Vacinas são luzes de esperança para o princípio do fim da pandemia

Fomos procurar respostas sobre o processo de vacinação: Quais os riscos e as incertezas da vacinação? O que esperar da vacinação a nível mundial no ano 2021?


cq5dam.thumbnail.cropped.750.422“Luzes de esperança” – foi com esta expressão que o Papa Francisco se referiu às vacinas na sua Mensagem e Bênção Urbi et Orbi, na manhã de Natal. “Hoje, neste tempo de escuridão e incertezas pela pandemia, aparecem várias luzes de esperança, como a descoberta das vacinas” – assinalou o Papa.

O Santo Padre lançou o apelo de que as vacinas devem estar ao dispor de todos e não devem ser geridas em modo nacionalista.

“Mas para que estas luzes possam iluminar e levar esperança ao mundo inteiro, devem estar à disposição de todos. Não podemos deixar que os nacionalismos fechados nos impeçam de viver como uma verdadeira família humana que somos” – declarou.

Francisco pediu aos responsáveis dos Estados, das empresas e dos organismos internacionais que esta nova etapa seja vivida num clima de cooperação e não de concorrência.

Em 2021, o princípio do fim da pandemia

A vacinação já começou na Europa. O dia 27 de dezembro foi o primeiro. Fomos tentar compreender melhor todo este processo de vacinação: Quais os riscos e as incertezas da vacinação? O que esperar da vacinação a nível mundial no ano 2021?

O investigador José Manuel Cabeda, professor de Genética e Imunologia na Universidade Fernando Pessoa no Porto, em Portugal, considera que com este processo de vacinação já estamos no princípio do fim da pandemia.

“Se 2020 ficará na história como o ano da pandemia, 2021 será conhecido como o ano do princípio do fim da pandemia. Mas é meramente o princípio. Esta etapa que agora começamos vai ser muito longa e desigual. Vai ser muito diferente o que se passa nos países ricos e o que se passará nos países com mais dificuldades. Os países ricos no final de 2020 asseguraram que teriam acesso já à quase totalidade do stock mundial da vacina. Mesmo esforços como o da ONU (Organização das Nações Unidas) por uma distribuição equitativa dos stocks de vacinas pelo mundo, tiveram muito pouca eficácia. Ainda que os países ricos sejam financiadores dessa iniciativa, de facto, vai ficar a faltar muitas vacinas na maior parte dos países. E esse é um problema que se vai prolongar por todo o ano de 2021 e, eventualmente, para além de 2021. Contudo, há esperança porque novas vacinas vão entrar na equação algumas delas com a vantagem de serem bastante mais económicas do que aquelas que agora temos disponíveis. Por isso, 2021 será o início do fim, mas apenas o início. E o início de um fim de um trajeto que tem ainda muitos caminhos” – assinalou.

O dever ético de vacinar

Para o investigador português não devemos ter dúvidas em participar nesta campanha, pois vacinar é um dever ético.

“É um dever ético de todos nós participar nesta campanha de vacinação. Ao participar na vacinação não estamos apenas a protegermo-nos a nós próprios, estamos a proteger os outros também. E lembrem-se: não vacinar é que é um risco. E não querer participar na campanha de vacinação é um risco pessoal e um risco que assumimos para os outros” – declarou.

Todas as vacinas têm riscos, mas não vacinar é um risco gigantesco – considera o professor de Imunologia.

“Neste momento todas as vacinas comportam riscos que são considerados aceitáveis porque o risco de não as utilizar é maior do que o risco de utilizar. Reparem qual é a consequência de não vacinar: neste ano em que não pudemos vacinar conseguimos produzir a infeliz cifra de 75 milhões de pessoas infetadas no mundo e mais de 1 milhão e meio de mortos. Portanto, não vacinar é um risco gigantesco” – salientou.

O professor universitário assinala, contudo, que existe o risco real de não ser possível vacinar o número de pessoas suficiente.

