Devotos aguardam, com alegria, a data da canonização de Irmã Dulce, o “Anjo Bom da Bahia”

irmã-dulce-cnbbIrmã Dulce será proclamada santa! Esta é a notícia que percorre o mundo e enche de alegria os corações dos fiéis, de forma particular, os da arquidiocese de Salvador desde o dia 14 de maio, quando a Santa Sé divulgou que o segundo milagre por intercessão do “Anjo Bom da Bahia” – como Irmã Dulce é conhecida – havia sido reconhecido pelo Papa Francisco no dia anterior (13).

“Todos nós fomos tomados pela alegre surpresa. Sabíamos que tudo isso estava bem adiantado, mas não sabíamos que em ‘tal dia’ o milagre seria reconhecido”, disse o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, durante coletiva de imprensa, na capital baiana, na tarde do dia 14.

Na expectativa

A primeira atividade logo após o anúncio da canonização foi a celebração da missa em ação de graças, que aconteceu no Santuário da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, localizado no Largo de Roma, em Salvador, ao lado do Hospital Santo Antônio da OSID. É neste templo que estão os restos mortais da futura santa. Em seguida, os fiéis uniram as mãos para dar um abraço simbólico na OSID. “Para nós, este momento está sendo de grande alegria para toda a congregação, tanto aqui no Brasil quanto nas casas que estão localizadas em outros países. É uma honra muito grande termos em nossa congregação uma Irmã que se fez grande missionária e que se fez santa do povo brasileiro e do mundo inteiro”, disse a Irmã Leonilda Cipriano, da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.

A data da canonização de Irmã Dulce será marcada durante o Consistório dos Cardeais, marcado para julho, quando o Papa anunciará oficialmente de quem foram reconhecidos os milagres. De acordo com dom Murilo, “a canonização, formalmente, acontece em Roma e é presidida pelo Papa. Excepcionalmente é fora de Roma, mas, mesmo assim, sempre presidida pelo Papa. Somente a partir da Missa de Canonização, o Papa proclama e entra no catálogo dos santos é que se pode chamar Santa Dulce dos Pobres, e que se poderá celebrar missa em qualquer lugar do mundo. Já não será mais um culto restrito, mas em qualquer parte”, afirmou dom Murilo.

A celebração de canonização, em Roma, acontece sempre em um domingo. No dia seguinte, em uma Igreja, também em Roma, é celebrada a primeira missa em honra da santa e esta missa será presidida pelo bispo diocesano, neste caso dom Murilo. Já no domingo seguinte à canonização, será celebrada, em Salvador, a primeira missa oficial da santa.

Recuperação da visão

O milagre atribuído à intercessão de Irmã Dulce é ligado à visão. De acordo com dom Murilo, embora ainda não se possa dar muitas informações, um homem que há 14 anos estava cego suplicou a intercessão da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres para aliviar o seu sofrimento. Na manhã do dia seguinte, ao acordar, estava enxergando. “Foram colhidos testemunhos de médicos, de pessoas que conheciam esta pessoa que recebeu o milagre. Enfim, foi feito um processo muito bem elaborado, e esse processo foi encaminhado para Roma”, disse o arcebispo.

“Em Roma, um fato como este passa por uma primeira comissão, que é a comissão de médicos especialistas naquele campo da saúde em que houve algo extraordinário. Não importa se o médico é católico, de outra igreja ou ateu, o que importa é que ele seja especialista na matéria e que possa testificar que, realmente, não há uma explicação científica para aquele acontecimento. A maioria dos fatos não é aprovada por esta comissão”, esclareceu dom Murilo.

A segunda etapa desse processo acontece quando o fato é direcionado a uma comissão de teólogos, que é mais severa do que a comissão de médicos, já que alguns precisam tentar provar que não houve nada de extraordinário, não houve milagre. Após passar por esta comissão, o caso é levado para uma comissão formada por cardeais, que estuda o parecer dos médicos e dos teólogos e apresenta um parecer para o Papa.

