Arcebispo do Rio inaugura dois memoriais em homenagem às vítimas da Covid-19

nauguracao-do-Memorial-do-reencontro“Celebramos na intenção de todos os falecidos porque cremos na vida eterna. O Senhor que morreu na cruz por nós, ressuscitou, está vivo, Ele que é o caminho, a verdade e a vida. Buscamos a Jerusalém celeste que começa aqui e agora com a presença de Deus, mas que se plenifica na eternidade. Nosso fim último é Deus, o cemitério é apenas um lugar onde repousam nossos corpos à espera da ressurreição no final dos tempos”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, ao presidir a missa campal em comemoração aos fiéis defuntos, na manhã de 2 de novembro, no Cemitério São Francisco da Penitência, no bairro do Caju.

Aos fiéis presentes e aos distantes, que acompanhavam a celebração pelas mídias digitais, o arcebispo convidou a entregar os falecidos a Deus, que inclusive partiram num momento difícil em função das restrições da pandemia:

“Estamos unidos a todas as famílias que perderam seus entes queridos nos últimos meses, desde o começo da pandemia do coronavírus. Sabemos do sofrimento que cada uma passou e da dor que ainda permanece. Além de serem impedidas de ficarem próximas de seus familiares no período de internação, também foi tirada a oportunidade de realizar um velório digno, como de costume, de ter um tempo para as despedidas. Nesta celebração, que se reveste de fé e esperança, convidamos a todos para fazer a experiência da consolação que vem de Deus e entregar em suas mãos os familiares falecidos.”

Dom Orani rezou pelas vítimas da Covid-19 e por todos os profissionais da saúde: os que deram a vida na missão e aqueles que continuam na linha de frente, nos hospitais, cuidando dos pacientes. De forma especial, rezou para iluminar os cientistas e pesquisadores que buscam a cura para a Covid-19, que já provocou 160 mil mortes e infectou mais de 5,5 milhões de pessoas no Brasil.

A Chama da Esperança

O arcebispo também acendeu uma pira, denominada de Chama da Esperança, que foi dedicada a pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, com sede no Rio de Janeiro, na pessoa da presidente, Nísia Trindade Lima, presente à celebração.

“A pandemia foi uma oportunidade de pensar no sentido de nossa vida, a buscar respostas de sua razão. Mesmo diante do sofrimento e da morte, a resposta é Jesus Cristo, que dá sentido a nossa vida e a nossa eternidade. Neste momento diferente que estamos passando, na qual a sociedade vive a expectativa de encontrar uma solução para o fim da pandemia, somos convidados a confiar no Senhor e a rezar pelo futuro da humanidade através dos pesquisadores. Que o trabalho de pesquisa seja abençoado com a luz de Deus e que, na prudência e no conhecimento, de acordo com a ciência, eles possam encontrar caminhos para uma vacina”, disse o arcebispo.

A fraternidade exortada pelo Papa

Ao recordar a Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco, lançada no dia 4 de outubro deste ano, dom Orani destacou que a pandemia também está sendo uma oportunidade de aprendizado para viver a fraternidade, a comunhão, a ajuda mútua. Ele disse que, além de um prato de comida, deve haver presença e proximidade, caminhar com o outro de mãos dadas:

“Somos filhos de Deus enquanto batizados, cristãos. Ao mesmo tempo, todos nós fomos criados por Deus e, portanto, somos todos irmãos. Muitas pessoas desejam o mal, vivem ainda como se fossem inimigas umas das outras. Nos últimos acontecimentos mundiais, vimos com tristeza, cristãos na França serem assassinados e, no Chile, igrejas sendo incendiadas. Precisamos aprender a olhar o outro como alguém que merece o nosso respeito, a nossa fraternidade, mesmo que ele professe outra fé ou que tenha uma opinião política ou ideológica diferente. Somos irmãos, pertencemos à mesma humanidade, vivemos no mesmo planeta, na mesma Casa Comum.”

Plante uma árvore no Dia de Finados

Após a missa, no Jardim in Memoriam, dom Orani plantou uma muda de jequitibá-açu (Cariniana ianerensis), árvore-símbolo do Rio de Janeiro, uma espécie que está em extinção e representa a perpetuidade, a evolução da vida, um convite à preservação do meio ambiente e uma resposta contra as queimadas nas florestas do país.

