Escolhido o cartaz da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”

cartaz-cf-2021-destaqueA Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2021 já tem cartaz escolhido. A equipe que prepara a CFE do ano que vem, composta por representantes da CNBB e de outras igrejas-membro do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), realizou concurso para a escolha da arte.

No próximo ano, a Campanha da Fraternidade será ecumênica e terá como tema “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”. E como lema o trecho da carta de Paulo aos Efésios: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2, 14ª). Essa será a quinta CFE e tem como objetivo geral “convidar as comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar caminhos para superar as polarizações e as violências através do diálogo amoroso testemunhando a unidade na diversidade”.

A arte escolhida para ilustrar o caminho fraterno de diálogo e comunhão foi elaborada pela agência Ateliê 15. O cartaz remete ao apelo de Cristo pela unidade. O secretário executivo para Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, destaca que “Cristo é a nossa paz e suas ações nos inspiram a concretiza-la por meio do nosso testemunho de vida”.

“Seu amor nos une, sua Palavra desperta em nossos corações o compromisso com a construção de uma sociedade que seja capaz de dialogar superando assim as polarizações que adiam a “cultura do encontro” e o desejo de Cristo de que todos sejamos um (Jo 17,21). Cultura capaz de iniciar processos de vida nova a partir de um coração que se converte e, como tal, jamais deixará de dialogar, viver a fraternidade e, em conjunto, trabalhar em favor da justiça e pela paz”, reforça padre Patriky.

Segundo os artistas do Ateliê 15, a base do desenho é uma ciranda, uma grande roda onde não há primeiro, nem último, onde todos formam uma unidade e precisam trabalhar na mesma sintonia e ritmo para não perderem o compasso. “A ciranda lembra uma canção muito comum em nossas comunidades, ‘baião das comunidades’ do cantor e compositor Zé Vicente. Todas e todos são convidados a participarem desta ciranda pela vida construindo a civilização do amor, da justiça, da igualdade e da paz. Na ciranda há uma criança com a mão estendida a espera de mais pessoas a fim de que o movimento de fraternidade não pare. Somos todos convidados!”.

A seleção da arte se deu por meio de um concurso. Em relação ao texto base, a previsão é de que no mês de julho ele esteja concluído. O hino também deve ser divulgado em breve.

São membros do CONIC as seguintes Igrejas: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Presbiteriana Unida, Aliança de Batistas do Brasil. Ainda participam da comissão de preparação representantes do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização (CESEEP) e a Igreja Betesda como Igreja convidada.

Informações: Site da CNBB

Santa Sé sobre liberdade de expressão: a mídia deve ser inclusiva e respeitosa

cq5dam.thumbnail.cropped.1500.844-scaledProteção e responsabilidade dos meios de comunicação: esses foram os pontos abordados pela delegação da Santa Sé na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce) durante a segunda reunião suplementar sobre a Dimensão Humana 2020 dedicada aos temas da liberdade de expressão, meios de comunicação e informação. “Para fazer progredir a verdade, a liberdade, a justiça e a solidariedade na sociedade, os meios de comunicação – sob qualquer forma – devem ser protegidos e a liberdade reconhecida pela Comunidade internacional deve ser garantida. Ao mesmo tempo, deve-se reconhecer que a liberdade de expressão, como todo direito humano, tem responsabilidades que não podem ser ignoradas”.

Mídia e ética

A Santa Sé reitera o fundamento ético dos meios de comunicação na sociedade, centrados na “pessoa e comunidade”, fim e medida do uso dos meios de comunicação para o desenvolvimento humano integral, porque “os meios de comunicação não fazem nada sozinhos. São instrumentos. Instrumentos usados como as pessoas escolhem usá-los”.

Liberdade de expressão e religião

“É inaceitável”, reitera a Santa Sé, “esconder-se atrás da liberdade de expressão como justificação para a discriminação, hostilidade ou violência contra uma religião ou seus membros. A liberdade de expressão deve incluir respeito e espaço para as opiniões, mesmo que diferentes, sem impedir debates críticos ou discussões sérias sobre religião. A Santa Sé convida os meios de comunicação à responsabilidade de dar notícias “justas e precisas” sobre questões religiosas, permitindo aos membros das comunidades expressar sua opinião e encorajando o desenvolvimento de orientações específicas.

Participação das comunidades religiosas na vida pública

No pronunciamento da delegação pontifícia há também a esperança de que os meios de comunicação de massa sejam inclusivos e encorajem uma rica e ampla troca de ideias e pontos de vista e que as instituições envolvam os representantes das comunidades religiosas nos debates públicos, para que possam expressar o seu ponto de vista com base nas convicções morais derivadas da sua fé e assim dar a sua contribuição para a vida dos seus respectivos países.

A Santa Sé dedica particular atenção ao uso da Internet, em particular às redes sociais, que podem se tornar instrumentos nocivos e veículos de mensagens de ódio e que denigrem. Para evitar isso, os provedores de serviços de Internet e de redes sociais devem, segundo a Santa Sé, ser encorajados a adotar normas claras, transparentes e não discriminatórias que impeçam qualquer forma ou comportamento marcado pela intolerância.

Divergência digital e seus efeitos negativos

Na conclusão, uma reflexão sobre o que aconteceu durante a pandemia, onde as desigualdades no acesso à informação colocaram as pessoas ainda mais em situações vulneráveis e em maior risco de sofrimento, particularmente nas sociedades e contextos de pobreza.