“Será que a população que vamos conseguir vacinar vai ser insuficiente? Esse é um risco real, se nós não conseguirmos vacinar um número suficiente de pessoas. E o que vai acontecer é que as pessoas não vacinadas não ficarão protegidas. Enquanto que se esse número for suficiente gera-se o efeito de proteção de grupo que acaba por proteger mesmo as pessoas que ou não foram vacinadas ou que tendo sido vacinadas não reagiram à vacina e por isso não ficaram protegidas. Mas, ficarão protegidas pela quebra da transmissão” – frisou.

Não há perigosidade nas vacinas aprovadas

Para José Manuel Cabeda as campanhas contra a vacinação são baseadas em dados cientificamente falseados e, portanto, afirma que não há perigosidade nas vacinas que já estão aprovadas.

“Os dados objetivos de que dispomos não revelam qualquer tipo de perigosidade nas vacinas que estão aprovadas. Mesmo se as vacinas são de um tipo novo que nunca antes tinha sido utilizado e mesmo que vão ser utilizadas a uma escala absolutamente inédita, o que se passa é que conceptualmente do ponto de vista científico estas são vacinas extremamente seguras. É preciso ter a consciência de que a quase totalidade das campanhas contra a vacinação são baseadas em dados cientificamente falseados. Estamos a falar de artigos científicos que apesar de terem sido publicados foram retratados e retirados pelas próprias revistas porque se revelaram falsos. Este tipo de campanhas tem produzido apenas uma coisa: um imenso sofrimento nas pessoas que acabam por ser vítimas e que acabam por ter doenças gravíssimas que poderiam ser perfeitamente preveniveis e que acabam por levar a sequelas gravíssimas ou até mesmo à morte”.

As vacinas são luzes de esperança neste princípio do fim da pandemia de covid-19. O investigador José Manuel Cabeda sublinha que é um dever ético participar nesta campanha de vacinação.

Fonte: site do Vatican News

Aproveite as férias para se atualizar sobre as publicações da Igreja no Brasil com e-books da Edições CNBB

Obras-digitais-Edições-CNBBDesde 2019, a Edições CNBB, editora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, vem investindo suas ações para ampliar a sua presença no mundo digital. Neste sentido, de acordo com o consultor de gestão de processos da Conferência, José Bezerra Luna, a atuação vem se dando em duas frentes: maior presença, intensificação da divulgação e conexão de todo o trabalho que desenvolve com as redes sociais e a ampliação da oferta de publicações em formato de e-books.

Segundo Luna, a Edições CNBB intensificou sua presença no Facebook, no canal do YouTube e no Instagram com divulgação de cards, obras e campanhas de evangelização e adotou, desde maio de 2020, a prática de publicar todo novo título em formato físico e também digital.

“Não podemos esquecer que a missão da Edições CNBB é evangelizar e ela o faz por meio de suas obras, então temos feito muita campanha, nos inserindo seja de forma espontânea ou patrocinada, nos perfis, de tal maneira que aumentamos bastante o nosso alcance no público cada vez mais digital”, disse.

Segundo ele, a Edições CNBB está usando as plataformas digitais para alcançar todas as pessoas, paróquias, dioceses e o fiel na ponta. O processo de publicação digital foi iniciado em 2019 e intensificado com a pandemia. Até agora, a editora conta com 33 publicações em formato de e-book.

Compra fácil e simples

O consultor de processos da Edições da CNBB informa que a compra de algum título digital obedece a um ritual bem simples: o usuário vai ao site da editora, escolhe sua obra e é direcionado para uma das plataformas digitais para ebooks de acordo com o dispositivo que possui: o kindle da Amazon, na Apple Store ou na Play Store do Google e no Rakuten Kobo onde também conseguirá fazer seu download.

“Isto é muito simples porque o próprio site da Edições CNBB, onde tem o campo ‘livros digitais’, já direciona o cliente de acordo com seu gosto e dispositivo para leitura indicado. Com isso, vamos aumentando o alcance da Edições CNBB nos meios digitais tornando mais uma opção que o usuário tem”, afirmou.

O mais importante, segundo Luna, é que a evangelização e a palavra, os textos, as publicações, as diretrizes, os diretórios e documentos e o conteúdo da Igreja possam ser mais facilmente acessados pelos fieis.

