Presidente da CNBB reforça apelo para que as pessoas não saiam de casa

Dom-Walmor-VejaO pedido das autoridades para que a população não saia de casa tem sido reforçado por causa da pandemia que tem avançado no Brasil e no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ritmo de transmissão está acelerado.

Na missa dessa quarta-feira (25), o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, repudiou o discurso em cadeia nacional de TV do presidente Jair Bolsonaro, proferido na noite de terça, 24 de março. Segundo ele, a autoridade do Executivo nacional minimizou o que é preciso ser realizado, com responsabilidade, por todos. “A pandemia da Covid-19 não pode se compor como mais uma pandemia de irresponsabilidade, inconsequência e falta de sentido humanístico e respeitoso para com a dignidade humana“, afirmou.

Dom Walmor reforçou mais uma vez o apelo. “Fique em casa. Esta é a indicação das autoridades sanitárias competentes e sensatas. Trabalhemos tudo que podemos para ajudar a construir uma sociedade justa e fraterna. Os trabalhos precisam ser mantidos com as condições necessárias, resguardando e cuidando da vida de cada um de nós”, reforçou.

O presidente da CNBB exigiu dos três Poderes uma ação tendo em vista a construção de uma nova ordem social e política adequada. Do Executivo, disse esperar um grande projeto de contingência cujo objetivo é minimizar os impactos na vida dos pobres. Do Legislativo, disse que a Igreja espera, em todas as esferas, a corajosa postura de mostrar com exemplos que possam modificar o caminho da sociedade brasileira. E da Suprema Corte disse esperar a garantia e a defesa da ordem constitucional. Segundo ele, a Igreja no Brasil e a sociedade estão dispostas a serem solidárias e contribuírem de forma humanística, abrindo mão de muitas coisas.

Diante dessa realidade, a Igreja no Brasil tem se mobilizado e apelado para que as pessoas cumpram a quarentena. Dom Walmor já havia divulgado um vídeo, no último sábado (21), no qual apelou para que a população não saia de casa. “É hora de colaborar. Vamos ter entre nós, agora, marcando o tecido da nossa cidadania uma atitude de solidariedade como bom samaritano, ‘viu sentiu compaixão e cuidou dele’. Não saia de casa, vamos colaborar. Do contrário, pagaremos um alto preço. O preço alto que já estamos pagando será ainda mais amargo, por isso vamos colaborar, não saia de casa”, disse o Arcebispo de BH na mensagem.

Veja, no vídeo abaixo, a íntegra da fala dessa quarta-feira (25):



*Fonte: Site da CNBB

Papa recorda como receber perdão sem o sacerdote

papa-franciscoA salus animarum, a salvação das almas é a lei suprema da Igreja, o critério interpretativo fundamental para determinar o que é justo. É por isso que a Igreja sempre procura, de todos os modos, oferecer a possibilidade de se reconciliar com Deus a todos aqueles que o desejam, que estão em busca, esperando ou que, de alguma forma, se dão conta de sua condição e sentem a necessidade de serem acolhidos, amados e perdoados.

Nestes tempos de emergência devido à pandemia, com pessoas gravemente doentes e isoladas nas unidades de terapia intensiva, bem como para as famílias que são solicitadas a permanecerem em casa para evitar a difusão do contágio, é útil lembrar a todos a riqueza da tradição. Foi o que fez o Papa Francisco durante a homilia da missa na Santa Marta na sexta-feira, dia 20 de março.

“Eu sei que muitos de vocês se confessam para a Páscoa a fim de se reconciliar com Deus”, disse o Papa. “Mas muitos me dirão hoje: ‘Mas, padre, onde posso encontrar um sacerdote, um confessor? Não se pode sair de casa! E eu quero fazer as pazes com o Senhor, quero que Ele me abrace, que o meu pai me abrace. O que posso fazer se não encontro um sacerdote?’ Você faz o que diz o Catecismo”.