A iniciativa do plantio, que tem como slogan, “É tempo de cuidar da saudade e da Casa Comum”, foi sugerida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Cáritas, e está sendo realizada desde o começo da pandemia da Covid-19, com o objetivo de estimular diversas iniciativas de cuidado com o próximo no aspecto solidário.

Inauguração do DNA Humano

Em seguida, o arcebispo inaugurou o DNA Humano, o primeiro columbário-jardim ao ar livre do Rio e o segundo do Brasil. Segundo a arquiteta Crisa Santos, criadora da obra, o espaço é um convite à reflexão e à conexão com as pessoas que partiram. O monumento tem 30 metros de extensão e está instalado numa área verde de mil metros quadrados. Formado por 157 estruturas tubulares de três a seis metros de altura, desembocam num espelho d’água, de onde sai um banco de concreto. A arquiteta se inspirou na sequência de Fibonacci, o mais talentoso matemático ocidental da Idade Média para desenvolver o projeto.

A oração na Quadra dos Padres

No Cemitério São Francisco Xavier, que também fica no Caju, dom Orani visitou a Quadra dos Padres que pertence à Venerável Irmandade de São Pedro dos Clérigos. Junto com o clero e os fiéis que estavam em oração, o arcebispo fez memória a todos os sacerdotes sepultados:

“Recordamos e rezamos pelo descanso eterno de nossos irmãos sacerdotes, presentes nesta cidade do Rio de Janeiro desde a sua fundação, há mais de 450 anos. Eles deram as suas vidas pela evangelização e missão e ajudaram a consolidar a Igreja e esta grande cidade. São tantos, pelo tempo e pela história, e muitos deles nós conhecemos os nomes, sabemos quem foram. Cremos na vida que não termina no cemitério, na morte, e por isso pedimos por todos eles, que o Deus da paz conceda a cada um a luz eterna.”

Memorial às vítimas da Covid-19

Ainda na parte da manhã, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na região oeste do Rio de Janeiro, dom Orani inaugurou um memorial pelas vítimas da Covid-19. Na cerimônia, que contou com um enorme balão vermelho em formato de coração, foram jogadas pétalas de rosas sobre os túmulos.

Antes da bênção, a administradora local, Fabiane Bezerra, explicou que o memorial, denominado de Reencontro, é um espaço para celebrar as vidas que foram interrompidas pela Covid-19. Uma homenagem do cemitério para os familiares que não puderam se despedir de seus entes queridos, devido às restrições de segurança e distanciamento impostas pela pandemia:

“É um monumento em forma circular porque ele representa o abraço e o encontro que não pôde ser realizado. Em cada coluna colocamos uma palavra – como fé, esperança, saudade, memória, entre outras – que significa o amor dos familiares. O lago, no centro do memorial, também em forma circular, representa o ciclo da vida e reflete o céu que é para onde acreditamos que nossos entes queridos foram. No fundo do lago, encontram-se gravadas as palavras ‘A lembrança é uma forma de encontro’, do poeta Khalil Gibran, convidando a um eterno encontro.”

Ainda segundo Fabiane, a obra é da designer Priscila Bodin e foi produzida pelo estúdio Mancha Gráfica. “É um memorial ecumênico, de celebração da vida e de aconchego de todas as pessoas que perderam seus entes queridos”, completou a administradora.

Oração e homenagem aos indigentes

No começo da tarde, dom Orani esteve no Cemitério Santa Cruz, no bairro de mesmo nome, também na zona oeste da cidade. O arcebispo rezou por todos os defuntos indigentes, concluindo com a oferta de flores em uma das centenas de covas rasas, no chão seco, diferenciada apenas com um número pintado de cor preta numa pequena cruz de cimento:

“Nos cemitérios, há sempre um espaço para os indigentes, e o maior deles, fica em Santa Cruz. São pessoas que, provavelmente tiveram suas vidas marcadas pela pobreza e pelo sofrimento, e acabaram morrendo nesta grande cidade, sem que alguém conhecesse o nome, a história. Nem mesmo os familiares, se tiveram, ficam sabendo onde estão sepultados, e por isso nem são velados. Fica apenas um número, mas Deus conhece cada um pelo nome. O ato de rezar e ofertar flores, simbolicamente, em uma das covas, é uma maneira de manifestar a proximidade e o carinho da Igreja.”

