Eleições 2022: Cartilha de Orientação Política do Regional Sul 2 da CNBB é inspirada na Encíclica “Fratelli Tutti”

Capa-da-Cartillha-Sul-2Já é uma tradição no Regional Sul 2 da CNBB a elaboração de cartilhas de orientação política nos anos de eleições. Este ano, a Cartilha possui uma característica original, pois está embasada no pensamento do Papa Francisco quanto à política, expresso na sua mais recente encíclica social: “Fratelli Tutti – Sobre a fraternidade e a amizade social”. No documento, o Papa dedica um capítulo inteiro à política, ao qual intitula “A política melhor”.

“Para se tornar possível o desenvolvimento duma comunidade mundial capaz de realizar a fraternidade a partir de povos e nações que vivam a amizade social, é necessária a política melhor, a política colocada ao serviço do verdadeiro bem comum” (FT, n. 154), escreveu o Papa Francisco.

A encíclica instiga a romper com aquela visão popular de que a política seja uma coisa suja e maléfica e enxergar o que ela possui de valorosa, nobre e tão necessária para o mundo. Afinal, como questiona o Papa: “poderá o mundo funcionar sem política? Poderá encontrar um caminho eficaz para a fraternidade universal e a paz social sem uma boa política?” (FT, n. 176).

Para o arcebispo de Londrina (PR) e Presidente do Regional Sul 2 da CNBB, Dom Geremias Steinmetz, o maior desafio da Cartilha nesse pleito eleitoral será aprofundar a consciência de que todos precisam dar a sua contribuição por uma democracia cada vez mais forte e representativa. “Por isso é tão importante eliminar tantos problemas e tantos vícios que atingem as eleições. Por exemplo: as polarizações, a compra e venda de votos, a ideia de que a nossa participação não é importante na política. Todos nós, enquanto sociedade, como cidadãos, temos um importante papel para que o nosso Brasil seja cada vez melhor. Um instrumento importantíssimo para isso tudo é a eleição feita com consciência, transparência e com o objetivo de sermos melhores”, afirmou Dom Geremias.

Produção da Cartilha

Para a produção dessa Cartilha de Orientação Política, o Regional Sul 2 contou com uma comissão, composta pela assessoria política da CNBB, por bispos, padres e leigos peritos em várias áreas do conhecimento e da comunicação. Todas as etapas da produção, desde a escolha dos temas e da capa, até a assessoria para os conteúdos e a revisão do texto e diagramação foram acompanhadas por essa equipe.

A capa da Cartilha foi desenvolvida pelo designer gráfico Hélder de Castro. Ele trabalhou o conceito de que “o altar dos leigos é o mundo” (Cf. Evangelii Gaudium, 102), mostrando pessoas de várias faixas etárias, em diferentes áreas de atuação: política, educação, saúde, comunicação, economia, segurança, agricultura, esportes e vários tipos de trabalho. Além disso, sobre o mapa está a urna eletrônica, que representa a democracia, e uma Bíblia, que representa a dimensão da fé cristã.

A cor verde, predominante em toda capa, foi escolhida por remeter à esperança e à vida. Além disso, é a cor que representa a natureza e um dos temas propostos na cartilha é a ecologia integral. Segundo dom Geremias, que também acompanhou todo o processo de produção da cartilha, o subsídio é uma contribuição importantíssima para a conscientização a respeito da boa política. “Essa cartilha quer contribuir para que o exercício do voto e da cidadania, realizado especialmente no dia da eleição, seja sempre motivado pelo desejo de darmos a nossa contribuição para um Brasil melhor. Certamente, há muitos pontos que nós precisamos esclarecer para que as pessoas possam sempre mais atingir esse objetivo de serem bons cristãos, que se colocam a serviço da construção de uma sociedade sempre mais justa, fraterna e solidária”, disse Dom Geremias.

Segundo os arquivos do Regional, desde o ano de 2008, ininterruptamente, foram publicadas cartilhas nos anos eleitorais. Essa foi uma iniciativa que partiu do episcopado paranaense, após um longo debate e discernimento, durante uma assembleia que aconteceu em setembro de 2007.

É importante destacar que o subsídio é apartidário, ou seja, ele trata sobre política na sua essência, sem posicionamento partidário ou ideológico. Essa é a posição da Igreja Católica e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que não se identifica com nenhum partido ou ideologia política, mas é comprometida com a democracia e o bem comum, com o objetivo de que todos tenham condições de viver com dignidade, desde a sua concepção até o seu fim natural.

Podcasts

Todos os temas da cartilha serão aprofundados por meio de uma série de podcasts, intitulada: “A política melhor”. Com o apoio da Pascom Brasil, da Signis Brasil e da Rede Católica de Rádio, semanalmente, a partir do dia 28 de abril, serão publicadas entrevistas, nas quais serão aprofundados os temas da Cartilha. No podcast de estreia teremos uma entrevista sobre: “A Igreja Católica e a Política”, com o secretário geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado.

A cartilha estará disponível para venda a partir do dia 3 de maio no site da CNBB Regional Sul 2: www.cnbbs2.org.br. Ela tem 24 páginas, é colorida, possui imagens, ilustrações e indicações para vídeos, por meio de QR Codes. O conteúdo é apresentado de forma didática, com uma linguagem simples e de fácil compreensão. Ao final de cada um dos três blocos, são propostas duas questões para o diálogo em pequenos grupos. Confira, abaixo, o sumário com os temas da Cartilha.

*Fonte: Site da CNBB

Aberta a 59ª Assembleia Geral da CNBB: relevante experiência sinodal à luz de Aparecida

59-AG-CNBB-geral-dia-1-2A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) iniciou, na manhã desta segunda-feira (25), a primeira etapa de sua 59ª Assembleia Geral, de forma virtual. Mais de 300 bispos estão conectados via plataforma Zoom para o encontro, entre eles, o Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira.

