CNBB divulga nota em que reprova iniciativa do Governo Federal de flexibilização do aborto

Nota-contra-o-aborto-janeiro-2023A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, na manhã desta quarta-feira, 18 de janeiro, uma nota na qual manifesta reprovação a toda e qualquer iniciativa que sinalize para a flexibilização do aborto, a exemplo das últimas medidas do Ministério da Saúde, constantes da Portaria GM/MS de nº 13, publicada no último dia 13.

A portaria permitiu a revogação de outra portaria que determina a comunicação do aborto por estupro às autoridades policiais. A Nota da CNBB pede esclarecimento ao Governo Federal, considerando que a defesa do nascituro foi compromisso assumido em campanha, e também sobre a desvinculação do Brasil com a Convenção de Genebra.

No documento, a CNBB reitera que “a hora pede sensatez e equilíbrio para a efetiva busca da paz” e reforça que “é preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social”. Confira, abaixo, a íntegra do documento e, aqui, a nota em PDF.


A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR

Nota da CNBB
“Diante de vós, a vida e a morte. Escolhe a vida!” (cf. Dt 30,19)

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não concorda e manifesta sua reprovação a toda e qualquer iniciativa que sinalize para a flexibilização do aborto. Assim, as últimas medidas, a exemplo da desvinculação do Brasil com a Convenção de Genebra e a revogação da portaria que determina a comunicação do aborto por estupro às autoridades policiais, precisam ser esclarecidas pelo Governo Federal considerando que a defesa do nascituro foi compromisso assumido em campanha.

A hora pede sensatez e equilíbrio para a efetiva busca da paz. É preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social.

A Igreja, sem vínculo com partido ou ideologia, fiel ao seu Mestre, clama para que todos se unam na defesa e na proteção da vida em todas as suas etapas – missão que exige compromisso com os pobres, com as gestantes e suas famílias, especialmente com a vida indefesa em gestação.

Não, contundente, ao aborto!

Possamos estar unidos na promoção da dignidade de todo ser humano.


Brasília-DF, 18 de janeiro de 2023


Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB


*Fonte: Site da CNBB

O primeiro padre surdo da América Latina e do Brasil viveu em Juiz de Fora

Monsenhor-BurnierSão inúmeros os personagens que marcaram a história da Igreja de Juiz de Fora. Um destes que construíram um grande legado foi Monsenhor Burnier. Ele lutou pela evangelização e inclusão da comunidade surda, um nome importante a ser recordado, principalmente no atual tempo de preparação para o centenário diocesano.

Sendo assim, iniciamos uma série de reportagens sobre momentos e agentes que se destacaram na caminhada de nossa Igreja Particular. Eles são motivos para celebrar e, fazendo memória de tais fatos, buscamos entusiasmar o povo para a festa do Jubileu da Diocese de Juiz de Fora.

A história inspiradora de Monsenhor Burnier

A Arquidiocese de Juiz de Fora teve a alegria de acolher o primeiro padre surdo da América Latina e do Brasil, e segundo do mundo: Monsenhor Vicente de Paulo Penido Burnier. Natural de Juiz de Fora, oriundo de família tradicionalmente cristã, em 02 de março de 1921 nasceu surdo e aprendeu a falar com 5 anos de idade. Em seu mundo de silêncio, soube ouvir a voz do coração e entendeu sua vocação como um dom de Deus que o chamava a servir e dar assistência especialmente aos seus irmãos e irmãs deficientes auditivos.

Não mediu esforços para estudar e tornar-se um padre. Em virtude de sua surdez, encontrou-se pessoalmente com o Papa Pio XII, em audiência particular em Roma (Itália), para solicitar ao Santo Padre autorização prévia para ordenar-se sacerdote. O consentimento veio dias depois e em 22 de setembro de 1951, foi realizada sua ordenação sacerdotal, na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, com as bênçãos de Dom Justino José de Sant’Ana.

