“Levante a voz pela Amazônia”, pede CNBB em nota
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- Terça, 27 Agosto 2019 10:15
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota sobre a situação em que classifica de “absurdos incêndios” e outras criminosas depredações em curso na Amazônia. Estas atitudes, segundo o documento, requerem posicionamentos adequados. “É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente o Brasil, adotem medidas sérias para salvar uma região determinante no equilíbrio ecológico do planeta – a Amazônia. Não é hora de desvarios e descalabros em juízos e falas”, diz a nota.
No documento, a CNBB ressalta que Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, convocado pelo papa Francisco para outubro próximo, no cumprimento de sua tarefa missionária e da evangelização, é sinal de esperança e fonte de indicações importantes no dever de preservar a vida, a partir do respeito ao meio ambiente.
Confira, abaixo, a íntegra o documento:
Nota da CNBB
O povo brasileiro, seus representantes e servidores têm a maior responsabilidade na defesa e preservação de toda a região amazônica. O Brasil possui significativa extensão desse precioso território, com o rico tesouro de sua fauna, flora e recursos hidrominerais. Os absurdos incêndios e outras criminosas depredações requerem, agora, posicionamentos adequados e providências urgentes. O meio ambiente precisa ser tratado nos parâmetros da ecologia integral, em sintonia com o ensinamento do Papa Francisco, na sua Carta Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado com a casa comum.
“Levante a voz pela Amazônia” é um movimento, agora, indispensável, em contraposição aos entendimentos e escolhas equivocados. A gravidade da tragédia das queimadas, e outras situações irracionais e gananciosas, com impactos de grandes proporções, local e planetária, requerem que, construtivamente, sensibilizando e corrigindo rumos, se levante a voz.
É hora de falar, escolher e agir com equilíbrio e responsabilidade, para que todos assumam a nobre missão de proteger a Amazônia, respeitando o meio ambiente, os povos tradicionais, os indígenas, de quem somos irmãos. Sem assumir esse compromisso, todos sofrerão com perdas irreparáveis.
O Sínodo dos bispos sobre a Amazônia, outubro próximo, em sintonia amorosa e profética com a convocação do Papa Francisco, no cumprimento da tarefa missionária e da evangelização, é sinal de esperança e fonte de indicações importantes no dever de preservar a vida, a partir do respeito ao meio ambiente.
“Levante a voz” para esclarecer, indicar e agir diferente, superar os descompassos vindos de uma prolongada e equivocada intervenção humana, em que predomina a “cultura do descarte” e a mentalidade extrativista. A Amazônia é uma região de rica biodiversidade, multiétnica, multicultural e multirreligiosa, espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, Estados e da Igreja.
É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente o Brasil, adotem medidas sérias para salvar uma região determinante no equilíbrio ecológico do planeta – a Amazônia. Não é hora de desvarios e descalabros em juízos e falas. “Levante a voz” na voz profética do Papa Francisco ao pedir, a todos os que ocupam posições de responsabilidade no campo econômico, político e social: “Sejamos guardiões da criação”.
Vamos construir juntos uma nova ordem social e política, à luz dos valores do Evangelho de Jesus, para o bem da humanidade, da Panamazônia, da sociedade brasileira, particularmente dos pobres desta terra. É indispensável para promovermos e preservarmos a vida na Amazônia e em todos os outros lugares do Brasil. Em diálogos e entendimentos lúcidos, que se “levante a voz”!
Brasília-DF, 23 de agosto de 2019
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte – MG
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler, OFM
Arcebispo de Porto Alegre – RS
1º Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima – RR
2º Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo Auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro – RJ
Secretário-Geral da CNBB
Fonte: Site da CNBB
Canta e caminha: as músicas que acompanham a caminhada de Francisco
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- Terça, 27 Agosto 2019 10:12
Lírica e milonga: dois gêneros musicais completamente diferentes, mas igualmente apreciados pelo Papa Francisco.
De fato, o gosto musical do Pontífice pode ser definido como eclético, desenvolvido a partir de duas influências marcantes: a da mãe e a de seu país natal.
“Não sei cantar, mas gosto de ouvir”
Em entrevistas e encontros no decorrer desses anos de pontificado, Francisco mais de uma vez falou de seus gostos musicais. Com a sua mãe, aprendeu a estimar a lírica.
“Não sei cantar, mas gosto de ouvir”, disse o Papa falando aos participantes do 40° Congresso Internacional dos “Pueri Cantores”, em dezembro de 2015.
“Quando eu era criança — nós somos cinco irmãos — quando éramos pequenos, a mãe, ao sábado, às duas da tarde, fazia-nos sentar diante do rádio para ouvir. E que ouvíamos? Todos os sábados era transmitida uma obra [lírica]. E a mãe ensinava-nos como era aquela obra, explicava: «Ouçam como canta…». E quando eu era criança sentia o prazer de ouvir cantar.
