Papa Francisco proclama dez novos santos da Igreja
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- Terça, 17 Maio 2022 10:28
O Papa Francisco canonizou dez novos santos durante a missa celebrada na manhã deste domingo (15), na Praça São Pedro. Dentre os novos santos estão o carmelita Tito Brandsma, Maria Rivier e Charles de Foucauld.
Foi uma festa na praça de São Pedro, no Vaticano, da qual participaram milhares de pessoas e autoridades civis e eclesiásticas.
«Assim como Eu vos amei, amai-vos também vós uns aos outros». Com estas palavras Jesus diz aos seus discípulos o que significa ser cristão. “Este é o testamento que Cristo nos deixou, o critério fundamental para discernir se somos verdadeiramente seus discípulos ou não: o mandamento do amor”, disse o Papa em sua homilia.
No centro está o amor incondicional e gratuito de Deus
A seguir, Francisco refletiu sobres os dois elementos essenciais deste mandamento: o amor de Jesus por nós, «assim como Eu vos amei», e o amor que Ele nos pede para viver, «amai-vos também vós uns aos outros».
Primeiro ponto: «Assim como Eu vos amei». “E como nos amou Jesus?”, perguntou o Papa. “Até o fim, até o dom total de si mesmo”, respondeu o Pontífice. Segundo o Papa, “causa impressão vê-Lo pronunciar estas palavras numa noite tenebrosa, enquanto se respira no Cenáculo um ambiente denso de comoção e turbamento: comoção, porque o Mestre está prestes a despedir-se dos seus discípulos; turbamento, porque anuncia que será precisamente um deles a traí-Lo. Podemos imaginar a tristeza que havia no íntimo de Jesus, a escuridão que se adensava no coração dos apóstolos, a amargura vivida ao ver que Judas, depois de receber o bocado de pão ensopado para ele pelo Mestre, saía da sala para adentrar-se na noite da traição. É justamente na hora da traição que Jesus confirma o amor pelos seus. Com efeito, nas trevas e tempestades da vida, o essencial é isto: Deus nos ama”, sublinhou Francisco.
«Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou». Que este anúncio “seja sempre central na profissão da nossa fé e nas suas expressões”, disse Francisco, acrescentando:
Nunca nos esqueçamos disto! No centro, não está a nossa capacidade nem os nossos méritos, mas o amor incondicional e gratuito de Deus, que não merecemos. No início do nosso ser cristão, não estão as doutrinas e as obras, mas a maravilha de descobrir que se é amado, antes de qualquer resposta nossa.
“Enquanto o mundo quer muitas vezes convencer-nos de que só temos valor se produzirmos resultados, o Evangelho nos lembra a verdade da vida: somos amados.”
Assim escreveu um mestre espiritual do nosso tempo: «Ainda antes que nos visse qualquer ser humano, fomos vistos pelos olhos amorosos de Deus. Ainda antes que alguém nos ouvisse chorar ou rir, fomos escutados pelo nosso Deus que é todo ouvidos para nós. Ainda antes que alguém neste mundo nos falasse, já nos falava a voz do amor eterno».
O caminho da santidade não está fechado
Somos chamados a “servir o Evangelho e os irmãos”, a oferecer a nossa vida “sem retribuição, sem buscar nenhuma glória mundana, mas escondido humildemente como Jesus”.
“Os nossos companheiros de viagem, canonizados hoje, viveram assim a santidade: abraçando com entusiasmo a sua vocação, de sacerdote, de consagrada, de leigo, gastaram-se pelo Evangelho, descobriram uma alegria que não tem comparação e tornaram-se reflexos luminosos do Senhor na história. Este é um santo ou uma santa: um reflexo luminoso do Senhor na história.”
O caminho da santidade não está fechado. É universal, é um chamado a todos nós. Começa com o Batismo, não está fechado. Tentemos fazê-lo também nós, porque cada um de nós é chamado à santidade, a uma santidade única e irrepetível. A santidade é sempre original, como dizia o Beato Carlos Acutis: Não existe santidade de fotocópia, a santidade é original, é a minha e a sua, de cada um de nós. É única e irrepetível. Sim, o Senhor tem um projeto de amor para cada um, tem um sonho para a sua vida, para a minha vida, para a vida de cada um de nós. O que você quer que eu lhe diga? Realiza-o com alegria.
Novos santos
Os dez novos santos da Igreja Católica são: Charles de Foucauld, sacerdote diocesano francês, fundador de dez congregações religiosas e oito associações de vida espiritual que surgiram de seu testemunho e carisma.
- Tito Bradsma nasceu na Holanda em 1881, entrou na ordem dos frades carmelitas e foi ordenado sacerdote em 1905. Brandsma foi morto no campo de concentração de Dauchau, Alemanha, por se opor ao regime nazista.
- Lázaro Devasahayam, leigo, mártir, que nasceu no século XVIII na aldeia de Nattalam, Índia, e foi morto, por ódio à fé, em Aralvaimozhy, também na Índia.
- César de Bus, sacerdote, fundador da Congregação dos Padres da Doutrina Cristã (Doctrinaires), que nasceu em 3 de fevereiro de 1544 em Cavaillon, França, e morreu em 15 de abril de 1607 em Avignon, França.
- Luigi Maria Palazzolo, sacerdote, fundador do Instituto das Irmãs dos Pobres (Instituto Palazzolo).
- Giustino Maria Russolillo, sacerdote, fundador da Sociedade das Divinas Vocações e da Congregação das Irmãs das Divinas Vocações.
- Marie Rivier religiosa francesa fundadora da Congregação das Irmãs da Apresentação de Maria.
- Maria Francesca di Gesù, nascida Anna Maria Rubatto, fundadora das Irmãs Capuchinhas Terciárias de Loano, nascida em Carmagnola, Itália, e morta em Montevidéu, Uruguai.
- Maria de Jesus Santocanale é a fundadora da Congregação das Irmãs Capuchinhas da Imaculada de Lourdes. Nasceu em 1852 em Palermo, Itália, e morreu em 1923 em Cinisi, Itália.
- Maria Domenica Mantovani, cofundadora e primeira superiora geral do Instituto das Irmãzinhas da Sagrada Família.
Ao final da Missa, o papa liderou a recitação do Regina Coeli. Em seguida, ele cumprimentou pessoalmente muitas das pessoas que estavam no átrio próximo ao altar e percorreu os corredores da Praça de São Pedro com o papamóvel.
Fonte: Site Vatican News