Santo Antônio: Doutor do Evangelho
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- Sexta, 20 Junho 2014 09:01
A celebração da festa litúrgica de Santo Antônio tem lugar especial no coração dos juiz-foranos. Ele é nosso padroeiro, exemplo de fidelidade a Cristo e intercessor no céu. Na pessoa de Antônio vê-se o exemplo eloquente de santidade, reflexo da luz de Cristo, modelo a ser seguido em toda ação pastoral e na vivência pessoal de cada dia. Sendo Cristo a luz dos povos, Senhor de todas as cidades, indubitavelmente vê-se em Antônio a modelar figura humana que se deixou iluminar pela luz que vem do Salvador, passando inevitavelmente a iluminar os irmãos na fé, reflexos estes que perduram no caminhar da história, chegando a nossos tempos de forma tão evidente.
Ao destacarmos o senhorio e a centralidade de Cristo nestes momentos litúrgicos, recordemos alguns acenos da vida de Santo Antônio, Padroeiro da cidade, orago da Catedral Metropolitana e Patrono do Seminário Arquidiocesano. Antônio nasceu em Portugal no ano 1195, recebendo na pia batismal o nome de Fernando. Já quando criança e na adolescência manifestava um extraordinário amor a Deus e a tudo que se relacionasse aos céus. Na juventude, entra para o convento da Ordem de Santo Agostinho. Quando já havia vestido o hábito dos agostinianos, resolveu abraçar os ideais de São Francisco, marcadamente pobre, depois de saber da notícia do martírio de oito jovens missionários na África, cujos corpos foram transladados a Lisboa para os funerais sagrados.
Tais fatos revolveram a mente de Fernando que resolveu deixar a ordem de Santo Agostinho para assumir o hábito de São Francisco, recebendo aí o nome de Frei Antônio de Lisboa. Oferecendo-se para ir para o Marrocos, onde foram torturados, assassinados e estraçalhados os mencionados oito frades, descobriu sua verdadeira vocação: ser missionário e pregar com destemor a Palavra de Deus até ao martírio, se fosse preciso. Deixou tudo e partiu para o continente africano. Porém, de retorno a Portugal para tratar da saúde, a embarcação, por causa de problemas climáticos, não lhe permitiu chegar ao destino, tendo que aportar na ilha da Sicilia, ao sul da Itália, de onde partiu para Assis e depois para Pádua. Aí viveu intensamente o evangelho, estudou e ensinou a Sagrada Escritura com rara maestria e luminosa santidade. Foi grande estudioso da Bíblia Sagrada, primeiro teólogo e mestre das Sagradas Escrituras na Ordem dos Frades Franciscanos, e desempenhou com sabedoria as funções do ensino.
Foi peregrino das estradas, pregador do evangelho, sobretudo na Itália e na França. Depois de uma vida intensíssima imersa na luz de Deus, partiu para a casa eterna do Pai a 13 de junho de 1231, com apenas 36 anos de idade, enquanto cantava um hino à Beatíssima Virgem Maria. Tais eram os sinais de sua santidade, que o Papa Gregório IX (1227-1241) o canonizou em menos de um ano após sua morte. Em 1946, o Papa Pio XII o declarou Doutor da Igreja, com o título de Doutor Evangélico, dado ao seu particular gosto pelos estudos bíblicos.
Nos passos de Santo Antônio, a comunidade arquidiocesana abre-se particularmente à luz de Cristo para a revisão da caminhada sinodal que está vivendo e suplica ao seu Padroeiro que interceda a Deus por todos nós.
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora