Via-Sacra Sinodal: convite para meditar a Paixão juntamente com a caminhada sinodal

Estações-da-via-sacra

O Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, divulgou, na última terça-feira (29), o roteiro para a Via-Sacra Sinodal. O documento consiste em uma adaptação especial para a arquidiocese, em vista do II Sínodo Arquidiocesano. O documento foi enviado a todo o clero para ser feito em todas as paróquias.

A devoção da Via-Sacra consiste na oração mental de acompanhar o Senhor Jesus em seus sofrimentos da Paixão, desde o Tribunal de Pilatos até o Monte Calvário. O pedido de Dom Gil é que esta seja rezada de maneira diferente este ano. “É uma Via-Sacra adaptada que tem endereço do nosso II Sínodo Arquidiocesano. Peço que sejam, portanto, multiplicadas e rezadas com as comunidades através dos meios de comunicação”.

No texto, o Arcebispo indica que, através desta oração, será possível enxergar os passos dados por Cristo que devemos imitar no caminho sinodal. Ele reitera a importância de medita-la. “A Via-Sacra não é uma simples prática de devoção popular com caráter sentimental; mas exprime a essência da experiência cristã: «Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mc 8,34)”, escreveu o pastor na apresentação.

Lembrando que a programação da Semana Santa já está acontecendo através dos meios de comunicação e o povo de Deus é convocado a acompanhar. Esta é a semana mais importante da fé católica.

Clique aqui para conferir o roteiro da Via-Sacra Sinodal.

*Com informações de Site Canção Nova

Última Ceia, Crucificação de Jesus e Vigília marcam Tríduo Pascal, auge da Semana Santa

Tríduo-Pascal-1O Tríduo Pascal, que começa na noite de quinta-feira (9), é o ponto alto da Semana Santa. Na Missa deste dia faz-se memória da Última Ceia de Jesus com os seus discípulos, durante a qual se revive a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio Ministerial. Na celebração ocorre ainda a cerimônia do Lava-Pés, gesto que não será realizado em 2020 por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Ao final, acontece a chamada Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento do altar-mor da igreja para uma capela, o que também não acontecerá este ano. A orientação do Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, é que o Santíssimo seja conservado no Sacrário. Outra mudança na Quinta-feira Santa é a não realização da tradicional Missa dos Santos Óleos, que acontece tradicionalmente pela manhã, na Catedral Metropolitana, e reúne todos os padres da Arquidiocese. A celebração, na qual os presbíteros renovam seu compromisso como sacerdotes, será realizada em outra data, ainda a ser marcada.

A Sexta-Feira Santa, celebrada neste ano no dia 10 de abril, recorda a Paixão e Morte de Cristo. Para os católicos, este dia é marcado pelo silêncio, pelo jejum e pela oração, mas não há missas. Às 15h, é celebrada a principal cerimônia do dia, uma ação litúrgica constituída de quatro partes: leitura da Paixão, Oração Universal, Adoração da Santa Cruz e distribuição da Comunhão Eucarística. Este ano deverá ser omitido o tradicional “beijo na Cruz” e incluída, nas orações, a pedido do Papa Francisco, uma prece pelos que padecem a pandemia da Covid-19. À noite, as tradicionais encenações não acontecerão, dando lugar ao Sermão do Descendimento e à Procissão do Enterro.

O Sábado Santo, por sua vez, tem como principal celebração a Vigília Pascal. Com essa cerimônia, a Igreja mantém-se à espera da Ressurreição de Cristo. Neste dia, a Missa é iniciada com a bênção do “Fogo Novo”, com o qual é aceso o Círio Pascal. Na liturgia, Cristo é a luz que veio limpar o mundo do pecado, da desesperança e do ódio. Há ainda a Proclamação da Páscoa, a Renovação das Promessas Batismais e, por fim, a Eucaristia.

A indicação do Arcebispo de Juiz de Fora é que, durante o Tríduo Pascal, o tecido roxo que orna a cruz ou crucifixo nas casas seja substituído pelo vermelho, que permanecerá até antes da Vigília Pascal, quando deverá dar lugar a um pano branco.

Confira a programação de transmissões de quinta-feira (9) a sábado (11) na Catedral Metropolitana:

Dia 9 de abril – Quinta-feira Santa
19h30 – Missa da Ceia do Senhor presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira

Dia 10 de abril – Sexta-feira da Paixão
13h30 – Sermão das Sete Palavras, feito pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira
15h – Ação Litúrgica presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira

Dia 11 de abril – Sábado Santo
19h – Vigília Pascal presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira

*Transmissões:
Facebook: A Voz Católica
YouTube: A Voz Católica
Rádio Catedral 102,3 FM

Fonte: site da Arquidiocese Juiz de Fora

Viver a Semana Santa em tempo de pandemia

DSC 0163Chegou o momento de celebrarmos, deste jeito tão diferente, tão novo, a nossa Semana mais importante do ano. O sentimento mais forte deste momento é a nossa comunhão de irmãos em Jesus, Nosso Senhor, distantes fisicamente, mas plenamente unidos espiritualmente por este dom de Deus que são os meios de comunicação: a internet que nos possibilita nos encontrarmos para celebrar a fé que nos une, o amor que nos irmana. De fato, quem nos une agora é Deus.

