Santa Sé na ONU: eliminar a pobreza até 2030, objetivo distante

A-distância-entre-ricos-e-pobres-continua-aumentado-e-a-desigualdade-de-renda-é-um-desafio-socioeconômico-do-nosso-tempoO Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Nova Iorque, Dom Bernardito Auza, durante a 73ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Social, na quarta-feira (3), afirmou que o objetivo de eliminar a pobreza, até 2030, permanece distante.

“Nas últimas três décadas vimos uma redução significativa da pobreza global, sobretudo da pobreza extrema. Segundo o novo relatório do Banco Mundial, quase a metade dos países aqui presentes têm, hoje, um índice de pobreza inferior a 3%, um resultado realmente notável”, frisou o arcebispo filipino.

Segundo Dom Auza, “se por um lado o índice de pobreza global é mais baixo do que nunca, por outro, “erradicar a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares, até 2030, permanece um objetivo distante”.

“A economia global continua crescendo, mas as desigualdades sociais e econômicas ainda estão presentes entre os países e dentro deles. De fato, a distância entre ricos e pobres continua aumentado e a desigualdade de renda permanece um desafio socioeconômico do nosso tempo. Portanto, responder às perguntas: por que a pobreza persiste e por que o crescimento não é inclusivo, permanece importante a fim de realizar os progressos significativos rumo aos objetivos que nos propusemos”, sublinhou.

Aumento da injustiça, desigualdade social e marginalização

A pobreza e a desigualdade são muitas vezes reduzidas a uma questão de desenvolvimento econômico. Uma abordagem puramente econômica fornece somente uma solução parcial a um problema multidimensional.

Tais respostas inadequadas encorajam o crescimento da injustiça, da desigualdade social e da marginalização, sobretudo para os vulneráveis, que são sempre os primeiros a serem deixados para trás. “Recentemente, vimos como as pessoas reagem quando são deixadas para trás, se sentem ignoradas, se sentem vítimas de um sistema injusto, desenvolvem uma raiva reprimida que geralmente está por trás das desordens sociais e protestos, questionando e rejeitando o sistema político e econômico em que se encontram”.

Esta não é uma novidade, mas como o mundo se torna cada vez mais interligado, as desigualdades que vivemos se tornam ainda mais evidentes que no passado, porque confrontamos mais facilmente as nossas vidas com as dos outros, independentemente da distância física entre nós.

Concentrar-se na família, jovens, portadores de deficiências e idosos

A este propósito, Dom Auza afirmou que é necessário concentrar-se em três elementos fundamentais: a família, os jovens, as pessoas portadoras de deficiências e os idosos, “que merecem mais atenção e consideração, porque o futuro depende deles”.

“A família é o fundamento da sociedade e por esse motivo, os governos devem intensificar os seus esforços de apoio às famílias. Em segundo lugar, os jovens. O investimento que fazemos em cada jovem não é somente para o bem individual dessa pessoa, mas para a sociedade como um todo. Para que os jovens possam realizar plenamente o seu potencial, os governos devem investir na primeira infância e na educação superior. Satisfazer as exigências dos jovens não é somente uma questão de fornecer trabalho, mas também oportunidades de assumir papeis de liderança e responsabilidade. Somente assim, os jovens se tornarão protagonistas da própria vida e da sociedade”.

Em terceiro lugar, é preciso ajudar “as pessoas portadoras de deficiência e os idosos” muitas vezes “ignorados e deixados para trás”.


*Fonte: Site do Vatican News

Plano Nacional de Integração para migrantes e refugiados venezuelanos é lançado

Caminhos-de-SolidariedadeCom o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Diocese de Roraima, juntamente com Cáritas Diocesana de Roraima, Cáritas Brasileira, Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH), Serviço Pastoral do Migrante (SPM), Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR) e entidades parceiras lançaram na manhã de terça-feira, (2), em Boa Vista (RR), o Plano Nacional de Integração Caminhos de Solidariedade: Brasil & Venezuela.

Para o bispo de Roraima e presidente da Cáritas Roraima, Dom Mario Antônio da Silva, a capital Boa Vista é ponto de partida do Plano que pretende alcançar cidades do país inteiro e também na Venezuela, sobretudo as cidades de onde o fluxo de pessoas que vêm para o Brasil é maior. “Esse lançamento não é um evento, mas um processo. Queremos que se prolongue e se amplie por todo o Brasil. Não é uma bolha, pois tem incidência e abrangência, também, na Venezuela”, afirma.

Segundo Dom Mário, o Plano encoraja a diocese e todas as entidades que estão atuando no serviço aos migrantes e refugiados a continuarem no atendimento a essa população, mas também sem esquecer os brasileiros que necessitam de especial atenção. “É possível com a solidariedade e empenho, fazer com que o plano de integração atinja o coração das pessoas na acolhida aos migrantes em todo o Brasil”, disse.

