Presidente e vice-presidentes da CNBB são eleitos durante 57ª Assembleia Geral

Presidência-CNBBO arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, foi eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na tarde dessa segunda-feira, 6 de maio. O novo presidente foi escolhido pelo episcopado brasileiro que participa, em Aparecida (SP), da 57ª Assembleia Geral, no terceiro escrutínio, após receber a maioria absoluta de votos do total de 301 bispos votantes.

Como manda o Estatuto da CNBB, o até então presidente cardeal Sergio da Rocha perguntou a dom Walmor se aceitava o cargo. “Aceito com humildade, aceito com temor e aceito à luz da fé”, foram as primeiras palavras que ele dirigiu à plenária da 57ª AG. Só à luz da fé, segundo dom Walmor, será possível recuperar a força da colegialidade da Igreja no Brasil a partir de uma escuta muito profunda dos irmãos e do povo de Deus. Ele pediu a Deus que não lhe falte sabedoria para assumir este serviço.

Logo após a divulgação do resultado, o arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, enviou uma mensagem a Dom Walmor em nome de nossa Igreja Particular, onde o arcebispo de Belo Horizonte formou-se e foi incardinado sacerdote. “Com satisfação, comunico ao Reverendo Clero e a todos os fiéis de nossa Arquidiocese de Juiz de Fora que Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte, ex-membro de nosso presbitério, foi eleito Presidente da CNBB no terceiro escrutínio do dia de hoje. Desejando a ele abundantes bênçãos neste importante ministério a serviço da Igreja no Brasil, peço a todos orações em seu favor”.

Vice-presidentes

Também foram eleitos os dois vice-presidentes, uma novidade do novo estatuto da Conferência. Anteriormente, apenas um bispo ocupava a vice-presidência da entidade. Os dois vice-presidentes são: dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS), e dom Mário Antonio Silva, bispo de Roraima.

O episcopado brasileiro, através de voto secreto, elegerá ainda o secretário-geral, os presidentes das Comissões Episcopais Pastorais e seus representantes junto ao Conselho Episcopal Latino-americano (Celam).

Dom Walmor

Nascido em 26 de abril de 1954, dom Walmor é natural de Côcos (BA). É o primeiro baiano a estar à frente da CNBB. O novo presidente da Conferência é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália).

Em sua trajetória de formação, cursou Filosofia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (1972-1973), em Juiz de Fora (MG), e na Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras (1974-1975), em São João del-Rei (MG). De 1974 a 1977, cursou Teologia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, em Juiz de Fora. Em 9 de setembro de 1977 foi ordenado sacerdote, incardinando-se na Arquidiocese de Juiz de Fora.

Foi pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Benfica (1986-1995) e da Paróquia do Bom Pastor (1996-1998); coordenador da Região Pastoral Nossa Senhora de Lourdes (1988-1989); coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional (1978-1984) e reitor do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (1989-1997). No campo acadêmico, lecionou nas disciplinas Ciências Bíblicas, Teologia e Lógica II; coordenou os cursos de Filosofia e Teologia. Em Belo Horizonte, foi professor da PUC-Minas (1986-1990). Também lecionou no mestrado em Teologia da PUC-Rio (1992, 1994 e 1995).

Dom Walmor Oliveira de Azevedo foi nomeado bispo auxiliar de Salvador (BA) pelo Papa São João Paulo II, no dia 21 de janeiro de 1998. Sua ordenação episcopal foi no dia 10 de maio do mesmo ano. Em 2004, foi nomeado arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG), iniciando o ministério em 26 de março daquele ano. Em outubro de 2008, dom Walmor foi escolhido para ser um dos quatro representantes do Brasil na XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em Roma.

Em 1999, dom Walmor foi secretário do Regional Nordeste 3 e membro da Comissão Episcopal de Doutrina da CNBB. A mesma Comissão que, já com o nome de Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, presidiu entre 2003 e 2011, ou seja, por dois mandatos. É membro da Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, desde 2009. O arcebispo de Belo Horizonte também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB – Minas Gerais e Espírito Santo.

