“Desperta para a vida, Juiz de Fora” reúne centenas de pessoas na Catedral

DSCN0510A Catedral Metropolitana recebeu centenas de pessoas, na noite dessa quarta-feira (5), para a primeira edição do “Desperta para a vida, Juiz de Fora”. A iniciativa, que integra a programação arquidiocesana da Semana da Vida, foi uma manifestação contra a descriminalização do aborto com até 12 semanas de gestação no Brasil, proposta pela Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442. A ação começou a ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 22 de setembro, mas o julgamento foi suspenso e não tem data para ser retomado.

O evento teve início com um momento de animação e oração, conduzido pelo Padre Pierre Maurício de Almeida Cantarino, pelo Diácono Jorge Luís Lopes dos Santos (Tuíte) e pelo Ministério de Música Deus do Impossível. Em seguida, houve um momento de escuta da Palavra de Deus e dos ensinamentos do Catecismo da Igreja Católica sobre o aborto. “A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida”, diz o Catecismo, em seu parágrafo 2270.

DSCN0318Também tiveram a palavra os padres Elílio de Faria Matos Júnior, professor de Teologia Moral no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, e Laureandro Lima da Silva, Vigário Episcopal para Vida e Família. “Esse evento teve como grande objetivo nos ajudar no sentido de fortalecer o trabalho de defesa da vida e defesa, principalmente, do nascituro. Precisamos sempre nos colocar nessa missão: a vida é um dom de Deus, ninguém tem o direito de tirá-la”, apontou Padre Laureandro.

O Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, fez uma reflexão a respeito do tema. Ao final do “Desperta para a Vida, Juiz de Fora”, o Pastor Arquidiocesano comemorou o sucesso da iniciativa. “Um evento maravilhoso, pleno de sucesso, a favor da vida e contra o aborto, suplicando a Deus que não permita que haja no Brasil leis abortistas, que não haja leis que facilitem as drogas, porque isso significa a destruição das famílias. Que Ele não permita que haja no Brasil qualquer agressão ao espírito democrático, que nenhum dos três poderes invada a competência do outro; isso é uma destruição da democracia”, ressaltou. “Nós estamos aqui como católicos, porque cremos no poder de Deus, cremos na sacralidade da vida. Mas também como povo, unidos para defender a família brasileira”, apontou, ainda, Dom Gil.

Testemunhos

A noite foi de muitos testemunhos: o primeiro deles foi do advogado e ex-vereador Isauro Calais, autor do projeto de lei que instituiu, em Juiz de Fora, o 8 de outubro como o Dia do Nascituro. O vereador João Wagner Antoniol também deu um depoimento emocionante, revelando o desejo de sua mãe biológica, que sofria de esquizofrenia e havia sido estuprada, de abortá-lo quando soube da gravidez.

DSCN0437Além deles, quatro mulheres puderam contar as suas histórias. Uma delas foi Agenora Maria Lima de Oliveira, que, quando jovem, fez vários abortos por não ter o apoio do então namorado. “Hoje, trazendo meu testemunho, tendo essa graça que Deus me deu de reparar um pouco os meus pecados perante a Igreja, eu tenho que falar que não vale a pena. Eu fiz todos esses abortos, mas existe a cicatriz, existe a ferida. Eu acredito que todas as mulheres que cometeram aborto nunca mais foram as mesmas e nunca serão”, revelou a dona de casa.

Em seu testemunho, a advogada Lizzie Rodrigues também falou da falta de suporte do companheiro no momento da gravidez. “Eu passei por uma situação de completo abandono por parte do pai da minha filha, de ataque de uma pessoa que deveria me proteger. Então, foi uma história de muita luta, de muita resistência, de muita fé em Deus, que foi o que me moveu até o meu parto e depois, até criar a minha filha. Hoje eu quis vir aqui compartilhar com as mães e com os pais, para que eles possam passar à frente a mensagem de que vale a pena a gente não optar pelo aborto.”

Acompanhada da filha Maria Clara, de 7 anos, Lizzie afirmou que as políticas públicas precisam garantir a vida da mãe e do bebê. “Cabe ao Estado dar condições para que essa mulher consiga levar a gestação dela, que o bebê consiga nascer em segurança e, caso ela não deseje exercer a maternidade, possa ter condições de encaminhar o bebê à adoção, à própria família ou ao pai da criança, que também possui um papel muito importante”, finalizou.

Manifestação pública em prol da vida

DSCN0592Após os momentos de oração, reflexão e depoimentos, aconteceu, no interior na Catedral, um breve instante de Adoração Eucarística, seguida da bênção do Santíssimo Sacramento. Em seguida, os fiéis presentes participaram de uma procissão luminosa até a Gruta de Nossa Senhora Aparecida. Sob a proteção da Rainha do Brasil e próximo à principal avenida de Juiz de Fora, foram entoados cânticos e exclamadas as palavras de ordem “vida sim, aborto não”.

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Próximas atividades

Dentro da programação da Semana da Vida, a Arquidiocese de Juiz de Fora promove, neste sábado, 7 de outubro, um aprofundamento sobre aborto e drogas. A mesa-redonda, que acontecerá no Auditório Mater Ecclesiae, no prédio da Cúria Metropolitana, a partir das 15h, contará com a participação de profissionais do Direito e da Medicina. O evento é aberto a todos os interessados.

Já no domingo (8), o Arcebispo, Dom Gil Antônio Moreira, presidirá, na Catedral, Missa em ação de graças pelo Dia do Nascituro. A celebração, marcada para as 10h, será seguida de uma carreata até o Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, com “buzinaço” expressando o desejo de defesa da vida desde a concepção até o seu fim natural. Na terça-feira, dia 10, o tema será levado à Missa do Impossível, que acontece a partir das 19h30, na Igreja Santa Rita de Cássia, no Bairro Bonfim.

A programação em favor da vida ainda incluirá, no dia 12 de outubro, a tradicional Motociata de Nossa Senhora Aparecida. A concentração para o cortejo motorizado acontece a partir das 9h, no Bairro Alto dos Passos, em direção à Catedral Metropolitana, onde haverá bênção dos motociclistas e Missa Solene às 11h30.

Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora

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