O médico perito, Sandro Barral, das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), foi o primeiro a ter contato com o miraculado. De acordo com ele, os exames são de um paciente cego, mesmo ele já enxergando. “Os exames mostram uma visão extremamente comprometida. Ele era uma pessoa que andava com cão-guia e agora enxerga normal. A doença dele começou no ano de 1998 e ele foi, progressivamente, perdendo a visão”, contou o médico.

Para Maria Rita Lopes Pontes, sobrinha de Irmã Dulce e superintendente da OSID, a notícia é uma verdadeira graça. “Nós já esperávamos, mesmo sabendo que foi tudo muito rápido. Esse caso, quando puder ser divulgado, ele vai ser um caso de superação. Não só por ter preenchido os três requisitos de um milagre: instantâneo, duradouro e que a ciência não explica, mas um caso de superação da pessoa, que tem muita fé, muita força, muita resiliência. E eu acho que a gente deve se espelhar, também, na vida dessa pessoa, para que quando a gente estiver em um momento de dificuldade possamos confiar em Deus”, afirmou.

CNBB em comunhão

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou mensagem a dom Murilo Krieger por ocasião da canonização de irmã Dulce. No texto, assinado pela Presidência, a entidade coloca-se unida ao arcebispo de Salvador e ao povo baiano “na ação de graças pela canonização da querida Irmã Dulce dos Pobres”. Para a CNBB, a alegria pelo anúncio é de todos brasileiros.

“Com seu amor a Deus inseparável do amor aos pobres, Irmã Dulce, em meio a sofrimentos próprios, ensinou-nos que somos consolados em nossas tribulações para que, desse modo, possamos também nós consolar os que sofrem”, afirma a CNBB.

O desejo da Conferência episcopal é que a alegria da notícia da canonização de uma brasileira, “mulher frágil no meio dos frágeis, mãe dos pobres e abandonados, nos ensine a seguir sempre buscando e concretizando caminhos de solidariedade e paz”.

Fonte: Site da CNBB
Fotos: OSID

Próximo Encontro Mundial das Famílias sobre vocação e santidade

Papa-Francisco-no-IX-Encontro-Mundial-das-Famílias-em-Dublin-na-Irlanda-em-2018-Vatican-Media“Amor familiar: vocação e caminho de santidade”. Esse é o tema escolhido pelo Papa Francisco para o próximo Encontro Mundial das Famílias que se realizará, em Roma, de 23 a 27 de junho de 2021.

“No quinto aniversário da Exortação apostólica Amoris Laetitia e há três anos da promulgação da Exortação apostólica Gaudete et Exsultate, esse encontro pretende ressaltar o amor familiar como vocação e caminho de santidade a fim de entender e partilhar o sentido profundo e salvífico das relações familiares na vida cotidiana”, ressalta a nota do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, divulgada nesta sexta-feira (17).

“Para esse fim, o Encontro Mundial das Famílias propõe reler a Amoris Laetitia à luz do chamado à santidade da Gaudete et Exsultate”.

Fidelidade e perseverança

Segundo o texto do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, “o amor conjugal e familiar revela o dom precioso do viver juntos, alimentando a comunhão e prevenindo a cultura do individualismo, do consumo e do descarte: «A experiência estética do amor exprime-se naquele olhar que contempla o outro como fim em si mesmo» (Amoris Laetitia 128) e ao mesmo tempo reconhece a outra pessoa em sua identidade familiar sagrada, como marido, mulher, pai, mãe, filho/a, avô/ó”.

“Ao dar forma à experiência concreta do amor, matrimônio e família manifestam o valor elevado das relações humanas, na partilha das alegrias e fadigas, e no desempenho da vida cotidiana, orientando as pessoas ao encontro com Deus. Esse caminho, quando vivido com fidelidade e perseverança, fortalece o amor e realiza a vocação à santidade, própria de cada pessoa, que se concretiza nas relações conjugais e familiares”.

