Milhares de detentos estarão com o Papa no Jubileu dos Presos

ano-misericordia-noticias“Estamos na reta final e temos agora dois encontros importantes”, declarou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, ao introduzir na manhã desta quinta-feira, 3, a apresentação do Jubileu dos Encarcerados e das pessoas socialmente excluídas, que será realizado no Vaticano nos dias 5 e 6, e de 11 a 13 de novembro.

O Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, ilustrou os dois encontros, que no Jubileu dão um forte sentido de preocupação pelos pobres, marginalizados e excluídos. O arcebispo revelou ainda que o vivo interesse do Papa pelos condenados ultrapassa o período jubilar. Francisco – disse ele – esteve em contato telefônico com detentos nos últimos meses, tendo realizado contatos também com condenados à morte, “não podendo, infelizmente, salvar da morte um deles”.

Detentos de diversos países
Para o Jubileu dos Encarcerados que será no dia 6, foram convidados os detentos com os seus familiares, agentes da Polícia Penitenciária, os Capelães das prisões e as Associações que oferecem assistência dentro e fora dos cárceres.

“Até o momento, inscreveram-se mais de 4 mil pessoas, das quais mais de mil serão detentos provenientes de 12 países do mundo: Inglaterra, Itália, Letônia, Madagascar, Malásia, México, Holanda, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Suécia e Portugal”, antecipou Dom Fisichella

O serviço litúrgico, disse ainda o bispo, será feito pelos prisioneiros. As hóstias que serão utilizadas na Santa Missa foram produzidas por alguns detentos do Cárcere da ‘Opera’, de Milão, no âmbito do projeto “O Sentido do Pão”, idealizado e organizado por ocasião do Jubileu e implementado em colaboração com a ONG Fundação Casa do Espírito e das Artes.

Ao lado do crucifixo em madeira do século XIV, restaurado recentemente, será exposta uma imagem de Nossa Senhora das Mercês, Protetora dos prisioneiros; o Menino Jesus tem em suas mãos correntes abertas em sinal de libertação e de confiança. Antes da Missa, o Papa saudará alguns encarcerados e personalidades presentes na celebração.

O Programa
“O programa do Jubileu dos Encarcerados é muito simples e não se afasta do espírito com que se quis viver o Jubileu. No dia de sábado, os participantes terão a possibilidade, nas Igrejas jubilares, de confessarem-se e de atravessar a Porta Santa, realizando o percurso prévio, instalado na Via da Conciliação, em preparação à celebração do dia sucessivo. A partir das 7h30min será possível entrar na Basílica, em espera à celebração da Santa Eucaristia presidida pelo Santo Padre às 10 horas”, informou Dom Fisichella.

Testemunhos
Também está previsto no Jubileu dos Presos um momento de testemunhos que englobam o mundo dos cárceres. Um detento que no mundo da prisão teve a experiência da conversão falará junto à vítima com a qual se reconciliou. Outro testemunho será o do irmão de uma pessoa assassinada que tornou-se um instrumento de misericórdia, portanto, de perdão. Um menor de idade que está cumprindo pena e, por fim, um agente da Polícia Penitenciária, que diariamente está em contato com os detentos. 

Participantes
O grupo mais numeroso de prisioneiros é da Itália. Estarão presentes menores, pessoas que cumprem pena alternativa, pessoas com prisão domiciliar e detentos permanentes com condenações diversas.

Digno de recordação – ressalta o Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização – que a colaboração com o Ministério da Justiça nestes meses, permitiu que seis detentos desenvolvessem o serviço como voluntários do Jubileu. “Uma experiência intensa vivida por todos com espírito de genuíno empenho e responsabilidade”.

Interesse do Papa pelos encarcerados
O Papa – recordou por fim Dom Fisichella – sempre dedicou grande atenção aos encarcerados. Como exempli, ele lembrou a primeira celebração de Francisco na Quinta-Feira Santa, no Cárcere para menores de Casal del Marmo, e suas numerosas visitas nas prisões de muitos países: em Poggioreale (Nápoles) em março de 2015, onde almoçou com os detentos; em Filadélfia em setembro de 2015; em Palmasole, Bolívia, em julho de 2015 e em Ciudad Juárez, no México, em fevereiro de 2016.

