CNBB apresenta tradução do Missal Romano à Santa Sé no próximo dia 15
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- Segunda, 12 Dezembro 2022 13:34
Após 19 anos de trabalho da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (CETEL), a revisão da tradução brasileira da 3ª Edição Típica do Missal Romano será apresentada à Santa Sé. O bispo de Paranaguá (PR) e presidente da Comissão, dom Edmar Peron, e o assessor, padre Leonardo Pinheiro, levarão o material aprovado na etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da CNBB, em agosto, para o Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. O encontro está marcado para o dia 15 de dezembro. Na oportunidade, também será entregue a tradução do Ritual de Instituição de Catequistas.
Serão levadas para apreciação duas versões impressas dos dois documentos, além das versões digitais. Junto com o missal irá ainda um documento no qual estão as explicações do processo de revisão da tradução da terceira edição típica do Missal Romano. A produção é fruto do trabalho da Comissão para os Textos Litúrgicos (Cetel), da Comissão para a Liturgia e da Edições CNBB.
Terceira Edição do Missal Romano
Antes de chegar à Santa Sé, o material diagramado pela Edições CNBB foi apresentado para o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, e o subsecretário-adjunto geral, padre Patriky Samuel Batista. Na segunda-feira, 5 de dezembro, dom Joel pôde conferir como a nova edição do Missal Romano está organizada e outros detalhes da diagramação.
Também antecede o encontro na Cúria Romana uma reunião em Fátima, Portugal, com a Comissão para a para a Liturgia da Conferência Episcopal Portuguesa. Dom Edmar e padre Leonardo, embarcam na próxima quarta-feira, 7 de dezembro.
Características
“Nós podemos perceber que o trabalho não é só de adequação, mas também trazer para o texto inúmeros outros textos que foram sendo enriquecidos ao longo desses últimos anos, para uma versão mais completa”, comentou dom Joel ao verificar as novidades contidas na terceira edição do Missal Romano.
Exemplos disso são as calendas do Natal e o anúncio da Páscoa e das Festas móveis. A edição preparada pela CNBB tem o original do latim e a fórmula tradicionalmente utilizada no Brasil.
Outra característica é que a liturgia de cada dia está em sequência, começando pelo Primeiro domingo do Advento, início do Ano Litúrgico. Assim, o Missal se torna “mais simples e mais prático para o uso nas celebrações, sem que sejam necessárias muitas mudanças de página ao longo da missa”, explicou dom Joel.
Sobre a diagramação, esta contou com a inserção de ilustrações tiradas da obra de Cláudio Pastro encontradas no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. São imagens escolhidas pela Comissão para a Liturgia da CNBB referentes aos tempos litúrgicos e às solenidades, por exemplo.
Próximos passos
Com a apresentação da tradução ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, o passo seguinte é aguardar o posicionamento do organismo cúria romana, segundo padre Leonardo Pinheiro. Ele explicou que as aprovações podem ocorrer em dois modos: confirmatio ou recognitio. A primeira refere-se à confirmação da tradução do material a partir do texto original em latim oferecido pela Santa Sé. Já o segundo modo de aprovação é o reconhecimento do que foi inserido pela Conferência, como algumas “riquezas da Igreja no Brasil” que foram colhidas pelo episcopado para compor a nova edição. Tais inserções estão sinalizadas no documento.
Ritual para a Instituição de Catequistas
Também aprovado na etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da CNBB, o Ritual para a Instituição de Catequistas vai ser apresentado para aprovação pela Santa Sé. O material está relacionado à carta apostólica Antiquum Ministerium, do Papa Francisco, por meio da qual foi instituído na Igreja o ministério de catequista.
Em dezembro do ano passado, a então Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou uma edição típica em latim do Rito de Instituição do ministério laical de Catequista. A orientação dada era de que a edição pudesse ser “amplamente adaptada por parte das Conferências Episcopais, as quais tem a tarefa de deixar claro o perfil e o papel dos Catequistas, de oferecer-lhes programas de formação adequados, de formar as comunidades para que entendam o serviço dos catequistas”. Assim foi preparado o material com a coordenação da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB e posterior diagramação pela Edições CNBB.
