A caminho da CFE 2021: 3 pontos para viver bem o espírito da campanha

a-caminho-cfe-2021-n3-ozwojbykpk97z83f4luxbbqk0p5ubxq792d9v0uhrsTrês indicações são muito importantes para a boa vivência do espírito da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2021. Foi o que apontou o padre Luís Fernando da Silva, do clero da diocese de São João da Boa Vista (SP), ex-secretário executivo de Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante o Seminário Nacional de formação realizado no início do mês de dezembro.

“Se nós celebramos com esse espírito a Campanha da Fraternidade, fortalecendo as bases, buscando dar um testemunho ecumênico e cuidando dos mais pobres, com certeza nós vamos colher muitíssimos frutos em mais uma edição da Campanha da Fraternidade”, garantiu.

Fortalecer as bases

“A Campanha da Fraternidade deve começar nas nossas bases”, destacou padre Luís Fernando. Recordando sua experiência na articulação de algumas das últimas edições da CF, ressaltou que a campanha acontece “no chão das pessoas, na vida das pessoas”.

Diante do atual cenário, num período complexo como este de pandemia, “as comunidades eclesiais, de maneira ecumênica, são chamadas in loco a viverem essa experiência da Campanha da Fraternidade. De fato, fazer uma redescoberta de Cristo como nossa paz”.

A Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 tem como tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef. 2.14).

Assim, a primeira indicação do padre Luís Fernando para viver bem o espírito da CFE 2021 é fortalecer bem as bases locais. “Ali que a Campanha da Fraternidade de fato acontece, ali que as pessoas se sensibilizam com a temática da Campanha e, a seu modo, de maneira simples, com pequenos gestos, procuram viver a campanha no seu local onde estão”, explicou.

Redescobrir a dimensão ecumênica da Igreja

A segunda indicação está relacionada ao ecumenismo, considerado um grande fruto do Concílio Vaticano II. Há pouco mais de 50 anos, as reflexões fizeram com que a Igreja se abrisse para o diálogo, “para um processo de sinodalidade, de caminhar juntos, de percebermos que cristãos, apesar de termos configurações doutrinais diferentes, mas professamos a fé no mesmo Cristo crucificado e ressuscitado”.

Padre Luís Fernando ressalta que é necessário fortalecer essa cultura do ecumenismo neste contexto social de forte polarização. “Parece que as pessoas não têm mais uma capacidade de pensar projetos comuns, é sempre necessário polarizar. ‘Eu creio nisso, então rejeito totalmente aquilo’; ‘Eu apoio essa ideia ou essa ideologia política, e rejeito totalmente aquela outra’”, exemplifica.

“Essa polarização não ajuda a sociedade como um todo a caminhar, desenvolver projetos que sejam favoráveis para a maioria das pessoas. O ecumenismo é uma ferramenta, um instrumento que combate todo tipo de polarização, e aqui não se trata de um relativismo da verdade, mas se trata de uma dimensão de acolhida e de respeito. Acolhemos quem pensa diferente de nós, respeitamos quem pensa diferente de nós”, salientou.

O Papa João XXIII já ensinara a importância de priorizar aqueles elementos que nos unem, e não aqueles que nos separam. “É um belo testemunho a Campanha da Fraternidade Ecumênica para as nossas comunidades eclesiais e para um Brasil polarizado que é possível caminhar juntos, que o caminho da comunhão, da sinodalidade, da unidade é um sonho de Jesus, Ele pede isso na sua oração sacerdotal, ‘Pai, que todos sejam um’, e hoje cada um, a seu modo, dá a sua contribuição para esse projeto de unidade na Igreja”, motivou.

Cuidado dos mais pobres

A Campanha da Fraternidade tem em sua origem a busca de um instrumento do Evangelho para alcançar as pessoas mais pobres, uma iniciativa cuja raiz é “olhar para aqueles irmãos e irmãs nossos que são mais vulneráveis na sociedade, que são frutos de uma cultura de descarte, de uma sociedade neoliberal, consumista”.

Diante dessa realidade, “como colaboradores, difusores, irmãos e irmãs que sonhamos juntos a Campanha da Fraternidade, nunca podemos esquecer-nos dos mais pobres”, enfatizou padre Luís Fernando.

A ideia de uma Igreja pobre para os pobres, uma Igreja em saída, nesse sentido, não é só uma prerrogativa da Igreja Católica, “é uma prerrogativa de todas as comunidades cristãs cuidarmos dos mais pobres, sermos comunidade eclesial em saída que vai ao encontro de quem mais precisa”.

Confira o Seminário da CFE 2021 na íntegra.



Fonte: site da CNBB

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