Em fevereiro de 2014, foi nomeado pelo Papa Francisco membro da Congregação para as Igrejas Orientais. Desde 2010, o arcebispo é referencial para os fiéis católicos de Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de ordinário do próprio rito.

Com mais de 15 livros publicados, dom Walmor é membro da Academia Mineira de Letras, Cidadão Honorário de Minas Gerais e dos municípios de Caeté e Ribeirão das Neves. O novo presidente da CNBB também foi agraciado com a Comenda Dom Luciano Mendes de Almeida, da Faculdade Arquidiocesana de Mariana, e com o título de Doutor Honoris Causa, da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (2012).

Dom Jaime

Dom Jaime Spengler é natural de Gaspar, em Santa Catarina. O vice-presidente eleito nasceu em 6 de setembro de 1960. Ingressou na Ordem dos Frades Menores em 20 de janeiro de 1982, pela admissão no Noviciado na cidade de Rodeio (SC). Estudou Filosofia no Instituto Filosófico São Boaventura, em Campo Largo (PR) e Teologia no Instituto Teológico Franciscano, em Petrópolis (RJ), concluindo-o no Instituto Teológico de Jerusalém, em Israel. Foi ordenado sacerdote em 17 de novembro de 1990, na sua cidade natal.

O arcebispo também tem doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, de Roma, e atuou dentro da Ordem dos Frades Menores em diversas missões e cidades do país até 2010. Em novembro daquele ano, foi nomeado pelo Papa Bento XVI como bispo titular de Patara e auxiliar de Porto Alegre (RS).

No ano seguinte, em fevereiro de 2011, o bispo foi ordenado na Paróquia São Pedro Apóstolo, na sua cidade natal, Gaspar, pelo Núncio Apostólico no Brasil, na ocasião, dom Lorenzo Baldisseri. Em 18 de setembro de 2013, o Papa Francisco nomeou dom Jaime Spengler como novo arcebispo de Porto Alegre.

Em março de 2014, o Papa Francisco nomeou dom Jaime Spengler como membro da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Em abril de 2015, na 53ª Assembleia Geral da CNBB, foi eleito presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, para a gestão 2015-2019. Na ocasião, recebeu 205 votos de um total de 283 votantes, superando a maioria absoluta requerida no segundo escrutínio, que era de 143 votos. Também em 2015, o arcebispo foi eleito presidente do Regional Sul 3 da CNBB, que corresponde ao Estado do Rio Grande do Sul, para a gestão 2015-2019.

Dom Mário

Dom Mário Antônio da Silva nasceu em Itararé (SP), em 17 de outubro de 1966. Estudou Filosofia e Teologia no Seminário Maior Divino Mestre, da Diocese de Jacarezinho. Possui mestrado em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, na Itália.

No ano de 1991, foi ordenado padre em Sengés, no estado do Paraná, por dom Conrado Walter. Era chanceler da Diocese de Jacarezinho quando foi nomeado bispo auxiliar de Manaus no dia 9 de junho de 2010.

Sua ordenação ocorreu na Catedral de Jacarezinho, em 20 de agosto de 2010, em celebração presidida por dom Mauro Aparecido dos Santos, arcebispo de Cascavel. A missa de acolhida na Arquidiocese de Manaus aconteceu no dia 12 de setembro de 2010, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Conceição.

Em 2015, foi eleito durante a 53ª Assembleia Geral da CNBB como presidente do Regional Norte 1, que compreende o Estado de Roraima e o norte do Amazonas, para o quadriênio de 2015-2019. Também é referencial da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB. Em junho de 2016, foi nomeado pelo Papa Francisco como bispo de Roraima, tomando posse em setembro do mesmo ano. Escolheu como lema episcopal “Testemunhar e Servir”.

*Fonte: Site da CNBB

Papa: das chagas de Jesus brota a misericórdia, são fonte de paz, alegria e missão

Foto-Vatican-MediaAproximar-se de Jesus e tocar suas chagas, em nossos irmãos sofredores. Este foi o convite do Papa Francisco aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro para a Oração do Regina Coeli, nesse II Domingo da Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia.

Francisco recordou que é das chagas de Jesus que brota a misericórdia, que todos temos necessidade, e é “dali que brota a paz, a alegria e a força para a missão”.

