Frades capuchinhos e ACN ajudam famílias que passam fome em Manaus
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- Sexta, 28 Maio 2021 08:28
A pandemia tem gerado consequências para muitas famílias do Brasil e do mundo. Entre elas está o desemprego e a fome. Em Manaus, foram dois momentos bem críticos – logo no início da pandemia no final de abril de 2020 e no início deste ano com o “colapso do oxigênio”. É o que recorda o assistente eclesiástico da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) Brasil, frei Rogério Severino.
A cidade não está mais nas manchetes como esteve no início do ano, no entanto, o religioso afirma que a situação de pobreza permanece.
O frade capuchinho, que atua nas comunidades do Amazonas, frei Paolo Maria Braghini, comenta que a pandemia, além de gerar fome, gera também dramas psicológicos. “Muitos olham o futuro e não sabem como manter os filhos, a própria família e isso é realmente dramático”.
Diante disso, os frades capuchinhos e a ACN mobilizaram-se em prol das famílias que estão à beira do desespero. Ambos fazem parte de um projeto para a doação de cestas básicas por um período de 7 meses.
Parceria desde 1973
A parceria, de acordo frei Paolo, é antiga. “A AIS nos ajuda em missões há anos e de várias formas. Quando percebemos essa urgência, esse grito das famílias carentes, (…) nosso coração nos levou a olhar de imediato a essa grande instituição parceira. Por isso nos direcionamos a ela para pedir essa ajuda”.
Frei Rogério conta que a ACN ajuda a região amazônica desde 1973. Na época, ela enviou 300 caminhões para a região, permitindo assim que muitas regiões recebessem a visita de um missionário pela primeira vez.
“Já naquela época, os missionários capuchinhos estavam envolvidos nesse projeto. Essa parceria continua até os dias de hoje. Iniciativas como a tradução da Bíblia da Criança para línguas indígenas, barcos para os missionários e mesmo ajuda existencial para que os frades capuchinhos possam manter suas atividades fazem parte dos projetos apoiados pela ACN”, relata.
Projeto
Frei Paolo conta como começou a iniciativa de criação da rede de solidariedade. Segundo ele, foram muitas as famílias que pediram ajuda aos capuchinhos no início deste ano.
“Famílias não conseguiam mais ter alimentos suficientes para alimentar seus filhos. Foi aí que veio de imediato em nosso coração a ACN”, recorda. Surgiu, então, o projeto que ajuda aproximadamente 100 famílias de quatro periferias de Manaus. Ele já dura quatro meses.
O assistente eclesiástico da ACN sublinha que o andamento do projeto se dá graças a Deus e à caridade dos benfeitores da fundação.
As famílias ajudadas, de acordo com o frei Rogério, recebem não apenas o alimento, mas também a assistência espiritual dos frades capuchinhos.
O religioso relata que, durante esse período de pandemia, muitos projetos têm chegado para a ACN. “A Igreja sofre a falta de recursos para dar continuidade ao seu trabalho missionário. Para isso contamos que mais pessoas possam ajudar”.
É possível ajudar realizando uma doação pelo site acn.org.br ou mesmo ligando para 0800 77 099 27.
A solidariedade e a Igreja
“A pandemia está levando ao agravamento de uma crise econômica que já existia”, observa frei Paolo. Para o frade capuchinho, se hoje não houvesse a Igreja Católica, instituições religiosas e voluntários, o povo estaria em uma situação bem pior.
No entanto, o religioso comenta que é importante destacar que esta crise sanitária também está se tornando uma “pandemia da solidariedade”. “Com certeza a obra de Deus está acontecendo em um momento tão dramático”.
A partilha do alimento, princípio da iniciativa, está presente em muitos trechos do Evangelho, comenta frei Rogério. Jesus sempre começava essa partilha a partir da oferta de alguém, como o menino que colocou os 5 pães e 2 peixes nas mãos de Jesus e viu aquela pequena oferta alimentar milhares (Jo 6, 1-15), recorda.
