Como alcançar indulgências plenárias no Ano da Misericórdia

formacao como-alcancar-indulgencias-plenarias-no-ano-da-misericordia-1600x12001-600x450Conforme o ensinamento da Igreja Católica, “indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos” (Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, 1967, Papa Paulo VI, Sobre a doutrina das indulgências, n.1).

Embora, no Sacramento da Penitência, a culpa do pecado seja perdoada, tirada e com ele o castigo eterno por motivo dos pecados mortais, ainda permanece a pena temporal exigida pela Justiça Divina, e essa exigência deve ser cumprida na vida presente ou depois da morte, isto é, no Purgatório. Uma indulgência oferece ao pecador penitente meios para cumprir essa dívida durante sua vida na terra ou oferecer pelas almas do Purgatório. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados” (CIC, 1498).

A misericórdia é mais forte que os pecados
“No sacramento da reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela se torna indulgência do Pai que, por meio da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e o liberta de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado” (Misericordiae Vultus, Papa Francisco).

O Papa Paulo VI, na Constituição Apostólica Doutrina das Indulgências (DI), ensina toda a verdade sobre essa matéria. Começa dizendo: “A doutrina e o uso das indulgências vigentes na Igreja Católica, há vários séculos, encontram sólido apoio na Revelação divina, a qual, vindo dos apóstolos ‘se desenvolve na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”, enquanto “a Igreja no decorrer dos séculos, tende para a plenitude da verdade divina, até que se cumpram nela as palavras de Deus (Dei Verbum, 8)’” (DI, 1). Assim, fica claro que as indulgências têm base sólida na Doutrina Católica (Revelação e Tradição) e, como disse Paulo VI, “desenvolve-se na Igreja sob a inspiração do Espírito Santo”.

Como obter indulgências plenárias no Jubileu da Misericórdia?
“Para lucrar a indulgência plenária, além da repulsa de todo afeto a qualquer pecado, até venial, requerem-se a execução da obra enriquecida da indulgência e o cumprimento das três condições seguintes: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice” (Normas,7-10).

Sendo o Ano Santo um período em que se enfatiza o perdão, a libertação e a misericórdia, a Igreja propõe, de modo especial, nessas ocasiões, as indulgências.

O Papa Francisco anunciou o Jubileu da Misericórdia, um Ano Santo Extraordinário, instituído por ele e que terá como centro a misericórdia de Deus. O Jubileu da Misericórdia é extraordinário, e seu início foi no dia oito de dezembro, dia da Imaculada Conceição. O encerramento do Ano Santo será no dia 20 de novembro de 2016: “Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da misericórdia”.

O que significa viver a indulgência no Ano Santo
“Viver a indulgência no Ano Santo significa aproximar-se da misericórdia do Pai, com a certeza de que o seu perdão cobre toda a vida do crente. A indulgência é experimentar a santidade da Igreja, que participa em todos os benefícios da redenção de Cristo, para que o perdão se estenda até às últimas consequências aonde chega o amor de Deus. Vivamos intensamente o Jubileu, pedindo ao Pai o perdão dos pecados e a indulgência misericordiosa em toda a sua extensão”.

Será, portanto, um Ano Santo extraordinário para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai, desde sempre, estende sobre nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca se cansa de escancarar a porta do Seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar conosco a Sua vida. A Igreja sente, fortemente, a urgência de anunciar a misericórdia de Deus. A sua vida é autêntica e credível, quando faz da misericórdia seu convicto anúncio.

O que um católico deve fazer para receber indulgências?

Segue o que o Papa Francisco diz:

“Para viver e obter a indulgência, os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta da Santa, aberta em cada catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais, em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. Estabeleço igualmente que se possa obter a indulgência nos santuários onde se abre a Porta da Misericórdia e nas igrejas que, tradicionalmente, são identificadas como jubilares. É importante que esse momento esteja unido, em primeiro lugar, ao sacramento da reconciliação e à celebração da Santa Eucaristia, com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar essas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro”.

E as pessoas enfermas?
“Penso também em quantos, por diversos motivos, estão impossibilitados de ir até a Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, as quais, muitas vezes, se encontram em condições de não poder sair de casa. Para eles, será de grande ajuda viver a enfermidade e o sofrimento como experiência de proximidade ao Senhor, que, no mistério da Sua Paixão, Morte e Ressurreição, indica a via mestra para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança jubilosa esse momento de provação, recebendo a comunhão ou participando da Santa Missa e da oração comunitária, inclusive nos vários meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência jubilar”.