Da Redação, com Rádio Vaticano

Fonte: Canção Nova

Halloween: entre doces e abóboras, vamos semear uma nova cultura

hallowen 04É sempre noite quando um grupo de crianças veste roupas assustadoras, mas nesta data não são motivo de espanto, quem dirá por seu doce pedido ao serem atendidas ao bater à porta de mais uma casa e perguntar: “travessuras ou gostosuras?” Talvez crianças assim ainda não baterão à porta de muitos aqui no Brasil na noite de 31 de outubro, véspera da Festa de Todos os Santos, mas a cena é familiar no cinema e desenhos animados americanos ao celebrar a data que chamam de “Dia das Bruxas”, que começa a entrar em nossa cultura em muitas realidades.

A história mostra que a data teve origem há cerca de 2.300 anos com o povo Celta (hoje países da Europa Ocidental), que tinha neste dia, o último do verão, também uma passagem para o ano novo. Data em que acreditavam que os espíritos dos mortos sairiam de suas covas para encontrar os vivos e se apossar de seus corpos. O medo destas supostas almas fez com que o povo colocasse na frente de suas casas objetos capazes de assustar as “ameaças”. Na lista de defesa estavam caveiras, ossos, bonecos, abóboras decoradas, entre outros.

Com a cristianização dos celtas, eles conservaram alguns costumes pagãos. Aproveitaram a coincidência com a Festa de Todos os Santos e a celebração de Finados, no dia seguinte, e misturaram tudo. Já o nome foi inspirado na antiga expressão inglesa "All Hallow's Eve" (Noite de Todos os Santos). "Hallow" é uma palavra do inglês antigo para designar "pessoa santa", que se tornou "Hallowe'en" em uma versão simplificada e depois "Halloween". A tradição teria sido levada por imigrantes irlandeses aos norte-americanos em 1840, amplamente difundida em sua versão pagã, especialmente pelos meios de comunicação para o mundo. Na idade média passou a ser chamada de “Dia das Bruxas” na Europa.

Se ainda é noite para alguns, continua sendo dia sob a luz do sol que é Cristo Jesus para nós cristãos que celebramos a Festa de Todos os Santos, distante do ocultismo obscurecido por bruxas, fantasmas, caveiras e variadas formas de expressar o terror. É dia de fazer exatamente o contrário, não cultuar expressões do mal e olhar de forma inspiradora para os extraordinários exemplos de vida dos santos. E mesmo ao celebrar o dia dos Fiéis Defuntos, no dia 2 de novembro, olhamos para a morte com esperança e intercedemos pela salvação das almas, não o medo e ameaça vista pelos conforme os antigos Celtas.

A Igreja não tem hesitado em lançar a luz do Evangelho sobre essa celebração do Halloween, de forma especial neste tempo em que as culturas são difundidas com facilidade pela proximidade dos povos pela web, cinema e TV, em especial. Por meio de um artigo intitulado “As perigosas mensagens do Halloween”, publicado em 2009, o jornal oficial do Vaticano, "L'Osservatore Romano", estampava que "o Dia das Bruxas é uma corrente do ocultismo e completamente anticristão".

Na mesma direção, nos últimos anos vimos atitudes de diversas dioceses pelo mundo orientarem os fieis a olhar de forma diferente para essa festa. Em 2010, a Igreja da Inglaterra fez um convite às crianças para que se vistissem de santos, ao invés de bruxas e diabinhos na data. No México, onde o Dia de Finados é considerado uma das principais celebrações religiosas após o Natal, quando o Halloween começou a influenciar os jovens na mesma época, a arquidiocese da Cidade do México também se manifestou por meio de um artigo no qual alertava que “se procuramos ser fiéis à nossa fé e aos valores do Evangelho, teríamos que concluir que a atual festa do Hallowen não só não tem nada a ver com a celebração que deu origem, mas também é nociva e contrária à fé e a vida cristã”.

