Papa ordena 9 novos sacerdotes para a Diocese de Roma, entre eles um brasileiro

Ordenacoes-sacerdotais-na-Basilica-de-Sao-Pedro-em-12-de-maio-de-2019-Vatican-MediaO Papa Francisco, como bispo de Roma, volta a ordenar sacerdotes para sua diocese. A celebração com o rito da ordenação terá lugar no próximo domingo, Domingo do Bom Pastor, às 9 horas, horário de Roma, com transmissão em português da Rádio Vaticano/Vatican News.

Os nove jovens (e menos jovens) que serão ordenados – entre os quais um brasileiro – preparam-se para este grande momento com um retiro em um Mosteiro. Sua formação foi realizada em seminários da Diocese de Roma.

Seis deles estudaram no Pontifício Seminário Maior Romano: Georg Marius Bogdan, Salvatore Marco Montone, Manuel Secci, Diego Armando Barrera Parra, Salvatore Lucchesi e Giorgio De Iuri.

Dois deles foram formados no Colégio diocesano Redemptoris Mater – Riccardo Cendamo e Samuel Piermarini – e um no Seminário Nossa Senhora do Divino Amor, precisamente o brasileiro Mateus Henrique Ataíde da Cruz.

Mateus nasceu em Afogados da Ingazeira (PE) e mudou-se para Roma há sete anos, para frequentar o Seminário de Nossa Senhora do Divino Amor. “Quando eu tinha 15 anos – contou ele – comecei a trabalhar para um homem idoso, ajudava-o com o computador. No contrato de trabalho estava escrito que todos os dias eu também teria que rezar junto com ele e recitar o Rosário. O que a princípio vi como uma imposição, depois se tornou uma necessidade para mim”.

Originário da Romênia Georg Marius Bogdan, frequentou inicialmente o Pontifício Seminário Menor e depois o Maior. “O meu desejo de ser padre – contou – nasceu ainda criança, quando tinha 9 anos e lia um livro intitulado “Vida de São João Bosco”. Sonhava ser como ele”.

O exemplo de Dom Bosco também foi importante para Salvatore Marco Montone, 32 anos, natural da Calábria, que se mudou para a Cidade Eterna para seus estudos universitários. “Eu nasci no dia da Sexta-feira Santa de 1989, e para o dia do meu batismo, alguns meses mais tarde, haviam acabado as vestes brancas para as crianças. Então, o sacerdote me cobriu com a estola. Eu não me recordo, naturalmente, mas meus pais sempre me contam isso”.

Salvatore passou a infância no Oratório dos salesianos de Spezzano Albanese, e quando chegou a Roma encontrou alojamento na residência universitária salesiana da Paróquia de São João Bosco. “Aqui, uma noite – recorda ele -, durante a Adoração Eucarística na Igreja, manifestou-se o chamado do Senhor”.

Para o futuro sacerdote, foram particularmente importantes, durante os anos passados ​​no instituto de formação de Piazza San Giovanni, as experiências de serviço junto à Caritas diocesana: “Eu realmente experimentei aquela “igreja de hospital de campanha” de que nos fala o Papa Francisco, e de alguma forma fui as mãos da Igreja de Roma que se estenderam para os mais pobres. Eu nunca vivi isso como um sacrifício, mas como parte integrante do meu ser sacerdote”.

Palavras semelhantes vem de Diego Armando Barrera Parra, colombiano de 27 anos: “Assim que terminei o ensino médio, na Colômbia, fui voluntário em uma prisão juvenil e em uma fundação para viciados em drogas. Ali nasceu meu desejo de poder ajudar e servir aos outros para sempre”.

O mais jovem dos nove diáconos é Manuel Secci, 26 anos, romano, criado em Torre Ângela, na Paróquia dos Santos Simão e Judas Tadeu, “onde o sentido de comunidade e as belas experiências – recorda ele – alimentaram a minha vocação”.

Salvatore Lucchesi, siciliano de 43 anos, também estudou no Seminário Maior. A sua, é uma vocação tardia: “Dou graças a Deus com a minha vida por toda a misericórdia que teve por mim”.

Saindo de Bríndisi, sul da Itália, e vindo para Roma aos 29 anos para estudar Medicina, Giorgio De Iuri conta: “O desejo da vocação nasceu em mim quando eu tinha cerca de 15 anos, mas eu tinha deixado isso um pouco de lado. Então despertou novamente nos primeiros anos em que vivi aqui em Roma como estudante de fora, graças ao acolhimento que recebi na Paróquia de Santa Galla. Na oração – acrescenta – eu fiz experiência direta do fato de que o Senhor estava ali e não me pedia nada. Esta é a graça, o amor gratuito do Senhor”.

Riccardo Cendamo, do Redemptoris Mater, na casa dos quarenta anos, sonhava em ser diretor, e o foi por alguns anos. Mas então percebeu que esse não era o seu caminho. “Se eu olhar para trás agora, percebo que sempre existiu o chamado para a vocação sacerdotal, e esse amor teve que amadurecer”.