Fonte: Site da CNBB
Papa escreve aos ucranianos: todos os dias lágrimas e sangue. Sua dor é minha dor
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- Terça, 29 Novembro 2022 13:05
Na carta que o Papa enviou ao povo da Ucrânia há o afeto do pai que chora junto com seus filhos e há a dor do pastor que vê um povo atormentado pela “destruição e dor, fome, sede e frio”. Exatamente nove meses após o desencadeamento da ” absurda loucura da guerra”, após mais de uma centena de apelos públicos pelo país “martirizado”, Francisco assina uma missiva dirigida diretamente a todos os ucranianos. Todos: as mulheres, as vítimas de violência ou viúvas de guerra; jovens que foram para a guerra; idosos que ficaram sozinhos; os refugiados e os deslocados; os voluntários e os sacerdotes, as autoridades do país.
A eles o Bispo de Roma expressa sua proximidade, a eles pede que não percam a coragem neste tempo de “duras provas”, a eles expressa toda sua “admiração” porque, como a história já demonstrou, vocês são “um povo forte, um povo que sofre e reza, chora e luta, resiste e espera: um povo nobre e mártir”.
Rios de sangue e de lágrimas
A carta do Papa, caracterizada por um profundo realismo, abre com uma lista dos horrores que, desde 24 de fevereiro de 2022, o primeiro dia da agressão russa a Kiev, se tornaram o dia a dia no país do Leste Europeu.
Em seus céus, ressoam sem cessar o trágico estrondo das explosões e o som inquietante das sirenes. Suas cidades são marteladas por bombas como chuvas de mísseis que causam morte, destruição e dor, fome, sede e frio. Em suas ruas muitos tiveram que fugir, deixando suas casas e entes queridos. Ao lado de seus grandes rios correm todos os dias rios de sangue e lágrimas.
Imagens cruéis na alma
A estas lágrimas, o Papa juntou as suas: “Não há dia em que eu não esteja ao lado de vocês e não carregue todos no meu coração e na minha oração. Sua dor é minha dor”. “Na cruz de Jesus”, escreve, “hoje eu os vejo, vocês que sofrem o terror desencadeado por esta agressão. Sim, a cruz que torturava o Senhor revive nas torturas encontradas nos cadáveres, nas valas comuns descobertas em várias cidades, naquelas e em muitas outras imagens cruéis que entraram em nossas almas, que nos fazem gritar: por quê? Como os homens podem tratar os outros homens desta maneira?”.
Crianças mortas, feridas, órfãs
As tragédias de hoje despertam na memória do Papa os dramas que vêm se desenrolando no mundo há anos. Antes de mais nada dos menores, afirma, citando os dois casos de uma menina recém-nascida e uma menina de 4 anos que morreram por um ataque de mísseis:
Quantas crianças mortas, feridas ou que ficaram órfãs, separadas de suas mães! Choro com vocês por cada criança que, por causa desta guerra, perdeu sua vida, como Kira em Odessa, como Lisa em Vinnytsia, e como centenas de outras crianças: em cada uma delas a humanidade inteira é derrotada. Agora eles estão com Deus, veem suas tristezas e rezam para que tenham fim.
A dor das mães e do povo
“Mas como não sentir angústia por eles e por todos, jovens e adultos, que foram deportados? A dor das mães ucranianas é incalculável”, acrescenta o Papa Francisco. Depois fala aos jovens que “para defender corajosamente a pátria” tiveram que “colocar em suas mãos as armas ao invés dos seus sonhos”. E ele fala às esposas daqueles que morreram na guerra: “Mordendo seus lábios vocês continuam em silêncio, com dignidade e determinação, a fazer todos os sacrifícios por seus filhos”. O Papa fala aos adultos, “que tentam de todas as maneiras proteger seus entes queridos”. E para os idosos, “que em vez de um sereno pôr-do-sol foram lançados na noite escura da guerra”. Às mulheres, depois escreve: “Vocês sofreram violências e carregam grandes fardos em seus corações”.
Eu penso e estou próximo de vocês com afeto e admiração pela forma como enfrentam tais provas tão difíceis.
Em sua carta, o Papa não esquece os voluntários, que todos os dias se dedicam ao povo, e todos os pastores: bispos, sacerdotes, religiosos que “muitas vezes com grande risco para sua segurança” ficaram ao lado do seu povo, “transformando com criatividade lugares comunitários e conventos em abrigos para oferecer hospitalidade, ajuda e alimentos aos que estão em dificuldade”.
Uma oração pelas Autoridades
Os pensamentos também vão para os refugiados e deslocados internos, “longe de suas casas, muitas das quais foram destruídas”. Por fim, um apelo às Autoridades pelas quais o Papa eleva uma oração:
Neles está o dever de governar o país em tempos trágicos e de tomar decisões clarividentes para a paz e para desenvolver a economia durante a destruição de muitas infraestruturas vitais, tanto na cidade como no campo
Recordando Holodomor
Em toda essa imensidão de mal e de dor, Francisco recorda outra grande tragédia sofrida pelo povo ucraniano, o genocídio do Holodomor, que amanhã, 26 de novembro, completa 90 anos. Um evento “terrível”, ao qual ele já havia se referido na última audiência geral, que agora o Papa se recorda para expressar toda sua admiração pelo “bom ardor” dos ucranianos.
Apesar da imensa tragédia que estão sofrendo, o povo ucraniano nunca foi desencorajado ou entregue à piedade. O mundo reconheceu um povo ousado e forte, um povo que sofre e reza, chora e luta, resiste e espera: um povo nobre e mártir.
“Continuo perto de vocês”, assegura Francisco, “com o coração e com a oração, com a preocupação humanitária, para que se sintam acompanhados, para que não se acostume à guerra, para que não sejam deixados sozinhos hoje e especialmente amanhã, quando talvez venha a tentação de esquecer os seus sofrimentos”.
O Natal e o som do sofrimento
No final da carta, olhar estende-se para os próximos meses, “nos quais a rigidez do clima torna ainda mais trágico o que vocês estão vivenciando”: “Eu gostaria que o afeto da Igreja, a força da oração, o bem que sentem tantos irmãos e irmãs em cada latitude sejam carícias em seus rostos”, é a esperança do Papa. “Dentro de algumas semanas”, acrescentou, “será Natal e o som de sofrimento será sentido ainda mais. Mas eu gostaria de voltar com vocês para Belém, para a provação que a Sagrada Família teve que enfrentar naquela noite, que parecia apenas fria e escura. Em vez disso, veio a luz: não dos homens, mas de Deus; não da terra, mas do Céu”.
Disso, a entrega a Nossa Senhora, a cuja Coração Imaculado consagrou a Ucrânia e a Rússia:
Ao seu Coração de Mãe apresento seus sofrimentos e suas lágrimas.
Fonte: Site Vatican News
Ano Vocacional: “abrace com coragem a sua vocação na vida da igreja”, exorta em vídeo Dom Walmor
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- Terça, 29 Novembro 2022 10:06
“Acolha o chamado de Deus”, esta é, segundo o Arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a convocação especial feita pelo Ano Vocacional na Igreja no Brasil cuja abertura aconteceu no dia 20 de novembro, e prossegue até 23 de novembro de 2023, Celebração de Cristo Rei.
No vídeo, especialmente gravado para o Ano Vocacional, dom Walmor disse que Deus chama cada pessoa pelo nome e lhe dá a tarefa de contribuir para edificar uma sociedade mais justa, fraterna e solidária à luz do Evangelho.
“Precisamos, pois, ouvir o que Deus tem a nos dizer a partir da oração e também do serviço às nossas comunidades”, ressaltou.
Em referência aos diferentes ministérios e vocações, o presidente da CNBB afirma que todos são protagonistas na Igreja no compromisso de colaborar para que seja servidora e no anúncio incansável do Evangelho em todos os lugares.
Dom Walmor fala do tema “Vocação: Graça e Missão” e do lema o “Corações ardentes, pés a caminho” com o desejo de que reverberem nas comunidades eclesiais católicas do país. “Abrace com coragem a sua vocação na vida da Igreja, sabendo escutar e acolher o chamado de Deus”, exortou o presidente da CNBB.
Confira, abaixo, o vídeo na íntegra:
Fonte: Site da CNBB
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