Fonte: Site Vatican News

Em novembro, as audiências gerais na Biblioteca do Palácio Apostólico

na-bibliotecaDo pátio de São Dâmaso, no Vaticano, à Biblioteca do Papa: as audiências gerais regressam à distância e sem a participação dos fiéis. Todas as quartas-feiras, portanto, como informa a Sala de Imprensa vaticana, a partir de 4 de novembro próximo, Francisco fará a sua catequese a partir da Biblioteca do Palácio Apostólico. A decisão foi tomada – lê-se no comunicado – “após a sinalização de um caso positivo a COVID-19 durante a audiência geral de quarta-feira, 21 de outubro, e a fim de evitar qualquer possível risco futuro para a saúde dos participantes”.

No último dia 2 de setembro, a alegria do Papa em encontrar novamente os fiéis, após 189 dias, em conformidade com as normas de segurança, no espaço do pátio de São Damaso, foi expressa nas poucas palavras pronunciadas antes de iniciar a catequese: “Depois de tantos meses retomamos o nosso encontro face a face e não tela a tela. Face a face. Isto é bonito”! Era desde o dia 26 de fevereiro último que Francisco, adaptando-se às medidas de saúde anti-contágio, falava a todos os fiéis a partir do espaço fechado da Biblioteca do Palácio Apostólico para onde regressará, portanto, a partir da primeira quarta-feira de novembro.

Fonte: Site Vatican News

Seminário Nacional de Catequese acontece, de forma online, nos dias 04 a 06 de novembro

WhatsApp-Image-2020-10-28-at-14.19.15-oxlaq1ln850v4sydiaigsq3ldz7kwt0xzjvkasbr08A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) irá realizar o Seminário Nacional de Catequese à Serviço da Iniciação à Vida Cristã, com o lema “Jesus chamou os que Ele quis, para estarem com Ele e enviá-los a anunciar (cf Mc 3,13-14)”. A iniciativa acontecerá de 04 a 06 de novembro, de forma online, e será transmitida a partir das 20h nas redes sociais da CNBB (@cnbbnacional) e da Catequese do Brasil (@catequesedobrasil).

Segundo o padre Jânison de Sá, assessor da Comissão, a iniciativa busca retomar a reflexão do Documento 107 da Conferência, aprovado pelos bispos em 2017, intitulado “Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos missionários”. “É necessário retomar toda a discussão e reflexão da Iniciação à Vida Cristã, uma temática tão pertinente e importante para a Ação Evangelizadora e Catequética da nossa Igreja”, explicou.

Ainda de acordo com o padre Jânison, o seminário trará uma abordagem metodológica e, por meio disso, buscará entender os processos históricos e a relação entre o Diretório Geral que culminou com a Catequese Renovada; e o Diretório de 1997 que culmina com o Diretório Nacional de Catequese de 2006. “É importante refletirmos um pouco sobre a nossa história, então veremos do Concílio Vaticano II até os dias atuais e entenderemos o sentido da catequese e da Iniciação à Vida Cristã em diversos períodos”, salientou.

Programação

No dia 04 de novembro será feita uma reflexão do itinerário histórico da reflexão catequética do Concílio Vaticano II aos dias atuais. O convidado para assessorar o momento é o irmão marista Balbino Eduardo Juárez Ramírez, da Guatemala.

No dia 05 haverá a participação de dois painelistas. O primeiro tema a ser discutido será “O Diretório Geral para a Catequese de 1971 à Catequese Renovada de 1983”, pelo padre Luiz Alves de Lima, e o segundo será “O Diretório Geral para a Catequese de 1997 ao Diretório Nacional de Catequese de 1996”, pelo irmão Israel José Nery.

No último dia, 06, haverá outros dois painéis. O primeiro sobre o “Documento de Aparecida à Iniciação à Vida Cristã em 2017”, pela irmã Sueli Cruz, e o segundo sobre o “Documento 107 – Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos missionários” ao Novo Diretório de Catequese, pelo padre Abimar Oliveira de Moraes, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Fonte: Site da CNBB

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