Monsenhor Burnier dedicou-se incansavelmente à evangelização, inclusão, acessibilidade e assistência aos surdos, agindo como um verdadeiro pastor do povo excluído. Em Juiz de Fora, no ano de 2001, fundou a Pastoral dos Surdos da Arquidiocese. Na cidade, também atuou como arquivista da Cúria Metropolitana. O religioso se destacou, ainda, por fundar 18 pastorais dos surdos no Brasil e mais três fora do país. Foi também o idealizador e primeiro presidente da Federação Brasileira de Surdos, fundada em 22 de abril de 1972.

Com apreciável disponibilidade, ternura e coragem, soube anunciar a Palavra de Deus mesmo sem escutar. Falando diversos idiomas, percorreu o Brasil oferecendo a crianças e adultos surdos seu apoio moral, físico e espiritual. Assim como o Bom Samaritano (Lc 10, 25-37), procurou sempre fazer o bem, cultivou a prática do amor e do cuidado ao próximo. É considerado por muitos o “Apóstolo dos surdos” e reconhecido como um verdadeiro cidadão humanista, atento aos problemas sociais e disposto a estender a mão a quem precisasse.

Protagonista de uma trajetória precursora e de luta junto à comunidade surda, o religioso faleceu aos 88 anos de idade, em 16 de julho de 2009, na cidade mineira de Juiz de Fora. O seu legado abriu caminhos para atravessar fronteiras, romper as barreiras do preconceito, promover a integração social e aprofundar a espiritualidade dos irmãos e irmãs deficientes auditivos, a fim de que compreendam a mensagem de Jesus Cristo, que nos une em uma grande comunidade de fé.

Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora, com colaboração de Brenda Melo – Jornal Folha Missionária

Em janeiro, a intenção de oração do Papa é dedicada aos educadores, para que acrescentem a fraternidade no ensino

cq5dam.thumbnail.cropped.750.422Foi divulgada, nesta terça-feira (10), a intenção de oração do Papa Francisco para o mês de janeiro. Para inaugurar 2023, o Santo Padre escolheu lançar uma mensagem aos educadores, fazendo-lhes a proposta de “acrescentar um novo conteúdo ao seu ensino: a fraternidade”.

Na mensagem de vídeo, Francisco deseja ampliar o âmbito da atividade educacional, para que a educação não se concentre apenas no conteúdo.

O vídeo do Papa deste mês, que começa com a palavra fraternidade, escrita numa lousa como se fosse um tema didático, acompanha a reflexão de Francisco com a narração de uma história ambientada em uma escola. Um menino, deixado de lado por seus colegas durante as partidas de futebol, permanece sozinho num canto até que um professor, percebendo seu desconforto, decide cuidar dele. Ele o faz não com palavras, mas com o testemunho de sua vida: ele fica com ele, dia após dia, e com carinho e perseverança ele o ensina a brincar. Até que, numa manhã, ele o encontra com aqueles mesmos colegas que antes o haviam marginalizado: ele está brincando com eles e, quando marca seu primeiro gol, ele o dedica ao professor, a testemunha confiável que o ajudou.

A educação é um ato de amor que ilumina o caminho para que recuperemos o entendimento da fraternidade, para que não ignoremos os mais vulneráveis.

Para o Papa, “o educador é uma testemunha que não oferece os seus conhecimentos mentais, mas as suas convicções, o seu compromisso com a vida”.

É alguém que sabe manusear bem três linguagens: a da cabeça, a do coração e a das mãos, em harmonia. E daí a alegria de comunicar. E eles serão ouvidos com muito mais atenção e serão criadores de comunidade. Por quê? Porque estão semeando este testemunho.

Segundo o diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, pe. Frédéric Fornos, “novamente, diante dos desafios do mundo, o Papa Francisco insiste mais uma vez na fraternidade. É a bússola de sua Encíclica Fratelli tutti. É o único caminho para a humanidade, e é por isso que a educação é essencial”.

Rezemos para que os educadores sejam testemunhas críveis, ensinando a fraternidade em vez da competição e ajudando especialmente os jovens mais vulneráveis.



Fonte: Site Vatican News

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