A-oração-Papa-198x300Oração: o respiro da vida nova

A presente obra contém as palavras mais significativas do Papa Francisco sobre oração, a fim de ajudar os cristãos a viverem sua relação pessoal com o Senhor. A introdução ao texto, redigida pelo patriarca de Moscou, Kirill, mostra a profunda sintonia entre os católicos e ortodoxos na vivência da dimensão cristã do encontro com o Senhor; pois, de fato, pela comunhão com o Espírito Santo, mesmo quando se reza no segredo do próprio quarto, na realidade se reza com toda a Igreja e o mundo inteiro. A obra termina com um belo texto em que o Papa Francisco apresenta o papel e o “lugar” da oração na vida cristã, que é a nova vida que o Espírito Santo nos deu no Batismo, que em Jesus nos tornou verdadeiros filhos do Pai.

Santa Dulce dos Pobres: um dom para a Igreja, um dom para o Brasil

Pode-se dizer que Santa Dulce dos Pobres continua atendendo aos pobres, por meio daqueles que assumiram suas obras sociais. Seu exemplo continua arrastando muitos que se sentem impulsionados a também se dedicarem aos mais necessitados. Essa constatação fica clara à medida em que o leitor percorre as páginas de Santa Dulce dos Pobres: um dom para a Igreja, um dom para o Brasil. Dom Murilo S. R. Krieger inspira com sua obra os que acompanham sua reflexão que vai desde a beatificação até a canonização de Santa Dulce.

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CF 2021 – Texto base digital

A Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) representa uma das experiências mais valiosas de missão evangelizadora em nosso país. O Texto-Base da CFE 2021 nos ajuda, por meio do tema escolhido – “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” – e do lema – “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14a) – a sinalizar que o diálogo é o nosso melhor testemunho. A fé nos lembra de que Cristo é nossa Paz e nos anima a prosseguir pelo caminho da unidade na diversidade. Com ela, afirmamos que a fraternidade e o diálogo são compromissos de amor, porque Cristo fez uma unidade daquilo que era dividido. A escolha por testemunhar a fé vivida em diversidade desafia-nos a realizar a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021.

Site da Edições CNBB: www.edicoescnbb.com.br

Fonte: site da CNBB

O Papa: líder de esperança no ano da pandemia

baixados-2Os 84 anos do Papa Francisco foram comemorados nos últimos dias de 2020, o “ano terrível” da pandemia do coronavírus que já conta com mais de 1,5 milhões de vítimas no mundo inteiro e com um impacto catastrófico na economia global. Neste contexto, o Papa tem desempenhado e continua a desempenhar um papel de liderança espiritual reconhecido também no mundo secular. Ferruccio De Bortoli, colunista, presidente da Associação VIDAS e ex-diretor do Corriere della Sera fala sobre este aspecto do Santo Padre:

Entrevista com Ferruccio De Bortoli:

A liderança do Papa Francisco me parece ter tido o papel de substituir outras lideranças. Estou falando da liderança política, que, em diferentes níveis e de diferentes maneiras, encontrou-se completamente inadequada, surpreendida e enfraquecida pela pandemia. É um evento que colocou em crise até os líderes totalitários, aqueles que de alguma forma conseguiam controlar e rastrear a vida de seus cidadãos. Neste contexto – especialmente com aquelas imagens extraordinárias de 27 de março em frente à Praça São Pedro completamente deserta – me parece que o Papa conseguiu interpretar o papel de “líder da esperança”. Porque este ano todos, independentemente de sua religião, precisavam e ainda precisam de uma visão diferente do futuro e de um retorno à crença em si mesmos e nos outros.

Uma resposta profunda à demanda de esperança

Foi exatamente para pedir o fim da pandemia que naquela sexta-feira de março passado, Francisco presidiu um momento extraordinário de oração no átrio da Basílica de São Pedro que continua sendo um dos gestos mais fortes do Pontificado neste 2020. Uma “Statio Orbis”, literalmente uma pausa, na qual crentes de todo o mundo se uniram ao Papa em torno do mistério eucarístico. A homilia na qual Francisco transformou a angústia da humanidade em uma oração a Deus e um chamado à fraternidade foi pronunciada enquanto a chuva banhava a praça deserta, enquanto milhões de pessoas assistiam à transmissão daquelas imagens.

