O Brasil tem 30 novos Santos: Papa canoniza mártires de Cunhaú e Uruaçu

papasantosA Igreja tem 35 novos Santos, e entre eles, 30 brasileiros. Em cerimônia presidida pelo Papa Francisco na manhã deste domingo (15/10) na Praça São Pedro, foram canonizados os mártires de Cunhaú e Uruaçu, os Protomártires do México – considerados os primeiros mártires do continente americano - além do sacerdote espanhol Faustino Míguez, fundador do Instituto Calasanzio, Filhas da Divina Pastora, e do Frade Menor Capuchinho italiano Angelo d’Acri.

Após ser cantado o Veni Creator, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, acompanhado pelos Postuladores das Causas, dirigiu-se até o Santo Padre pedindo para que se procedesse à canonização dos Beatos, com a leitura de seus nomes.


A seguir, foi lida uma breve biografia dos novos Santos e entoada a Ladainha de todos os Santos, pedindo que por meio da Virgem Maria e de todos os Santos seja sustentado o ato que está para ser cumprido. Por fim, o Santo Padre leu a fórmula de canonização.

Homilia

Se se perde o amor de vista, “a vida cristã torna-se estéril, torna-se um corpo sem alma, uma moral impossível, um conjunto de princípios e leis a serem respeitadas sem um porquê”.
Inspirando-se no Evangelho de Mateus proposto pela Liturgia do dia, o Papa recorda em sua homilia que ”o Reino de Deus é comparável a uma Festa de Núpcias”. Nós, “somos os amados, os convidados” para estas núpcias, mas “o convite pode ser recusado”. Neste sentido, somos chamados a “renovar a cada dia a opção de Deus”, vivendo segundo o amor verdadeiro, superando a resignação e os caprichos de nosso eu”.

Nós somos os convidados

Francisco inicia sua reflexão explicando que o protagonista da festa de núpcias “é o filho do rei, o noivo, no qual facilmente se vislumbra Jesus”. Mas na parábola, não se fala da noiva, “mas de muitos convidados, desejados e esperados: são aqueles que trazem as vestes nupciais:

“Tais convidados somos nós, todos nós, porque o Senhor deseja «celebrar as bodas» com cada um de nós. As núpcias inauguram uma comunhão total de vida: é o que Deus deseja ter com cada um de nós. Por isso o nosso relacionamento com Ele não se pode limitar ao dos devotados súditos com o rei, ao dos servos fiéis com o patrão ou ao dos alunos diligentes com o mestre, mas é, antes de tudo, o relacionamento da noiva amada com o noivo”.

Vida cristã é uma história de amor com Deus

Em outras palavras – explica Francisco – o Senhor “não se contenta com o nosso bom cumprimento dos deveres e a observância de suas leis, mas quer uma verdadeira comunhão de vida conosco, uma relação feita de diálogo, confiança e amor”:

“Esta é a vida cristã, uma história de amor com Deus, na qual quem toma gratuitamente a iniciativa é o Senhor e nenhum de nós pode gloriar-se de ter a exclusividade do convite: ninguém é privilegiado relativamente aos outros, mas cada um é privilegiado diante de Deus. Deste amor gratuito, terno e privilegiado, nasce e renasce incessantemente a vida cristã”.

Francisco pergunta porém, se em nosso dia-a-dia nos recordamos de dizer “ao menos uma vez”, “Senhor, vos amo. Vós sois a minha vida”:

“Com efeito, se se perde de vista o amor, a vida cristã torna-se estéril, torna-se um corpo sem alma, uma moral impossível, um conjunto de princípios e leis a respeitar sem um porquê. Ao contrário, o Deus da vida espera uma resposta de vida, o Senhor do amor espera uma resposta de amor”.

Reavivar a memória do primeiro amor

O Papa alerta para o perigo “de uma vida cristã rotineira, onde nos contentamos com a «normalidade», sem zelo nem entusiasmo e com a memória curta”.

