolhimento, penitência e oração profunda sobre aquilo que aconteceu fisicamente, moralmente e espiritualmente com o Senhor no alto do Gólgota. “A Sexta-feira Santa faz parte do Tríduo Pascal, que é constituído pela quinta-feira à noite; a sexta-feira, com a morte do Senhor; o sábado, com silêncio respeitoso e expectativa; e domingo, com a luz da ressurreição. Hoje a Igreja não celebra sacramentos, mas celebra essa grande ação litúrgica, que deve ser feita preferencialmente às três horas da tarde, recordando a hora da morte de Cristo. E assim nós adoramos o Senhor na cruz e agradecemos a Deus a sua misericórdia de ter dado seu Filho para a nossa salvação.”
Ao final da Ação Litúrgica, os fiéis presentes na Catedral puderam fazer o seu momento de adoração à Cruz, tendo a possibilidade de aproximar-se dela, tocá-la e beijá-la. Observando este momento, Dom Gil comentou a emoção das pessoas, aflorada pela imagem do Cristo crucificado. “Condoer-se pela morte do Senhor é algo bom. É uma participação nos sofrimentos de Cristo. Mas, ao mesmo tempo, o nosso povo traz para diante da Cruz os seus próprios sofrimentos, suas próprias cruzes. Esta presença física, espiritual, moral do nosso povo na Sexta-feira Santa é também o recolhimento do sofrimento dos nossos irmãos: nós não podemos esquecer que há muitas pessoas que sofrem muito, e mais do que nós, em todas as partes do mundo e também em nosso Brasil.”
Sermão do Descendimento e Procissão do Enterro
Como acontece tradicionalmente na Catedral, a noite da Sexta-feira Santa foi marcada pelo Sermão do Descendimento, este ano proclamado pelo Pároco, Padre João Paulo. Em seguida, aconteceu a Procissão do Enterro, que tomou as ruas do centro de Juiz de Fora.
Dom Gil Antônio Moreira falou sobre esse costume mineiro. “À noite, em muitos lugares do Brasil, em Minas Gerais sobretudo, se faz o descendimento da cruz. Um sermão, uma palavra de Deus que é comunicada à comunidade de uma maneira, vamos dizer, visual, descendo a imagem da cruz, parte por parte – as mãos, os pés, depois o corpo inteiro -, refletindo sobre os símbolos da Paixão: a coroa de espinhos, os pregos, os cravos, a placa. Depois fazemos uma grande procissão acompanhando o Senhor morto. O povo tem muita veneração por esse momento, muito respeito, e comparece sempre com número muito grande de pessoas para esta procissão. É a maneira que nós temos de celebrar essa grande misericórdia de Deus, da morte que não é totalmente morte, mas é princípio da ressurreição.”
Intercalando as falas com momentos oracionais guiados por músicas bastante conhecidas, o Semão foi centrado em explicar a manifestação do amor de Jesus por toda a humanidade, deixando claro que seu único crime foi amar, que Ele se entregou completamente no momento da cruz.
“Nessa Sexta-feira Santa vivemos a tristeza sim, permanecemos em silêncio, em penitência, mas estamos vigilantes, esperançosos pela sua ressureição, pela vida que se renova na cruz. A cruz não é morte, é vida, é a árvore da vida que nos faz ser irmãos, ser comunidade de fé”, disse Padre João Paulo.
Desta maneira, o clima de pesar pairava no local, mas havia espaço para reflexão. “O Padre João Paulo já falou lá, essa é a maior prova de amor que nós tivemos de Deus, ele morrer na Cruz por nós. Nós não podemos esquecer isso, tem que ser gratidão eterna. A gente não entende esse mistério, porque Deus quis passar por isso, por nós. E nós, por amor a Ele, por amor os irmãos, a gente faz memoria disso tudo”, comentou a fiel da Igreja São Sebastião, Ana Maria Lopes.
Além disso, o sacerdote destacou outra entrega de Jesus na cruz: sua mãe, aquela que esteve com ele do início até o fim. “Cristo entregou-a como mãe, através do discípulo amado. Nós, como filhos de Maria, salvos por Jesus, queremos pelo ‘sim’ de Maria testemunhar nosso ‘sim’, para levarmos, com nossa vida, nosso testemunho, a vontade de Deus, para sermos discípulos, apóstolos missionários, neste mundo”, afirmou ele.
Após o sermão, a imagem do Bom Jesus morto e de Nossa Senhora das Dores foram conduzidas pelas ruas do centro e acompanhadas por centenas de fiéis. As procissões são costumes bastante tradicionais na Igreja Católica. Esta, em específico, é um ato público de fé que recorda para nós que Jesus foi conduzido ao sepulcro. Ele também foi enterrado, também passou pela morte. Segundo Padre João Paulo, a presença de cada fieis na procissão valia como uma procissão de fé.
Joaquim Martins, do Terço do Homens da Igreja São Sebastião, localizada no centro de Juiz de Fora, foi uma das pessoas que esteve com as imagens nos ombros e comentou sobre o que o motivou a isso. “Hoje, ao carregar o andor, foi uma penitência porque eu entendo que todo o peso que eu carrego não é nada perto da cruz que Jesus carregou. Eu carregar Jesus nos meus ombros, foi uma forma de sacrifico que eu tentei fazer ”.
Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora
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