E os encarcerados?
“O meu pensamento se dirige também aos encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade. O jubileu constituiu sempre a oportunidade de uma grande anistia, destinada a envolver muitas pessoas que, mesmo merecedoras de punição, todavia tomaram consciência da injustiça perpetrada e desejam sinceramente inserir-se de novo na sociedade, oferecendo o seu contributo honesto. A todos eles chegue concretamente a misericórdia do Pai que quer estar próximo de quem mais necessita do seu perdão. Nas capelas dos cárceres, poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que esse gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.

Fonte: Canção Nova

Milhares de detentos estarão com o Papa no Jubileu dos Presos

ano-misericordia-noticias“Estamos na reta final e temos agora dois encontros importantes”, declarou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, ao introduzir na manhã desta quinta-feira, 3, a apresentação do Jubileu dos Encarcerados e das pessoas socialmente excluídas, que será realizado no Vaticano nos dias 5 e 6, e de 11 a 13 de novembro.

O Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, ilustrou os dois encontros, que no Jubileu dão um forte sentido de preocupação pelos pobres, marginalizados e excluídos. O arcebispo revelou ainda que o vivo interesse do Papa pelos condenados ultrapassa o período jubilar. Francisco – disse ele – esteve em contato telefônico com detentos nos últimos meses, tendo realizado contatos também com condenados à morte, “não podendo, infelizmente, salvar da morte um deles”.

Detentos de diversos países
Para o Jubileu dos Encarcerados que será no dia 6, foram convidados os detentos com os seus familiares, agentes da Polícia Penitenciária, os Capelães das prisões e as Associações que oferecem assistência dentro e fora dos cárceres.

“Até o momento, inscreveram-se mais de 4 mil pessoas, das quais mais de mil serão detentos provenientes de 12 países do mundo: Inglaterra, Itália, Letônia, Madagascar, Malásia, México, Holanda, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Suécia e Portugal”, antecipou Dom Fisichella

O serviço litúrgico, disse ainda o bispo, será feito pelos prisioneiros. As hóstias que serão utilizadas na Santa Missa foram produzidas por alguns detentos do Cárcere da ‘Opera’, de Milão, no âmbito do projeto “O Sentido do Pão”, idealizado e organizado por ocasião do Jubileu e implementado em colaboração com a ONG Fundação Casa do Espírito e das Artes.

Ao lado do crucifixo em madeira do século XIV, restaurado recentemente, será exposta uma imagem de Nossa Senhora das Mercês, Protetora dos prisioneiros; o Menino Jesus tem em suas mãos correntes abertas em sinal de libertação e de confiança. Antes da Missa, o Papa saudará alguns encarcerados e personalidades presentes na celebração.

O Programa
“O programa do Jubileu dos Encarcerados é muito simples e não se afasta do espírito com que se quis viver o Jubileu. No dia de sábado, os participantes terão a possibilidade, nas Igrejas jubilares, de confessarem-se e de atravessar a Porta Santa, realizando o percurso prévio, instalado na Via da Conciliação, em preparação à celebração do dia sucessivo. A partir das 7h30min será possível entrar na Basílica, em espera à celebração da Santa Eucaristia presidida pelo Santo Padre às 10 horas”, informou Dom Fisichella.

Testemunhos
Também está previsto no Jubileu dos Presos um momento de testemunhos que englobam o mundo dos cárceres. Um detento que no mundo da prisão teve a experiência da conversão falará junto à vítima com a qual se reconciliou. Outro testemunho será o do irmão de uma pessoa assassinada que tornou-se um instrumento de misericórdia, portanto, de perdão. Um menor de idade que está cumprindo pena e, por fim, um agente da Polícia Penitenciária, que diariamente está em contato com os detentos. 

Participantes
O grupo mais numeroso de prisioneiros é da Itália. Estarão presentes menores, pessoas que cumprem pena alternativa, pessoas com prisão domiciliar e detentos permanentes com condenações diversas.

Digno de recordação – ressalta o Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização – que a colaboração com o Ministério da Justiça nestes meses, permitiu que seis detentos desenvolvessem o serviço como voluntários do Jubileu. “Uma experiência intensa vivida por todos com espírito de genuíno empenho e responsabilidade”.

Interesse do Papa pelos encarcerados
O Papa – recordou por fim Dom Fisichella – sempre dedicou grande atenção aos encarcerados. Como exempli, ele lembrou a primeira celebração de Francisco na Quinta-Feira Santa, no Cárcere para menores de Casal del Marmo, e suas numerosas visitas nas prisões de muitos países: em Poggioreale (Nápoles) em março de 2015, onde almoçou com os detentos; em Filadélfia em setembro de 2015; em Palmasole, Bolívia, em julho de 2015 e em Ciudad Juárez, no México, em fevereiro de 2016.

