Semana da Família é marcada por reflexão, celebração e confraternização
- Detalhes
- Terça, 22 Agosto 2023 15:29
Momentos de reflexão, celebração e confraternização marcaram a Semana Nacional da Família de 2023 na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora. Em todas as missas do Dia dos Pais, 13 de agosto, as homilias mencionaram a abertura dessa semana na qual a Igreja do Brasil destaca a Vocação Familiar.
De acordo com o nosso vigário paroquial, padre Elílio de Faria Matos Júnior, algumas iniciativas importantes aconteceram na Catedral. “Tivemos três noites especiais: uma reservada à reflexão do tema ‘Família, fonte de vocações’, outra reservada à celebração [com a Santa Missa] com e pelas famílias e, por fim, uma terceira noite reservada à confraternização, com o jantar das famílias”.
O padre, que é o diretor espiritual do Encontro de Casais com Cristo (ECC), - grupo da Catedral que ficou responsável pela organização da semana - fez uma breve avaliação do evento como um todo. “Houve união, trabalho, doação e resultado: como participantes pudemos fortalecer nossos vínculos familiares, aprofundar nossa espiritualidade e experimentar a alegria de sermos todos a família de Deus no mundo”, destacou.
Tema da Semana Nacional da Família 2023:
“Família, fonte de vocações”
Lema: “Corações ardentes, pés a
caminho” (cf. Lc 24, 32-33)
Texto abaixo: trecho do artigo da Semana da Família, escrito pelo padre Elílio de Faria Matos Júnior
O Evangelho de que a Igreja é depositária ultrapassa os limites dos laços sanguíneos para constituir a grande família de Deus, em que todos nos fazemos irmãos. É a Boa Nova para todos os seres humanos, principalmente para aqueles que estão em situação de maior necessidade, como, por exemplo, para quem está ou se sente sozinho no caminho da vida. A família do Reino de Deus não conhece limites. A mensagem que a Igreja anuncia é para a salvação ou saúde de todos os seres humanos e do ser humano inteiro, em suas dimensões estruturais (corpo próprio, psiquismo e espírito) e relacionais (relação com o mundo, com os outros e com Deus).
Deus, que é o Bem eterno, chama a cada um de nós a se curar/salvar no serviço pela cura/salvação dos outros. É Deus quem salva, mas ele também se vale de instrumentos, que somos nós, para realizar seus propósitos. Salvamo-nos em comunidade. A solidariedade (mútua dependência e mútua influência) já existe entre nós como fato; é preciso que ela se torne solidariedade ética, no sentido de que nosso estar ligados uns aos outros seja marcado por escolhas sábias, respeitosas e amorosas, capazes de beneficiar a todos. O amor e o cuidado de Deus passam também pelas opções que fazemos, as quais qualificam eticamente a nossa solidariedade.
A primeira comunidade sobre a qual se alicerça a Igreja e a sociedade em geral é a família nuclear. No seio familiar se tem a grande oportunidade de aprender a amar e de deixar-se amar. Na família, aprendemos a nos sacrificar pelo bem do outro e a receber o dom do outro. É a fecunda circulação do dar e do receber. Esse aprendizado é fundamental para a vida da comunidade maior - a sociedade civil e política. Esta precisa de justiça (dar a cada um que lhe é devido), mas precisa também de caridade ou de benevolência (dar do que é meu aos outros). Uma sociedade pode medir a sua maturidade humana na medida em que se busca a justiça e a benevolência nos relacionamentos. Na família, mais do que a justiça, aprendemos a benevolência, que, ultrapassando a justiça estrita, coloca em movimento o que nos faz autenticamente humanos e divinos: a capacidade de doação.
Que o Sumo Bem que é Deus nos ajude a ver o bem ao qual somos vocacionados. Cada um de nós tem uma vocação específica na ordem do bem, para o bem comum da Igreja e da sociedade. Que os laços familiares nos fortaleçam para que tenhamos a coragem de ir além dos laços sanguíneos e construir maiores e mais amplos laços de solidariedade, que nos irmanem na boa convivência, no cultivo das virtudes, na busca da justiça para os injustiçados e na vivência do amor, cuja fonte transcendente é Deus.