O canto educa a alma
Para Francisco, o canto educa a alma. “Santo Agostinho diz uma frase muito bonita. (…) Diz assim: «Canta e caminha». A vida cristã é um caminho, mas não é um caminho triste, é um caminho jubiloso.”
“Et Incarnatus est” da Missa em Dó menor de Mozart é a preferida do Papa. “É insuperável: leva-o a Deus! Mozart preenche-me: não posso pensá-lo, devo ouvi-lo”, disse em entrevista ao jornalista Antonio Spadaro no início do seu pontificado.
As Paixões de Bach também foram citadas por Francisco. A ária de que mais gosta é “Erbarme dich, mein Gott”. E definiu como “sublime” o pranto de Pedro da Paixão segundo São Mateus.
O ritmo que fazia o jovem Bergoglio dançar
Se de sua mãe aprendeu a apreciar a admirar a música clássica, suas raízes natais lhe deram o gosto pelo tango e pela milonga, como revelou no livro-entrevista “O Jesuíta”.
Ada Falcon é citada como uma de suas cantoras preferidas. Parente do tango é o estilo conhecido como milonga, que representa a contribuição dos afrodescendentes. O ritmo é menos nostálgico, deixando de lado a tristeza e acrescentando alegria e diversão. Era a milonga que fazia o jovem Bergoglio dançar.
Fonte: Site Vatican News
Papa enaltece “mulheres corajosas” que prestam assistência humanitária
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- Segunda, 19 Agosto 2019 13:06
As Nações Unidas celebram neste 19 de agosto o Dia Mundial de Assistência Humanitária para homenagear pessoas que atuam nessa área e realçar que é preciso apoio para os afetados por crises.
Em 2019, a organização destaca a ação de mulheres em crises em todo o mundo e a elas o Papa Francisco dedicou a sua mensagem no Twitter:
“Hoje recordamos todas as mulheres corajosas que vão ao encontro dos seus irmãos e irmãs em dificuldade. Cada uma delas é sinal da proximidade e da compaixão de Deus. #WomenHumanitarians ”
Mortos
Entre essas trabalhadoras mencionadas pelo Papa Francisco está a brasileira Karin Manente, cujo primeiro contato com os afetados pelo ciclone Idai em Moçambique marcou sua atuação como diretora do Programa Mundial de Alimentação, PMA, no país.
“Achamos que na nossa resposta é importante alavancar e colocar o papel da mulher na dianteira. Isso com base no facto do papel fundamental que elas têm na sociedade, e também na questão do combate à fome. Então, por exemplo, a nível de comunidades onde nos interagimos, nós trabalhamos com comunidades, seus líderes e com a nossa contraparte do governo para pôr as mulheres na dianteira.”
O fenômeno natural provocou centenas de mortos e afetou mais de 1,8 milhão de pessoas quando passou por Moçambique em março.
Cerimônia
Em mensagem de vídeo sobre a data, a secretário-geral António Guterres disse que desde o apoio a civis em crise à atuação em surtos de doenças, “as mulheres em ações humanitárias estão na linha de frente”.
Segundo António Guterres, a presença feminina “torna as operações de auxílio mais eficazes, aumentando seu alcance. Também melhora a resposta humanitária à violência de gênero, que aumenta durante as emergências.”
Por ocasião do dia, a organização incentiva a partilha de histórias desses personagens e que seja reafirmado “o compromisso de fortalecer o papel das mulheres em operações humanitárias”. Uma campanha nas redes sociais usa a hastag #WomenHumanitarians.
Ataques Guterres disse que líderes mundiais e todas as partes em conflitos devem garantir que os funcionários humanitários sejam protegidos contra danos, como é exigido pela lei internacional.
O chefe da ONU destaca ainda que violações graves do direito internacional humanitário e dos direitos humanos continuam em todo o mundo e “devem ser investigadas e julgadas.”
Ataques
No ano passado ocorreu o segundo maior número de ataques a trabalhadores humanitários, com 405 funcionários atacados, 131 mortos, 144 feridos e 130 sequestrados. No total ocorreram 226 incidentes em 2018.
Desde 19 de agosto de 2003, mais de 4,5 mil funcionários humanitários foram mortos, feridos, detidos, sequestrados ou impedidos de cumprir seus deveres para salvar vidas. As Nações Unidas estimam que uma média de 280 trabalhadores desse setor sofrem ataques por ano, um número que corresponde cinco vítimas por semana.
Este ano, o Dia Mundial de Assistência Humanitária marca 10º aniversário do ataque com um veículo-bomba ao prédio da ONU em Bagdá, que deixou 24 mortos. Entre as vítimas estava o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que era representante máximo das Nações Unidas no Iraque. Outras dezenas de pessoas ficaram feridas no atentado.
Na entrada da ONU, em Nova Iorque, está exposta a bandeira da organização que estava hasteada no prédio do Canal Hotel no momento do ataque em Bagdá. É nesse ponto na sede da organização que vários trabalhadores realizam uma cerimônia para lembrar o pessoal que perdeu a vida na capital iraquiana.
Fonte: Site Vatican News
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