Neste sentido, somos chamados a reavivar a memória do primeiro amor: “somos os amados, os convidados para as núpcias, e a nossa vida é um dom, sendo-nos dada em cada dia a magnífica oportunidade de responder ao convite”.

A recusa do convite

Mas este convite pode ser recusado. O Evangelho – observa o Papa – relata que muitos convidados disseram não, pois “estavam presos aos próprios interesses”, “ao seu campo, ao seu negócio”.

A palavra “seu” – frisa Francisco – “é a chave para entender o motivo da recusa”. Nos afastamos do amor, “não por malvadez”, mas porque se prefere “as seguranças, a autoafirmação, as comodidades”:

“Então reclinamo-nos nas poltronas dos lucros, dos prazeres, de qualquer passatempo que nos faça estar um pouco alegres. Mas deste modo envelhece-se depressa e mal, porque se envelhece dentro: quando o coração não se dilata, fecha-se, envelhece. E quando tudo fica dependente do próprio eu – daquilo com que concordo, daquilo que me serve, daquilo que pretendo –, tornamo-nos rígidos e maus, reagimos maltratando por nada, como os convidados do Evangelho que chegam ao ponto de insultar e até matar aqueles que levaram o convite, apenas porque os incomodavam”.

Deus é o oposto do egoísmo

“Deus é o oposto do egoísmo, da autorreferencialidade”, pois diante de nossas contínuas recusas e fechamentos, “não adia a festa. Não se resigna, mas continua a convidar”:

“Vendo os «nãos», não fecha a porta, mas inclui ainda mais. Às injustiças sofridas, Deus responde com um amor maior. Nós muitas vezes, quando somos feridos por injustiças e recusas, incubamos ressentimento e rancor. Ao contrário Deus, ao mesmo tempo que sofre com os nossos «nãos», continua a relançar, prossegue na preparação do bem mesmo para quem faz o mal. Porque assim faz o amor; porque só assim se vence o mal”.

Hoje – portanto – “este Deus que não perde jamais a esperança, nos compromete a fazer como ele, a viver segundo o amor verdadeiro, a superar a resignação e os caprichos de nosso “eu” suscetível e preguiçoso".

As vestes dos convidados

O Papa destaca então, um último aspecto do Evangelho do dia: “as vestes dos convidados, que são indispensáveis”. Ou seja, não basta responder ao convite dizendo sim e basta, “mas é preciso vestir” “o hábito do amor vivido cada dia”, porque “não se pode dizer “Senhor, Senhor”, sem viver e praticar a vontade de Deus. Precisamos nos revestir a cada dia do seu amor, de renovar a cada dia a opção de Deus”:

“Os Santos canonizados hoje, sobretudo os numerosos Mártires, indicam-nos esta estrada. Eles não disseram «sim» ao amor com palavras e por um certo tempo, mas com a vida e até ao fim. O seu hábito diário foi o amor de Jesus, aquele amor louco que nos amou até ao fim, que deixou o seu perdão e as suas vestes a quem O crucificava. Também nós recebemos no Batismo a veste branca, o vestido nupcial para Deus.”

Perdão do Senhor, passo decisivo para entrar na sala das núpcias

Que “peçamos a Ele, pela intercessão destes nossos irmãos e irmãs santos, a graça de optar por trazer cada dia esta veste e de a manter branca”, o que é possível, “antes de mais nada, indo sem medo receber o perdão do Senhor, o passo decisivo para entrar na sala das núpcias e celebrar a festa do amor com Ele”.

Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, 35 mil fiéis participaram da celebração.

Fonte: br.radiovaticana.va

Prêmio Nobel da Paz 2017 põe em foco a luta pelo fim da utilização de armas nucleares

ICANA campanha internacional para proibir as armas nucleares (ICAN, na sigla em inglês) recebeu na sexta-feira, 6 de outubro, o Prêmio Nobel da Paz de 2017. Trata-se de uma coalizão de organizações não governamentais de cerca de 100 países. A organização recebe o prêmio por seu trabalho em chamar a atenção para as consequências catastróficas do uso de armas nucleares e por seus esforços para chegar a um tratado que proíba esse tipo de armas. O comitê norueguês fez sua escolha este ano entre 318 candidaturas, sendo 217 individuais e 103 de organizações. O ganhador sucede o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, destacado por seus “esforços decididos” em levar a paz a seu país após 52 anos de conflito armado.

