Ano Laudato Si termina e Igrejas locais apresentam frutos
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- Terça, 25 Maio 2021 10:39
O Ano especial dedicado a encíclica Laudato si’ terminou nesta segunda-feira (24). Uma coletiva será realizada no Vaticano na terça sobre o assunto.
Este ano celebrativo, iniciado em maio de 2020, colocou em evidência a encíclica do Papa Francisco, dedicada ao cuidado da casa comum. O documento foi publicado em 24 de maio de 2015.
O texto do Santo Padre destacou ao mundo o conceito de ecologia integral. Também difundiu o princípio da casa comum e da necessidade de sua defesa.
Ano Laudato si
Durante o Ano Laudato si, a Igreja teve diversos eventos e anunciou importantes medidas. Neste domingo, 23, véspera da conclusão do período celebrativo, o Papa anunciou a “Plataforma Laudato si”, após o Regina Coeli.
O recurso guiará as famílias, as comunidades paroquiais e diocesanas, as escolas e as universidades, os hospitais, as empresas, os grupos, os movimentos, as organizações, os institutos religiosos a assumir um estilo de vida sustentável.
A primeira comemoração do Ano Laudato si, em maio de 2020, foi a celebração dos cinco anos de publicação do documento.
Em junho, o Vaticano apresentou um documento de aprofundamento da encíclica. O material é considerado um guia para ajudar homens e mulheres a viverem bem.
No mesmo mês, o Pontífice comentou em sua conta no twitter sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente. Em sua mensagem, o Santo Padre fez referência à Laudato si e destacou que o cuidado autêntico da vida e das relações com a natureza é inseparável da fraternidade, justiça e fidelidade aos outros.
Em encontro internacional sobre a Doutrina Social da Igreja, foi refletido o conteúdo da encíclica do Papa. Na ocasião, Francisco afirmou: “Que o desenvolvimento de uma ecologia integral, torne-se sempre mais uma prioridade a nível internacional, nacional e individual”.
Em julho, uma capela foi construída em Roma, inspirada na encíclica do Papa. A estrutura fica no porto botânico da cidade e foi feita com material reciclável.
Também durante este ano, o Vaticano manifestou a abolição completa do uso de plástico. A venda de plástico descartável foi proibida.
Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) ratificou o compromisso com o cuidado da casa comum. Instituições religiosas anunciaram o desinvestimento em combustíveis fósseis.
No mundo, os cientistas voltaram a alertar sobre as mudanças climáticas e suas terríveis consequências.
Ações no Brasil
No Brasil, foram discutidos importantes temas da encíclica de Francisco por ocasião dos cinco anos de sua publicação.
O país passou a integrar o Protocolo de Nagoia, que regulamenta o acesso e a repartição de benefícios, monetários e não monetários, dos recursos genéticos da biodiversidade.
A Igreja também viveu em 2020, e neste ano, a Semana Laudato si. O bispo de Campos (RJ) e Referencial da Ecologia Integral do Conselho Episcopal Regional (Conser) do Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Roberto Francisco Ferreira Paz, afirma que a celebração é importante.
O tempo, segundo o bispo, é de estudo e análise socioambiental. “Todas as questões sociais precisam ter a perspectiva ambiental. Não podemos ser felizes sem dedicar estudo, reflexão e espiritualidade para esse tema”, aponta.
A Semana e o Ano Laudato si também chamaram atenção para os pobres, que estão intimamente ligados à questão ambiental.
O fato de ter sido levantada esta temática durante este ano, prossegue Dom Roberto, ajudou a Igreja no Brasil a enfrentar desafios da mineração, de contaminação da água e desmatamento.
Igrejas locais
O bispo de Campos (RJ) comenta sobre o surgimento e valorização de pastorais socioambientais, também chamadas “ecológicas”, nas igrejas locais, dioceses e arquidioceses. “Toda paróquia precisa repensar profundamente o seu relacionamento com a casa comum”, destaca.
Esta pastoral, de acordo com Dom Roberto, deve também desenvolver atividades que promovam a ecologia integral. “A casa comum é uma extensão do nosso corpo. Francisco coloca que nós somos terra, nós somos casa comum. Refletir sobre ela é refletir sobre nós mesmos”.
