Rezar para ter um coração luminoso, não cinzento, exorta Papa
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- Quarta, 19 Maio 2021 11:32
“Distrações, aridez e acídia” foi o tema da catequese do Papa Francisco, sobre o tema da oração, na Audiência Geral, desta quarta-feira (19), realizada no Pátio São Dâmaso.
Francisco procurou mostrar algumas dificuldades comuns identificadas e superadas na experiência vivida da oração, ressaltando que “rezar não é fácil” e que “são tantas as dificuldades que surgem na oração”.
Oração e concentração
O primeiro problema que se apresenta para aqueles que rezam é a distração.
Você começa a rezar e a mente gira, gira o mundo inteiro. A oração convive frequentemente com a distração. De fato, a mente humana tem dificuldade de se concentrar por muito tempo num único pensamento. Todos nós experimentamos este turbilhão contínuo de imagens e ilusões em movimento perpétuo, que nos acompanha até durante o sono. E todos sabemos que não é bom dar seguimento a esta inclinação fragmentada. A luta para alcançar e manter a concentração não se limita à oração. Se não se atinge um grau de concentração suficiente, não se pode estudar com proveito, nem se pode trabalhar bem.
“As distrações não são culpáveis, mas devem ser combatidas. No patrimônio da nossa fé há uma virtude que é frequentemente esquecida, mas que está muito presente no Evangelho. Chama-se “vigilância”. Jesus chama frequentemente os discípulos ao dever de uma vida sóbria, guiada pelo pensamento de que mais cedo ou mais tarde ele voltará, como um noivo volta das bodas ou um senhor da viagem. A distração é a imaginação que gira, gira, gira. Santa Teresa chama essa imaginação que gira, gira na oração de “a louca da casa”. É como uma louca que te faz girar, girar. Temos que pará-la e engaiolá-la com atenção”, disse o Papa.
Coração cinzento
O segundo problema é a aridez.
A aridez nos faz pensar na Sexta-feira Santa, na noite e no Sábado Santo. Jesus morreu: estamos sozinhos. Este é um pensamento da aridez. Muitas vezes não sabemos quais são as razões da aridez: pode depender de nós, mas também de Deus, que permite certas situações na vida exterior ou interior. Os mestres espirituais descrevem a experiência da fé como uma alternância contínua de tempos de consolação e tempos de desolação; tempos em que tudo é fácil, enquanto outros são marcados por uma grande dificuldade.
O Papa disse ainda que muitas vezes encontramos um amigo que nos diz: “Estou pra baixo”. “Muitas vezes estamos assim, ou seja, não temos sentimentos, não temos consolação. São aqueles dias cinzentos que existem na vida!”, disse o Pontífice. Segundo Francisco, “o perigo é ter um coração cinzento, quando o estar pra baixo chega ao coração e o adoece”. “Existem pessoas que vivem com o coração cinzento. Isso é terrível! Não se reza mais, não se sente o consolo com o coração cinzento. O coração deve ser aberto e luminoso para que entre a luz do Senhor. E se ela não entrar”, disse o Papa, “é preciso aguardá-la com esperança”.
Perseverar em tempos difíceis
O terceiro problema que se apresenta para quem reza é a acídia, “uma verdadeira tentação contra a oração e, mais geralmente, contra a vida cristã. A acídia é «uma forma de depressão devida ao relaxamento da ascese, à diminuição da vigilância, à negligência do coração». É um dos sete “pecados capitais” pois, alimentado pela presunção, pode levar à morte da alma”.
“O que devemos fazer, então, nesta sucessão de entusiasmos e desencorajamentos?”, perguntou o Papa. “Devemos aprender a caminhar sempre”, respondeu ele.
O verdadeiro progresso na vida espiritual não consiste em multiplicar os êxtases, mas em ser capaz de perseverar em tempos difíceis. Caminhar, caminhar e se você se cansar, pare um pouco, mas volte a caminhar, com perseverança. Todos santos passaram por este “vale escuro”, e não nos escandalizemos se, lendo os seus diários, ouvirmos o relato de noites de oração sem vontade, vivida sem gosto.