“Nesse sentido, a vida familiar cristã é vocação e caminho de santidade, expressão do «rosto mais belo da Igreja»”, conclui a nota do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

*Fonte: Site do Vatican News

Dom Joel Portella Amado dá os primeiros encaminhamentos como secretário-geral da CNBB

dom-Joel-entrevista2-1200x762 cO bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, esteve na sede da entidade, em Brasília, na terça e na quarta-feira, dias 14 e 15 de maio, para reuniões com o seu predecessor, dom Leonardo Steiner, e com os colaboradores do Secretariado Geral da CNBB.

Dom Joel teve oportunidade de conhecer melhor o funcionamento da estrutura do Secretariado e dar encaminhamentos no início de sua gestão. Em entrevista, o novo secretário-geral da CNBB falou sobre as primeiras impressões, os desafios e a aplicação das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023), aprovadas durante a 57ª Assembleia Geral da CNBB, no início deste mês.

Para dom Joel, os primeiros dias em Brasília foram de aprendizado. Após uma primeira reunião da Presidência da CNBB, ainda em Aparecida (SP), o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da conferência, dom Walmor Oliveira de Azevedo, estabeleceu protocolos para este início de trabalho. Na agenda, dom Joel reuniu-se com dom Leonardo Steiner, que o apresentou a estrutura do Secretariado Geral, a sede reformada, os colaboradores e demais processos e estruturas aos cuidados do secretário-geral. Na quarta-feira pela manhã duas reuniões com colaboradores e encarregados dos departamentos da sede, “vendo o quão complexa é a vida da Conferência Episcopal, naquilo que diz respeito à função de secretaria”, avaliou.

Sede reformada

Ainda em processo de mudança e de restabelecimento dos serviços de tecnologia da informação, a sede CNBB votou ao seu endereço tradicional, no centro de Brasília, após mais de um ano e meio de reformas. Dom Joel disse estar impressionado com a obra executada.

“Eu conheço este prédio há mais de vinte anos e vi agora a obra que foi feita aqui. É o mesmo prédio e é um outro prédio. Aí que está a criatividade e a beleza do arquiteto, o trabalho de dom Leonardo, que manteve a identidade histórica deste prédio e deu a ele acompanhar o processo de evolução, principalmente no âmbito da tecnologia”, parabenizou.

Experiências e diretrizes

Perguntado se suas experiências anteriores no extinto Instituto Nacional de Pastoral e a contribuição na comissão que preparou o texto das diretrizes foram elementos importantes para sua escolha como secretário-geral da CNBB, dom Joel indicou fazer as perguntas aos eleitores. De todo modo, não negou que suas experiências o ensinaram e podem o ajudar a desenvolver um bom trabalho à frente do Secretariado Geral da conferência.

Além das experiências citadas na pergunta, dom Joel, ainda padre, colaborou na V Conferência do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida, no ano de 2007, e foi secretário na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013.

A responsabilidade pelas estruturas de gestão que estiveram por trás dos grandes eventos o deram “experiência de vida que pode vir a ser usada em qualquer outro campo”. Dom Joel pede a Deus que lhe “dê forças para poder usar a experiência e não atrapalhar muito”. O bispo pretende usar estas competências para criar elos entre os diversos setores, entre a sede e os 18 regionais, além das Edições CNBB. Neste trabalho, “ajudar o restante da presidência e toda a conferência a viver e implantar as diretrizes gerais aprovadas agora na última assembleia”.

“A CNBB é um serviço às dioceses para que elas, conhecendo e refletindo tudo que ali está, possam fazer seus planos pastorais”, afirma dom Joel ao explicar como fazer para aplicar as DGAE nas Igrejas particulares. A proposta, é “dentro do possível, oferecer seminários, cursos, encontros, até usar os recursos da comunicação com materiais breves que estejam disponíveis na internet para conhecer as diretrizes”.

*Fonte: Site da CNBB

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