O seminarista Ailton Evangelista auxilia nas atividades da Pastoral Ecológica da Paróquia de Nossa da Conceição, em Cunha, cidade do interior de São Paulo que pertence à diocese de Lorena. Segundo ele, o grupo fundado em 2019 vai ao encontro do desejo do Papa de que sua encíclica não caia no esquecimento.
Para Evangelista, conscientização leva tempo e somente frisando o assunto nas muitas realidades da Igreja será possível que católicos assimilem seu valor.
Pandemia
Com a pandemia, muitas ações que poderiam ser realizadas durante esta semana e este ano comemorativo, pelas pastorais, foram prejudicadas.
No entanto, o seminarista afirma que uma marca deste tempo é a necessidade de se reinventar. “Acabamos trabalhando os conteúdos nas redes sociais”.
“Embora não tenhamos conseguido realizar ações presenciais, um ponto importante deste Ano é toda a propagação deste material. Ele serve de apoio pedagógico e didático nesse processo de formação de consciência para o bem da casa comum”, comenta.
Os temas ecológicos também passaram a ser trabalhados nas celebrações eucarísticas, revela Evangelista. Um espaço foi criado na Igreja matriz, durante a Semana Laudato si – que conclui o Ano Laudato Si na paróquia – com elementos característicos da cidade e que falam do tema da ecologia.
Momentos antes das missas em Cunha foi explicado sobre a Semana. Pontos da encíclica do Papa foram transformados em preces. “É uma maneira de aproximarmos a liturgia e esta temática da vida das pessoas”, sublinha Evangelista.
Os leigos e a Laudato Si
Assim como o seminarista Ailton, a assistente social Andreia Carvalho Estrella e o biólogo Ricardo de Almeida Zuppi são membros da Pastoral Ecológica em Cunha. Com aproximadamente dois anos de existência, o casal frisa que a pastoral já “apresenta frutos”.
“Percebemos que há um processo de sensibilização e engajamento crescente da comunidade. Ela vem aderindo à pastoral. Há também uma crescente preocupação com as temáticas socioambientais”, observa Andreia.
A partir da Ecologia, o casal destaca que a Igreja convida todos a experimentarem uma espiritualidade conectada com tudo o que Deus criou.
“Cuidado e amor para com todas as formas de vida que Deus se revela é um dos grandes chamados da Laudato si. Que possamos construir de forma concreta a urgente transformação que a humanidade necessita para que todos tenham vida plena e abundante”.
O turismólogo e gestor social Campos Alegria revela que, influenciada por esta iniciativa em Cunha, a Paróquia Nossa Senhora das Graças, localizada em Lorena (SP), fez adesão à Pastoral Ecológica. O leigo faz parte da recente iniciativa e manifesta o desejo de perseverar na disseminação e conscientização desta cultura da ecologia integral.
Para Campos, é preciso uma mudança de mentalidade, uma adesão pessoal ao tema. Como católico, o turismólogo afirma que seu papel é cooperar juntamente com a Igreja, na defesa, preservação, cuidado e conscientização das questões relativas ao meio ambiente.
Fonte: Site Notícias Canção Nova
Fundo Mundial de Solidariedade destinou mais de R$ 680 milhões em doações no mundo
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- Segunda, 24 Maio 2021 12:04
Em 2020, o Fundo Mundial de Solidariedade distribuiu mais de R$ 680 milhões nos cinco continentes. A contribuição do Brasil para este fundo foi de R$ 5.005.994,86. As POM são uma rede mundial de oração e solidariedade à serviço do Papa e colaboram com 1.050 dioceses pobres que dependem da Congregação para a Evangelização dos Povos. São Igrejas jovens nos “territórios de missão”.
O material faz o detalhamento dos valores destinados pela Pontifícia Obra da Propagação da Fé, Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária e Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo. Através de gráficos, pode-se ter conhecimento das áreas que receberam recursos, colaborando com educação, obras sociais, proteção das crianças, catequese, entre outros.