A paz

Sua reflexão foi inspirada na passagem do Evangelho de São João, que narra a incredulidade de Tomé após a aparição de Jesus aos discípulos. Com sua morte, “estavam desorientados e com medo”, por isso – disse Francisco – eram os primeiros a ter necessidade da paz oferecida por Jesus em suas primeiras palavras: “A paz esteja convosco!”.

Tomé, ao ser informado deste “evento extraordinário”, mantém-se incrédulo. Assim, oito dias mais tarde – exatamente hoje, observa o Papa – “a aparição se repete: Jesus vai de encontro à incredulidade de Tomé, convidando-o a tocar suas chagas”. “Elas constituem a fonte da paz, porque são o sinal do imenso amor de Jesus que derrotou as forças hostis ao homem, o pecado e a morte”.

As chagas são um tesouro, delas brota a misericórdia

É como se Jesus nos dissesse, a todos nós: “Mas se tu não estás em paz, toca as minhas chagas”: “Tocar as chagas de Jesus, que são os tantos problemas, dificuldades, perseguições, doenças, de tantas pessoas que sofrem. Tu não estás em paz? Vai, vai visitar alguém que é o símbolo da chaga de Jesus. Toca a chaga de Jesus. Mas daquelas chagas brota a misericórdia, por isso hoje é o Domingo da Misericórdia. Um santo dizia que o corpo do Jesus crucificado era como um mar de misericórdia, que por meio de suas chagas veio até nós”.

“Todos nós temos necessidade de misericórdia, sabemos disso”. Assim – foi a exortação do Santo Padre – “aproximemo-nos de Jesus e toquemos suas chagas, em nossos irmãos que sofrem”: “As chagas de Jesus são um tesouro, delas vem a misericórdia. Sejamos corajosos e toquemos as chagas de Jesus. Com estas chagas Ele está diante do Pai, as mostra ao Pai, como se dissesse: ‘Pai, este é o preço, estas chagas são o que paguei pelos meus irmãos’. Isto é, com as chagas, Jesus intercede diante do Pai. Nos dá misericórdia se nos aproximamos e intercede por nós. Não esqueçam as chagas de Jesus”.

A alegria

O segundo dom que Jesus ressuscitado traz aos discípulos – acrescentou o Papa – é alegria, como relatado pelo evangelista: “os discípulos encheram-se de alegria em ver o Senhor”: “Também conosco quando, quem sabe algo de incrível, de belo tenha acontecido, nos vem de dizer: ‘Eu não posso acreditar, isso não é verdade!’. Assim eram os discípulos, eles não podiam acreditar, tamanha alegria. Esta é a alegria que Jesus nos traz. Se tu estás triste, se tu não estás em paz, olha para Jesus crucificado, olhe para o Jesus ressuscitado, olhe para suas chagas e experimente essa alegria”.

A missão

Depois da paz e da alegria, Jesus também dá aos discípulos a missão, dizendo: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”: “A ressurreição de Jesus é o início de um novo dinamismo de amor, capaz de transformar o mundo com a presença do Espírito Santo. Assim, neste segundo domingo de Páscoa, somos convidados a nos aproximar de Cristo com fé, abrindo o nosso coração à paz, à alegria e à missão”, disse Francisco. “Mas não esqueçam as chagas de Jesus, que dali brota a paz, a alegria e a força para a missão”.

“Confiemos esta oração à materna intercessão da Virgem Maria, Rainha do céu e da terra”, disse o Santo Padre, antes de rezar a oração do Regina Coeli.

Líbia

Após a oração, o Santo Padre recordou as beatificações de quatro mártires na Argentina, felicitou os cristãos das Igrejas Orientais e Ortodoxas que celebraram a Páscoa nesse Domingo e fez apelos pelas vítimas do conflito na Líbia:

“Convido-os a unirem-se à minha oração pelos refugiados que se encontram em centros de detenção na Líbia, cuja situação já é muito séria, e se torna ainda mais perigosa pelo conflito em curso. Apelo para que especialmente as mulheres, as crianças e os doentes, possam ser o mais rapidamente evacuados, através de corredores humanitários”.