Da Redação, com Rádio Vaticano

Fonte: Canção Nova

Halloween: entre doces e abóboras, vamos semear uma nova cultura

hallowen 04É sempre noite quando um grupo de crianças veste roupas assustadoras, mas nesta data não são motivo de espanto, quem dirá por seu doce pedido ao serem atendidas ao bater à porta de mais uma casa e perguntar: “travessuras ou gostosuras?” Talvez crianças assim ainda não baterão à porta de muitos aqui no Brasil na noite de 31 de outubro, véspera da Festa de Todos os Santos, mas a cena é familiar no cinema e desenhos animados americanos ao celebrar a data que chamam de “Dia das Bruxas”, que começa a entrar em nossa cultura em muitas realidades.

A história mostra que a data teve origem há cerca de 2.300 anos com o povo Celta (hoje países da Europa Ocidental), que tinha neste dia, o último do verão, também uma passagem para o ano novo. Data em que acreditavam que os espíritos dos mortos sairiam de suas covas para encontrar os vivos e se apossar de seus corpos. O medo destas supostas almas fez com que o povo colocasse na frente de suas casas objetos capazes de assustar as “ameaças”. Na lista de defesa estavam caveiras, ossos, bonecos, abóboras decoradas, entre outros.

Com a cristianização dos celtas, eles conservaram alguns costumes pagãos. Aproveitaram a coincidência com a Festa de Todos os Santos e a celebração de Finados, no dia seguinte, e misturaram tudo. Já o nome foi inspirado na antiga expressão inglesa "All Hallow's Eve" (Noite de Todos os Santos). "Hallow" é uma palavra do inglês antigo para designar "pessoa santa", que se tornou "Hallowe'en" em uma versão simplificada e depois "Halloween". A tradição teria sido levada por imigrantes irlandeses aos norte-americanos em 1840, amplamente difundida em sua versão pagã, especialmente pelos meios de comunicação para o mundo. Na idade média passou a ser chamada de “Dia das Bruxas” na Europa.

Se ainda é noite para alguns, continua sendo dia sob a luz do sol que é Cristo Jesus para nós cristãos que celebramos a Festa de Todos os Santos, distante do ocultismo obscurecido por bruxas, fantasmas, caveiras e variadas formas de expressar o terror. É dia de fazer exatamente o contrário, não cultuar expressões do mal e olhar de forma inspiradora para os extraordinários exemplos de vida dos santos. E mesmo ao celebrar o dia dos Fiéis Defuntos, no dia 2 de novembro, olhamos para a morte com esperança e intercedemos pela salvação das almas, não o medo e ameaça vista pelos conforme os antigos Celtas.

A Igreja não tem hesitado em lançar a luz do Evangelho sobre essa celebração do Halloween, de forma especial neste tempo em que as culturas são difundidas com facilidade pela proximidade dos povos pela web, cinema e TV, em especial. Por meio de um artigo intitulado “As perigosas mensagens do Halloween”, publicado em 2009, o jornal oficial do Vaticano, "L'Osservatore Romano", estampava que "o Dia das Bruxas é uma corrente do ocultismo e completamente anticristão".

Na mesma direção, nos últimos anos vimos atitudes de diversas dioceses pelo mundo orientarem os fieis a olhar de forma diferente para essa festa. Em 2010, a Igreja da Inglaterra fez um convite às crianças para que se vistissem de santos, ao invés de bruxas e diabinhos na data. No México, onde o Dia de Finados é considerado uma das principais celebrações religiosas após o Natal, quando o Halloween começou a influenciar os jovens na mesma época, a arquidiocese da Cidade do México também se manifestou por meio de um artigo no qual alertava que “se procuramos ser fiéis à nossa fé e aos valores do Evangelho, teríamos que concluir que a atual festa do Hallowen não só não tem nada a ver com a celebração que deu origem, mas também é nociva e contrária à fé e a vida cristã”.

São João Paulo II disse à juventude em 2012 queos jovens deveriam ser sal na terra (Cf. Mt 5, 13-14), e que este sal “tem a virtude de não deixar a identidade cristã desnaturar-se mesmo num ambiente duramente secularizado”. Este é o caminho, ser luz pela ação do Espírito Santo no mundo, assim como também exorta São Paulo: “não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, a fim de conhecerdes a vontade de Deus: o que é bom, o que Lhe é agradável e o que é perfeito” (Cf. Rm 12,2). Para completar, o papa Bento XVI, ao dirigir à Igreja por meio da Exortação Apostólica Verbum Domini (2010), convoca-nos a sermos “agentes culturais”, a partir dos valores do Evangelho, que ele chama de “grande código para as culturas”, agirmos pela purificação do modo de viver do povo, o que chamamos também em nossa missão como Movimento de semear a cultura de Pentecostes!

Wiliam de Paula

Grupo de Oração Jovens Sentinelas-Diocese de Itabira

Membro do Núcleo Nacional do Ministério Jovem

Fonte: RCC Brasil

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