Estamos todos envoltos em dois sentimentos nestas últimas três semanas: os sofrimentos e as preocupações com a pandemia do novo coronavírus que nos ameaça e pode nos levar desta vida ou levar nossos parentes ou amigos; os sacrifícios de isolamento social, a impossibilidade de trabalhar e o incômodo de não saber até quando esta situação vai perdurar e, ainda, como será nosso sustento depois de tudo disso. Há os que já se perguntam: depois da pandemia sanitária, como enfrentaremos a pandemia econômica?

O segundo sentimento é, contudo, de gratidão a Deus por ver tantas coisas bonitas que o mundo está experimentando nesta situação inusitada e quase misteriosa. Estamos fechados em nossas casas, mas não estamos, na verdade, isolados uns dos outros, pois nos comunicamos por sentimentos de amizade, de fraternidade, de solidariedade, de fé. Fico pensando que, em certo sentido, estamos muito mais juntos agora, mais conectados. O mundo inteiro está rezando muito mais. Nunca o papa, os bispos, os padres estiveram tão presentes em nossas casas, como agora. A Palavra de Deus está chegando intensamente em nossos lares e no coração da maioria.

Li, numa destas mensagens que, se o Demônio teria plano de fechar igrejas, está perdendo feio o jogo, pois a Igreja vem se multiplicando a cada hora que passa com novas visualizações. Diante desta situação tão inesperada e diferente de tudo o que poderíamos imaginar antes da passagem do ano, há três meses, tenho convicção de que Deus está no comando e tem um plano muito especial com tudo isso. Mas é preciso estarmos abertos a Ele.

Eis aí a mensagem central da Liturgia de Ramos que celebramos no último domingo, abrindo a Semana Santa que já estamos vivendo. Somos convidados a estar abertos para acolher, festivamente, entusiasticamente, Jesus que vem para iniciar, de novo, o Seu reinado. Tudo o que está acontecendo me parece nova entrada de Jesus nas Jerusaléns das nossas vidas, de nossos lares, das nossas cidades, nossas nações, do mundo. Há no ar um movimento reiniciador, recriador, e é preciso tomar em nossas mãos os ramos da alegria e da esperança; estender, outra vez, ao chão, os mantos do respeito, da reverência, da adoração a Cristo que vem chegando montado em seu “jumentinho” de simplicidade, de humildade, de concórdia e de misericórdia para, outra vez, nos ensinar a viver.

Nesta experiência de pandemia, de incertezas do dia de amanhã, de até quando ficaremos dentro de nossas casas, somos impelidos a abrir-nos a Ele, e deixar que Seu reino se estabeleça novamente. A capital de Seu reino não será mais Jerusalém, mas o coração de cada pessoa que O ame, de cada família que O abrace.

Observemos que, para Jesus e para seus seguidores, após a entrada solene em Jerusalém, houve um tempo de terríveis provações, mas, a seguir, veio a nova vida que brotou da morte. No correr do tempo, houve o sacrifício da cruz, da lança que abriu o peito do Senhor. Porém, houve também momentos de lava-pés, de instituição da Eucaristia e do sacerdócio cristão, e também da santificação de Dimas, o Bom Ladrão, e da impossibilidade de diálogo com Gester, o mal ladrão, que se fechou em sua irracionalidade.

Mas, o silêncio passará. Chegará a noite de Páscoa e a manhã da ressureição. Na Arquidiocese de Juiz de Fora, dentro do espírito sinodal, preparemo-nos para irmos vivendo, intensamente, esta Semana Santa tão especial, em tempos de pandemia e de isolamento físico, mas não espiritual. É dentro deste ambiente totalmente novo que Deus está nos possibilitando celebrar os santos mistérios da paixão, morte e ressurreição do Seu Divino Filho este ano. Unidos em nosso lema pastoral, “Arquidiocese de Juiz de Fora, uma Igreja sempre em missão”, e o lema bíblico “Proclamai o evangelho pelas ruas e sobre os telhados” (Cf. Mt 10,27), sigamos os passos que Deus nos proporcionou para esta feita.

Desejo-lhe uma abençoadíssima Semana Santa. Que Deus cubra você de suas melhores graças para viver santamente este tempo privilegiado. Nossa Senhora, Mãe do Salvador, a nova Eva, que, ao contrário da primeira que caiu nas trevas do pecado, é puríssima, cheia de graça; Maria, nova Mãe da humanidade redimida pelo Divino Filho, nosso Salvador; Ela nos abençoe imensamente, pois seu Filho veio para nos salvar. Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

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