São João Paulo II disse à juventude em 2012 queos jovens deveriam ser sal na terra (Cf. Mt 5, 13-14), e que este sal “tem a virtude de não deixar a identidade cristã desnaturar-se mesmo num ambiente duramente secularizado”. Este é o caminho, ser luz pela ação do Espírito Santo no mundo, assim como também exorta São Paulo: “não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, a fim de conhecerdes a vontade de Deus: o que é bom, o que Lhe é agradável e o que é perfeito” (Cf. Rm 12,2). Para completar, o papa Bento XVI, ao dirigir à Igreja por meio da Exortação Apostólica Verbum Domini (2010), convoca-nos a sermos “agentes culturais”, a partir dos valores do Evangelho, que ele chama de “grande código para as culturas”, agirmos pela purificação do modo de viver do povo, o que chamamos também em nossa missão como Movimento de semear a cultura de Pentecostes!

Wiliam de Paula

Grupo de Oração Jovens Sentinelas-Diocese de Itabira

Membro do Núcleo Nacional do Ministério Jovem

Fonte: RCC Brasil

Nota da CNBB sobre a PEC 241

cnbb logoA Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta quinta-feira, dia 27 de outubro, durante entrevista coletiva à imprensa, a Nota da CNBB sobre a Proposta de Emenda Constitucional 241 (PEC 241), que estabelece um teto para os gastos públicos para os próximos vinte anos. O texto foi aprovado pelo Conselho Permanente da entidade, reunido, em Brasília, entre os dias 25 e 27 deste mês.

Leia o texto na íntegra:

 

Brasília-DF, 27 de outubro de 2016
P - Nº. 0698/16

 

NOTA DA CNBB SOBRE A PEC 241

“Não fazer os pobres participar dos próprios bens é roubá-los e tirar-lhes a vida.”
(São João Crisóstomo, século IV)

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, dos dias 25 a 27 de outubro de 2016, manifesta sua posição a respeito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, de autoria do Poder Executivo que, após ter sido aprovada na Câmara Federal, segue para tramitação no Senado Federal.

Apresentada como fórmula para alcançar o equilíbrio dos gastos públicos, a PEC 241 limita, a partir de 2017, as despesas primárias do Estado – educação, saúde, infraestrutura, segurança, funcionalismo e outros – criando um teto para essas mesmas despesas, a ser aplicado nos próximos vinte anos. Significa, na prática, que nenhum aumento real de investimento nas áreas primárias poderá ser feito durante duas décadas. No entanto, ela não menciona nenhum teto para despesas financeiras, como, por exemplo, o pagamento dos juros da dívida pública. Por que esse tratamento diferenciado?

A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege, para pagar a conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além disso, beneficia os detentores do capital financeiro, quando não coloca teto para o pagamento de juros, não taxa grandes fortunas e não propõe auditar a dívida pública.

A PEC 241 supervaloriza o mercado em detrimento do Estado. “O dinheiro deve servir e não governar! ” (Evangelii Gaudium, 58). Diante do risco de uma idolatria do mercado, a Doutrina Social da Igreja ressalta o limite e a incapacidade do mesmo em satisfazer as necessidades humanas que, por sua natureza, não são e não podem ser simples mercadorias (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 349).

A PEC 241 afronta a Constituição Cidadã de 1988. Ao tratar dos artigos 198 e 212, que garantem um limite mínimo de investimento nas áreas de saúde e educação, ela desconsidera a ordem constitucional. A partir de 2018, o montante assegurado para estas áreas terá um novo critério de correção que será a inflação e não mais a receita corrente líquida, como prescreve a Constituição Federal.

É possível reverter o caminho de aprovação dessa PEC, que precisa ser debatida de forma ampla e democrática. A mobilização popular e a sociedade civil organizada são fundamentais para superação da crise econômica e política. Pesa, neste momento, sobre o Senado Federal, a responsabilidade de dialogar amplamente com a sociedade a respeito das consequências da PEC 241.

A CNBB continuará acompanhando esse processo, colocando-se à disposição para a busca de uma solução que garanta o direito de todos e não onere os mais pobres.

Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, continue intercedendo pelo povo brasileiro. Deus nos abençoe!

Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Arcebispo de São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB

 

Fonte: CNBB

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