“Novas Comunidades e a Evangelização Hoje” é tema de Curso para Bispos

29a-edicao-do-Curso-para-Bispos-Regional-Leste-1Como ocorre todos os anos, a Arquidiocese do Rio de Janeiro promoverá, em janeiro, o Curso para os Bispos. Neste ano, o evento terá uma recordação especial, pois em sua primeira edição, em 1992, ele contou com a presença do Cardeal Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, que faleceu no último dia 31.

O curso 2023 acontecerá entre os dias 23 e 27, com o tema “Novas Comunidades e a Evangelização Hoje”. O Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, confirmou participação no encontro.

Foram convidados para as conferências o Cardeal Kevin Joseph Farrell, Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; Dom Edgard Peña Parra, Substituto na Secretaria de Estado; Dom Antonio Luiz Catelan Ferreira, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro; Padre Luis Navarro, Reitor da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma; Padre Alexandre Awi Mello, Secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; Dom Roberto Lopes, OSB, Vigário Episcopal para os Institutos de Vida Consagrada, Sociedades de Vida Apostólica, Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades da Arquidiocese do Rio de Janeiro; e Cônego Geovane Ferreira da Silva, Fundador e Moderador da Associação Filhos da Preciosa Vida.

Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora, com informações do site da Rádio Catedral FM 106,7

* Registro da 29ª edição do Curso para Bispos, realizada em 2020. Foto: Regional Leste 1 da CNBB

CNBB divulga nota em que reprova iniciativa do Governo Federal de flexibilização do aborto

Nota-contra-o-aborto-janeiro-2023A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, na manhã desta quarta-feira, 18 de janeiro, uma nota na qual manifesta reprovação a toda e qualquer iniciativa que sinalize para a flexibilização do aborto, a exemplo das últimas medidas do Ministério da Saúde, constantes da Portaria GM/MS de nº 13, publicada no último dia 13.

A portaria permitiu a revogação de outra portaria que determina a comunicação do aborto por estupro às autoridades policiais. A Nota da CNBB pede esclarecimento ao Governo Federal, considerando que a defesa do nascituro foi compromisso assumido em campanha, e também sobre a desvinculação do Brasil com a Convenção de Genebra.

No documento, a CNBB reitera que “a hora pede sensatez e equilíbrio para a efetiva busca da paz” e reforça que “é preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social”. Confira, abaixo, a íntegra do documento e, aqui, a nota em PDF.


A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR

Nota da CNBB
“Diante de vós, a vida e a morte. Escolhe a vida!” (cf. Dt 30,19)

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não concorda e manifesta sua reprovação a toda e qualquer iniciativa que sinalize para a flexibilização do aborto. Assim, as últimas medidas, a exemplo da desvinculação do Brasil com a Convenção de Genebra e a revogação da portaria que determina a comunicação do aborto por estupro às autoridades policiais, precisam ser esclarecidas pelo Governo Federal considerando que a defesa do nascituro foi compromisso assumido em campanha.

A hora pede sensatez e equilíbrio para a efetiva busca da paz. É preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social.

A Igreja, sem vínculo com partido ou ideologia, fiel ao seu Mestre, clama para que todos se unam na defesa e na proteção da vida em todas as suas etapas – missão que exige compromisso com os pobres, com as gestantes e suas famílias, especialmente com a vida indefesa em gestação.

Não, contundente, ao aborto!

Possamos estar unidos na promoção da dignidade de todo ser humano.


Brasília-DF, 18 de janeiro de 2023


Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB


*Fonte: Site da CNBB

O primeiro padre surdo da América Latina e do Brasil viveu em Juiz de Fora

Monsenhor-BurnierSão inúmeros os personagens que marcaram a história da Igreja de Juiz de Fora. Um destes que construíram um grande legado foi Monsenhor Burnier. Ele lutou pela evangelização e inclusão da comunidade surda, um nome importante a ser recordado, principalmente no atual tempo de preparação para o centenário diocesano.

Sendo assim, iniciamos uma série de reportagens sobre momentos e agentes que se destacaram na caminhada de nossa Igreja Particular. Eles são motivos para celebrar e, fazendo memória de tais fatos, buscamos entusiasmar o povo para a festa do Jubileu da Diocese de Juiz de Fora.

A história inspiradora de Monsenhor Burnier

A Arquidiocese de Juiz de Fora teve a alegria de acolher o primeiro padre surdo da América Latina e do Brasil, e segundo do mundo: Monsenhor Vicente de Paulo Penido Burnier. Natural de Juiz de Fora, oriundo de família tradicionalmente cristã, em 02 de março de 1921 nasceu surdo e aprendeu a falar com 5 anos de idade. Em seu mundo de silêncio, soube ouvir a voz do coração e entendeu sua vocação como um dom de Deus que o chamava a servir e dar assistência especialmente aos seus irmãos e irmãs deficientes auditivos.

Não mediu esforços para estudar e tornar-se um padre. Em virtude de sua surdez, encontrou-se pessoalmente com o Papa Pio XII, em audiência particular em Roma (Itália), para solicitar ao Santo Padre autorização prévia para ordenar-se sacerdote. O consentimento veio dias depois e em 22 de setembro de 1951, foi realizada sua ordenação sacerdotal, na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, com as bênçãos de Dom Justino José de Sant’Ana.

Monsenhor Burnier dedicou-se incansavelmente à evangelização, inclusão, acessibilidade e assistência aos surdos, agindo como um verdadeiro pastor do povo excluído. Em Juiz de Fora, no ano de 2001, fundou a Pastoral dos Surdos da Arquidiocese. Na cidade, também atuou como arquivista da Cúria Metropolitana. O religioso se destacou, ainda, por fundar 18 pastorais dos surdos no Brasil e mais três fora do país. Foi também o idealizador e primeiro presidente da Federação Brasileira de Surdos, fundada em 22 de abril de 1972.

Com apreciável disponibilidade, ternura e coragem, soube anunciar a Palavra de Deus mesmo sem escutar. Falando diversos idiomas, percorreu o Brasil oferecendo a crianças e adultos surdos seu apoio moral, físico e espiritual. Assim como o Bom Samaritano (Lc 10, 25-37), procurou sempre fazer o bem, cultivou a prática do amor e do cuidado ao próximo. É considerado por muitos o “Apóstolo dos surdos” e reconhecido como um verdadeiro cidadão humanista, atento aos problemas sociais e disposto a estender a mão a quem precisasse.

Protagonista de uma trajetória precursora e de luta junto à comunidade surda, o religioso faleceu aos 88 anos de idade, em 16 de julho de 2009, na cidade mineira de Juiz de Fora. O seu legado abriu caminhos para atravessar fronteiras, romper as barreiras do preconceito, promover a integração social e aprofundar a espiritualidade dos irmãos e irmãs deficientes auditivos, a fim de que compreendam a mensagem de Jesus Cristo, que nos une em uma grande comunidade de fé.

Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora, com colaboração de Brenda Melo – Jornal Folha Missionária

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