Recesso de verão: Papa reduz agenda de atividades em julho

 

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Catequeses estão suspensas em julho; único compromisso públicodo Papa no período é a
oração do Angelus aos domingos


Com a chegada do verão europeu e suas altas temperaturas, a agenda de compromissos do Papa Francisco é reduzida nesse mês de julho. A Santa Sé informou a redução, já tradicional nessa época do ano, nesta terça-feira, 3, em seu boletim de imprensa.

As audiências gerais, popularmente conhecidas como “catequeses” do Santo Padre, realizadas às quartas-feiras, estão suspensas nesse mês de julho e retornam em agosto na Sala Paulo VI. Esses são os encontros semanais que o Papa tem com fiéis de diversas partes do mundo que se dirigem à Praça São Pedro ou à Sala Paulo VI para acompanhar a reflexão do Santo Padre.

Atualmente, Francisco conduz um ciclo de reflexões sobre os Mandamentos. As catequeses sobre esse tema começaram em 13 de junho passado; depois disso, o Papa falou sobre os mandamentos como diálogo (20 de junho) e como um caminho de libertação (27 de junho).

O único compromisso público do Santo Padre nesse mês é a oração do Angelus aos domingos.

As missas matutinas do Papa com grupos de fiéis na Casa Santa Marta também estão suspensas, retornando no mês de setembro.

Fonte: noticias.cancaonova.com

Dom Leonardo Steiner: “Vamos ter confiança e torcer para que o Brasil possa conquistar a taça”

campinas3O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, fala sobre o envolvimento do povo brasileiro com a Copa do Mundo de futebol, que acontece na Rússia. Para ele, a goleada aplicada pela Alemanha no último mundial, aqui no Brasil, pode ter diminuído o interesse com o evento, que tende a aumentar com a melhoria da performance do time e o avanço nas fases seguintes. Dom Leonardo também chama atenção para o esquecimento das questões fundamentais do país e deseja que o futebol contribua na criação da unidade nacional. “Se o futebol puder nos ajudar a sermos menos divididos e juntos pensarmos num Brasil melhor, o futebol terá dado uma excelente contribuição”, afirmou.

Confira a entrevista na íntegra.

O Brasil avança para as oitavas de final. Isso aumenta a empolgação e o envolvimento do povo com o evento?

A Copa do Mundo sempre suscita interesse. Nessa Copa do Mundo menos, talvez por causa do “7 a 1”, que causou muito sofrimento a nós brasileiros. Na medida em que o Brasil avança e vai melhorando seu jogo, cresce a torcida. Mas talvez seja importante ressaltar que o futebol consegue unir as pessoas, quebrar parâmetros, superar as diferenças raciais, as diferenças religiosas. Eu acho que esse é o ponto importante, diria quase fundamental da copa, de uma competição assim mundial. Vamos ter confiança e torcer para que o Brasil possa conquistar a taça.

Neste ano, há muita preocupação com a situação do país e volta à tona a questão do “Pão e circo”. O futebol tem alienado ou servido de distração sadia em meio a tantas dificuldades?

Eu penso que o futebol não é uma mera distração para o povo brasileiro e para muitos países que gostam do futebol. Futebol é um modo de expressão cultural, de criatividade, é um modo nosso de torcer, é um modo humano de participar. Pode ser também uma alienação, se, por exemplo, aproveitamos o momento da copa para poder passar determinados projetos no Congresso Nacional, como, por exemplo, a questão dos agrotóxicos. Pode acontecer ou talvez esteja acontecendo, de que no momento da Copa nós não estejamos discutindo suficientemente questões fundamentais para o povo brasileiro, como, por exemplo, a política, o direito, a justiça. Nós estamos dando importância ao candidato à presidência, mas não estamos discutindo suficientemente, com profundidade, a eleição do Congresso Nacional ou das Assembleias Legislativas e da Câmara do Distrital Federal. Então pode ser que o momento da Copa seja uma espécie de esquecimento de questões fundamentais para a sociedade brasileira.

A gente espera que torcer pelo Brasil, vibrar pelo Brasil, não leve ao esquecimento da nossa realidade concreta. O que nos une no futebol, possa nos unir também em torno de questões essenciais da nossa cotidianidade para termos uma sociedade justa, equilibrada, fraterna.

A esperança do nosso povo pode ser afetada de alguma forma a partir do resultado dentro de campo? Isso no sentido de união nacional em vista de um futuro mais promissor e menos desigual.