Já Samuel Piermarini, apaixonado por futebol, tem 28 anos, é o último de quatro irmãos e filho de um jornalista da redação italiana do Vatican News. “Tinha um bom nível de jogo, e o time do Roma chamou-me para um teste – recorda com um sorriso -. No final do treino Stramaccioni me chamou e disse: “Então Piermarini, você pode assinar com a gente!”. Mas eu respondi que não sentia isso”. Assim, acabou ingressando no Redemptoris Mater. Por fim, neste domingo, a ordenação presbiteral: “Mal posso esperar!”

A presença da imprensa ocorrerá em regime de POOL. Mais informações estão disponíveis no sistema acreditação on-line da Sala de Imprensa da Santa Sé, no endereço: press.vatican.va/accreditamenti. Em conformidade com os regulamentos de saúde em vigor, o acesso está condicionado à verificação da temperatura corporal, higienização das mãos e uso da máscara.

Fonte: Site Vatican News

CNBB divulga mensagem ao povo brasileiro aprovada pelos bispos reunidos em assembleia

WhatsApp-Image-2021-04-16-at-09.08.59A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta sexta-feira, 16 de abril, a mensagem do episcopado brasileiro que reunido, de modo online, na 58ª Assembleia Geral da CNBB, se dirigiu ao povo neste grave momento.

No texto, os bispos afirmam que diante da atual situação pela qual passa o Brasil, sobretudo em tempos de pandemia, não podem se calar quando a vida é “ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada”. Os bispos asseguram que são pastores e que têm a missão de cuidar. “Nosso coração sofre com a restrita participação do Povo de Deus nos templos. Contudo, a sacralidade da vida humana exige de nós sensatez e responsabilidade”, dizem.

Na mensagem, os bispos reiteram que no atual momento precisam continuar a observar as medidas sanitárias que dizem respeito às celebrações presenciais. Reconhecem agradecidos que as famílias têm sido espaço privilegiado da vivência da fé e da solidariedade. “Elas têm encontrado nas iniciativas de nossas comunidades, através de subsídios e celebrações online, a possibilidade de vivenciarem intensamente a Igreja doméstica. Unidos na oração e no cuidado pela vida, superaremos esse momento”.

Os bispos afirmam que os três poderes da República têm, cada um na sua especificidade, a missão de conduzir o Brasil nos ditames da Constituição Federal, que preconiza a saúde como “direito de todos e dever do Estado” e que o momento exige competência e lucidez. “São inaceitáveis discursos e atitudes que negam a realidade da pandemia, desprezam as medidas sanitárias e ameaçam o Estado Democrático de Direito”, afirmam.

Fazem, ainda, um forte apelo à unidade das Igrejas, entidades, movimentos sociais e todas as pessoas de boa vontade, em torno do Pacto pela Vida e pelo Brasil: “Assumamos, com renovado compromisso, iniciativas concretas para a promoção da solidariedade e da partilha. A travessia rumo a um novo tempo é desafiadora, contudo, temos a oportunidade privilegiada de reconstrução da sociedade brasileira sobre os alicerces da justiça e da paz, trilhando o caminho da fraternidade e do diálogo. Como nos animou o Papa Francisco: “o anúncio Pascal é um anúncio que renova a esperança nos nossos corações: não podemos dar-nos por vencidos!”.

Clique aqui e confira o texto na íntegra.

Fonte: Site da CNBB

O Papa: não vivamos uma fé pela metade, tornemo-nos misericordiosos

"Com efeito, se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril. Sem os outros, torna-se desencarnada. Sem as obras de misericórdia, morre. Deixemo-nos ressuscitar pela paz, o perdão e as chagas de Jesus misericordioso", disse Francisco em sua homilia.


cq5dam.thumbnail.cropped.1000.563O Papa Francisco presidiu a celebração eucarística neste II Domingo de Páscoa (11/04), Domingo da Divina Misericórdia, na Igreja de Santo Espírito, em Sassia, Santuário da Divina Misericórdia, localizado nas proximidades do Vaticano, seguindo as normas contra a Covid-19.

"Jesus ressuscitado aparece aos discípulos várias vezes; com paciência, conforta os seus corações desanimados. E assim, depois da sua ressurreição, realiza a «ressurreição dos discípulos»; e, solevados por Jesus, mudam de vida. Antes, inúmeras palavras e tantos exemplos do Senhor não conseguiram transformá-los; mas agora, na Páscoa, algo de novo se verifica; e verifica-se sob o signo da misericórdia: Jesus os levanta com a misericórdia; eles, obtendo misericórdia, tornam-se misericordiosos", disse Francisco em sua homilia.

Segundo o Papa, os discípulos obtêm a misericórdia mediante três dons: Jesus oferece-lhes a paz, depois o Espírito e, por fim, as chagas.

