Dom Murilo Krieger faz balanço do Ano da Misericórdia no Brasil

dom-murilo-kriegerO Ano da Misericórdia termina neste domingo, 20, quando o Papa Francisco vai fechar a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Foi um Ano de várias iniciativas em todo o mundo voltadas a estimular as obras de misericórdia e a levar os fiéis a fazer experiência com a misericórdia de Deus.

O grande símbolo do Jubileu foi a abertura da Porta Santa e para esse Ano em especial o Papa Francisco quis que ela fosse aberta em todas as dioceses do mundo, como forma de ampliar a possibilidade aos fiéis de passarem pela Porta Santa. (Confira Portas da Misericórdia que foram abertas no Brasil)

O vice-presidente da CNBB, Dom Murilo Krieger, diz que há dois balanços desse Ano Santo: um visível, que diz respeito a dados, números e fatos que aconteceram ao longo de todo o Ano. O outro balanço é invisível, que é o resultado nos corações das pessoas. “Aí só o Espírito Santo é capaz de dizer quantas experiências de amor de Deus, quantas pessoas reconciliadas com Deus, com a Igreja, consigo mesma, quantas pessoas adquiriram a paz que é fruto da experiência da misericórdia de Deus”.

No Brasil, em todas as 275 dioceses foi aberta pelo menos uma Porta da Misericórdia e é incontável o número de fiéis que puderam fazer essa experiência. Só no Vaticano, a estimativa de peregrinos ultrapassou os 18 milhões, números que, segundo Dom Murilo, impressionam, mas mostram, na verdade, como as pessoas se identificaram com o convite feito por Jesus, que é a verdadeira Porta.

“Passar pela Porta da Misericórdia, na verdade, é passar pelo coração de Cristo, conhecer a sua intimidade, o seu amor, Ele que é a mais forte manifestação da misericórdia do Pai”.

Daqui pra frente
O Jubileu instituído pelo Papa Francisco chega ao fim, mas não termina aqui o convite às obras de misericórdia e à relação misericordiosa com Deus. Dom Murilo lembra que a misericórdia é da essência do Evangelho, então o que o Papa quis foi colocar isso em destaque.

“O Papa chamou a atenção e eu acredito que, na Igreja, essa dimensão da misericórdia, proclamada de forma tão bela por Jesus na parábola do filho pródigo, do pastor que perde a ovelha e vai atrás dela, essa experiência da misericórdia ficará mais profundamente marcada no coração da Igreja e de todos os fiéis”.

O legado que fica, segundo o arcebispo, é que nunca se deve ter medo de Deus, pois Ele está sempre pronto a acolher. “Como diz o Papa, Deus nunca se cansa de perdoar, nós é que nos cansamos de pedir perdão”.

Com a Porta Santa que se fecha, Dom Murilo diz que os fiéis são enviados ao mundo para falar da misericórdia de Deus. “Entramos na Igreja para experimentar misericórdia, agora saímos da Igreja para dizer ao mundo o quanto Deus nos ama, ou então, como disse Jesus, tanto Deus amou ao mundo que lhe deu seu Filho único”.

Fonte: Canção Nova Notícias
Foto: Arquivo CN

As obras de misericórdia são um ótimo remédio, lembra Papa em Audiência

Papa-Francisco2Ontem, 09 de novembro, o Papa Francisco concedeu a tradicional Audiência Geral das quartas-feiras, na Praça São Pedro.

Cerca de 20 mil pessoas presenciaram o Pontífice dar continuidade a suas reflexões sobre as obras de misericórdia. Ele tratou de duas obras de misericórdia: visitar enfermos e encarcerados.

Francisco disse que os doentes e detentos vivem uma condição que limita a sua liberdade e recordou que é quando a perdemos que percebemos a sua preciosidade:

"Jesus nos doou a possibilidade de ser livres apesar dos limites da doença e das restrições. Ele nos oferece a liberdade que provém do encontro com Ele e do novo sentido que este encontro traz à nossa condição humana".

Hospitais: Catedrais da Dor
Durante uma doença, o enfermo, em muitas ocasiões, passa por grandes solidões. Nessas ocasiões, uma visita pode vir a ser até mais que um remédio.

Gestos simples como um sorriso, uma carícia, um aperto de mão, tornam-se muito importantes para quem se sente abandonado:
"Não deixemos sozinhas as pessoas doentes", exortou Papa.

Para o Santo Padre, os hospitais são hoje verdadeiras "catedrais da dor", mas eles são também o local onde a força e eficácia da caridade tornam-se evidentes aos olhos de todos.

As visitas a estas ‘catedrais da dor', são obras de misericórdia, prosseguiu o Papa, são atos pertencentes à virtude da caridade que o Senhor nos convida a realizar.

Visitar os encarcerados
Visitar os encarcerados também é realizar uma obra de misericórdia. É um ato de caridade que deve ser demonstrada também para com os detentos.

Sendo parte das obras de misericórdia, a visita às prisões são um convite feito para que recordemos que, qualquer que tenha sido o crime cometido pelo prisioneiro, ele é filho de Deus, foi redimido pelo sangue de Cristo, continua sendo amado por Deus e o Pai espera a volta do filho.

Diante da privação da liberdade e da humanidade pelas condições degradantes em que vivem os encarcerados em muitas ocasiões, o cristão é chamado a fazer de tudo para restituir ao preso a dignidade perdida, a procurar tirá-lo da degradação em que caiu.

"Ninguém aponte o dedo contra alguém", advertiu Francisco que ainda acrescentou:
"Quantas lágrimas vi correr pelas faces de pessoas presas que talvez nunca tinham chorado na sua vida, e isto só porque se sentiram acolhidas e amadas".