Paulina Jaricot: ajuda em rede
Sua fundação tem origem no fervor missionário expresso por Pauline Jaricot que, na França, em 1822, instituiu a Obra da Propagação da Fé. Ela descobriu uma forma concreta para envolver os fiéis na missão universal da Igreja, através da oração e da arrecadação de fundos. A iniciativa começou com um pequeno círculo de operárias que rezavam pela missão ad gentes e faziam uma pequena doação para sustentar os missionários franceses que estavam na China.
Hoje essa rede de oração e solidariedade se espalhou por todo o mundo, sendo fonte inspiradora para as obras pontifícias. As doações dos cristãos compõem o Fundo Mundial de Solidariedade, que existe para financiar diversos projetos ordinários e extraordinários aprovados durante a Assembleia Geral em Roma, formada por diretores das POM de diversos países.
Acesse a Mensagem do Papa e a distribuição da coleta missionária no mundo
Campanha Missionária 2021: Missionários da compaixão e da esperança
Celebrando a dia da Ascensão do Senhor, as Pontifícias Obras Missionárias realizam o lançamento do site da Campanha Missionária 2021. O site apresenta a nova arte e torna disponíveis os materiais para a animação da Campanha Missionária em todo o Brasil.
As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm a responsabilidade de organizar a Campanha Missionária, realizada sempre no mês de outubro desde 1972. Colaboram nesta ação a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (COMINA).
“Jesus Cristo é missão” é o tema escolhido para o mês missionário, cuja inspiração bíblica é “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20). O novo contexto da pandemia que se estende de forma prolongada, evidenciou e ampliou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as injustiças de que tantos já padeciam. Desmascarou nossas falsas seguranças e desnudou nossa fragilidade humana.
Como gesto concreto, em todas as Igrejas do mundo, realiza-se nos dias 23 e 24 de outubro a coleta missionária, destinada de forma integral para a missão da compaixão. Oitenta por cento dos recursos são enviados à Congregação para Evangelização dos Povos que faz circular um fundo universal de solidariedade, mantendo 1.050 dioceses nas periferias mais necessitadas do mundo. Os vinte por cento restantes ficam no Brasil e mantém os trabalhos das Pontifícias Obras Missionárias, compondo uma rede mundial de oração e caridade a serviço do Papa e da Missão da Igreja.
Arte da Campanha Missionários 2021
A construção da arte da Campanha Missionária 2021 seguiu a intuição da janela que se abre para o mundo e está conectada com a realidade da pandemia em em que vivemos. Dentro da janela apresenta-se a centralidade da pessoa de Jesus na cena da cura do cego de Jericó que grita por compaixão. Este é o Evangelho do Dia Mundial das Missões (24 de outubro 2021).
Além do tema “Jesus Cristo é missão”, a arte contempla o lema “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” que remete aos missionários da compaixão e da esperança, linha de frente diante dos desafios da pandemia. O destaque das imagens valoriza os profissionais de saúde e a proteção dos povos originários, bem como um gesto concreto de solidariedade vivido com a campanha “A Amazônia precisa de você”.
Acesse o novo site da Campanha Missionária 2021
Fonte: Site da POM e Vatican News
Bispos da Amazônia publicam carta aberta ao povo brasileiro
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- Sexta, 21 Maio 2021 11:34
A Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) divulgam nesta quarta-feira, 19 de maio, a carta aprovada pelos bispos da Amazônia que reunidos, de modo on-line, entre os dias 18 e 19 de maio, se dirigirem ao povo brasileiro diante às ameaças a toda casa comum e, especialmente, ao bioma amazônico.
No texto, os bispos afirmam que se sentem “sensibilizados pela situação de vulnerabilidade e ameaças que sofre toda casa comum, agravada pela pandemia da Covid-19, e pelo acirramento das disputas territoriais com expansão das atividades minerais e do agronegócio em terras de populações tradicionais”. Na mensagem, os bispos ressaltam que o cenário político indigenista vivido no Brasil é de “retrocesso” e que a “crise socioambiental, denunciada em 2019 durante o Sínodo, acentuou-se durante a pandemia”.
Os bispos fazem, ainda, um apelo às mais variadas lideranças de cristãos leigos e leigas que “não desaminem da luta” e pedem que a “sensibilidade para com os mais pobres seja permanente”.
Confira a versão na íntegra da carta acessando aqui.
Fonte: Site da CNBB
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