O bispo também agradeceu a CNBB pela destinação de 40% Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) – valor arrecadado na Campanha da Fraternidade deste ano – para a implementação do Plano Caminhos de Solidariedade. “Deus se preocupa com a felicidade daqueles que lutam e defendem a vida. Preocupemo-nos em defender a vida em todas as suas necessidades”, lembra Dom Mário.

O projeto Caminhos de Solidariedade: Brasil & Venezuela pretende alcançar cerca de 90 Arquidioceses e Dioceses. Nesta proposta, as Igrejas serão convidadas a acolher migrantes e refugiados venezuelanos em seus territórios por meio de ações solidárias que visam promover, além da acolhida, a proteção, promoção e integração dos migrantes no Brasil.

Conforme mencionou Dom Mário, o Plano visa, também, a articulação com a Igreja Católica na Venezuela. Segundo a proposta, haverá uma missão no país vizinho para conhecer a realidade local, para participação dos brasileiros na organização e inauguração de um centro de apoio ao migrante em Santa Elena de Uairén, cidade venezuelana que faz fronteira com o Brasil, e a produção de material de comunicação para oferecer informações sobre documentações que o Brasil pede para a permanência no país, bem como informações sobre as distâncias entre as cidades Brasileiras.

Participaram do lançamento do Plano representantes do Serviço Pastoral do Migrante (SPM), Cáritas Brasileira, Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH), Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR), Organização Internacional para as Migrações (OIM), Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), professores e pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Fraternidade sem Fronteiras, Organismos da Igreja Católica, Congregações Religiosas e Agentes de Pastoral.

Histórico

O Projeto nasceu a partir da visita da Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB à Diocese de Roraima, em março deste ano, e se concretizou após uma oficina de planejamento, organizada pela Cáritas Brasileira, com a participação das entidades envolvidas no Plano, em julho deste ano, em Brasília (DF).

Diante da crise migratória no mundo, a orientação do Papa Francisco para respostas efetivas da Igreja está pautada nas articulações em torno de quatro verbos que encontram seus fundamentos na Doutrina Social da Igreja: acolher, proteger, promover e integrar.


*Por: Irmã Osnilda Lima/ Cáritas Brasileira
*Fonte: Site da CNBB

Santa Sé quer um mundo sem armas nucleares, afirma Dom Gallagher

atomic-bombPor ocasião do Dia Internacional da Eliminação das Armas Nucleares, o Monsenhor Paul Richard Gallagher, que é Secretário para Relações com os Estados do Vaticano, enviou uma mensagem para a 73ª Assembleia Geral da ONU a respeito da desnuclearização do mundo.

“O Dia Internacional da Eliminação das Armas Nucleares é uma afirmação da nossa determinação comum para criar condições e passos necessários para a total eliminação das armas nucleares”, disse Gallagher. “Não podemos nos resignar diante da ideia de que essas armas vieram para ficar. O mundo não é um lugar mais seguro com elas”, reiterou o religioso.

Gallagher lembrou ainda que o uso de armas nucleares nada tem a ver com a missão a que as Nações Unidas se propõem a realizar mundo afora. “Uma política que se apoia na possessão de armas nucelares é contraditória ao espírito e aos propósitos das Nações Unidas porque essas armas não podem criar um mundo mais seguro e estável”, afirmou.

Lembrando o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, assinado em setembro do ano passado por mais de 40 países, é um importante passo para que o mundo se livre do armamento nuclear, como sugeriu Gallagher. “Este tratado é o fruto dos esforços de muitos estados e outras partes interessadas em promover uma maior conscientização e compreensão das consequências humanitárias e desastres ambientais que resultariam do uso de armas nucleares”, disse. “Os catastróficos impactos no uso das armas nucelares são previsíveis e assustadores. As vítimas dessas armas ainda somos nós: os ‘hibakusha’ [expressão japonesa para se referir às vítimas dos ataques de bomba atômica ocorridos no país] são testemunhas vivas dos horrores que as armas nucleares podem liberar”, reforça Gallagher.

Tratado de proibição completa

A Santa Sé prepara, de acordo com Gallagher, um adendo ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (NPT), denominado Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês) que, como o próprio nome aponta, vai sugerir que os signatários cessem de quaisquer maneiras o uso de armas nucleares.

“A Santa Sé tem sido a favor do NPT desde o início, para assim encorajar os Estados que lançam mão das armas nucleares a abolirem-nas, e ainda dissuadir outros a não possuírem tais armas e desenvolver capacidades nucleares e estimularem a cooperação internacional sobre o uso pacífico deste material nuclear”, explicou o secretário.

O diálogo, no entanto, é, para Gallagher, a única saída para que esses armamentos não proliferem. “A confiança pode nos levar de volta ao caminho do diálogo significativo e da negociação em direção a um mundo livre de armas nucleares”, ponderou.

A 73ª Assembleia Geral da ONU acontece em Nova Iorque até o dia 1º de outubro.

*Fonte: Site da Canção Nova

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