Inundações na África do Sul

E também pelas vítimas de inundações na África do Sul: “E rezemos também por aqueles que perderam a vida ou sofreram sérios danos com as recentes inundações na África do Sul. Também a esses nossos irmãos, não falte a solidariedade e o apoio concreto da comunidade internacional”.

Ao saudar os diversos grupos presentes, Francisco recordou em particular “dos devotos da Divina Misericórdia”, que nesse domingo estão reunidos na Igreja Santo Spirito in Sassia – proximidades do Vaticano – para as celebrações da Festa da Divina Misericórdia.

* Fonte: Site do Vatican News

57ª Assembleia Geral: o desafio de atualizar as diretrizes para a Igreja no Brasil e eleger a nova presidência da CNBB

57AGDe 1º a 10 de maio, acontece no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), a 57ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Segundo o Estatuto da CNBB, podem participar do evento os 323 bispos na ativa, os 171 bispos eméritos e representantes de organismos e pastorais da Igreja. O arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, estará presente.

Este ano, a AG tem a tarefa central de atualizar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019 a 2023. A versão que os bispos aprovarão, produzida inicialmente pela Comissão Especial sobre a, foi objeto de sugestões e emendas dos órgãos da CNBB, como seu Conselho Permanente, dos bispos, dos organismos e pastorais da Igreja no Brasil. Sua atualização teve início ainda na 56ª AG, no ano passado, quando os bispos apontaram as primeiras sugestões.

O arcebispo de São Luiz (MA) e presidente do Regional Nordeste 5, dom José Belisário da Silva, coordenador dos trabalhos desta comissão, lembra que a atuação da Igreja no mundo urbano, conforme já amadurecido pelos bispos do Brasil, é o foco do documento. “O texto reforça que vivemos uma cultura urbana, com predominância no país das grandes cidades”, acentua.

Segundo o presidente da Comissão Especial, o grupo recebeu significativas contribuições. A tendência da equipe, segundo dom Belisário, foi acolher todas as emendas propostas, exceto as que apresentaram caráter contraditório. A equipe se encontrou mais uma vez antes da 57ª AG com a missão de incorporar as últimas contribuições enviadas. É desta reunião, reforça, que saiu o texto final que será aprovado pelos bispos em Aparecida (SP).

Estrutura do documento

As Diretrizes que os bispos aprovarão estão estruturadas a partir da imagem da comunidade cristã como “casa”. No centro, como eixo, está a Comunidade Eclesial Missionária, sustentada por “quatro pilares”: Palavra, Pão, Caridade e Missão.

O texto está estruturado em quatro partes. A primeira, que inclui uma introdução e o 1º capítulo, aprofunda os rumos da Igreja no mundo urbano atual; o 2º capítulo aprofunda o olhar dos discípulos missionários; o 3º capítulo trata da ideia-força da Igreja nas Casas, retomando a inspiração das primeiras comunidades cristãs; o 4º e último capítulo constitui-se de indicadores que apontam sobre qual que maneira a Igreja em Missão no Brasil pode estar presente da melhor maneira possível neste novo mundo urbano.

“Fundamentalmente, a nossa pergunta é: como que a nossa Igreja no Brasil agora se coloca diante deste novo momento da realidade brasileira?”, questiona dom Belisário. O desafio, após a 57ª AG, será transformar estas Diretrizes em projetos pastorais que, respeitando a unidade da Igreja em todo o Brasil, respondam às realidades regionalmente diversificadas.

Nova presidência

A 57ª AG da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil também tem como desafio eleger a nova presidência da CNBB para o próximo quadriênio. Esta é composta pelo presidente, vice-presidente e secretário-geral. Na ocasião, também serão eleitos os 12 presidentes das Comissões Episcopais Pastorais e o delegado e o suplente junto ao Conselho Episcopal Latino Americano (Celam).

Outros temas prioritários e diversos como reuniões, comunicações, celebrações e retiro integram a pauta da Assembleia. Esta edição prevê, inicialmente, duas mensagens e carta final, sendo uma ao Papa Francisco e outra ao prefeito da Congregação para os Bispos.

*Fonte: site da Arquidiocese JF, com informações da CNBB

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