“É muito claro: se você não encontra um sacerdote para se confessar”, explicou o Papa, “fale com Deus, ele é seu Pai. Diga-lhe a verdade: ‘Senhor, eu fiz isso e aquilo. Perdoa-me’. Peça-lhe perdão de todo o coração, com o Ato de Contrição e prometa-lhe:’“Depois, eu vou me confessar, mas perdoa-me agora’. E logo você retornará à graça de Deus. Você mesmo pode se aproximar, como o Catecismo nos ensina, do perdão de Deus sem ter um sacerdote. Pensem nisso: este é o momento! E este é o momento certo, o momento oportuno. Um Ato de Contrição bem feito e a nossa alma se tornará branca como a neve”.



O Papa Francisco se refere aos números 1451 e 1452 do Catecismo da Igreja Católica, promulgado por São João Paulo II e redigido sob a orientação de Joseph Ratzinger, naquela época prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. O Catecismo, citando o Concílio de Trento, ensina que entre os atos do penitente, a “contrição” ocupa o primeiro lugar. Ela é «uma dor da alma e uma reprovação do pecado cometido, com o propósito de não mais pecar no futuro».

«Quando procedente do amor de Deus, amado sobre todas as coisas, a contrição é dita «perfeita» (contrição de caridade)», afirma o Catecismo. «Uma tal contrição perdoa as faltas veniais: obtém igualmente o perdão dos pecados mortais, se incluir o propósito firme de recorrer, logo que possível, à confissão sacramental».

Portanto, na expectativa de ser absolvido por um sacerdote assim que as circunstâncias permitirem, é possível ser perdoado imediatamente com esse ato. Isso já tinha sido afirmado também pelo Concílio de Trento, no capítulo 4 da Doctrina de sacramento Paenitentiae, onde se afirma que a contrição acompanhada pela intenção de se confessar «reconcilia o homem com Deus, mesmo antes que esse sacramento seja realmente recebido».

*Fonte: Site do Vatican News

Saiba quais aplicativos ajudam a se conectar com quem está distante e a rezar pela internet

Oração-videoconoferencia-1200x762 cEm tempo de isolamento domiciliar, as pessoas têm buscado atender à necessidade de estarem, de alguma forma, próximas de seus familiares e amigos e também de reunirem-se em comunidade de fé. Junto com as iniciativas que tornam possível este encontro virtual, surgem algumas dúvidas sobre as melhores ferramentas para ajudar os fiéis a se conectarem. Tanto as redes sociais quanto aplicativos ajudam neste momento.

O doutor em Ciências da Comunicação Moisés Sbardelotto analisa o momento como um “confinamento litúrgico”, no qual se percebe “um esforço muito grande, por parte de padres, religiosos/as ou leigos/as, para que possa haver ambientes de encontro agora digitais, ultrapassando o isolamento e encurtando distâncias”. Ele vê a Igreja, nas suas várias expressões, em busca de ser mais “‘ousada e criativa’, como pede o Papa Francisco, ao repensar o estilo e os métodos evangelizadores”. E neste contexto, com templos fechados e impedimentos de participação dos fiéis em celebrações, “a Igreja pode continuar sendo, e talvez até mais, ‘em saída’, agora pelas ‘estradas digitais’, como diz o Papa. Estradas que estão “congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida: homens e mulheres que procuram uma salvação ou uma esperança”.

Duas das redes sociais mais utilizadas no Brasil são as principais ferramentas para estar próximo de familiares e amigos, por meio de mensagens, fotos, áudios e transmissões ao vivo. Com 130 milhões de contas no Brasil, o Facebook tem sido a principal rede social que aproxima padres e bispos de seus fiéis, com as celebrações transmitidas na plataforma, por exemplo. O Whatsapp, aplicativo de mensagens instantânea que abriga 89% dos internautas brasileiros, favorece conversas e chamadas de vídeo com até quatro participantes. Esses recursos dependem de boa conexão com a internet.

Por meio do Whatsapp, são compartilhados arquivos que ajudam em celebrações em família e também organizadas campanhas de oração. As autoridades de saúde, principalmente, têm alertado sobre o mau uso dessa rede no compartilhamento de informações sobre a pandemia. O Ministério da Saúde disponibilizou um número para que qualquer cidadão possa verificar com profissionais se informações que circulam nos grupos são verdadeiras ou falsas. O número é (61) 99289-4640 e deve ser adicionado aos contatos do celular.

