Papa: em setembro, rezar pelos jovens africanos

Jovens-africanosQue os jovens do continente africano tenham acesso à educação e ao trabalho em seu próprio país: esta é a intenção de oração indicada pelo Papa Francisco neste mês de setembro. Na tarde desta terça-feira (4), foi divulgado mais um vídeo produzido pela Rede Mundial de Oração do Papa.

Migração

Rezando nesta intenção, o Pontífice fala da migração, uma das consequências da falta de oportunidades para os jovens africanos. “A África é um continente rico, e a maior riqueza, a mais valiosa da África, são os jovens”, afirma o Papa no vídeo. “Eles devem poder escolher entre deixar-se vencer pela dificuldade ou transformar a dificuldade em oportunidade”.

Para fazer esta escolha, é preciso investir em educação. “Se um jovem não tem oportunidade de educar-se, o que poderá fazer no futuro?”, questiona Francisco, pedindo orações “para que os jovens do continente africano tenham acesso à educação e ao trabalho em seu próprio país”.

Desemprego

Segundo estatísticas da Organização Internacional do Trabalho do ano de 2017, 12,9% dos jovens africanos que têm entre 15 e 24 anos na África Subsaariana estão desempregados. Enquanto o número sobe para 28,8% para a mesma população nos países do Norte da África.

Por sua vez, a UNESCO estima que em 2017 quase 60% dos jovens africanos entre 15 e 17 anos de idade não frequentam a escola.

Sínodo

Ainda sobre a juventude, o Papa Francisco convocou para o próximo mês um Sínodo dos Bispos com o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O evento se realizará em Roma de 3 a 28 de outubro.


*Fonte: Site do Vatican News

Basta de privilégios: Grito dos Excluídos chama atenção para a questão da desigualdade social

cartaz gritoNo dia 7 de Setembro, data na qual oficialmente se comemora a independência do Brasil, será realizado em todo país o 24º Grito dos Excluídos que, este ano, tem como lema “Desigualdade gera violência: BASTA DE PRIVILÉGIOS!” e tema “Vida em primeiro lugar”. Segundo a Coordenação Nacional, o objetivo é chamar a atenção da sociedade para a questão da desigualdade social, cada vez maior, entre os poucos endinheirados e os milhões de despossuídos. “Este sistema não permite que a vida esteja em primeiro lugar, porque privilegia o capital”, diz a coordenação.

Ainda segundo a coordenação, o Grito se constitui em um espaço onde as pessoas se sintam capazes de lutar pela mudança, através da organização, mobilização e resistência popular. Nesse contexto, em coletiva de imprensa realizada no dia 30 de agosto, na sede do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em São Paulo, o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom Eduardo Vieira dos Santos, afirmou que as denúncias trazidas pelo Grito são pertinentes, porque, de acordo com ele “temos uma sociedade excludente”.

“Uma grande camada da sociedade vive à margem dessa mesma sociedade, sem direito à moradia, sem direito à alimentação adequada, sem direito à saúde, ao trabalho, e todos esses aspectos fazem parte da vida e da dignidade humana. Enquanto tivermos uma parcela, que seja um da sociedade, que passe por essa situação, há sim sentido no Grito dos Excluídos, ainda que esse excluído não seja o que grite, mas os seus irmãos devem gritar por ele”, afirmou o bispo.

Segundo Dom Eduardo, a base do cristianismo é a solidariedade. “Aquele que se omite diante do sofrimento do irmão, aquele que recua em defender o seu irmão diante do sofrimento não está vivendo o Evangelho, não está seguindo a Cristo”, assegurou. A fala do bispo se deu após a denúncia de Bruna Silva. Jovem, a moradora do complexo da Maré, no Rio de Janeiro, teve seu filho Marcus Vinícius, 14 anos, morto no dia 20 de junho pela Polícia Civil, quando estava a caminho de sua escola. Marcus era estudante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Para o economista Plínio de Arruda Sampaio Filho, também presente na coletiva, a violência que mata 62 mil pessoas no Brasil é o resultado da administração da barbárie, com a crescente exploração dos mais pobres e da militarização. “As vítimas são os mais pobres e 70% deles são negros”, lembrou. Ainda segundo o economista, a desigualdade social que existe, e que mais uma vez o Grito dos Excluídos denuncia, é resultado de um sistema que não enxerga e pauta as necessidades de sua população e sim a manutenção do sistema atual que exclui e promove a barbárie aos mais pobres. “Na economia, essa barbárie é o chamado ajuste fiscal, o ataque à previdência, à política pública. Por que nenhum candidato [à presidência da República] tem a coragem de pautar a Dívida Pública? ”, questiona.

Para a socióloga Rosilene Wansetto, uma das coordenadoras do Grito, enquanto a PEC dos gastos não for revogada nada de diferente poderá ser feito no país. “É preciso que as pessoas questionem quais são as prioridades da população brasileira? Por que congelar investimentos na Saúde e Educação por 20 anos? Para que o Estado brasileiro está servindo?”, questionou a socióloga, que também denunciou a presença militar do Estado nas comunidades e favelas brasileiras.

O Cartaz

O cartaz do 24º Grito dos Excluídos é de autoria de Nivalmir Santana, artista plástico formado pela Belas Artes de São Paulo e Unesp. Ele trabalha há mais de 28 anos com arte sacra em igrejas espalhadas por todo o Brasil. Atua como músico no curso de verão na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, desde 1991.

Segundo Nivalmir Santana, o cartaz retrata a união dos marginalizados e do povo sofrido que luta por vida mais digna. “Esse povo unido caminha para o sol, que ilumina todas as classes. O sol para o qual esse povo se volta é Cristo, que pela páscoa dissipa todas as trevas e clareia todas as coisas”, explica. Ainda de acordo com ele, a mulher como figura principal retrata a geração da vida, que une as forças e luta com o povo sofrido, especialmente na atual conjuntura que vive o povo brasileiro.

História do Grito

A proposta do Grito dos Excluídos brotou do seio da Igreja, em 1995, para aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade daquele ano, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”, e para responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, realizada em 1994, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.

*Fonte: Site da CNBB

Abusos na Igreja: a carta do Papa aos fiéis

Casos-na-Pensilvânia-motivaram-carta-do-Pontífice“Um membro sofre? Todos os outros membros sofrem com ele”» (1 Co 12, 26). O Papa Francisco se inspirou nas palavras do Apóstolo Paulo para divulgar nesta segunda-feira (20) uma carta a todo o Povo de Deus a respeito de denúncias de abusos cometidos por parte de clérigos e pessoas consagradas.

Este crime, afirma o Pontífice, “gera profundas feridas de dor e impotência” nas vítimas, em suas famílias e na inteira comunidade de fiéis. “A dor das vítimas e das suas famílias é também a nossa dor, por isso é preciso reafirmar mais uma vez o nosso compromisso em garantir a proteção de menores e de adultos em situações de vulnerabilidade”.

Pensilvânia

Francisco cita de modo especial o relatório divulgado nos dias passados sobre os casos cometidos no Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. “Sentimos vergonha quando percebemos que o nosso estilo de vida contradisse e contradiz aquilo que proclamamos com a nossa voz”, escreve o Papa. Ele fala ainda de negligência, abandono e arrependimento e cita as palavras do então Cardeal Ratzinger quando, na Via-Sacra de 2005, denunciou a “sujeira” que há na Igreja.

Para o Pontífice, a dimensão e a gravidade dos acontecimentos obrigam a assumir esse fato de maneira global e comunitária.

Solidariedade

Não é suficiente tomar conhecimento do que aconteceu, mas como Povo de Deus, “somos desafiados a assumir a dor de nossos irmãos feridos na sua carne e no seu espírito. Se no passado a omissão pôde tornar-se uma forma de resposta, hoje queremos que seja a solidariedade”.

O Papa explica o que entende por solidariedade: proteger e resgatar as vítimas da sua dor; denunciar tudo o que possa comprometer a integridade de qualquer pessoa; lutar contra todas as formas de corrupção, especialmente a espiritual. “O chamado de Paulo para sofrer com quem sofre é o melhor antídoto contra qualquer tentativa de continuar reproduzindo entre nós as palavras de Caim: “Sou, porventura, o guardião do meu irmão?” (Gn 4, 9)”.

Reconhecimento aos esforços

Francisco reconhece “o esforço e o trabalho que são feitos em diferentes partes do mundo para garantir e gerar as mediações necessárias que proporcionem segurança e protejam a integridade de crianças e de adultos em situação de vulnerabilidade, bem como a implementação da ‘tolerância zero’ e de modos de prestar contas por parte de todos aqueles que realizem ou acobertem esses crimes”.

O Papa reconhece ainda o atraso em aplicar essas medidas e sanções tão necessárias, mas está confiante de que elas ajudarão a garantir uma maior cultura do cuidado no presente e no futuro.

Oração e penitência

O Pontífice faz também um convite a todos os fiéis: oração e penitência. “Convido todo o Povo Santo fiel de Deus ao exercício penitencial da oração e do jejum, seguindo o mandato do Senhor, que desperte a nossa consciência, a nossa solidariedade e o compromisso com uma cultura do cuidado e o ‘nunca mais’ a qualquer tipo e forma de abuso”.

Na raiz desses problemas, Francisco observa um modo anômalo de entender a autoridade na Igreja: clericalismo. Favorecido tanto pelos próprios sacerdotes como pelos leigos, o clericalismo “gera uma ruptura no corpo eclesial que beneficia e ajuda a perpetuar muitos dos males que denunciamos hoje. Dizer não ao abuso, é dizer energicamente não a qualquer forma de clericalismo”.

Além da oração e do jejum, o Papa chama em causa o sentimento de pertença: “Essa consciência de nos sentirmos parte de um povo e de uma história comum nos permitirá reconhecer nossos pecados e erros do passado com uma abertura penitencial capaz de se deixar renovar a partir de dentro”.

Atrocidades

Por fim, Francisco usa a palavra “atrocidade”. “É imperativo que nós, como Igreja, possamos reconhecer e condenar, com dor e vergonha, as atrocidades cometidas por pessoas consagradas, clérigos, e inclusive por todos aqueles que tinham a missão de assistir e cuidar dos mais vulneráveis. Peçamos perdão pelos pecados, nossos e dos outros”.

E através da atitude de oração e penitência, fazer crescer em nós o dom da compaixão, da justiça, da prevenção e da reparação.

Clique aqui e confira a carta na íntegra.

*Fonte: Site do Vatican News

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