O Arcebispo de Belo Horizonte (MG) e Presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, abriu a assembleia situando o encontro no horizonte celebrativo dos 70 anos de criação da Conferência Episcopal e dos 15 anos da Conferência de Aparecida, além do processo sinodal vivido pela Igreja. “Deus nos concede a graça de participar dessa relevante experiência sinodal que é a Assembleia Geral da CNBB”, afirmou.

O Presidente da CNBB destacou, em sua fala, o tema central do encontro deste ano: “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”, para “resgatar aquilo de mais genuíno e forte que é a identidade missionária da nossa Igreja”. Tal reflexão será feita, segundo Dom Walmor, “retomando sempre o horizonte inspirador e interpelante do documento de Aparecida nesses 15 anos da celebração da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho”. Ele ainda destacou o número 13 do texto: “[…] encontramo-nos diante do desafio de revitalizarmos o nosso modo de ser católico e nossas opções pessoais pelo Senhor, para que a fé cristã se enraíze mais profundamente no coração das pessoas e dos povos latino-americanos“.

“A nossa pauta da etapa virtual da 59ª Assembleia Geral Ordinária da CNBB, portanto, já emoldura bem o caminho evangelizador que estamos percorrendo como Igreja, esperançosamente pascal, com riquezas grandes e um corajoso enfrentamento dos desafios vividos neste tempo e da complexa realidade contemporânea”, disse Dom Walmor. Para o Presidente da CNBB, participar da Assembleia Geral é para o episcopado “uma experiência importante e bonita de reavivar o dom da graça recebido”.

Em entrevista, Dom Gil Antônio Moreira ressaltou o pioneirismo da Arquidiocese de Juiz de Fora quando o tema é sinodalidade. “Este é um tema candente, porque ele prepara a assembleia do Sínodo com o Papa, em 2023, e é cada vez mais abraçado em todas as dioceses. Para nós é muito importante, porque já temos uma experiência de 12 anos e essa assembleia vem como nos ajudar a analisar o Sínodo e a reforçar nossa opção por uma Igreja cada vez mais sinodal.”

Comunhão e discernimento fecundo

O Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambatistta Diquattro, também transmitiu sua mensagem ao episcopado no início da assembleia. Ele comunicou, inicialmente, a saudação do Papa Francisco, e destacou o compromisso do episcopado e de toda a Igreja no Brasil com a evangelização e com a renovação “seguindo o convite do Papa”. “Desejo, antes de tudo, transmitir a saudação do Santo Padre Francisco, sua oração e seu desejo de que essa 59ª sessão da Assembleia Geral da CNBB, com a graça do Senhor, seja um momento de comunhão e de discernimento fecundo para a vida da Igreja no Brasil e para a sociedade brasileira em seu conjunto”, disse o núncio apostólico, que renovou a “expressão do amor e da proximidade do Papa Francisco”.

O representante do Papa no país também recordou os compromissos da sociedade brasileira neste ano como “motivos de atenção nacional e internacional”. Falou ainda da retomada das atividades eclesiais e comunitárias com a redução dos números da pandemia, destacando as visitas Ad Limina dos bispos à Santa Sé, o Congresso Eucarístico Nacional e o Ano Vocacional.

Nesta etapa virtual da 59ª Assembleia Geral da CNBB serão tratados os assuntos que exigem dos bispos reflexão e discernimento. As votações e outras temáticas específicas serão tratadas na etapa presencial, em agosto.

*Com fotos e informações do site da CNBB

Missa do Impossível pode ser declarada Patrimônio Cultural de Juiz de Fora

Missa-do-Impossivel-2022A Missa do Impossível, famosa por reunir milhares de pessoas às terças-feiras na Igreja São José, em Juiz de Fora, pode se tornar Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial da cidade. A Câmara Municipal aprovou o projeto de lei de autoria do vereador Marlon Siqueira no último dia 13 de abril.

Segundo vídeo divulgado pelo vereador, a celebração pode ser considerada patrimônio “como forma de celebração religiosa e prática de vida social, como espaço de sociabilidade, de afirmação de pertencimento que ela é”. No texto do PL, ele ainda defende que é possível reconhecer a dimensão do patrimônio imaterial da Missa do Impossível, pois ela representa uma forma de contribuição dos diferentes grupos sociais formadores da memória, identidades e história do município de Juiz de Fora.

Em entrevista ao portal G1 Zona da Mata, o Padre Pierre Maurício de Almeida Cantarino, Administrador da Paróquia São José e idealizador da celebração semanal, destacou a importância da iniciativa e do reconhecimento como patrimônio. “Torná-la bem imaterial é uma maneira de abraçar a força da piedade popular; um adequado ato de reconhecimento da presença de Deus em nossa cidade.”.

A proposta segue para sanção ou veto da prefeita Margarida Salomão (PT).

Missa do Impossível

Iniciada em 2014, a Missa do Impossível é realizada sempre nas noites de terça-feira e reúne milhares de fiéis no pátio da Igreja São José, na Avenida Sete de Setembro. Em 2019, a última celebração do ano chegou a reunir mais de 30 mil pessoas no Sport Club.

Nem a pandemia da Covid-19 foi capaz de atrapalhar o encontro semanal. Nos anos de 2020 e 2021, a Eucaristia foi realizada de forma on-line, através do canal de Padre Pierre no YouTube. À medida que os protocolos de segurança foram sendo flexibilizados, a Missa voltou a receber fiéis dentro da igreja, mediante marcação, culminando no retorno da celebração externa em março deste ano.

Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora

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