Contato em grupo

Para os que desejam promover encontros, reuniões, momentos de oração em grupos maiores, estão disponíveis aplicativos gratuitos nas lojas dos sistemas operacionais:

O Google oferece várias ferramentas de videoconferências, que podem ser utilizadas para momentos de encontro e oração em grupo. Um grupo de jornalistas de Brasília (DF) que se reúne periodicamente para a meditação do terço, diante da necessidade de isolamento, buscou utilizar o Hangouts Google para promover o momento de oração, “principalmente porque algumas pessoas ficaram angustiadas com toda essa situação, principalmente os jornalistas que estão aí envolvidos com as notícias desoladoras que a gente têm ouvido”, comenta o jornalista Régis de Godoy-Rocha.

Mas o grupo teve uma dificuldade: a ferramenta só disponibilizou espaço para participação por vídeo para 10 pessoas. Outras vinte tiveram acesso somente por texto. A área de bate-papo do Hangouts comporta até 150 pessoas.

Ferramenta parecida, também oferecida pelo Google, o Duo permite até oito pessoas na videochamada em grupo.

Régis acredita que os recursos tecnológicos possibilitam essa participação dos fiéis, mas pondera que não se compara estar na igreja junto com a comunidade: “Nos momentos extremos como esse, eu tenho certeza que a misericórdia de Deus se estende para fazer com que nossas almas estejam presentes diante de Deus nesses momentos e que as bênçãos possam ser distribuídas igualmente àqueles que não podem estar presentes diante dos sacramentos”.

Uma ferramenta também gratuita que pode favorecer a reunião de várias pessoas é o ZOOM Cloud Meetings, que promete conversas em vídeo com até 100 pessoas.

Outra possibilidade é contar com o aplicativo Skype, que permite mensagens de texto, videochamadas e salas de conferência com até 24 pessoas.

Palavra do especialista

Além da análise do novo fenômeno de busca por uma possibilidade de encontro, Moisés Sbardelotto fala em “pastoral digital” e dá indicações de como promover esta modalidade de experiência de fé. Para ele, é importante reconhecer três coisas:

1) Há um outro “diante de mim”, mesmo que do outro lado de uma câmera e de uma tela. Focar apenas na qualidade tecnológica das transmissões pode levar a esquecer o “rosto” dessa pessoa que nos acompanha, as suas alegrias e esperanças, as suas tristezas e angústias.

2) O objetivo principal de uma pastoral no ambiente digital é justamente fortalecer as relações comunitárias com essas pessoas de carne e osso que nos acompanham, isto é, “construir a Igreja” também em rede.

3) Essa comunidade em rede, entretanto, por melhores e mais aperfeiçoadas que sejam as técnicas e tecnologias utilizadas, é convocada e congregada não pelos esforços do comunicador, mas sim pelo próprio Deus, por meio de Jesus, na unidade do Espírito.

Moisés Sbardelotto também ressalta que, antes de transmitir qualquer conteúdo em rede, é preciso “abrir espaço para escutar as necessidades e as dúvidas mais profundas das pessoas, especialmente neste momento sem precedentes que estamos vivendo”.

“Não podemos correr o risco de ignorar o outro em sua humanidade, nem vê-lo apenas como um mero “número” a mais, como um mero “espectador” apassivado e coisificado, contabilizado pelos índices de audiência e visualização (e quanto maiores, melhor…). Pior ainda é aproveitar-se – negativamente –deste período de exceção e das pessoas em rede para tentar “bombar” e “viralizar” nas redes, postando vídeos e subsídios de fundo religioso a fim de chamar a atenção, no fundo, para si mesmo e para aumentar a própria visibilidade. Devemos ter sempre em mente o “porquê” e “para quem” fazemos todos os esforços possíveis para “encarnar digitalmente” a ação evangelizadora”.

Iniciativas da Arquidiocese de Juiz de Fora

Vale lembrar que em nossa arquidiocese inúmeros grupos, comunidades, associações e paróquias estão realizando momentos de oração, espiritualidade e transmitindo missas.

Você pode conferir mais detalhes nos links abaixo:

Celebrações

Terços e Momentos Oracionais

Fonte: Site da CNBB

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