Uma praça vazia, mas paradoxalmente mais cheia do que o normal, como assinalou o Padre Federico Lombardi, presidente da Fundação Joseph Ratzinger-Bento XVI e ex-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé:

Entrevista com o Padre Federico Lombardi:

Sempre me pareceu claro que a praça estava vazia fisicamente, mas cheia espiritualmente. Na verdade, acredito que raramente em nossa experiência ao longo de muitos anos e décadas houve um tempo em que sentimos tanto a praça como o centro de uma presença espiritual e uma abundância de relacionamentos, orações e presenças de todas as partes do mundo. Portanto, era um vazio exterior que foi contraposto por uma grande “cheia” interior de comunicação. Não foram apenas as palavras do Papa, mas também as expectativas, as dores, as esperanças da humanidade que se concentravam e se encontravam naquele momento, colocando-se diante de Deus, em um lugar tão significativo. Porém, não podemos esquecer, que embora este evento tenha ocorrido em março passado, ainda estamos em plena pandemia, estamos no auge da segunda onda. Portanto, o serviço espiritual, a mensagem que tivemos naquela noite continua a ser de extrema atualidade.

Naquele momento estávamos na Quaresma, hoje estamos no Advento, mas a pandemia chegou ainda mais perto de cada um de nós e continua a nos tocar com uma série de lutos e sofrimentos. Assim, a presença e o apoio e orientação espiritual que o Papa Francisco pode nos dar com sua inspiração para a oração e a solidariedade, continuam sendo absolutamente importantes e marcam esta parte do pontificado. O ano que está para terminar foi também para o papado, portanto para o Papa Francisco, o ano da pandemia. Por conseguinte, o ano em que o Santo Padre e a Igreja realizaram uma ação de presença e solidariedade, acompanhamento e anúncio do Evangelho, conforto e esperança, em meio a uma dor sem limites e a uma demanda sem limites por orientação e por esperança. A resposta do Papa a este desafio sem precedentes e inquietante foi, acredito na opinião de todos, absolutamente pronta, adequada e profunda tanto na frente espiritual como na do convite à solidariedade.

Em 15 de março, nas primeiras semanas da pandemia e do consequente lockdown, o Papa Francisco fez uma saída inesperada do Vaticano para venerar o ícone Salus Populi Romani na Basílica de Santa Maria Maior. Em seguida foi à igreja de São Marcelo na via del Corso, rezar em frente ao crucifixo que os romanos do século XVI levaram em procissão contra a peste. Gestos que também são marcantes por sua conexão com as devoções tradicionais e por seu significado simbólico, como aponta o Cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura:

São gestos que destacam alguns aspectos da fé, de modo geral, mas de uma forma particular também da maneira como o Papa Francisco a expressa. No mundo ocidental, temos uma grande tradição que entrelaça razão e fé: todos lembram da encíclica Fides et ratio de João Paulo II, na qual fé e razão são as duas asas que nos permitem ascender ao céu do mistério. Na realidade, sabemos que o conhecimento bíblico, o conhecimento da fé, é muito mais complexo do que o simples conhecimento. De fato, requer também o aspecto afetivo, efetivo e volitivo, bem como o intelectual. Pois bem, acredito que nesses gestos, feitos pelo Papa durante este ano difícil, a dimensão simbólica brilha acima de tudo, assim como foi para a oração de 27 de março, naturalmente. Por um lado, a caminhada concreta do Papa ao longo de uma rua de uma cidade que naquele momento estava em silêncio, em dor, em provação, na escuridão e na solidão. Por outro lado, a dimensão emocional, sentimental própria das devoções populares que nunca devemos cancelar, mesmo que não possa ser um aspecto exclusivo. A devoção popular, de fato cara ao Papa Francisco, tem estas duas dimensões: o símbolo e o sentimento, as emoções, a paixão, a ternura, que nunca devem ser canceladas para viver a plenitude da crença.

Fonte: Site do Vatican News

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