“A divergência digital entre ricos e pobres”, afirma a Santa Sé, “pode custar vidas, especialmente quando as informações cruciais não são oportunas. Sem acesso a informação responsável, transparente e atualizada, criam-se desigualdades ainda maiores no meio de um sofrimento já generalizado. A Santa Sé pede para fazer todos os esforços a fim de garantir o acesso total e eficaz à informação a todos, percorrendo os caminhos do direito e do desenvolvimento econômico.

Informações: Site do Vatican News

Diocese de Santo André produz máscaras inclusivas para surdos

mascaras-inclusivas-diocese-de-santo-andreEm março, o Brasil foi atingido pela pandemia de coronavírus. Desde então, muitas recomendações foram dadas pelo Ministério da Saúde, a exemplo da Organização Mundial da Saúde (OMS), como o uso de máscaras. Os EPIs, como são conhecidos, antes utilizados por profissionais de saúde, passaram então a ser utilizados por todos ao sair de casa.

A diocese de Santo André, em São Paulo, teve então uma ideia inclusiva, pensando nos surdos e seus familiares, que ao utilizar as máscaras, tinham sua comunicação comprometida: fabricar máscaras com um material plástico transparente, que facilita na visualização das expressões faciais.

O assessor diocesano do Setor Inclusão, padre Cláudio Santos, comenta o projeto, que se chama “Costurando Máscaras, Costurando Sorrisos”. “A iniciativa surgiu a partir de uma reportagem que vimos, que mostrava uma funcionária surda de um hospital, com dificuldades de comunicação por causa do uso das máscaras comuns. Daí pensamos em fazer algo inclusivo, que possibilitasse uma comunicação mais plena para todos.”

A ideia uniu o Vicariato Episcopal para a Caridade Social e o Setor Inclusão da diocese em uma ação que resultou na doação de máscaras que serão distribuídas de graça para pessoas com deficiência auditiva e surdas. Mais 200 peças já estão em fase de produção, além de modelos personalizados para crianças.

“Os surdos se comunicam muito pelas expressões faciais – de tristeza, alegria, animação, susto -, então o rosto transmite muito. Quando a gente coloca uma máscara que tampa 80% do nosso rosto, nossas emoções não são mais tão facilmente transmitidas. O objetivo é que o surdo possa se expressar totalmente e perceber dos outros essa expressão também. Muitos surdos também usam da leitura labial, ainda que não seja o ideal, mas ajuda na comunicação, e com a máscara convencional é impossível”, diz o padre.

O religioso lembra que, além de ajudar na comunicação, ações como essa despertam a atenção e o cuidado com outro, e levam a sociedade a ser mais inclusiva: “Ao serem usadas, essas máscaras evidenciam uma necessidade inclusiva e levam a um debate, a uma reflexão. É importante ter ações como essa e desenvolver outras, para que os surdos e outras minorias se sintam incluídos na sociedade.

Costurando Sorrisos

Maria do Socorro da Cunha, mais conhecida como Deia, lidera o grupo de 16 costureiras que já fabricaram mais de 6,5 mil máscaras tradicionais para famílias assistidas pelo Vicariato para a Caridade. Ao receber o pedido das máscaras inclusivas, Deia ficou muito feliz e diz que se sentiu grata por realizar este trabalho.

“Quando pensamos que uma simples máscara pode salvar a vida de uma pessoa, a gente sente que nosso trabalho é importante. E no caso dessa pessoa surda, que através dessa máscara poderá se comunicar melhor com os outros, é uma qualidade dupla: salvando vidas e ajudando na comunicação”, avalia Deia.

A costureira conta que receberam três modelos de máscaras, e fizeram vários testes até chegar ao ideal. “Enquanto levamos três minutos para fazer uma máscara comum, a máscara inclusiva leva em média trinta minutos. Depois do corte, começa a montagem, a parte do plástico e acabamento. Dá mais trabalho, mas é muito gratificante. É algo que não se resume em uma palavra.”

As máscaras são produzidas de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, seguindo o modelo das feitas de pano, sem deixar espaço nas laterais. “Com esse tipo de plástico não há nenhum risco de sufocamento. Fica totalmente distante da boca, e é mais firme, seguindo a linha da costura. Além disso, a máscara é totalmente fechada nas laterais, pelo tecido, ficando rente à pele”, ressalta padre Cláudio.

Evangelização

Padre Cláudio diz que ainda não recebeu um feedback dos surdos e seus familiares, porque o projeto ainda está na fase de entrega das máscaras. “Mas até agora a iniciativa foi muito bem recebida. Há paróquias fazendo essa distribuição, e também recebemos muitos pedidos”, diz.

Quem quiser ajudar na iniciativa, seja doando material ou mão de obra, pode se informar melhor pelo telefone do Centro de Pastoral da Diocese (11) 99981 1233. Também neste número é possível fazer os pedidos de máscaras especiais.

Padre Cláudio acredita que as máscaras serão muito úteis para Pastorais de Surdos, intérpretes, e que a ação tem como consequência direta a evangelização.

“Essa preocupação com os surdos é também uma forma de evangelizar. Aqui na Diocese, os intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) também usarão essa máscara para poder comunicar o Evangelho com mais clareza. A evangelização vai ter um alcance muito maior e mais pleno, do que se fosse com a máscara convencional. Jesus Cristo nunca foi insensível diante das necessidades dos outros, Ele se fazia próximo das pessoas. Então, hoje, vemos como uma forma de evangelizar, pois as ações de caridade são uma revelação da face amorosa de Deus.”

Informações: Site da Canção Nova

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