Todos os Estados, organizações internacionais e organizações da sociedade civil devem reconhecer que “é um imperativo humanitário universal banir as armas nucleares, mesmo para os Estados que não as têm”, afirma, na página do Facebook, a Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN), vencedora do prémio Nobel da Paz 2017.

Para Chico Whitaker, membro da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CPJP), organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é bem evidente que este prêmio foi concedido diante dos riscos reais que o mundo está correndo com as ameaças de uso de bombas nucleares pela Coreia do Norte e pela imprevisibilidade das atitudes de Trump. “Denunciar esses riscos e lutar para evitá-los é um ainda maior desafio que o Nobel da Paz de 2017 coloca para o mundo e particularmente para nós brasileiros”, disse.

O Prêmio Nobel desse ano também chama a atenção, segundo Chico Whitaker, para o chamado uso civil da energia atômica em usinas para produzir eletricidade. “Os efeitos trágicos de acidentes nessas usinas – muito maiores do que a explosão de uma bomba – são praticamente ignorados de nossa população e totalmente desconsiderados pelos nossos irresponsáveis políticos”, disse.

“O prêmio reveste-se de grande relevância, pois homenageia uma articulação internacional de entidades e redes presentes em mais de 100 países e em torno de uma questão particularmente desafiadora a humanidade: a proibição de armas nucleares”, disse o secretário-executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), Carlos Moura.

Segundo a CBJP, organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sabe-se que a articulação vencedora tem forte presença nos países reconhecidamente detentores de tecnologia e armamentos nucleares, capazes de eliminar a vida humana, alterando o ambiente natural. Atualmente são nove os países que têm (ou podem ter) armas nucleares, mas a Rússia e os Estados Unidos têm mais de 90% das armas.

Para a CBJP, o prêmio Nobel concedido à ICAN “serve como gracioso estímulo e visibilidade às lutas”, das organizações que lutam pelos direitos humanos, num contexto nos veem suas lutas desvalorizadas pelo estado nacionais e pelo brasileiro.

A CBJP tem assento na rede Articulação Antinuclear, organização que se dedica a evitar que o Brasil utilize usinas nucleares. O tema tem ganhado algum destaque na sociedade brasileira, inclusive a própria CNBB já discutiu o assunto em assembleia e reuniões de seu colegiados diretivos: Conselho Episcopal Pastoral e Conselho Permanente. O papa Francisco desde o início de seu pontificado lembra “que deve ser feito todo esforço para dar fim aos testes nucleares e desse modo eliminar seus efeitos devastadores sobre a vida das pessoas”.

Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares

O Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares (NPT), da Organização das Nações Unidas, assinado atualmente por 191 Estados, entre os quais o Brasil, também tem como objetivo o controle da propagação das armas nucleares. O tratado pretende “prevenir a disseminação de armas nucleares e tecnologia de armas, promover a cooperação de usos pacíficos da energia nuclear e promover o objetivo de desarmamento generalizado e completo”.

O Prêmio Nobel da Paz é o único dos seis prêmios outorgado e entregue fora da Suécia. Isso ocorre por desejo expresso de Alfred Nobel, já que, em sua época, a Noruega fazia parte do reino sueco. Segundo deixou escrito em seu testamento, o Nobel da Paz deve reconhecer aqueles que contribuam para “o entendimento entre os povos e a eliminação ou a redução de armamentos, assim como formar ou impulsionar convenções de paz”.

Entre os 217 indivíduos e as 103 organizações indicadas, os favoritos entre os especialistas e as casas de aposta este ano foram o acordo nuclear iraniano, os voluntários sírios de Defesa Civil, a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), o papa Francisco, a União para as Liberdades Civis na América (ACLU) e Can Dündar, ex-redator-chefe do jornal turco Cumhuriyet.