Nós vivemos um momento interno de divisão. Não é uma mera divisão política, nós vemos pela agressividade das palavras que existe quase uma ruptura na sociedade brasileira. Se o futebol puder nos ajudar a sermos menos divididos e juntos pensarmos num Brasil melhor, o futebol terá dado uma excelente contribuição. Mas independente do futebol, nós precisamos sempre trilhar o caminho do diálogo, o caminho da compreensão. O futebol pode nos ajudar nesse diálogo. E se chegarmos à vitória, chegarmos não apenas no futebol, precisamos chegar à vitória também em relação à política, em relação à sociedade brasileira, em relação à justiça, ao direito, em relação a tantos elementos que compõem a sociedade brasileira. Talvez o futebol nos ajude, queira Deus que ajude. Mas, se também não chegarmos a conquistar o título, que ao menos cheguemos a conquistar aquilo que é imprescindível à sociedade brasileira: vivermos na democracia com justiça e fraternidade.

Fonte: cnbb.org.br

Vida humana: Papa Francisco propõe uma visão global da bioética

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Para Francisco, a sacralidade da vida embrional deve ser defendida com a mesma paixão que a sacralidade da vida dos pobres que já nasceram.


O Papa Francisco concluiu sua série de audiências recebendo os participantes da Plenária da Pontifícia Academia para a Vida.

A Plenária se realiza no Vaticano de 25 a 27 de junho, sobre o tema “Iguais no nascimento? Uma responsabilidade global”.

Cardeal Elio Sgreccia

No início do seu discurso, o Pontífice agradeceu publicamente o empenho e a dedicação do Cardeal Elio Sgreccia, um dos maiores especialistas em bioética do mundo e presidente da Pontifícia Academia para a Vida no passado. Hoje, este cargo é ocupado pelo arcebispo Vincenzo Paglia.

Para Francisco, quando se fala de vida humana é preciso considerar a qualidade ética e espiritual da vida em todas as suas fases: desde a concepção até a morte. Mas não só a vida biológica: existe a vida eterna, existe a vida que é família e comunidade, existe a vida humana frágil e doente, ofendida, marginalizada, descartada. “É sempre vida humana”, reiterou o Papa.

A síndrome de Narciso

“Quando entregamos as crianças à privação, os pobres à fome, os perseguidos à guerra, os idosos ao abandono, não fazemos nós mesmos o trabalho ‘sujo’ da morte?”, questionou o Pontífice.

Excluindo o outro do nosso horizonte, a vida se fecha em si mesma e se torna bem de consumo. Como Narciso, acrescentou Francisco, nos tornamos homens e mulheres-espelho, que veem somente a si mesmos e nada mais.

Visão global da bioética

Por isso, é necessária uma visão global da bioética. Em primeiro lugar, explica o Papa, esta bioética global será uma modalidade específica para desenvolver a perspectiva da ecologia integral, própria da Encílica Laudato si’. Portanto, temas como a relação entre pobreza e fragilidade do planeta, a crítica ao novo para¬digma e às formas de poder, a cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida.

Em segundo lugar, um discernimento meticuloso das complexas diferenças fundamentais da vida humana: do homem e da mulher, da paternidade da maternidade, a fraternidade, a sexualidade, a doença, o envelhecimento, a violência e guerra.

Defender a sacralidade da vida

Para Francisco, a sacralidade da vida embrional deve ser defendida com a mesma paixão que a sacralidade da vida dos pobres que já nasceram.

A bioética global, portanto, requer um discernimento profundo e objetivo da valor da vida pessoal e comunitária, que deve ser protegida e promovida também nas condições mais difíceis.

Todavia, observou o Papa, a regulamentação jurídica e a técnica não são suficientes para garantir o respeito à dignidade da pessoa.

A perspectiva de uma globalização que tende a aumentar a aprofundar as desigualdades pede uma resposta ética a favor da justiça. Por isso é importante estar atentos a fatores sociais e econômicos, culturais e ambientais que determinam a qualidade de vida da pessoa humana.

Por fim, é preciso se interrogar mais profundamente sobre o destino último da vida.

“A vida do homem, encantadora e frágil, remete além de si mesma: nós somos infinitamente mais daquilo que podemos fazer para nós mesmos.”

A sabedoria cristã, concluiu o Papa, deve reabrir com paixão e audácia o pensamento do destino do gênero humano à vida de Deus, que prometeu abrir ao amor da vida além da morte.

Fonte: vaticannews.va

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