“Hoje, somos chamados a fazer o mesmo. A ACN é uma obra pastoral e faz parte do nosso trabalho ensinar e incentivar as pessoas a partilhar o que têm. Não pensamos apenas em quem precisa de ajuda material, mas pensamos também naqueles que precisam de ajuda espiritual, aqueles que encontrarão a mesma felicidade do menino que entregou os pães e os peixes”, reforça.
Segundo o assistente eclesiástico da ACN, muito tem se falado do termo “linha de frente”. A Igreja, com suas fundações, comunidades, congregações e todos os seus membros está na linha de frente do amor, afirma.
A ACN no Brasil
O Brasil é um dos países mais ajudados pela ACN, frisa seu assistente eclesiástico. Graças aos benfeitores, frei Rogério conta que a fundação tem conseguido ajudar centenas de religiosas, sacerdotes e missionários a darem continuidade às suas atividades, mesmo em meio à pandemia, e respeitando todos os protocolos.
“Nos últimos anos, permitimos também a formação de seminaristas e noviças; bem como ajudamos com meios de transporte, como barcos, carros, motos e até bicicletas, para que o Evangelho não seja impedido de chegar nos lugares mais distantes”, revela.
A construção e reforma de mosteiros contemplativos, igrejas e capelas também fazem parte do trabalho da ACN. “Acreditamos que apenas com muita oração conseguiremos enxugar as lágrimas do Cristo que ainda hoje chora nos rostos de nossos irmãos”.
Fonte: Notícias Canção Nova
A oração não faz mágicas, é preciso rezar com humildade, diz Papa
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- Quinta, 27 Maio 2021 12:41
A certeza de ser ouvidos: este foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (26), realizada com a presença de fiéis no Pátio interno do Palácio Apostólico.
O Pontífice acrescentou mais um capítulo à sua série sobre a oração, falando das preces que parecem permanecer desatendidas, algo que podemos interpretar como um escândalo. Francisco citou as inúmeras orações pelo fim dos conflitos, com guerras em andamento em muitos países, como no Iêmen e na Síria.
Mas se pode questionar: “Se Deus é Pai, por que não nos ouve? Todos nós fazemos esta experiência”, disse Francisco: todos rezamos pela recuperação de um amigo, de um pai, de uma mãe, que depois se foram.
A oração não é uma varinha de condão, mas um diálogo com Deus
Uma boa resposta está contida no Catecismo, afirmou o Papa, pois adverte para o risco de transformar a relação com Deus em algo mágico, e não numa autêntica experiência de fé. “A oração não é uma varinha de condão, mas um diálogo com Deus.”
Com efeito, podemos cair na pretensão de que Deus deve nos servir, e não contrário. Que Ele deve realizar os nossos desejos, sem que admitamos outros projetos. Mas a humildade é a primeira condição. Jesus teve a grande sabedoria de colocar sobre os lábios o “Pai-Nosso”, pedindo que se realizasse a vontade do Pai no mundo.
Francisco adverte ainda para as súplicas por motivos duvidosos, como o de derrotar o inimigo em guerra, sem se questionar o que Deus pensa daquela guerra.
“É fácil escrever sobre um estandarte ‘Deus está conosco’; muitos se apressam em garantir que Deus está com eles, mas poucos se preocupam de verificar se eles estão efetivamente com Deus.”
O tempo de Deus não é o nosso tempo
Na oração, disse o Papa, é Deus que deve nos converter, e não nós que devemos convertê-Lo. “É a humildade”, devemos rezar pedindo a Deus que converta o nosso coração, pedindo o que é conveniente e o que é melhor para a minha saúde espiritual.
Todavia, permanece o escândalo: quando homens rezam com coração sincero, quando uma mãe reza por um filho doente, por que às vezes Deus parece não ouvir?
Para o Pontífice, para responder a esta pergunta é preciso meditar com calma os Evangelhos. Às vezes, Jesus cura imediatamente um doente que pede piedade, outras vezes não, como com a mulher de Cananeia.
“Todos tivemos esta experiência. Quantas vezes pedimos uma graça, um milagre e nada aconteceu. Depois, com o tempo, as coisas se ajustaram, mas segundo o modo de Deus, o modo divino, não segundo o que eu queria naquele momento. O tempo de Deus não é o nosso tempo.”