Zangar-se com Deus é uma forma de rezar
Segundo o Papa, protestar diante de Deus é uma forma de rezar, “zangar-se com Deus é uma forma de rezar também”. Francisco convidou a não “nos esquecer a oração do porque, que é a oração das crianças quando começam a não entender as coisas. A idade dos porquês “. “Mas a criança não escuta a resposta do pai. O pai responde e vem logo outro porque. A criança quer chamar a atenção do pai. Quando nos zangamos com Deus e continuamos a dizer porque, estamos atraindo o coração do nosso Pai para a nossa miséria, para as nossas dificuldades, para a nossa vida. Zangar-se com Deus faz bem, pois faz despertar a relação de filho com o Pai, de filha com o Pai, que nós devemos ter de ter com Deus”, concluiu.
Fonte: Site Vatican News
Semana de Oração pela Unidade Cristã tem início
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- Terça, 18 Maio 2021 10:12
A Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) é um dos maiores eventos que propõem o diálogo entre as Igrejas Cristãs. Realizada todos os anos pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), em parceria com as igrejas membro, o momento é uma oportunidade de aprofundar os laços entre as Igrejas e outras instituições e pessoas que acreditam e se empenham na construção da cultura do encontro, da acolhida, do diálogo e da fraternidade.
Aqui no Brasil, e no hemisfério sul, ela acontece entre as Solenidades da Ascenção do Senhor e Pentecostes. Nesse ano será realizada de 16 a 23 de maio, com o tema: “Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos” (cf. João 15,5-9). Todas as Igrejas Cristãs e pessoas de boa vontade são convidadas a participar.
O subsecretário-adjunto de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da entidade, padre Marcus Barbosa Guimarães recorda que que o Concílio Ecumênico Vaticano II declarou “estar consciente de que este santo propósito de reconciliar todos os cristãos na unidade de uma só e única Igreja de Cristo ultrapassa as forças e os dotes humanos” (UR 24).
“Rezando pela unidade, reconhecemos que ela é um dom do Espírito Santo e não algo que possamos alcançar somente pelos nossos próprios esforços”, disse.
Ano após ano comunidades cristãs das mais diferentes tradições têm aderido às celebrações propostas pela SOUC, o que reflete uma compreensão cada vez maior da mensagem de Cristo, que disse: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:21)
Live “A Formação para o Ecumenismo e o Diálogo Católico-Pentecostal”
No contexto da Semana de Oração pela Unidade Cristã será realizada uma live na sexta-feira, dia 21 maio, às 17h, com o tema “A Formação para o Ecumenismo e o Diálogo Católico-Pentecostal”. O facilitador será o padre Marcial Maçaneiro. Ele é professor da PUC/PR e membro da Comissão Internacional de Diálogo Católico-Pentecostal.
O subsecretário-adjunto de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso, padre Marcus Barbosa, mediará a conversa. Os documentos “O Bispo e a Unidade dos Cristãos – Vademecum Ecumênico” e o documento da Comissão Internacional de Diálogo Católico-Pentecostal “Não extingais o Espírito” (1Ts 5,19) – Os Carismas na Vida e na Missão da Igreja” serão aprofundados no encontro virtual que será transmitido pelas redes sociais do Conic.
Oração oficial
Amado e misericordioso Deus pai e mãe,
Tu nos chamas para vivermos a unidade e a reconciliação.
Por isso estamos reunidas (os) para celebrar, orar, e Te louvar.
Nesta semana de oração, queremos ser tocadas (os) por Teu Amor e ao permanecer Nele, nos reconciliamos conosco e com nossas irmãs e irmãos.
Em Cristo, Teu Amado Filho, desejamos produzir bons frutos para vivermos em comunhão, restabelecendo relações de amizade, partilha e solidariedade e, assim, nos reconhecermos como irmãs e irmãos neste mundo tão dividido.
Subsídios para celebrar a SOUC
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), do qual a Igreja Católica é membro pela representação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou os subsídios da Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC), edição 2021.
Em 2021, diferentemente dos anos anteriores, esses materiais ficarão disponíveis de modo gratuito, e todos podem baixar livremente, compartilhá-los, imprimi-los, etc. Baixe gratuitamente o material:
Clique aqui e baixe o cartaz em alta resolução.
Clique aqui e baixe o Caderno de Celebração.
Clique aqui e baixe os subsídios para as e Rodas de Conversa.