Fonte: cnbb.net.br

Vaticano anuncia programa da viagem do Papa a Mianmar e Bangladesh

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Papa visitará países asiáticos de 28 de novembro a 2 de dezembro

O Vaticano divulgou nesta terça-feira, 10, a programação da próxima viagem do Papa Francisco, que será a Mianmar e Bangladesh de 28 de novembro a 2 de dezembro.

A primeira etapa da visita será em Mianmar. A chegada do Papa ao país está prevista para as 13h30 (hora loca) no aeroporto de Yangon, onde haverá uma acolhida oficial. A programação de fato começa na terça-feira, 28, quando o Papa segue para Nay Pyi Taw, onde participará da cerimônia de boas vindas no Palácio Presidencial, com visita de cortesia ao presidente (16h, hora local) e o encontro com os conselheiros de Estado e Ministros dos Assuntos Externos, às 16h30.

Francisco concluirá as atividades do dia com o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático, previsto para as 17h15 (hora local) no International Convention Centre. Após o encontro, o Papa se dirigirá ao arcebispado.

Na quarta-feira, 29, a primeira celebração eucarística presidida por Francisco em Mianmar. A Missa está prevista para as 9h30 (hora local) no Kyaikkasan Ground.

Às 16h15 do mesmo dia, o Santo Padre se encontrará com o Conselho Supremo “Sangha” dos monges budistas no Kaba Aye Centre e às 17h15 com os Bispos de Mianmar na Catedral de St. Mary.

No dia seguinte, 30, será a vez dos jovens. O Papa presidirá a Santa Missa com a juventude na Catedral de St. Mary às 10h15 e às 12h45 se despedirá de Mianmar rumo a Bangladesh.


Segunda etapa: Bangladesh

A chegada do Papa a Bangladesh está prevista para as 13h05 (hora local) do dia 30 de novembro. No aeroporto internacional da capital Daca, às 15h, ele participará da cerimônia de boas vindas.

Nesse mesmo dia, às 16h (hora local), Francisco visitará o Memorial Nacional dos Mártires de Savar e logo em seguida, a homenagem ao Pai da Nação no Bangabandhu Memorial Museum, onde assinará o Livro de Honra.

A visita de cortesia ao presidente no palácio presidencial será às 17h30 (hora local), reunindo-se em seguida com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático do país.

A primeira Missa com o Papa em Bangladesh será no dia 1º de dezembro, às 10h (hora local) no Suhrawardy Udyan Park. Essa celebração terá ordenação presbiteral. Na parte da tarde, o Pontífice receberá a visita do Primeiro Ministro na Nunciatura Apostólica e fará uma visita à Catedral, à Casa dos Sacerdotes Idosos e se encontrará com os bispos de Bangladesh.

Ainda no dia 1º, encerrando o dia de atividades, o Santo Padre participará de um encontro inter-religioso e ecumênico pela paz no Jardim do Arcebispado (previsto para as 17h, hora local).

Já no dia 2 de dezembro, último dia de sua estadia no país, Francisco fartá uma visita privada (às 10h, hora local) à Casa Madre Teresa de Tejgaon. Depois, terá o encontro com os sacerdotes, religiosos, consagrados, seminaristas e noviças na Igreja do Santo Rosário.

Às 11h45 (hora local), o Papa visita o cemitério paroquial e a antiga Igreja do Santo Rosário. Às 15h20, participa do Encontro com os Jovens no Notre Dame College de Daca, concluindo assim a 20ª Viagem Apostólica internacional de seu Pontificado.

O avião papal deve partir do aeroporto internacional de Daca por volta de 17h05 (hora local), e chegar ao Aeroporto de Ciampino, em Roma, às 23 horas do mesmo dia.

Essa será a quarta viagem de Francisco nesse ano de 2017 e a primeira de um Papa a Mianmar. Já Bangladesh recebe um Pontífice pela segunda vez: De 19 de novembro a 1º de dezembro de 1986, o país recebeu a visita do então Papa João Paulo II.

Fonte: noticias.cancaonova.com

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