O mal é senhor do penúltimo dia, jamais do último
Como exemplo, citou a filha de Jairo, que acaba falecendo mesmo tendo implorado misericórdia ao Mestre. Este parece o epílogo, mas Jesus diz ao pai: “Não tenha medo, tenha fé”. “É a fé que sustenta a oração”, disse o Papa. E, com efeito, Jesus despertará a menina do sono. Mas por um período, Jairo teve que caminhar na escuridão, somente com a chama da fé.
Também a oração de Jesus ao Pai no Getsêmani parece permanecer desatendida. Mas o Sábado Santo não é o capítulo final, porque no terceiro dia há a ressurreição: o mal é senhor do penúltimo dia, jamais do último. Este pertence a Deus, e é o dia em que se realizarão todos os anseios humanos de salvação.
“Aprendamos esta paciência humilde de esperar a graça do Senhor, esperar o último dia. Muitas vezes o penúltimo é terrível, porque os sofrimentos humanos são terríveis. Mas o Senhor está ali. E no último dia Ele resolve tudo.”
Fonte: Site Vatican News
Comissão para Animação Missionária da CNBB convida Para a Jornada de Oração à Paz no Sudão do Sul
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- Quarta, 26 Maio 2021 09:35
O Sudão do Sul, o mais jovem país do mundo não tem paz. O país Africano, com uma população maioritariamente cristã, obteve a sua independência ao separar-se do Norte árabe e muçulmano em 2011, mas no final de 2013 mergulhou num conflito civil causado pela rivalidade entre o presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-presidente, Riek Machar.
O país localizado no centro de África vive atormentado pela violência e pela fome. Diante dessa realidade, a Jornada de Oração e Missão promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN), vão dedicar a terceira edição da jornada de oração à paz no Sudão do Sul, que será realizada no próximo dia 1º de junho.
“Vi acontecer a independência do Sudão Sul em 2011 depois de mais de cinco décadas de luta sangrenta contra o Sudão. Desde então passou a ser República do Sudão do Sul. Porém, a situação caótica e violenta continuou; mas, agora entre etnias que deveriam ser irmãs”, conta a assessora da comissão, Irmã comboniana Sandra Amado.
No final de abril, o recém eleito Bispo de Rumbek, Padre italiano Christian Carlassare – missionário comboniado foi baleado nas pernas em um ataque no Sudão do Sul. Segundo informações do Vatican News, o religioso ferido nas pernas por dois agressores, que o atacaram no quarto onde dormia, na madrugada de 26 de abril.
De acordo com o Vatican News, o Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, pediu às autoridades locais uma rápida investigação do ataque que leve à captura dos criminosos que feriram o padre Christian. “As autoridades não permitirão – disse Salva Kiir – que a ação de uns poucos criminosos condicione os projetos da Igreja”.
Para Irmã Sandra Amado, a Igreja local lá é também desafiada à conversão para encarnar o Evangelho em duro solo. Ela conta que conheceu o padre Christian Carlassare jovenzinho no Sudão do Sul. “Um sorriso sempre aberto e olhar profundo. Fez experiência bonita se inserindo na vida do povo Nuer por mais de 15 anos”, ressalta.
Padre Christian segue internado em Nairóbi, no Quênia, fora de perigo. Aos 43 anos de idade, o missionário italiano é o bispo mais jovem do mundo à frente da diocese. A ordenação episcopal marcada para o próximo domingo, 23 de maio – Domingo de Pentecostes, foi entretanto adiada.
“Para mim, fica a imagem do Christian sentado numa cama do hospital local com um maço de flores nas mãos, rodeado por amigos e locais com olhares de ternura para essa criatura antes que fosse removido para outro centro para tratar dos ferimentos. Apesar de tudo, padre Carlassare convocou todo o seu povo a trabalhar com ele num processo de reconciliação. Ele assegura, ‘Por enquanto, minhas pernas feridas não podem andar ao vosso encontro; mas, meus braços estarão sempre abertos ao abraço do perdão e da paz!’. Isto é sinal vivo e forte da esperança de paz para esta nação. Que as nossas orações possam ajuda-los a trilhar os caminhos da paz duradoura”, destacou Irmã Sandra.
Fonte: Site da CNBB
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