Conselho final
Francisco recordou que Jesus e os apóstolos também viveram a prisão, e, portanto, conhecemos o sofrimento que viveram.

"Como se vê, finalizou Francisco, essas obras de misericórdia são antigas e, mesmo assim, sempre atuais. Jesus deixou o que estava fazendo para visitar a sogra de Pedro e fez uma caridade. Não caiamos na indiferença, mas nos tornemos instrumentos da misericórdia de Deus para restituir alegria e dignidade a quem a perdeu". (JSG)

*Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/83420#ixzz4PbIbo9jS

 

Como alcançar indulgências plenárias no Ano da Misericórdia

formacao como-alcancar-indulgencias-plenarias-no-ano-da-misericordia-1600x12001-600x450Conforme o ensinamento da Igreja Católica, “indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos” (Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, 1967, Papa Paulo VI, Sobre a doutrina das indulgências, n.1).

Embora, no Sacramento da Penitência, a culpa do pecado seja perdoada, tirada e com ele o castigo eterno por motivo dos pecados mortais, ainda permanece a pena temporal exigida pela Justiça Divina, e essa exigência deve ser cumprida na vida presente ou depois da morte, isto é, no Purgatório. Uma indulgência oferece ao pecador penitente meios para cumprir essa dívida durante sua vida na terra ou oferecer pelas almas do Purgatório. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados” (CIC, 1498).

A misericórdia é mais forte que os pecados
“No sacramento da reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela se torna indulgência do Pai que, por meio da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e o liberta de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado” (Misericordiae Vultus, Papa Francisco).

O Papa Paulo VI, na Constituição Apostólica Doutrina das Indulgências (DI), ensina toda a verdade sobre essa matéria. Começa dizendo: “A doutrina e o uso das indulgências vigentes na Igreja Católica, há vários séculos, encontram sólido apoio na Revelação divina, a qual, vindo dos apóstolos ‘se desenvolve na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”, enquanto “a Igreja no decorrer dos séculos, tende para a plenitude da verdade divina, até que se cumpram nela as palavras de Deus (Dei Verbum, 8)’” (DI, 1). Assim, fica claro que as indulgências têm base sólida na Doutrina Católica (Revelação e Tradição) e, como disse Paulo VI, “desenvolve-se na Igreja sob a inspiração do Espírito Santo”.

Como obter indulgências plenárias no Jubileu da Misericórdia?
“Para lucrar a indulgência plenária, além da repulsa de todo afeto a qualquer pecado, até venial, requerem-se a execução da obra enriquecida da indulgência e o cumprimento das três condições seguintes: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice” (Normas,7-10).

Sendo o Ano Santo um período em que se enfatiza o perdão, a libertação e a misericórdia, a Igreja propõe, de modo especial, nessas ocasiões, as indulgências.

O Papa Francisco anunciou o Jubileu da Misericórdia, um Ano Santo Extraordinário, instituído por ele e que terá como centro a misericórdia de Deus. O Jubileu da Misericórdia é extraordinário, e seu início foi no dia oito de dezembro, dia da Imaculada Conceição. O encerramento do Ano Santo será no dia 20 de novembro de 2016: “Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da misericórdia”.

O que significa viver a indulgência no Ano Santo
“Viver a indulgência no Ano Santo significa aproximar-se da misericórdia do Pai, com a certeza de que o seu perdão cobre toda a vida do crente. A indulgência é experimentar a santidade da Igreja, que participa em todos os benefícios da redenção de Cristo, para que o perdão se estenda até às últimas consequências aonde chega o amor de Deus. Vivamos intensamente o Jubileu, pedindo ao Pai o perdão dos pecados e a indulgência misericordiosa em toda a sua extensão”.

Será, portanto, um Ano Santo extraordinário para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai, desde sempre, estende sobre nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca se cansa de escancarar a porta do Seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar conosco a Sua vida. A Igreja sente, fortemente, a urgência de anunciar a misericórdia de Deus. A sua vida é autêntica e credível, quando faz da misericórdia seu convicto anúncio.

O que um católico deve fazer para receber indulgências?

Segue o que o Papa Francisco diz:

“Para viver e obter a indulgência, os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta da Santa, aberta em cada catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais, em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. Estabeleço igualmente que se possa obter a indulgência nos santuários onde se abre a Porta da Misericórdia e nas igrejas que, tradicionalmente, são identificadas como jubilares. É importante que esse momento esteja unido, em primeiro lugar, ao sacramento da reconciliação e à celebração da Santa Eucaristia, com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar essas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro”.

E as pessoas enfermas?
“Penso também em quantos, por diversos motivos, estão impossibilitados de ir até a Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, as quais, muitas vezes, se encontram em condições de não poder sair de casa. Para eles, será de grande ajuda viver a enfermidade e o sofrimento como experiência de proximidade ao Senhor, que, no mistério da Sua Paixão, Morte e Ressurreição, indica a via mestra para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança jubilosa esse momento de provação, recebendo a comunhão ou participando da Santa Missa e da oração comunitária, inclusive nos vários meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência jubilar”.

E os encarcerados?
“O meu pensamento se dirige também aos encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade. O jubileu constituiu sempre a oportunidade de uma grande anistia, destinada a envolver muitas pessoas que, mesmo merecedoras de punição, todavia tomaram consciência da injustiça perpetrada e desejam sinceramente inserir-se de novo na sociedade, oferecendo o seu contributo honesto. A todos eles chegue concretamente a misericórdia do Pai que quer estar próximo de quem mais necessita do seu perdão. Nas capelas dos cárceres, poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que esse gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.

Fonte: Canção Nova

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