Fonte: Site da CNBB
Papa defende natalidade e destaca que filhos são esperança
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- Segunda, 17 Maio 2021 08:36
Um discurso em prol do acolhimento da vida, também como esperança para o renascimento de um povo. Nesta sexta-feira, 14, o Papa Francisco participou da abertura dos trabalhos dos Estados Gerais da Natalidade. Trata-se de um encontro promovido pelo Fórum das Associações Familiares, no Auditório da Conciliação, e dedicado ao destino demográfico da Itália e do mundo.
Presente na abertura também o primeiro-ministro, Mario Draghi, e demais autoridades. Foram três mesas temáticas, reunindo representantes de bancos, empresas, seguradoras, mídia e esporte. Todos reunidos para um debate sobre o tema da natalidade num país em que, em 2020, houve uma redução de 30% dos nascimentos.
O Pontífice falou de “areias movediças que podem afundar uma sociedade” e que contribuem para o inverno demográfico constante na Itália. São situações como a perplexidade devido à incerteza do trabalho e o medo causado pelos custos cada vez menos sustentáveis para a criação dos filhos. O Papa também incluiu a “tristeza” para as mulheres que, no trabalho, são desencorajadas a ter filhos ou precisam até mesmo esconder a barriga.
Palavra aos jovens
Logo no início de seu discurso, o Santo Padre se dirigiu aos jovens, cujos sonhos foram desfeitos no gelo deste inverno rigoroso. Eles ficaram desanimados a tal ponto que a “metade acredita que conseguirá ter apenas dois filhos em sua vida”. Uma tendência que precisa ser revertida, segundo o Papa, para colocar a Itália novamente em movimento a partir da vida, a partir do ser humano.
“A Itália está assim há anos com o menor número de nascimentos na Europa”, observou o Pontífice, “no que está se tornando o Velho Continente não mais por causa de sua história gloriosa, mas por causa de sua idade avançada”.
“Todos os anos é como se uma cidade de mais de duzentos mil habitantes desaparecesse. Em 2020, houve o menor número de nascimentos desde a unidade nacional: não apenas por causa da Covid-19, mas por uma tendência contínua e progressiva de queda, um inverno cada vez mais rigoroso”.
Pais divididos entre casa e trabalho, avós salva-vidas
O Papa citou o presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, quando reiterou que “as famílias não são o tecido conjuntivo da Itália, as famílias são a Itália”.
Ele comentou, então, a realidade das muitas famílias que nestes meses de pandemia tiveram que trabalhar horas extras, dividindo a casa entre trabalho e escola. Também lembrou como pais agiram como professores, técnicos de informática, operários e psicólogos.
E isso sem esquecer os “sacrifícios” exigidos aos avós, “verdadeiros botes salva-vidas para as famílias”, bem como “memória que nos abre para o futuro”.
“Para que o futuro seja bom, é necessário cuidar das famílias, particularmente das famílias jovens, atormentadas por preocupações que correm o risco de paralisar seus projetos de vida”.
Triste de ver mulheres obrigadas a esconderem a barriga no trabalho
Falando de paralisia, o Papa criticou a situação em que tantas mulheres se encontram no local de trabalho. Elas têm medo de que uma gravidez possa resultar em demissão, a ponto de chegar a esconder a barriga.
“Como é possível que uma mulher se sinta envergonhada pelo presente mais bonito que a vida pode oferecer? Não a mulher, mas a sociedade deveria se envergonhar, porque uma sociedade que não acolhe a vida deixa de viver. Os filhos são a esperança que faz um povo renascer”. E acrescentou: “Se as famílias não estiverem no centro do presente, não haverá futuro; mas se as famílias recomeçam, tudo recomeça”.
Dom, sustentabilidade, solidariedade
O cenário é difícil e o futuro incerto, mas o Papa Francisco vê uma “primavera” no horizonte. Para alcançá-la, ele oferece três pensamentos: o primeiro, relacionado à palavra dom; o segundo, à palavra sustentabilidade; e o terceiro, à solidariedade.
“Obrigado a cada um de vocês e a quantos acreditam na vida humana e no amanhã. Às vezes parecerá que vocês gritam no deserto, lutam contra moinhos de vento. Mas sigam adiante, não desistam, porque é belo sonhar, sonhar o bem e construir o futuro. E sem natalidade não há futuro”.
Fonte: Site Vatican News e Notícias Canção Nova
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