A paz do coração

Em primeiro lugar, dá-lhes a paz. "Os discípulos estavam angustiados. Fecharam-se em casa assustados, com medo de serem presos e acabarem como o Mestre. Mas não estavam fechados só em casa; estavam fechados também nos seus remorsos: tinham abandonado e renegado Jesus; sentiam-se incapazes, inúteis e falhos. Chega Jesus e repete duas vezes: «A paz esteja com vocês!»", disse o Papa, acrescentando:

Não traz uma paz que, de fora, elimina os problemas, mas uma paz que infunde confiança dentro. Não uma paz exterior, mas a paz do coração. Aqueles discípulos desanimados recuperam a paz consigo mesmos. A paz de Jesus suscita a missão. Não é tranquilidade, nem comodidade; é sair de si mesmo. A paz de Jesus liberta dos fechamentos que paralisam, quebra as correntes que mantêm o coração prisioneiro. E os discípulos sentem-se cumulados de misericórdia: sentem que Deus não os condena, nem humilha, mas acredita neles.

O perdão no Espírito Santo

Em segundo lugar, Jesus usa de misericórdia com os discípulos oferecendo-lhes o Espírito Santo. Dá a eles a remissão dos pecados. "Temos sempre diante de nós o nosso pecado. Sozinhos, não podemos cancelá-lo. Só Deus o elimina; só Ele, com a sua misericórdia, nos faz sair das nossas misérias mais profundas. Como aqueles discípulos, precisamos de nos deixar perdoar. O perdão no Espírito Santo é o dom pascal para ressuscitar interiormente", disse ainda o Papa.

Peçamos a graça de o acolher, de abraçar o Sacramento do perdão; e de compreender que, no centro da Confissão, não estamos nós com os nossos pecados, mas Deus com a sua misericórdia. Não nos confessamos para nos deprimir, mas para fazer-nos levantar. Todos precisamos disso. Caímos com frequência e a mão do Pai está pronta a pôr-nos de pé e fazer-nos caminhar. Esta mão segura e confiável é a Confissão. É o Sacramento que nos levanta, não nos deixando caídos, chorando no chão de nossas quedas. É o Sacramento da ressurreição, é pura misericórdia. E quem recebe as Confissões deve fazer sentir a doçura da misericórdia.

As chagas derramam misericórdia sobre as nossas misérias

Depois da paz que reabilita e do perdão que levanta, eis o terceiro dom com que Jesus usa de misericórdia com os discípulos: apresenta-lhes as chagas.

As chagas são canais abertos entre Ele e nós, que derramam misericórdia sobre as nossas misérias. São os caminhos que Deus nos patenteou para entrarmos na sua ternura e tocar com a mão quem é Ele. E deixamos de duvidar da sua misericórdia. Adorando, beijando as suas chagas, descobrimos que cada uma das nossas fraquezas é acolhida na sua ternura. Tudo nasce da graça de obter misericórdia. Se, pelo contrário, nos apoiamos nas nossas capacidades, na eficiência das nossas estruturas e dos nossos projetos, não iremos longe. Só se acolhermos o amor de Deus é que poderemos dar algo de novo ao mundo.

Tornemo-nos misericordiosos

Tendo obtido misericórdia, os discípulos se tornaram misericordiosos. Como conseguiram mudar assim? "Viram no outro a mesma misericórdia que transformou a sua vida. Descobriram que tinham em comum a missão, o perdão e o Corpo de Jesus: a partilha dos bens terrenos aparecia-lhes como uma consequência natural. Os seus medos dissolveram-se ao tocar as chagas do Senhor, agora não têm medo de curar as chagas dos necessitados, porque ali veem Jesus, porque ali está Jesus", disse o Papa.

Não vivamos uma fé pela metade, que recebe mas não doa, que acolhe o dom mas não se faz dom. Obtivemos misericórdia, tornemo-nos misericordiosos. Com efeito, se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril. Sem os outros, torna-se desencarnada. Sem as obras de misericórdia, morre. Deixemo-nos ressuscitar pela paz, o perdão e as chagas de Jesus misericordioso. E peçamos a graça de nos tornar testemunhas de misericórdia. Só assim será viva a fé; e a vida unificada. Só assim anunciaremos o Evangelho de Deus, que é Evangelho de misericórdia.

Sentir-se misericordiado para ser misericordioso

Ao final da missa, o Papa Francisco rezou a oração do Regina Coeli e agradeceu "a todos aqueles que colaboraram para prepará-la e transmiti-la ao vivo". Saudou também todos aqueles que participaram da celebração através dos meios de comunicação. A seguir, acrescentou:

Saúdo de modo especial a todos vocês que estão presentes aqui na Igreja de Santo Espírito em Sassia, Santuário da Divina Misericórdia: fiéis habituais, enfermeiros, detentos, pessoas com deficiência, refugiados e migrantes, Irmãs Hospitaleiras da Divina Misericórdia, e voluntários da Defesa Civil. Vocês representam algumas realidades nas quais a misericórdia se torna concreta, torna-se proximidade, serviço, atenção às pessoas em dificuldade. Desejo que vocês se sintam sempre misericordiados para, por sua vez, serem misericordiosos.

Fonte: Vatican News

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