“Dia da Paz para o Oriente”: nova iniciativa anual dos Patriarcas Católicos do Oriente Médio

al-aqsa-mosque-1262789 1280-1O 130º aniversário da “Rerum Novarum”, a encíclica assinada por Leão XIII em 1891, é o pano de fundo da nova iniciativa lançada pelo Comitê Episcopal “Justiça e Paz” do Conselho dos Patriarcas Católicos do Oriente Médio, para isso será realizada uma missa anual que celebrará o “Dia da Paz para o Oriente”. Neste ano, o aniversário cairá no domingo 27 de junho na ocasião, os países pertencentes à região se reunirão espiritualmente, com o objetivo de “estar juntos em profunda comunhão de oração”.

Ícone da Sagrada Família

Além disso, por ocasião do Ano de São José, atualmente em curso e proclamado pelo Papa Francisco para celebrar o 150º aniversário da proclamação do Esposo de Maria como Patrono da Igreja Universal, também será realizada a consagração do Oriente Médio à Sagrada Família. O evento será incluído na Missa a ser celebrada na Basílica da Anunciação em Nazaré, em 27 de junho de 2021, às 10h, com a participação de todos os Ordinários da Terra Santa. Para a ocasião, um ícone da Sagrada Família será abençoado, especialmente pintado e incrustado com relíquias da própria Basílica da Anunciação.

O ícone representa a Sagrada Família de Nazaré, que repousa sobre o altar da Igreja de São José, em Nazaré, onde, segundo a tradição, se encontrava a casa do pai putativo de Jesus. Em seguida o ícone será levado em peregrinação partindo do Líbano para todos os países do Oriente Médio e por fim à Roma, no final do Ano de São José, em 8 de dezembro. De Roma, a imagem sagrada fará então sua viagem de retorno à Terra Santa, onde permanecerá definitivamente.

Patriarca Pizzaballa: onde nasceu e vive a fé cristã, apesar do sofrimento

Para o “Dia da Paz para o Oriente”, é esperada a bênção apostólica do Papa Francisco. “Todos estão convidados a participar com sua presença e, se não for possível, com sua comunhão conosco em oração – afirma Dom Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém – para implorar a Misericórdia de Deus e Sua Paz no Oriente Médio, onde a fé cristã nasceu e ainda está viva, apesar do sofrimento”.

No ato de Consagração do Oriente à Sagrada Família, Jesus, Maria e José são invocados para proteger a população “em meio às crises políticas e econômicas que atingiram o Oriente Médio” e “em meio às repercussões da pandemia da Covid-19, que criou uma situação de instabilidade, medo e ansiedade”. À Sagrada Família são confiadas, portanto, “vidas, terras, medos e esperanças, jovens e famílias, para que cada família se torne uma Igreja doméstica e uma escola de santidade”. A esperança é “obter o retorno da paz e estabilidade” para o Oriente Médio, para que “seus habitantes possam viver com direitos e deveres iguais e desfrutar de uma vida livre e digna, independentemente de sua filiação religiosa e identidade nacional”.

Fonte: Site Vatican News

36ª Semana do Migrante tem início e levanta a reflexões a partir da Encíclica Fratelli Tutti

0001De 13 a 20 de junho, a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) realizam a da 36ª Semana do Migrante, este ano com o tema “Migração e diálogo”. O lema adotado apresenta um questionamento bíblico: “Quem bate à nossa porta?”

Segundo o bispo de Pesqueira (PE) e presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes e referencial do Setor de Mobilidade Humana da CNBB, dom José Luiz Ferreira Salles, abordar essa temática significa estar disposto a ser uma Igreja em saída, sempre.

“Querer dialogar é sinônimo de quem se abre para a não intransigência. É estar aberto a viver com os diferentes. É criar cenários que propiciem soluções eficazes a partir do diálogo e de uma atitude desprovida de autoritarismos”, afirma.

Dom José Luiz convida a vivenciar a 36ª Semana do Migrante, neste tempo de “pandemia e pandemônios”, com o olhar e o coração atentos a quem “bate à tua porta” e, assim, abrir-se ao mundo e ampliar os laços do amor, da fraternidade e da justiça, esperançando em comunhão com a Igreja.

A irmã Rosita Milesi, diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH)/Irmãs Scalabrinianas também apresentou uma reflexão sobre acolhida e diálogo, à luz da 36ª Semana do Migrante:

Texto-Base 2021

O material base está organizado a partir do método “Ver” (com os rostos e as histórias que se refletem em estatísticas os fluxos migratórios), Já o “Julgar” convida, à luz dos textos bíblicos, à promoção da migração em diálogo. O “Agir” acena sobre a necessidade de ir além e abrir-se a quem bate à porta.

“Não basta o reconhecimento da pluralidade; não basta a coexistência pacífica com o diferente; não basta o diálogo. O conceito de compromisso tem a ver com um programa de atividades centradas nas causas dos migrantes e refugiados. Aqui estão em jogo as ações sociopastorais e os atores”, sugere o Texto Base.

Segundo dom José Luiz, autor da apresentação, o Texto Base provoca à reflexão, a dimensão do diálogo e a riqueza cultural no processo migratório, mas lembra, também, que essa dinâmica pode acirrar os ânimos do rechaço ao diferente, ao outro, à outra.

“A migração, por si só, é já uma abertura ao diálogo. Querendo ou não, o ato de migrar provoca um potencial confronto dialógico. Pôr-se a caminho equivale a pavimentar a via para um intercâmbio entre diferentes expressões culturais e valores. Deslocar-se pressupõe ou estimula troca de valores”, traz o texto.

O bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora da CNBB, interpela a todos para pensarem sobre o “que os cristãos/católicos podemos fazer no sentido de pressionar por leis migratórias mais justas e inclusivas e que levem em conta os direitos humanos dos migrantes?”

Dom José lembra que o Texto Base deste ano, à luz da parábola do Bom Samaritano e a partir da Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco, faz o convite diante da realidade migratória: “abrir-se à sensibilidade, à solidariedade e ao profetismo”.

“O SPM e CNBB acenam à todas as instituições da Igreja no Brasil e da sociedade que atuam com migrantes e refugiados a somarem-se à 36ª Semana do Migrante na temática Migração e diálogo e a refletir conosco sobre a pergunta: ‘Quem bate à nossa porta?’”

Acesse os materiais de apoio:

Oração da 36ª Semana do Migrante
Texto-base da 36ª Semana do Migrante
Roda de Conversa da 36ª Semana do Migrante

Atividades online e presenciais acontecem em todos o país

A diocese de Roraima, por exemplo, por meio da Articulação dos Serviços aos Migrantes, a qual é uma rede que reúne serviços, organismos eclesiais e pastorais, preparou uma extensa programação para 36ª Semana do Migrante. As atividades tiveram início no domingo (13), com uma missa de abertura às 19h30, na Catedral Cristo Redentor, e segue até o dia 20 de junho (Dia Mundial do Refugiado).

Toda a programação alusiva à Semana do Migrante está disponível no site da diocese de Roraima e também poderá ser acompanhada nas redes sociais.

Dentre as atividades presenciais, haverá serviços de saúde, sessões de filmes sobre a temática migratória e, ao final, debate sobre a abordagem do longa-metragem; atividade com mulheres, pessoas com deficiência e crianças migrantes; intervenção visual migrar com direitos e com respeito, nos dois shoppings da capital. Ao longo da semana também terá muitas ações on-line.

De acordo com o 2º vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Mario Antonio, bispo de Roraima, este ano o diálogo será o centro das reflexões, que é fruto do encontro. “Mesmo que as estatísticas apontem números cada vez mais alarmantes de migrantes e refugiados atravessando as fronteiras diariamente, essa questão não se trata apenas de números. São rostos, são vidas, histórias de superação em busca do básico para manter alimentação e saúde, em muitos casos, buscando o mínimo para sobreviver”, explicou.

Dom Mario, que também é presidente da Cáritas Brasileira, fez um grande apelo à sociedade roraimense e convida todos e todas a vivenciar a 36ª Semana do Migrante, neste tempo de pandemia com o olhar misericordioso a quem bate à nossa porta.

“Que esta Semana do Migrante possa mover nossos corações para o diálogo e para que exercitemos a empatia pelos nossos irmãos e irmãs migrantes cristãos e cristãs, que deixaram seus lugares de origem, muitas vezes, cheios de esperança, a fim de alcançarem um novo horizonte de vida”, afirmou.

Fonte: Site da CNBB

Em mensagem, Celam pede aos fiéis esperança e compromisso

paz-fe-velas-oracao-wesley-almeida-cnO Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) divulgou uma mensagem direcionada ao Povo de Deus. O texto, criado a partir do que foi vivido na 38ª Assembleia Geral, faz uma análise da realidade. Atualmente a sociedade enfrenta a pandemia da Covid-19 e um processo de renovação e reestruturação. Os bispos convidam o Povo de Deus a “procurar novos caminhos e estratégias para promover com maior audácia a opção missionária ”.

Esperança e compromisso

Os bispos sublinham que a mensagem deseja fomentar esperança e compromisso. Eles destacaram que apesar “ das angústias, tristezas e incertezas ” causadas pela pandemia, este tempo mostrou “ que somos um povo solidário, aberto às necessidades dos outros e sentir a dor de quem sofre”. Esta atitude também é presente nos membros da Igreja. “Uma comunidade de caridade e abertura à esperança que gera uma nova aurora ”.

Os prelados afirmam que fica claro que o processo de renovação e reestruturação visa fazer do Celam um grande Centro Pastoral Continental. O Conselho busca mais sintonia “com as situações presentes em nossa região sob a inspiração que o Evangelho nos oferece”.

Em uma nova realidade, o Celam “tem a obrigação de buscar novos caminhos e estratégias”. O objetivo é promover com maior audácia a opção missionária. O desejo é de uma pastoral que torna presente o Reino de Deus, como Igreja Sinodal cessante.

Andar junto

Todos são chamados a envolver-se “no ser e na obra da Igreja ”, na diversidade e na comunhão, a partir da “força da sinodalidade onde todos temos o direito de participar caminhando juntos”.

A mensagem insiste em não permanecer nos desafios e em descobrir as “novas oportunidades e imensas possibilidades de testemunhar o amor de Deus”. Para isso, são necessários “novos caminhos de evangelização e de serviço, com o ardor de autênticos discípulos em caminhada missionária”, cientes de a presença de Jesus Ressuscitado, que ajuda a “um discernimento sobre as novas perspectivas e transformações da realidade para enfocar as respostas pastorais necessárias”.

O texto destaca a importância da primeira Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Ela é vista como um sinal de esperança. É um acontecimento em chave sinodal e participativo para procurar e traçar juntos novos caminhos para o anúncio do Evangelho com protagonismo e participação de todos.

O apelo é para a caminhar em uma atitude sincera de comunhão, colegialidade, eclesialidade e sinodalidade. Para isso, os bispos pedem a intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe, a quem confiam “sonhos, trabalho e impulso missionário “.

Fonte: Portal de Notícias Canção Nova

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